Evolet Potter II escrita por Victorie


Capítulo 9
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Hello people!
Como estão? Bem? Curiosas? Ansiosas?
Enfim, o capítulo está ai e espero que gostem, beijos.
Ps: Me desculpem por não colocar o nome de nenhum feitiço mas eu não sei quase nenhum encantamento e a internet nem sempre é muito boa em me fornecer esse tipo de coisa.



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—Não sou seu namorado, Potter— cuspiu meu sobrenome - Me cansei de brincar com você, tudo o que aconteceu entre nós antes do verão e por todo o outro ano, acabou. Não sei como você foi patética o bastante para acreditar que alguém como eu, Draco Malfoy, iria gostar de alguém como você, uma mestiça, traidora do sangue. – falou usando um tom de nojo – Agora, por favor, pare de me procurar. Cansei de bancar o bonzinho, Potter.

Draco me deu as costas e saiu, ainda sem me olhar. Subiu as escadas que levavam para fora das masmorras pulando de dois em dois degraus, praticamente correndo.

Mordi o lábio inferior tentando me controlar, ainda podia ter alguém andando pelos corredores e eu não queria que ninguém me vise do jeito que eu estava.

Abalada, assustada, espantada.

Como ele podia ter feito isso, eu não entendia, durante todo esse tempo Draco estava brincando comigo?

Senti como se alguma coisa quebrasse dentro de mim, era patético mas eu nunca tinha imaginado que a descrição que os autores de livro faziam quando alguém tinha o coração partido fosse exatamente assim, mas era.

Doía.

Só que diferente dos livros parecia que essa sensação de ter sido quebrada por dentro era muito, muito mais intensa.

Meus olhos começaram a embaçar e antes que eu começasse a chorar sai apressada em direção aos dormitórios da Sonserina.

Entrei no Salão Comunal e por sorte não havia ninguém, atravessei o salão e passei pela porta camuflada que dava acesso aos dormitórios, virei o corredor da esquerda e após alguns passos entrei no meu quarto.

Assim que passei pela porta a tranquei e me deixei desabar.

Boris correu até os meus pés miando preocupado. O peguei no coloco e o abracei com força tentando fazer aquela dor horrível passar.

Mas não passou, nem naquela noite, e nem na próxima.

(...)

Corri pelos corredores até o Salão Principal. Não tinha conseguido dormir durante praticamente a noite toda e quando consegui acabei me atrasando.

Ao entrar no salão o esquadrinhei atrás de Laurie e, mesmo não devendo, atrás de Draco.

Não avistei nenhum deles.

Na verdade o salão estava praticamente vazio e como Merlin me odeia encontrei Snape que assim que me viu arrastou sua capa de morcego para onde eu estava.

—Sempre atrasada. – comentou crispando os lábios e mexendo em uma pilha de pergaminhos em suas mãos – Aqui, tome – entregou um pedaço de pergaminho com os meus horários – e ainda bem que pelo menos um dos meus alunos não foi um completo inútil e conseguiu passar em todas as matérias nos N.OM.s.

Snape disse isso me olhando com uma expressão de indiferença característica dele, porém não pude deixar de reparar que o que ele havia dito era de algum modo um elogio e mesmo achando estranho agradeci e peguei o papel de suas mãos.

Rapidamente Snape me deu as costas indo atrás de outro aluno atrasado e enquanto eu pegava uma maça de cima da mesa olhei meu horário, a primeira aula era de Runas Antigas e eu já estava atrasada.

Ótimo, pensei sarcástica, nada como se atrasar no primeiro dia.

Guardei a maça na bolsa para comer outra hora e corri para a sala.

—Onde estava? – Laurie perguntou baixinho assim que eu me sentei ao seu lado após ter perdido cinco pontos da Sonserina por chegar atrasada e de levar uma bronca da professora – Era pra gente se encontrar no Salão Principal, não era? Acredita que eu me perdi procurando essa sala, tive sorte porque um cara da Corvinal que eu conheci ontem, no banquete, me ajudou a achar a sala mas quase não consegui guardar um lugar para você, te proíbo de desaparecer outra vez, Evolet.

—Me atrasei – respondi brevemente começando a anotar o que a professora falava – Desculpe.

De canto de olho vi Laurie me olhar avaliativamente e depois fazer uma cara de “eu sei que você estava aprontando”.

—Se atrasou por culpa do Draco, não é? – perguntou enquanto fazia anotações – Eu bem que vi que ele também não estava no Salão hoje de manhã, até pensei em perguntar para os amigos dele se vocês estavam juntos mas como eu não os conheço achei que seria esquisito. Especialmente por aquela garota bochechuda de cabelo curto, por Merlin, só porque eu a olhei por cinco segundos ela já fez cara de brava, não gostei dela, sabe quem é?

—Pansy Parkinson – respondi parando de escrever e a olhando – E bem, eu me atrasei e não me atrasei por culpa do Draco.

Não sei se algo em meu rosto me denunciou ou foi o modo como eu falei, mas Laurie me olhou preocupada e hesitou um pouco antes de perguntar.

—O que aconteceu? Vocês brigaram?

—Mais ou menos – respondi já sentindo minha vista embaçar.

Por Merlin, como eu era patética!

É só o termino de um namoro, Evolet, disse a mim mesma, não precisa chorar igual a uma idiota cada vez que lembrar disso.

Supere!

—Nos terminamos – expliquei – ou melhor, ele terminou comigo. Ontem à noite.

Laurie me olhou e depois olhou para frente onde a professora anotava algumas explicações que os livros não traziam.

Fiquei em silêncio esperando Laurie ter alguma coisa para falar mas esse era um dos poucos casos em que eu conseguia fazer Laurie Bernard não ter o que falar.

—Eu sinto muito. – sussurrou alguns segundos depois.

Voltei a copiar o que a professora explicava sem dizer nada.

O resto da aula passou arrastada e sem mais conversas entre mim e Laurie. Quando o sinal tocou arrumamos nossas coisas e após dar uma rápida explicação a Laurie de como chegar à sala de Estudo dos Trouxas fui em direção à nova sala de Snape já que agora ele era o novo professor de DCAT.

Ao chegar à sala reparei como ela tinha mudado de um ano para outro. A sala que antes era banhada pela luz do sol e que, mesmo tendo como professora a Umbridge, chegava a ser aconchegante agora estava sombria com cortinas cobrindo todas as entradas de luz solar e com velas acessas em candelabros nas paredes.

Também era possível ver alguns quadros repugnantes com pessoas sofrendo pelas Artes das Trevas.

Tudo isso dava a nova sala de aula de Snape um ar de igreja medieval que era surpreendente.

Me sentei em uma das carteiras que ainda estavam vazias e esperei que o professor começasse a aula.

Após alguns minutos aterrorizando os alunos dizendo que era pouco provável que conseguíssemos acompanhar os deveres do N.I.E.M ele começou a falar sobre as Artes das Trevas de um modo respeitoso e até carinhoso que não me surpreendeu em nada pois Sirius já havia me contado que, na primeira guerra, Snape tinha sido um Comensal da Morte e depois de servir Voldemort não era de se surpreender que mesmo agora sendo um homem de Dumbledore ele ainda adorasse esse tipo de magia e a respeitasse extremamente.

—As Artes das Trevas são muito variadas, inconstantes e eternas. – Snape falou enquanto andava pela sala - Combatê-las é como combater um monstro de muitas cabeças, no qual, cada vez que cortamos uma cabeça, surge outra ainda mais feroz e inteligente do que a anterior. Vocês estão combatendo algo que é instável, mutável e indestrutível. - Snape andou em direção a sua mesa e parou em frente à mesma. - Suas defesas têm de ser flexíveis e inventivas como as Artes que vocês querem neutralizar. Agora, creio que os senhores são absolutamente novatos no uso de feitiços mudos. Qual é a vantagem de um feitiço mudo?

Hermione ergueu a mão no ar diferente de mim que permaneci com a minha abaixada. Não por não saber a resposta e sim por não ter a mínima vontade de falar.

Snape olhou toda a sala e pousou o olhar em mim ainda me dando a chance de responder.

Sem culpa continuei parada até que Snape foi obrigado a dar licença para Hermione falar.

—Muito bem... – olhou a Granger com certo desprezo – Srta. Granger?

—O adversário não pode prever que tipo de feitiço a pessoa vai realizar – respondeu – O que lhe dá uma fração de segundo de desvantagem.

—Uma resposta muito bem decorada – comentou sem dar-lhe pontos pela resposta como outro professor faria – Está certa, porém isso é uma questão de poder e concentração mental que nem todos os bruxos desenvolvem – seu olhar caiu sobre Harry que estava sentado ao lado de Rony três carteiras à frente da minha e segundos depois se voltou para toda a sala - Os senhores agora vão se dividir em pares. Um parceiro tentará enfeitiçar o outro sem falar. O outro vai tentar repelir o feitiço em igual silêncio. Comecem.

Os alunos rapidamente se levantaram e com um aceno de varinha o professor afastou as mesas e as carteiras para abrir espaço.

Peguei minha varinha do bolso da saia e me virei para procurar algum parceiro no entanto parecia que todos já tinham duplas.

—Posso saber por que não está praticando, Srta. Potter? – Snape perguntou secamente.

—Ah... Estou sem dupla. – respondi bobamente.

Snape se aproximou de mim e esquadrinhou a sala por cinco segundos antes de perceber que realmente não estava sobrando ninguém.

—Não está mais. – Snape falou e depois elevando a voz chamou - Zabini, Malfoy – os dois que estavam em um canto afastado da sala treinando olharam para o professor, interrogativos – Se revezem em fazer dupla junto com a Srta. Potter. – ordenou e foi para a sua mesa sem me olhar.

Eu estava na sala por no mínimo vinte e cinco minutos, no entanto tinha me esquecido completamente que tinham outros alunos da Sonserina na sala e até mesmo que Draco estava entre eles. Tinha conseguido me distrair e esquecê-lo por alguns minutos enquanto estava distraída mas agora tinha sido inundada por um sentimento de decepção e tristeza misturada com constrangimento por não saber como lidar com tudo aquilo.

Não estava pronta para falar com Draco ainda mesmo que fosse sobre uma estúpida aula de Defesa Contra as Artes das Trevas no entanto, quando Zabini balançou a cabeça chamando para me juntar a eles - enquanto Draco apenas me encarava - eu concordei, joguei o cabelo para trás, ergui minha cabeça e fui com toda a superioridade que tinha.

—Ok, como querem fazer isso? – Zabini perguntou quando me aproximei me lançando um enorme sorriso.

Um sorriso simpático demais para alguém que nunca sequer tinha falando comigo.

—Eu e Evolet começamos enquanto você senta e espera. – Draco respondeu seco antes que eu tivesse oportunidade de abrir a boca.

O sorriso de Zabini se desmanchou dando lugar a uma expressão de raiva.

—Tanto faz. – Zabini respondeu e se afastou indo se sentar no canto da sala.

Olhei-o querendo me desculpar pela grosseria de Draco mas ele não me viu.

—Vou deixar que você comece. – Draco avisou e deu alguns passos para trás erguendo a varinha esperando que eu o atacasse.

—Você realmente precisa ser tão grosso assim, Malfoy? – perguntei rudemente – E eu que achava que a Sra. Malfoy tinha lhe educado direito.

—Não estamos aqui para discutir, Evolet – Draco respondeu suavemente sem se abalar – Comece.

Irritada com o comportamento de Draco dei dois passos para trás, ergui minha varinha e apontei, pensei no feitiço e tentei azara-lo mas foi inútil.

Tentei mais duas vezes porém abaixei a varinha quando vi que não estava conseguindo e tentei me concentrar.

Draco me olhou e vi em seus olhos a vontade de rir que ele segurava atrás daquela ridícula mascara de “eu não ligo pra nada”, ele sabia o quanto eu me incomodava quando não conseguia realizar algum feitiço e estava se divertindo com isso.

—Acha que eu posso tentar agora? – perguntou ainda me encarando.

—Não. – respondi.

Sem pensar muito apontei a varinha e mentalizei a azaração das pernas bambas. Draco que tinha achado que eu havia desistido estava com a varinha baixa e não teve tempo de tentar um contra-feitiço caiu sentado.

Não era esse o efeito que eu pretendia mas ainda assim sorri feliz e joguei o cabelo para trás.

—Agora sim você pode tentar, Malfoy. – disse.

Draco levantou do chão e deu um sorriso torto que prometia vingança.

—Na verdade, - Zabini tentou interromper – acho que agora eu deveria tentar sabe? Quem perde sai.

—Ainda não, Zabini – Draco respondeu.

Esperei pacientemente com a varinha erguida, pronta para me defender, enquanto Draco tentava me enfeitiçar sem conseguir até que se cansou e murmurou o feitiço.

Murmurei o contra-feitiço meio segundo depois evitando com que fosse atingida.

—Isso é trapaça, Malfoy, o objetivo são feitiços não-verbais — lembrei.

—Você fez a mesma coisa – argumentou.

—Eu me defendi, é diferente. – respondi mesmo sabendo que não tinha diferença nenhuma.

—Ok, me desculpe – Draco ergueu os braços em forma de rendição - Vou fazer certo dessa vez. - avisou.

Esperei acreditando que ele fosse ser justo mas era Draco Malfoy, ele normalmente não era justo e muito menos seguia as regras.

Draco murmurou outra azaração e a repeli da mesma forma que antes no entanto após me defender sussurrei outro feitiço o atacando.

Draco lançou um escudo invisível.

Esperei que o escudo se dissolvesse e o ataquei outra vez.

Ficamos nessa troca de feitiços até que ela se transformou em uma brincadeira, eu não estava mais irritada e ele não queria mais devolver o feitiço que eu tinha lhe acertado.

Era como se estivéssemos bem outra vez, em uma bolha só nossa onde eu ria cada vez que ele errava um feitiço e ele sorria cada vez que eu fazia o mesmo.

Só que vocês não estão bem, uma voz sussurrou na minha cabeça.

Parei de sorri assim que me dei conta disso. Draco que ainda não tinha tido a mesma lembrança me lançou um sorriso torto e acenou com a varinha pela primeira vez sem falar.

Não reagi.

O mesmo feitiço com o qual eu tinha lhe acertado da primeira vez me acertou, minhas pernas bambearam levemente e eu cai sentada.

Draco se surpreendeu com o que tinha feito e correu até onde eu estava me ajudando a levantar.

—Você está bem? Achei que iria se defender. – disse preocupado – Me desculpe, Evolet.

Draco segurou meu braço e me olhou procurando algum machucado.

—Estou ótima – respondi brevemente, minha voz saindo meio falhada.

Afastei a mão de Draco do meu braço e me virei para onde Zabini estava com cara de emburrado.

—Acho que agora é a sua vez, Zabini, desculpe pela demora. – pedi.

—Até que enfim. – comentou ele se levantando da cadeira onde tinha se sentado.

Guardei minha varinha no bolso da saia outra vez e fui até onde minha bolsa estava em cima de uma das carteiras ao canto da sala.

Fingi que mexia nela enquanto tentava mandar embora as lágrimas que tinha resolvido aparecer.

Idiota, idiota, idiota!

Sem pensar muito peguei minha bolsa e sai da sala como se nada estivesse acontecendo.

Sai com lágrimas no rosto? Sim, mas com a cabeça erguida com o pouco de dignidade e orgulho que me sobravam.

Quem se importava se Snape daria um ataque à hora que não me visse na sala? Antes isso do que eu tendo uma crise de choro.

Patética Evolet, patética! Pensei ao fechar a porta atrás de mim e correr para o banheiro.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado e erros avisem, beijos.