Surge um escolhido. escrita por Codyzitos


Capítulo 8
Eu adquiro poderes.




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— Minha… Hã… Eu… — eu estava perplexo, meus olhos arregalados, tantas notícias chocantes num dia só.

— Me desculpe só falar agora... É que...

Lares foi interrompida por Carol que gritava um pouco distante dizendo que daria inicio ao Caça a Bandeira. Eu saí correndo sem hesitar, já estava começando a ficar furioso com tantas notícias chocantes. Primeiro minha vida comum vira uma agitação sem limites. Um garoto sacrificou sua vida para salvar uma equipe. Tive minhas primeiras batalhas e fui golpeado pra valer. Minha mãe morrera diante dos meus olhos. Encontro com o deus Poseidon com a notícia que eu seria um ótimo filho para ele. Deixo meus amigos cães sozinho para acompanhar adolescentes para um acampamento. Agora encontro com minha suposta irmã. Isso tudo em... hã... Dois dias? É.

Quando cheguei até Carol, ela segurava uma armadura completa para mim: braceletes, torso, canelas e capacete, só. Também me entregara uma espada média.

Em seguida, todos os semideuses se reuniram num círculo com uma fogueira apagada ao meio — era aproximadamente cinco e meia da tarde — eu mantinha uma expressão séria, e tentava não olhar para Lares que estava do lado oposto ao meu. Minha vontade naquele momento era descontar minha raiva batendo em alguém, idiota da minha parte? Com certeza. Conversando com outros semideuses no círculo estavam os que eu conheci: Thalles, Lyu, Tony e Marrie. Tentei não olhar para eles também.

— Será que poderia ir um pouco para o lado? — uma voz feminina soou atrás de mim, seguidamente por um cutuque nas costas.

— Ah, desculpe — dei uns passinhos para o lado, mas mantive o olhar em Carol que relia um papel com um sátiro antes de começar a falar.

— Oi, eu sou a Mary — disse a garota ao meu lado, olhei para ela e a mesma se olhava num espelho de mão ajeitando seu cabelo ruivo acobreado.

— Hã... Cody — falei e a garota me encarou.

— Você poderia fazer algo mais decente em seu cabelo, sabia? Muito bagunçado!

— Acho que gosto dele assim.

— Hum. Tudo bem então — ela apontou o espelho de mão para meu rosto — está vendo? Hein? Hein? Desgrenhado!

— Você sabe ser irritante, sabia? — fitei seus olhos cor azul esverdeado.

— Você sabe ser bagunçado, sabia? — ela fez uma careta ao mesmo tempo não perdendo sua beleza.

Carol começou a falar interrompendo a conversa de todos, quando olhei para Carol, tinha notado que eu havia me prendido naquela conversa com Mary.

— Bem, daremos início hoje a mais uma de nossas tradições do acampamento, o caça a bandeira, todos vocês, digo grande maioria, já estão carecas de saber como funciona.

— Achei ofensivo! — gritou um garoto careca no meio dos outros campistas, todos caíram na gargalhada.

— Está bem — Carol falava tentando não rir muito — enfim, temos campistas que não sabem muito bem ainda, mas só para reforçar: pelo amor dos deuses! Não lutem para machucar e sim para atordoar e imobilizar o adversário, não somos inimigos e isso não é um jogo de morte. A regra é simples: organizem o time com a melhor estratégia que podem, tentem achar a bandeira, enquanto batalha com outros semideuses pelo caminho SEM machucar pra valer. O time que conquistar a bandeira adversária primeiro vence!

Cada campista tinha seus braceletes da cor de acordo com seu time, meus braceletes eram da cor vermelha, logo: time vermelho. Os times eram divididos entre azul e vermelho. Cada time foi até suas respectivas bandeiras. Meu time organiza as pessoas que ficariam na defesa, meio de campo, ataque e quem seria veloz para poder pegar a bandeira.

— Ei! — Mary se aproximou e pensei, que menina chata, o que raios ela quer comigo? — você luta bem?

— Não sei, por quê?

— Ah, não sou muito boa, sabe? — disse ela jogando o cabelo para o lado.

— Você é filha de quem, por acaso?

— Afrodite — disse ela passando uma das mãos na própria bochecha.

— Deusa do amor, da beleza e... — minhas bochechas coraram — outra coisa. Está explicado.

— É, minha mãe nunca foi boa em lutar, logo não tenho esse talento.

De repente Josh, o cara que enfrentei na escalada — que por acaso estava no mesmo time que eu — gritou ‘’Por Ares!’’ outros campistas gritaram em seguida e os seguiram correndo.

— É, parece que começou — puxei Mary pelo braço e corremos bosque adentro.

Corremos alguns passos e nos escondemos atrás de uma árvore quando avistamos três semideuses à frente.

— Sério que não sabe nem um pouco de luta? Nada mesmo?

— Nadinha — disse Mary segurando sua espada com as duas mãos — você é filho de que deus? Poderia usar alguma habilidade dele — disse fitando-me.

Um pequeno riacho escorria próximo dos três semideuses ‘’eu poderia controlar aquilo? Poseidon estaria me observando e me ajudar? Bobagem, isso é só um jogo, e mesmo assim nem filho dele eu sou’’.

— Fique aqui — falei para Mary, a mesma assentiu.

Avancei de trás a árvore, ficando frente a frente com os três campistas, um deles era Thalles.

— Melhor se render, Cody. Três contra um.

— Não vejo problemas — fiquei em posição de ataque.

Thalles avançou empunhando sua espada, rapidamente movi uma das mãos em direção deles, notei que o riacho que escorria atrás deles moveu-se um pouco mais rápido, me enchi de esperança, mas então algo me surpreendeu, uma barreira de chamas negras subiu impedindo a passagem de outros dois campistas, Thalles havia passado a tempo.

— Deuses! O que foi isso? — Thalles olhou as chamas negras e fitou-me.

— E-eu... Não faço ideia — falei, mas Thalles agora fitava algo acima da minha cabeça.

— Cara... Você foi reclamado — disse Thalles com os olhos arregalados.

— Acho que eu esperava por isso — movi minha mão para frente e as chamas negras empurraram os dois campistas.

— Cody! — um gritinho feminino soou as minhas costas, me virei rapidamente e vi Mary caindo ao chão — me ajuda, rápido!

Outros dois campistas surgiram das árvores na intenção de desarmar Mary, direcionei minha mão direita para eles, e chamas negras passaram voando atingindo seus torsos e derrubando-os. Olhei para frente no segundo exato que Thalles havia avançado num ataque, levantei minha espada no último segundo e me joguei para o lado, nossas laminas passaram deslizando uma na outra formando o som de ferro sendo raspado.

— Quando foi que ficou tão habilidoso? — perguntou Thalles num sorriso irônico.

— Desde quando decidi parar de ser um moleque chorão — falei erguendo meu braço para o céu, concentrando-me no chão, e outra coisa incrível me surpreendeu, rochedos negros surgiram abaixo de Thalles, foram subindo e subindo com ele sendo levado para as alturas.

— Cara! Posso ver meu chalé daqui! — gritou Thalles enquanto dava risada.

— Vem! É nossa chance, Mary — ajudei-a a levantar-se e corremos próximo das árvores.

— Você foi reclamado! Eu vi! Seu pai é Hades. E você usou uns trecos escuros contra eles, foi demais — disse Mary.

— É. Não tenho dúvidas, Mary. Sou filho de Hades.

Depois de alguns minutos encontramos a bandeira. Mary quase soltou um grito de comemoração, mas tapei sua boca rapidamente.

— Quer chamar atenção do inimigo, justo agora?

— Como iremos pegar? Tem cinco campistas protegendo.

Foi então que Josh surgiu sozinho, frente a frente com os cinco campistas, ele segurava um escudo e mantinha-se agachado para proteger-se do arqueiro Lyu, que protegia a bandeira também.

— Venham dançar comigo! — disse Josh soltando uma risada.

Dois semideuses foram enfrentar Josh, se afastando um pouco da bandeira, com isso restara três semideuses, um deles era Lyu com seu arco e flecha, mirando para acertar em algum local de Josh que não o machucaria, apenas o imobilizaria do jogo.

Lares surgiu do outro lado da bandeira, de frente para mim. Mary saiu correndo para trás da bandeira, chamando a atenção de Lyu que mirava enquanto ela corria freneticamente. Lares revelou sua presença para os outros dois semideuses.

— Ei, molengas. Venham cá! — desafiou.

Era minha chance, Josh enfrentara dois campistas, Lares se preparava para o mesmo e Mary corria prendendo a atenção de Lyu. Era uma boa estratégia... Para ocasiões improvisadas e de pura sorte como essa. Surgi de trás da árvore correndo em direção à bandeira, Lyu virou-se rapidamente num susto e Mary jogou-se em cima dele, ambos caíram.

— Corre! Vai! — gritou Mary.

Senti-me confiante, sai correndo na direção de onde Josh viera. Enquanto eu corria, Tony apareceu acima de mim, voando com seus All-Star alado brandindo uma espada para tentar me acertar.

— Não vai ser tão fácil assim, cara! — disse Tony desferindo um golpe em mim, abaixe-me e a espada atingiu o tecido da bandeira, fazendo um corte na mesma.

Saltei e segurei-me com uma das mãos no tornozelo de Tony e brandi a bandeira para cobrir seu rosto impedindo-o de me acertar. Tony começara a voar descontrolado, quase que batíamos nas árvores, então ele começou a chutar o vento com a perna que eu me segurava, voamos com mais velocidade agora. Minha mão estava deslizando com a frequência de chutes e a velocidade que voávamos agora eu estava agarrado na ponta de seu tênis alado que acabou soltando do seu pé.

Com a velocidade e altura que Tony havia atingido no desespero. Eu acabei sendo lançado contra uma árvore quando seu tênis escapou do pé. Eu esperava bater de cara na árvore, daria um machucado feio e uma cara quebrada, mas, surpreendentemente eu fui engolido pelas sombras, vendo apenas a escuridão naquele momento.


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