Contos aleatórios de ASOIAF escrita por Caio Tavares


Capítulo 4
Hugor


Notas iniciais do capítulo

Essa é uma especulação sobre a história de Hugor da Colina, o fundador e primeiro rei do povo ândalo.



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O dia estava finalmente claro. A enorme nuvem escura que cobrira os céus durante quase uma volta de lua se fora no exato dia em que a guerra acabou. A Colina estava tomada, e os homens primitivos que lá viviam estavam mortos ou enxotados para bem longe dali. Hugor ainda se lembrava de quando era criança, quando vivera nas Terras do Longo Verão em meio às tribos da península, mas os valirianos cresceram e se encheram de ego, por isso os haviam expulsado de lá. Não importa, pensou. Agora tinham um novo lar, algo melhor para se preocupar.
Os deuses valirianos estavam abandonados com esse rompimento, e há mais de trinta anos os ândalos não sabiam a quem rezar, mas tudo estava resolvido agora. Na noite anterior à ultima batalha, Hugor acendera uma enorme pira e rogara aos céus que enviasse uma resposta, algum deus que pudesse dar uma direção ao seu povo. Alguns chegavam a dizer que ele era o novo deus, algo que rejeitava completamente. Era o general, o líder. O conquistador e rei, se assim desejassem, já que os valirianos haviam coroado o rei Tarkyenae, poderiam coroar Hugor também. Os deuses haviam respondido sua prece. Não os deuses pagãos de Valíria, mas os verdadeiros deuses.
O clarear do dia encheu o ândalo de esperança. Ele anunciara a todo o seu povo que comparecesse ao pé do topo da Colina, porque ele estaria isolado lá. Hoje escolhera usar suas melhores peles, roupas que não vestia há tempos devido à guerra, mas seria uma ocasião especial. Seus cabelos castanho-dourados pousavam sobre um pesado manto branco de pele de urso, e em suas mãos havia a espada de ferro com a estrela se sete pontas com que sonhara no punho. Sete dias se passariam, disseram os deuses depois que a fogueira se apagou e Hugor foi dormir. A guerra foi vencia e os campos agora estavam limpos, com cada homem trabalhando em sua terra e casas de pedra sendo construídas. Para Hugor estavam construindo um verdadeiro castelo, tão grande quanto qualquer fortaleza valiriana.
Uma forte luz, muito mais forte que o sol desceu dos céus por entre as nuvens, deixando todos cegos por um instante. Quando recobrou a visão, Hugor viu sete vestes brilhantes à sua frente. As sete pessoas tinham a altura sete vezes maior que qualquer homem, mas sua aparência era tão humana quando a deles. Um senhor de barbas louras e ar sábio estava à frente de todos os outros, carregando em sua mão uma enorme estrela de sete pontas. Em seu peito vinha escrita a palavra “Pai”. Uma mulher de idade média vinha atrás dele, com uma expressão afável no rosto e o título de “Mãe” em seu peito. A velha que estava ao seu lado carregava uma lâmpada em suas mãos, que iluminava tudo ao seu redor. Só então Hugor percebeu que anoitecera, e que toda a luz que via era da glória de seus deuses.
Dois homens fortes vinham juntos dos céus, um tinha rosto duro e carregava um martelo e uma bigorna, e o outro vergava uma poderosa armadura de ferro e vinha com uma espada e um escudo, ambos decorados com a estrela de sete pontas. Uma mulher bela e jovem com o nome de Donzela veio depois, seguida por um homem sombrio e encapuzado.
“O Pai estendeu a mão para o céu e pegou sete estrelas e uma por uma, pô-las na cabeça de Hugor da Colina para fazer uma coroa brilhante. A Donzela o levou para uma jovem tão suave como um salgueiro e com olhos como profundas piscinas azuis, e Hugor declarou que iria tê-la para sua noiva. Assim, a mãe fez fértil, e a Velha predisse que ela daria à luz o novo rei Rei e maia quatro e quarenta poderosos filhos. O guerreiro deu força aos seus braços, enquanto o Ferreiro forjou para cada cavaleiro uma armadura de chapas de ferro.”


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Notas finais do capítulo

E os ândalos constituíram seu rico reino em sua poderosa Colina de Andalos, sempre apoiados na Fé dos Sete e nas sagradas escrituras da Estrela de Sete Pontas. Prosperaram por três mil anos, até que os senhores valirianos encontraram seus dragões e decidiram conquistá-los. Sob a liderança do rei Artys Arryn, descendente de Hugor, os ândalos atravessaram o Mar Estreito e conquistaram Westeros, onde tiveram mais seis mil anos de paz e prosperidade.



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