Surge um escolhido. escrita por Codyzitos


Capítulo 1
E a loucura começa aqui.




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Era um dia qualquer, ou quase. A única coisa que me pergunto é: porque justo comigo? Não entendo, sabe, eu só queria uma vida normal.
Direto ao aviso: se um dia essa situação acontecer com você, bem, lhe desejo sorte, muita sorte.
Problemas familiares? É o de menos. Relacionamentos? Quem dera. Adolescência problemática? Deve ser. Aquela loucura começou no meu último dia no ano escolar. Último dia de aula, alunos comemorando, poucas lições, conversas de um lado para o outro, professor trocando papo, e por ai vai. Eu? Bem, não era muito chegado as pessoas de lá, era meu primeiro ano naquele colégio e, eu não consegui me adaptar ao lugar, logo eu tinha pouquíssimos amigos, ou melhor, um amigo. Pode me chamar de antissocial ou coisas do tipo, mas nem é esse o real motivo, é que certas conversas não me agradam e blábláblá. Enfim, a loucura estava prestes a começar as 21h30minh, justo no meu intervalo. Bateu o sinal, e como sempre o bando de desesperados saíram correndo, e eu sempre espero todos saírem, e vou em seguida, juntamente com meu amigo, Jimmy Fysi, sobrenome estranho? É, creio que sim. Mas eu perdoaria esse sobrenome estranho, afinal, o coitado não tinha o movimento das pernas, usava duas muletas. Quando saímos da sala, por incrível que pareça todos os corredores estavam vazios, exceto por três professores que me encaravam, de frente para as escadas. Olhei para Jimmy, o mesmo transmitia muito nervosismo, prestes a suar. Por fim, eu dei alguns passos olhando para Jimmy, o mesmo fitava os professores, e então eis que a loucura começa, quando voltei meus olhos para os professores, eles já nem eram mais humanos, o que raios era aquilo? Criaturas sujas e feias.

— Cara, era isso que eu temia — Jimmy conseguiu dizer.

— Você já esperava por isso? Como assim? — falei, fitando as criaturas.

— Sim, Orcs... Hãn? Mas... Ah, droga!

Jimmy foi interrompido quando um dos Orcs deu um salto em nossa direção, e sei lá por qual milagre Jimmy pegou uma de suas muletas e deu um golpe no Orc, parecendo um jogador de Baseball.

— Cara! O que foi isso!? — falei perplexo.

— Então, podemos conversar mais tarde?

Mais uns cinco Orcs surgiram de uma sala. Mas, por incrível que pareça, nem foi o que me surpreendeu, na verdade, fui surpreendido com um garoto que surgiu das escadas gritando por Jimmy. O garoto vestia, aparentemente, um traje de batalha, peitoral, braceletes, tornozeleiras e segurava um escudo e uma espada média.

— Sério que você veio sozinho!? — disse Jimmy desesperado.

— Qual é, eu posso muito bem dar conta — um Orc pulou no garoto, mas o mesmo se desviou com o escudo rapidamente — ou não...

— Bem, aquele ali é Thalles, filho de Demét...

— Deixa apresentações para depois Jimmy, o garoto ai nem sabe o que está acontecendo... Ei! Pega esse escudo! — Thalles jogou o escudo para mim — vamos correr para o teto, rápido!

Thalles conseguiu abrir passagem com golpes manejando a espada até as escadas que dão para o teto do colégio. Jimmy não teve muitos problemas, deu um salto pegando impulso na cabeça dos Orcs que eu fiquei me perguntando “como um paraplégico pode fazer aquilo!?” Mas eu já tinha uma preocupação maior... Este sou eu, Cody Okumura, o garoto de 15 anos aparentemente problemático, segurando um escudo de batalha enquanto pensava na melhor maneira de abrir passagem por meia dúzia de Orcs furiosos... Pensando melhor, isso está sendo a coisa mais surpreendente de todo ano escolar nesse colégio tediante.

Eu tinha tudo e ao mesmo tempo nada para conseguir sair daquela vivo, então fiz a coisa mais óbvia e ridícula, cobri o escudo o máximo que pude na minha frente e corri na direção deles, e por incrível que pareça, funcionou, assim que consegui abrir passagem me virei rapidamente e um Orc bateu de cara no escudo, sorte? É, com certeza. Comecei a subir as escadas correndo, e conseguia ouvir os gritos furiosos dos Orcs, se eu estava desesperado? Nem um pouco, até porque isso aconteceu comigo direto, não é mesmo?
Chegando ao telhado, eu me joguei no chão, pois vi dois arcos apontados para mim, e no caso, passaram zunindo por mim, acertando dois Orcs que estavam na minha cola, aproveitando a situação eu chutei a porta e me levantei para fecha-la e atrasar o restante dos Orcs. Sentei próximo da porta. No telhado estava Jimmy segurando suas muletas, Thalles segurando uma espada, perto de ambos estavam três pequenos montes de poeira, e mais próximo estava outro garoto alto e meio magrelo, cabelo loiro e segurando um arco, ao lado dele um garoto mais fortinho com cabelos castanhos bagunçados também segurando um arco, o mesmo se aproximou de mim fitando minha perna.

— Ei, sua perna não está doendo? — falou ele enquanto pegava algo na bolsa, olhei para minha perna, e tinha um corte, sangrava um pouco também — Aqui, deixa que eu cuido.

— Ah, valeu, cara.

— Tudo bem. Prazer, Franklin, filho de Apolo — disse Franklin enquanto passava uma pomada no meu ferimento da perna.

— A questão é a seguinte — Jimmy começou a dizer — desde quando Orcs são monstros gregos? Porque diabos eles viriam atrás desse semideus?

— Ei, cara! Poderiam responder minhas perguntas primeiro? Não entendi nada do que está acontecendo até agora. — interrompi — Como assim ‘’semideus’’? Filho de Apolo, monstros? Que raios é isso?

— Vamos lá — o garoto loiro começou a falar — bem, eu sou Lyu, Lucas Lyu, filho de Apolo. E somos semideuses, filhos de deuses olimpianos com mortais e

— Cara! Isso é possível? — interrompi surpreso.

— Bom, é — prosseguiu Franklin — e alguns herdam as habilidades do seu pai ou mãe divino, por exemplo, Lyu é melhor no arco e flecha do que eu, mas eu sou o melhor com medicamentos, curativos etc. — Franklin estralou os dedos e apontou para Lyu como se disse-se ‘’engole essa, cara!’’ e Lyu fez careta e virou o rosto.

Antes de continuarmos o assunto, o barulho na porta ficou mais alto, podiam-se ver rachaduras surgindo, não teríamos mais de 5 minutos de sossego agora. Então uma pancada mais forte na porta e uma abertura pequena se abriu, era possível ver um peitoral de pedra, apenas.

— Hm, acho que temos uma companhia maior — disse Franklin colocando uma flecha em seu arco — já vi que não vamos conseguir chegar mais cedo para comer torta, mas fazer o que.

Então a porta arrebentou e meia dúzia de Orcs entrou e um Orc com o dobro do tamanho entrou por último. Jimmy e Thalles ficaram na minha frente me protegendo, Lyu estava um pouco mais afastado disparando flechas, Franklin analisava a ameaça maior e eu, bem, não fazia a mínima ideia do que fazer. Enquanto lutas eram travadas e eu segurava o escudo espantado, fitei os movimentos de Franklin, não sei o que ele tinha na cabeça, mas vi o mesmo sacando uma adaga e segurando uma flecha com a ponta meio esverdeada, esquivando de golpes do Orc maior.

— Ai, fedorento! Sua mãe te dava banho de lama e água suja! — provocou Franklin, se a atual situação não fosse tão tensa eu até teria chegado a soltar uma risada.

Então o doido do Franklin subiu nas contas do Orc maior, e cravou a flecha com a ponta esverdeada por baixo do peitoral de pedra. O Orc maior berrou de dor e tentou acertar Franklin, mas o mesmo havia pulado das costas, correu para frente e empurrou à flecha, cravando-a mais no peito do Orc, então o mesmo agarrou Franklin pronto para esmaga-lo com uma das mãos, mas Franklin escapou e pulou para a cabeça do Orc. Ao ouvir mais um berro do Orc maior, quatro Orcs menores pularam nas costas do maior, assim puxando e cortando a perna de Franklin com as unhas afiadas. Franklin cravou sua adaga no ombro do Orc maior para não cair de cima do mesmo, mas não aguentava os Orcs menores arranhando sua perna. O Orc maior estava se mexendo muito, Lyu tentava acertar flechas num dos Orcs menores, mas era difícil, quando finalmente corremos na direção deles, Franklin puxou sua adaga para trás, ainda cravada no Orc maior, então o mesmo tropeçou caindo do alto do teto com Franklin e o restante dos Orcs menores nas costas.

— NÃO! — gritou Lyu — Não, não! Não é possível! — ele largou o arco e correu para ver o resultado da queda.

Então aconteceu o que todos temiam... Franklin se foi... A única coisa que víamos era muitas cinzas dos monstros, apenas. Lyu sentou pensativo e com os olhos arregalados.

— Franklin... Ele... Foi um ótimo irmão... — então escondeu o rosto.

Eu me sentia culpado... Aquele grupo estava ali por minha causa, vieram para me resgatar ou algo assim... E Franklin se sacrificou pela equipe, e é claro que eu era o mais fraco dali, não conseguia aceitar essa perda, mal conhecia Franklin, mas jurei a mim mesmo que a morte dele não seria em vão.

De repente, minha vida já virou uma loucura completa.


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