Aventuras no tempo escrita por Sophie Valdez


Capítulo 44
Words I never said


Notas iniciais do capítulo

Hello People!

Espero que gostem do capítulo, é um pouco mais calminho para recuperar das mortes mas no próximo já começa a ação de novo.

O nome do capítulo é uma musica linda que eu estava ouvindo, e como não tinha idéia pro nome do cap, ficou isso!

Boa leitura!



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POV LILY LUNA

A casa dos Potter ficava em uma zona rural, não muito longe de Londres. Depois da varanda, no fundo da casa, tinha um grande jardim com grama verdinha e um pequeno lago. Era um lugar lindo, com um campinho de quadribol no canto. Sorri pensando nas milhares de vezes que meu avo deve ter brincado ali, mas um sorriso triste.

Depois que achamos os corpos dos meus bisavós eu fiquei em estado de choque. Só consegui realmente acordar quando Dumbledore e os aurores chegaram, falando que iam investigar e arrumar o enterro. No momento que o diretor disse que James e Lily viriam mais tarde, eu fui para a varanda, fugindo.

Eu não era a única ali no fundo. Na beira do lago estavam James e Dominique. A loira estava sentada encostada em uma arvore e meu irmão estava com a cabeça no seu colo, de olhos fechados. Ele parecia bastante abatido com tudo, e a companhia de Domi devia ajudar bastante. Eu gostaria de ter alguém comigo, da mesma maneira que eles tinham um ao outro, por mais que fosse de um jeito torto.

_ Aposto que se zoarmos com mais tarde, eles vão negar até a morte que estavam no maior Love. – me viro encontrando o sorriso tímido de Alvo.

_ James Sirius devia ser menos idiota e ficar logo com a Domi. – comento meio avoada. Alvo vem até mim e se encosta na bancada junto comigo.

_ James e Lily já chegaram. – ele diz olhando pro nada.

_ Eu sei. – respondo olhando pro chão. – Ouvi as vozes deles... Como James está?

_ Mau. – responde direto. – Porque não vai lá?

_ Eu não consigo... – sussurro me agarrando a bancada da varanda. – A culpa é minha Alvo, toda minha. Eu pensei que podia salvar todo mundo mas ... Só o que eu causei foi mais morte!

_ A culpa não é sua. – Alvo diz categórico. – Lily, nós somos do futuro e estamos tentando mudar certas coisas, mas ainda estamos no meio de uma guerra! E em guerra pessoas morrem, é inevitável.

_ Mas eu quis interferir na linha do tempo para impedir essas mortes! – exclamo sentindo formar-se um bolo na minha garganta.

_ E se tudo der certo nós vamos impedir. Muitas mortes. – ele afirma segurando meus ombros. –Mas não todas Lily... É impossível. E não é sua culpa, entenda.

Eu concordo com a cabeça ainda hesitante e Alvo me abraça carinhosamente, como não fazia a muito tempo. Alvo era meio frio e calculista as vezes, mas no fundo eu sei que meu irmão é um coração mole.

_ Vamos entrar? – ele pergunta me soltando e eu aceno em concordância. – Ok... Será que devo chamar James? – acrescenta olhando para nosso irmão que ainda estava do mesmo jeito com Dominique.

_ Não, deixe eles aproveitarem um pouco. – digo dando de ombros e respirando fundo.

As pessoas estavam ocupando a cozinha da casa, já que a sala estava meio desconfortável. Os aurores e Dumbledore não estavam a vista, nem Sirius, Remo ou Teddy.

Na mesa, ao canto, James estava sentado olhando para a madeira enquanto Lily ficava ao seu lado, segurando sua mão calmamente. Quase sorri com aquela cena, mas meu coração estava muito apertado.

_ Lily! – minha linda avó exclama percebendo minha chegada e se solta do namorado para me abraçar. Retribuo seu aperto sentindo- me um pouco mais tranquila e a sinto beijar meus cabelos carinhosamente. – É tão bom ver você de novo...

_ É bom te ver também vovó. – digo sorrindo torto com a última palavra. Mas meu sorriso logo acaba quando James se levanta e fica na minha frente. Seus olhos estavam vermelhos e inchados, e os cabelos mais bagunçados do que nunca. – James...e-eu... eu... – engasgo sentindo o bolo na garganta voltar e minhas mãos começam a tremer. Ele dá um passo hesitante até mim e sinto seus braços me envolverem em um abraço terno, tão cheio de sentimento que me faz chorar silenciosamente. – E-eu sinto... muito...

_ Eu sei. – ele responde com uma voz rouca entrecortada. – Não precisa ficar assim. – ele me solta e segura em um dos ombros de Alvo. – Meus pais, seus bisavós, eram guerreiros. – James solta um pequeno sorriso triste. – Morreram com honra, lutando pelo o que eles acreditavam... E vão ser vingados, com certeza. – senti sua voz mudar no final, mas achei melhor ficar quieta.

Ouvi um barulho de passos atrás de mim e logo Domi e James Sirius entraram na cozinha. Minha prima estava levemente vermelha, assim como meu irmão, o que era estranho, mas deixei minhas duvidas de lado quando James S. se aproximou e abraçou nosso avo.

_ Onde está Teddy? – pergunto para Vicky, que estava com um olhar vago.

_ Ele foi em um lugar... com Sirius e Remo. – ela responde engolindo em seco e me encara. – Na caverna onde está o medalhão.

_ Foram... Mas... É perigoso não é? – digo aturdida com a informação. – Eles podem se machucar! Teddy devia ter esperado, ou levado mais alguém.

_ Ele não queria nem levar Remo e Sirius. – Lily diz ao meu lado balançando a cabeça. – Sirius não devia ter ido... Ele estava abalado com tudo o que houve. Uma pessoa assim não pode enfrentar uma coisa dessas, esse perigo... Sirius pode tomar decisões precipitadas.

_ Ele vai ficar bem. – James C. diz fungando.

James Sirius bufou de repente indo para o outro lado da cozinha e olhando pela janela. Meu irmão parecia ter amadurecido com toda essa aventura sem perder o bom humor as vezes, mas agora além do luto nós tínhamos uma preocupação.

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POV ALVO

Ninguém conseguiu sossegar nas horas seguintes. Lily E. fez um chá calmante para acompanhar o bolo de abóbora que estava quentinho no forno, porém poucos conseguiram comer pensando que a Sra. Potter fez o bolo pouco antes de morrer.

O clima era o pior possível. Os dois James pareciam nunca mais conseguir fazer piadas e Victorie não parou de andar um minuto. Por isso, e porque estava com sono, quase caí da cadeira quando a porta da casa foi aberta com força fazendo um estrondo. Me endireitei no momento que Remo entrou ajudando Teddy, que estava pendurado no seu ombro.

_ T-Teddy.. o que houve? – Victorie pergunta correndo até o noivo que se senta ofegante em uma cadeira.

_ Água. – Teddy diz rápido. – Água, eu preciso... p-preciso de água! – sua voz alarmada fez um copo de água chegar até ele rapidamente. Teddy engoliu tudo em desespero e pediu por mais.

Notei que suas roupas estavam manchadas de sangue, sangue que vinha de um ferimento de Remo, bem embaixo das costelas. Mas antes que eu pudesse perguntar se ele estava bem Sirius entrou na cozinha.

Seu rosto estava branco, os olhos vermelhos e vagos. Ele parecia estar em pé por milagres, como se um vento pudesse derrubá-lo.

_ Sirius..? – James P. o chama franzindo a testa. – Sirius, você... você está bem..?

Sirius porém não responde, e passa por nós indo em direção as escadas e subindo rápido.

_ O que houve com ele? – Rose pergunta preocupada para Remo que parecia abalado, mas no momento que ele abre a boca para responder ouvimos um grito amargurado no andar de cima e o som de coisas se quebrando.

_ É Sirius? É...é claro que é Sirius... – Alice diz confusa. – Porque ele... está assim?

_ Nós conseguimos pegar o medalhão, mas Voldemort tinha deixado guardas na caverna. – Remo conta passando a mão no rosto. – Eram dois comensais... Um deles era Régulo.

_ Ele está assim porque o irmão é comensal? Mas já tínhamos falado! – Scorpius exclama.

_ Não... Não é por isso... – Remo parecia cansado e se sentou tremendo em uma cadeira. – Sirius e nós... nós tentamos fazer Régulo mudar de lado. E ele quis... Régulo decidiu mudar de lado e ficar contra Voldemort, ao lado de Sirius! Mas... Mas logo em seguida o outro comensal, que achávamos estar desacordado, ele... ele matou Régulo.

Um arquejo foi solto por alguém na cozinha, mas o choque da notícia não me fez ver quem era. As poucas imagens que eu tinha de Régulo Black veio a minha mente enquanto Sirius parecia quebrar tudo no segundo andar.

Levantei meu olhar quando ouvi passos. Meu avo tinha se levantando e subido as escadas correndo, provavelmente sabia do que Sirius precisava agora. Remo fez menção de segui-lo mas foi barrado por Alice, surpreendentemente.

_ Precisamos cuidar disso R-remo... – ela diz cautelosa apontando para a mancha de sangue no lado da camisa, que tinha aumentado desde que ele chegou.

Teddy estava quase desmaiando sobre a mesa, e Scorpius acabou levando ele para a sala junto com Hugo.

Alice rasgou a camisa ensanguentada de Remo com mãos tremulas e pediu um recipiente com água. Rose providenciou conjurando água com a varinha e Alice continuou o trabalho limpando o ferimento que era um corte e fazendo algum feitiço com a varinha que estancou o ferimento.

_ P-prontinho... – ela diz ainda nervosa. – Eu não sou uma e-especialista mas.... minha mãe é curandeira e eu sei alguma coisa...

_ Está ótimo Alice, obrigado. – Remo responde sorrindo minimamente para Alice e ela retribui. Senti um incomodo no estomago ao ver aquela cena e logo me repreendi. Como eu podia ter ciúmes de Alice com Remo Lupin? Ele é uns quarenta anos mais velho que ela! E além do mais Alice não é nada minha, somos só... amigos....

Os gritos de Sirius tinham se cessado e Remo subiu as escadas lentamente para não abrir a ferida. Nós continuamos na cozinha sem saber o que fazer até Lily E. limpar a garganta.

_ Acho melhor fazer algo mais sustentável para comer. – ela diz com a voz tremula. – O enterro dos Potter’s será amanhã de manhã, é melhor todos... descansarem. – Lily parecia se conter para manter a calma. Victorie tinha ido atrás de Teddy, então coube a Rose e Domi ajudarem Lily.

Alice, que estava até agora agachada no mesmo lugar se levantou e praticamente correu da cozinha. Troquei um olhar com meu irmão e ele acenou com a cabeça para que eu a seguisse e eu o fiz, mesmo não sabendo ao certo o porque.

Vi de relance ela entrar no banheiro antes que a porta se fechasse. Parei em frente e bati na madeira hesitante.

_ Alice..? – pergunto e me encosto na porta ouvindo soluços baixos. – Alice! Lice... abre a porta!

_ E-eu estou... bem... Alvo..! – ela diz fungando com uma voz fraquinha quase inaudível.

_ Alice, eu sei que você não está bem. Não sei o porque, mas me deixa te ajudar. – digo encostando a testa na madeira fria. – Por favor... Abre a porta princesa...

Ouvi seus passos e ela abriu a porta. Alice estava chorando, soluçando compulsivamente, com as mãos ainda manchadas com o sangue de Remo. Seu corpo tremia tornando sua imagem frágil.

_ Ei! Shiiu... – digo lhe abraçando a acariciando seus cabelos. – Calma Lice...

_ E-eu não s-sei o que está... acon-te-tecendo... comigo..! – ela diz baixinho. – Vi o s-sangue e... pensei no Sr. e na Sra. Potter... e a-agora no Régu-gulo... E de repente não consegui mais... respirar..! – Alice se vira para a pia a começa a esfregar as mãos com força tentando tirar o sangue. - A-Acho que... estou tendo um ataque... de pânico..! – ela soluça tentando se controlar mais falhando. – N-Não consigo...

_ Olhe para mim! – digo apertando seu ombro e ela me encara de volta. – Se concentre nos meus olhos ok? E agora respire Alice... Está tudo bem, eu estou aqui com você. Vai ficar tudo bem.

Alice foi se acalmando aos poucos, suas pupilas antes dilatadas voltaram ao normal, e alguns minutos depois conseguiu dar um sorriso envergonhado.

_ Você deve me achar uma boba... – ela sussurra olhando para as mão molhadas ainda meio sujas.

_ Não, não acho. – digo sorrindo e dando uma beliscadinha na bochecha dela que estava vermelha de vergonha. Deslizei minhas mãos dos ombros até as suas mãos e as levei até a pia, lavando delicadamente o sangue que estava ali. Alice soltou mais um soluço e eu sorri secando suas mãos. – Pronto...

_ Obrigada. – ela murmura baixinho, e antes que eu possa falar algo ela se aproxima juntando nossos lábios em um beijo rápido, tão rápido que fiquei sem reação, estático. Alice se afastou ainda de olhos fechados e abriu aos poucos me olhando receosa.

Eu ainda conseguia sentir o leve toque dos seus lábios, o perfume que me invadiu. Mesmo rápido o beijo foi suficiente para meu coração acelerar.

_ Desculpa... D-desculpa Alvo... Eu não devia ter feito isso! – Alice exclama colocando as mãos na boca e engolindo em seco. – Esqueça isso ok?

Ela se encolhe para passar por mim na porta do banheiro enquanto eu ainda estava com o cérebro em pane. Só quando meus neurônios derretidos perceberam o que ela tinha dito que me virei a alcancei no corredor, já quase entrando na cozinha.

_ Alice, não me peça para esquecer isso. – digo lhe puxando para perto de mim. Acaricio seu rosto até minha mão se encaixar em sua nuca. – Até porque foi muito rápido para me lembrar de alguma coisa...

_ Alvo, eu não devia ter...

_ Cala a boca princesa. – exclamo sorrindo e lhe beijo, agora com vontade e sem paralisar.

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POV TEDDY

Acordei com a boca seca e amarga. Minha cabeça doía e parecia que eu estava de ressaca. Abri meus olhos e encarei um teto estranho e bege. Sentei-me meio tonto e percebi que estava em um sofá em uma sala.

Victorie estava sentada em uma poltrona ali do lado, cochilando. Seus cabelos loiros estavam caídos sobre o rosto já que o pescoço estava torto pro lado. Fui até lá e agachei ao seu lado, tirando os cabelos e lhe dando um singelo beijo Vic pisca algumas vezes acordando e ajeita o pescoço fazendo uma careta de dor.

_ Teddy..? – ela me olha preguiçosa e então arregala os olhos. – Teddy! Como você está? Melhor?

_ Acho que sim. – respondo suspirando. – Quanto tempo eu dormi?

_ Não sei, acho que não muito. Pedi que Domi nos acordasse antes do enterro, então ainda não é noite. – ela diz olhando para a porta que dava para a cozinha.

_ Como está Sirius? E James? – pergunto preocupado e Vic solta um suspiro nada animador.

_ Tristes, não é? Estão acabados... Sirius não falou com ninguém além de James e Remo desde que chegou. Quebrou um monte de coisas... gritou... Já James está mais calmo, mas não muito.

_ E os outros?

_ Abalados. – ela responde balançando a cabeça. – Mas e você Teddy? Porque foi para lá sem nem me falar? Eu podia ter isso junto! Parece que às vezes você se esquece de que eu sou uma bruxa maior de idade e muito bem treinada em duelos!

_ Eu não me esqueço de quem você é Vic! Mas não podia deixar que se arriscasse comigo!

_ Porque não? Estou junto com você nessa Teddy! – ela exclama nervosa. – Você tem que parar de tentar resolver tudo sozinho. – Vic solta um suspiro cansado. – Tem água ali na mesinha e comida na cozinha, é melhor se cuidar, ainda está fraco.

Victorie saiu da sala sem me dar chance de responder. Eu conhecia aquela loira tempo demais para saber que estava magoada, mas ainda assim ela também tinha que entender que eu não podia pensar em arriscar a vida dela. Eu a amava, e devia protegê-la.


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Notas finais do capítulo

Gostaram?

Fãs de Alice e Alvo gostaram o momento? Só para saberem isso não quer dizer que eles vão namorar agora...a vida é mais complicada que isso.

O momento DR da Vic com o Teddy será importante no proximo episódio, portanto aguardem.

Espero os comentários!


SPOILER DO PROXIMO CAPÍTULO::


— Eu só estou tentando cumprir minha palavra e conseguir o objeto que está guardado no cofre na casa dos Malfoy. - Snape disse nervoso. - E para isso eu vou precisar de uma coisa...
— O que? - pergunto tentando impedir que os marotos comecem uma briga.
— Preciso que Alvo e Scorpius virem comensais.

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Tãm, tã, tã, dãããmmmmmm........