Evolet Potter II escrita por Victorie


Capítulo 8
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Demorada, eu? Imagina. Mas se quiserem me julgar, fiquem a vontade, eu mereço =S
Mas se deliciem com 12 lindas páginas do Word e, eu não devia falar isso, não devia, mas sou ansiosa demaaaais, portanto se atentem aos detalhes, ok?
Ahhh, quase esqueci. Um SUPER obrigada a LeehCampos que recomendou a fanfic, amei a sua recomendação, viu?
Agora sim, recados dados, bom capítulo.



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O mês e meio de férias que tínhamos para passar na França passou logo com a maior parte do tempo perdido sem que eu, Chris e Laurie fizéssemos alguma coisa importante.

Acho que a única coisa descente que fizemos foi ter ajudado a Sr.ª Bernard na horta que ela queria fazer nos terrenos da casa perto do rio.

Nunca odiei tanto terra quanto nessas férias, mas o fato dela e do marido me acolherem todas as férias desde que eu tinha 11 anos fazia com que eu engolisse a dor de ver minhas unhas cheias de barro e encarasse a plantação na minha melhor representação de Scarlet O’Hara.

E claro, também tiveram as horas em que Chris e eu ficávamos jogando Quadribol com Laurie nos assistindo e dando palpite sem saber do que estava falando.

Meu aniversário também passou sem muita coisa, mandei uma carta a Harry logo que acordei desejando-lhe feliz aniversário e contando como as coisas estavam indo por aqui, lhe mandei também de presente uma caixa com um estojo com mais de dez versões de penas das mais variadas formas para escrita.

Ele me respondeu no mesmo dia pedindo desculpas por não mandar nenhum presente pois ainda não tinha ido ao Beco Diagonal ainda.

Não me importei, embora adorasse presentes não era o dele que eu queria e muito menos o da Laurie ou do Chris que tinham dado juntos a mesma coisa que eu dera a Harry.

O que eu queria era um presente de Draco, era pedir demais?

Pra mim claro que era, sempre era!

No jantar a Sr.ª Bernard e a Sr.ª Fournier que tinham feito um bolo enorme de chocolate e cereja obrigaram todos a cantarem parabéns e tirarem fotos.

Não pude reclamar disso e nem queria, era bom sentir que tinham algumas pessoas que se importavam com você depois de ter passado um ano praticamente sem ninguém por perto.

Depois do jantar e do bolo subi para o quarto de Laurie para trocar de roupa já que tinha sujado minha blusa de chocolate. Parei ao abrir a porta do quarto e ver, em cima do parapeito da janela, uma bela coruja toda preta que demonstrava imponência de longe.

Uma coruja dessas só podia ser de Draco.

_Você lembra seu dono. - comentei com ela que piou graciosamente.

Fui até a janela e vi ao lado da coruja um embrulho em papel pardo.

A coruja piou quando eu peguei o embrulho e sem esperar que eu lhe desse alguma coisa voou escondida pela noite.

Rasguei o papel e tirei de dentro dele uma caixinha de veludo preta, quadrada e mais ou menos do tamanho da minha mão, a abri sem pestanejar e me encantei com o que havia dentro, uma fina corrente de ouro com uma pedrinha vermelha da cor exata dos meus cabelos.

Não tinha ideia de onde Draco pudesse ter arrumado uma coisa dessas.

O colar era lindo e discreto já que a pedrinha era menor do que um grão de feijão e a corrente era finíssima.

Junto com a pulseira havia também um pedaço de pergaminho dobrado, o abri e li o que estava escrito em grandes e clássicas letras.



Já que você se recusa a usar o que eu lhe dei no Natal resolvi lhe dar outro, espero que goste.

Feliz aniversário.

D.M.

Senti meu rosto queimar com a culpa me envolvendo. No Natal, Draco tinha me dado um colar com dois pingentes que representavam a minha antiga casa em Beauxbatons e um que representava a Sonserina só que quando eu o colocava achava muito escandaloso e por isso evitava usar.

Já esse era mais bonito e bem mais discreto.

Tirei o galeão do bolso - tinha passado o dia todo com ele esperando Draco me mandar um “Feliz aniversário” - e lhe mandei uma mensagem.



Obrigada pelo presente, este com certeza eu vou usar



Coloquei o colar e troquei de blusa rapidamente.

Nos dias que se passaram após o meu aniversário Draco não deu mais sinal de vida e com o tempo eu fui ficando mais e mais ansiosa para voltar para Hogwarts.



(...)



_EVOLET, QUER ANDAR LOGO? – escutei Laurie gritar alguns passos a minha frente – SE CONTINUAR NESSE RITMO VAMOS ACABAR INDO A PÉ PARA HOGWARTS.

_Laurie quer, por favor, parar de gritar? – Chris pediu impaciente – Os trouxas estão olhando.

_Então peça a Evolet para andar logo! – respondeu Laurie.

_Ei, você tem um namorado para carregar suas coisas, eu não. – argumentei enquanto tentava andar mais rápido arrastando o carrinho de bagagem onde estavam o meu malão e a gaiola de Boris.

O primeiro dia de setembro tinha chegados e por minha culpa tínhamos nos atrasado para pegar o Expresso de Hogwarts.

Não que fosse exatamente só minha culpa, eu tinha acordado tarde? Tinha, mas o motorista do táxi que nos trouxe era mais culpado ainda já que era ele quem tinha se perdido em Londres.

Laurie não disse mais nada e atravessou correndo a parede entre as plataformas nove e dez.

Chris e eu fomos atrás dela também correndo e quando chegamos à plataforma nove três quartos corremos para a porta do trem enquanto Laurie pedia licença desesperadamente aos pais que acenavam para os filhos que já estavam dentro do trem.

Quando paramos em frente à porta Chris acenou com a varinha e fez com que as bagagens de Laurie e as minhas flutuassem para dentro do trem.

_Diga adeus a sua mãe por mim - pedi já que a Sr.ª Fournier tinha ficado para trás no meio da correria para pegamos o trem e o abracei rapidamente – Nos vemos no Natal.

_Adeus, Evolet. – disse ele e foi se despedir de Laurie que estava com cara de quem iria chorar.

Deixei os dois para trás e entrei no trem.

Os corredores estavam lotados de alunos antigos que conversavam com os colegas e de alunos novos que tinham cara de assustados por estarem em seu primeiro ano em Hogwarts.

Fisicamente nada havia mudado em comparação à primeira vez que eu tinha entrado no trem um ano atrás, a única diferença era que eu não achava que iria ter um ano horrível e muito menos pretendia passar a viagem toda no banheiro como tinha feito antes.

O Expresso de Hogwarts apitou pela última vez e Laurie pulou para dentro do trem antes que esse saísse.

_Viu, eu não disse que daria tempo? – perguntei jogando o cabelo para trás e pegando a gaiola do Boris.

_Por favor, Evolet, se eu não tivesse te apressado teríamos ido para Hogwarts de vassoura. – Laurie respondeu também pegando sua bagagem – Agora vamos, quero sair desse corredor cheio de gente.

Rolei os olhos e arrastei minhas coisas pelo corredor enquanto pedia licença e ameaçava estuporar quem não me deixasse passar.

Alguns alunos me olharam com cara de espanto diante das ameaças mas sendo o único jeito de passar por ali não me incomodei.

_Senhorita Potter! Senhorita Potter! – escutei uma voz conhecida chamar.

Olhei para o lado e quis me esconder quando vi que o novo professor de Hogwarts , Horácio Slughorn, alguns passos a minha frente.

_Professor Slughorn, - cumprimentei fingindo simpatia – Como vai?

Slughorn era um homem… Digamos… Gordo.

Não tinha como dizer de outro modo, ele tinha aproximadamente a minha altura e na verdade parecia um leão marinho, com um bigodinho ridículo e uma cabeça com o topo careca e com apenas alguns fios de cabelo branco nos lados.

_Oh, ótimo, ótimo – respondeu ele. – Estava procurando alguém que pudesse entregar esses convites para mim, mas acho que não será mais preciso já que com certeza a senhorita deve estar indo encontrar seu irmão, não é?

_Ah... – parei para pensar no que responder, eu não estava indo atrás de Harry, mas acho que seria chato responder isso.

_Ótimo então, - continuou ele como se o meu “Ah...” fosse uma afirmação animada – aqui estão, este é para você, este para seu irmão e se não for muito incomodo, poderia entregar este aqui também ao senhor Longbottom? – ele entregou três pergaminhos enrolados com fitinhas roxas.

_Claro – respondi dando de ombros – Mas do que se trata?

_Oh, eu vou convidar alguns alunos para almoçar no meu compartimento, não vá se atrasar, sim? – perguntou como se eu já tivesse aceitado o convite e saiu sem dizer mais nada.

_Ah, com certeza eu vou me atrasar. – murmurei baixinho depois que Slughorn saiu.

Esperei Laurie que tinha ficado presa no meio do corredor por causa do carrinho de lanches e abri o pergaminho que Slughorn tinha dito que era meu lendo o rápido convite escrito nele.

_Quem era esse? – Laurie perguntou quando conseguiu chegar até a mim e tirou o pergaminho da minha mão lendo-o.

_O professor novo que eu te falei, aquele que Dumbledore levou Harry e eu para conhecer.

_Isso tem cara de que vai ser um tédio. – comentou ela.

_Jura? – perguntei sarcástica – Nem tinha desconfiado.

Laurie riu da minha cara de emburrada por ter que ir nesse almoço.

_Não se preocupe, pra quem esperou quase dois meses para ver o namorado você aguenta esperar mais algumas horas.

_Eu não tinha pensado nisso – respondi desanimada.

Eu queria encontrar Draco antes de chegamos a Hogwarts mas agora ficaria mais difícil já que agora ele deveria estar em reunião com os outros monitores e depois eu teria que almoçar com Slughorn e companhia .

Sem ter mais o que dizer voltei a andar, agora procurando o compartimento onde Harry estava, com Laurie me seguindo.

_Ei Evolet, achei. – Laurie chamou parada em frente de um compartimento cheio de garotas na porta – Achei que você tinha dito que Harry não era muito popular.

_E não é. – respondi desconfiada.

Voltei até onde Laurie estava parando ao lado do bando de garotas e perguntei:

_O que está acontecendo aqui?

Nenhuma delas me respondeu e parecendo meio apreensivas saíram atrás de uma outra menina que, segundos após eu ter chegado, saiu do compartimento bufando de raiva.

_Quem era aquela? – perguntei quando entrei.

No compartimento estava Harry sentando em frente à Neville e Luna.

_Romilda Vane – Harry respondeu – Veio perguntar se eu queria me sentar com ela e as amigas.

_Ah – respondi sem me importar.

_Ela tem cara de ser nojenta.- Laurie comentou ao meu lado.

_E é. – Luna respondeu atrás de uma revista que eu não consegui ver o nome pois estava de ponta cabeça.

_Ah, gente, essa é a Laurie – apresentei – Laurie esses são, Harry, - apontei quando disse seu nome e fiz o mesmo com os outros – Neville e Luna.

_Olá, - Luna cumprimentou abaixando a revista e deixando a mostra os esquisitos óculos com lentes que pareciam de papel celofane – bem vinda a Hogwarts, você veio de onde?

_Beauxbatons. – Laurie respondeu arqueando as sobrancelhas ao ver os óculos de Luna.

_Oh, acho que todo mundo resolveu vir para Hogwarts agora, me pergunto se as outras escolas são ruins. – comentou Luna com um olhar sonhador e sem esperar que alguém dissesse alguma coisa se virou para a janela e começou a encarar as nuvens.

Laurie, indignada, abriu a boca para começar a defender Beauxbatons como qualquer outro aluno que algum dia tenha estudado lá faria mas eu a impedi balançando a cabeça negativamente.

Depois de vários meses ajudando Luna na A.D. eu tinha entendido que não deveríamos responder aos seus comentários impróprios.

Laurie vendo meu gesto cruzou os braços e ficou em silêncio.

_Enfim... – puxei os convites de Slughorn de dentro da bolsa e entreguei-os a Harry e Neville – Slughorn pediu para entregar isso a vocês, mas aconselho a fugirem se tiverem uma chance, é o que eu faria se pudesse.

_Ele também te convidou? – Harry perguntou enquanto lia o convite.

_Infelizmente. – respondi.

Acabei conversando com Harry mais do que planejava até que ele nos convidou para ficar no compartimento dele.

Como eu provavelmente não iria achar mais nenhum vazio aceitei e me sentei ao lado de Neville enquanto Laurie se sentou ao lado de Harry.

Surpreendentemente Luna começou uma conversa com Laurie sobre criaturas mágicas que eu nunca tinha ouvido falar e que eu duvidava que existissem, porém Laurie, que de vez em quando era atacada por uma alma boa, deu atenção ao que Luna falava e acabou se interessando mais pela conversa do que deveria.

Conversei um pouco com Neville mas depois de ouvi-lo falar detalhadamente sobre um livro de plantas que ele tinha ganhado no Natal desisti de conversar com as pessoas e peguei meu próprio livro para ler.

Alguns minutos depois Ronald entrou no compartimento animado e seguido pela Hermione que não pode deixar de fazer uma cara de surpresa misturada com insatisfação quando me viu sentada ao lado de Neville, ignorei e continuei lendo meu livro.

_Gostaria que o carinho de lanches passasse logo, estou faminto – Rony anunciou se jogando ao lado de Harry – Oi, Neville, Luna, Evolet e... Quem é você? – perguntou a Laurie.

_Laurie Bernard, prazer. – cumprimentou Laurie sorrindo para Rony e Hermione.

_Laurie veio de Beauxbatons, é amiga da Evolet. – Harry informou.

Rony e Hermione cumprimentaram-na simpaticamente.

_Bom, querem saber da novidade? – Rony perguntou segundos depois – Malfoy não está cumprindo as tarefas de monitor, está sentado em um compartimento da Sonserina junto com uns amigos, vimos quando passamos.

_Como assim não está cumprindo as tarefas de monitor? – perguntei fechando meu livro e encarando Rony.

_Bem, ele não apareceu na reunião e não ajudou a patrulhar os corredores. – Rony deu de ombros.

_Esquisito. – Harry comentou.

Como já tinha dado o horário para o almoço de Slughorn fui obrigada a ir com Harry e Neville até o compartimento C e não pude perguntar mais sobre Draco, não que eu achasse que Rony ou Hermione teriam alguma informação útil, mas mesmo assim...

Era esquisito o que Draco tinha feito e era mais uma coisa estranha para se adicionar à lista de “Coisas estranhas que Draco Malfoy fez durante as férias”.

Não que eu estivesse fazendo uma lista, mas eu deveria.



(...)



Entrei no Salão Principal quase sendo carregada pelo bando de alunos que faziam o mesmo e fui até a mesa da Sonserina.

Sentei-me na ponta perto da entrada um pouco afastada das outras pessoas porque eu sabia que a maioria de lá me odiava e procurei Draco com o olhar.

Não achei.

O almoço com Slughorn se estendeu mais do que todos previam e eu só consegui sair de lá vinte minutos antes que o Expresso de Hogwarts chegasse a Hogsmeade e não pude ir atrás de Draco como pretendia.

Ainda não tinha visto nem sombra dele e o que era pior, Harry tinha se enfiado na capa da Invisibilidade e seguido Blás Zabini - um dos alunos convidados para o almoço e amigo de Draco - para Merlin sabe onde e não tinha voltado antes que eu saísse do trem e alguma coisa me dizia que ele tinha entrado em alguma confusão com sonserinos.

Sem ter o que fazer ou com quem conversar já que Laurie tinha ido com os alunos do primeiro ano de barco para poder participar da Seleção comecei a reparar nos outros alunos de Hogwarts, coisa que acho que nunca tinha me dado o trabalho de fazer.

Passei o olhar pelas mesas de todas as casas sem procurar ninguém em especial e reparei no olhar que os outros adolescentes tinham em seus rostos, a maioria parecia preocupado e mesmo quando conversavam animadamente com seus colegas não deixavam de carregar aquele olhar.

Eu sabia que aquela preocupação vinha por causa da guerra e suspirei incomodada em saber que eu não podia fazer nada para melhorar aquilo, não que eu morresse de vontade de sair por ai arriscando a vida como um grifinório para matar Comensais da Morte, Voldemort e salvar as outras pessoas, longe disso, mas queria que eles se distraíssem e perdessem aquele olhar que eu sabia que eu também carregava.

Durante a minha divagação sobre a guerra reparei que tinha ficado encarando um garoto da Corvinal sem perceber e que agora ele me encarava com curiosidade.

Estreitei os olhos agora realmente encarando-o e percebi que nunca tinha o notado em Hogwarts. Era um garoto de pele clara - talvez um pouco mais escura que a minha mas ainda assim clara - com cabelos extremamente pretos que davam um contraste imenso com a pele, consideravelmente bonito e com olhos que de longe eu não consegui definir a cor mas sabia que eram claros.

O vi olhar para os lados procurando saber se era ele mesmo quem eu estava encarando e depois de ter certeza que era virar para um colega do lado, comentar alguma coisa e gargalhar.

O outro cara – esse sim eu já tinha visto na escola porém não tinha nada de interessante – riu com ele e me olhou.

Constrangida e sentindo meu rosto queimar virei o rosto querendo me enfiar em um buraco e dei de cara com Draco que entrava discretamente no Salão Principal sozinho e parecendo irritado.

Esperei que ele viesse se sentar comigo mas Draco passou na minha frente com a cabeça erguida e se dirigiu até a outra extremidade da mesa se sentando entre Crabbe e Goyle.

Arqueei a sobrancelha o encarando querendo saber que palhaçada era aquela, como assim ele passava reto sem nem me olhar e ia se sentar o mais distante de mim que podia?

Já não bastava todo o verão me ignorando agora também iria fazer isso na escola?

Draco começou a conversar com Crabbe que disse alguma coisa - acredito que um “Evolet está te encarando como se fosse te estuporar” – que fez com que Draco virasse o rosto e me olhasse, porém ele logo voltou à posição inicial sem deixar escapar nenhuma expressão que me dissesse o que estava acontecendo montado uma máscara perfeita de seriedade em seu rosto.

Calma Evolet, disse a mim mesma, ele deve ter alguma explicação plausível para isso, não pire.

Ele tem que ter uma explicação para isso.

Embora eu quisesse levantar de onde estava, ir até Draco e arrasta-lo até um lugar vazio e fazê-lo dizer que merda era aquela fui obrigada a me controlar e ficar sentada pois os alunos do primeiro ano e Laurie tinham acabado de entrar e estavam passando pelo Salão com McGonagall atrás deles.

Vi Laurie olhar para trás e acenar quando parou aos pés da escadaria que levava até a mesa dos professores e forcei um sorriso rápido para ela.

Laurie fez uma cara de “o que aconteceu?” ao ver meu sorriso forçado mas precisou virar para a frente e prestar atenção no que o Chapéu Seletor estava falando pois a professora tinha acabado de trazê-lo.

Eu nunca o tinha escutado cantando e o que ele falou não me pareceu nada muito importante apenas um monte de baboseira que dizia para ficarmos juntos dos amigos durante a guerra.

Assim que o Chapéu terminou McGonagall desenrolou um pergaminho e leu o nome do primeiro aluno a ser selecionado.

Um garotinho gordinho e moreno saiu do meio dos outros e foi até o banquinho ao lado de McGonagall, se sentou e esperou a professora colocar o Chapéu sobre sua cabeça.

Não foi preciso esperar dez segundos para que ele gritasse:

_Lufa-Lufa!

A mesa da respectiva casa aplaudiu sem muito alvoroço sendo acompanhados pelos alunos das outras casas.

Depois dele mais dois alunos foram escolhidos antes que chegasse a vez de Laurie.

_Bernard, Laurie. – McGonagall leu e esperou Laurie ir até o banquinho.

Laurie andou sem preocupação até ela e se sentou cruzando as pernas e colocando as mãos no colo.

Cruzei os dedos torcendo para que ela fosse para a Sonserina enquanto via a boca do Chapéu Seletor se mexer conversando com Laurie e vendo-a responder, porém sem poder escutar o que falavam.

Demorou aproximadamente dois minutos, um pouco mais demorado do que os outros alunos, até que finalmente o Chapéu Seletor gritou outra vez:

_Corvinal!

A mesa da Corvinal aplaudiu graciosamente.

Abri a boca espantada com aquilo, eu tinha certeza de que Laurie iria para a Sonserina afinal nós éramos da mesma casa em Beauxbatons.

Mesmo espantada aplaudi e sorri quando Laurie me olhou e deu de ombros se sentando ao lado do garoto que eu tinha encarado sem querer minutos antes.



(...)



_Mas no momento suas camas estão à sua espera, quentes e confortáveis como poderiam desejar, e sei que a sua maior prioridade é descansar para as aulas amanhã. Vamos, portanto, dizer boa-noite. – Dumbledore completou seu discurso de boas vindas com um sorriso.

Durante todo o discurso eu tinha ficado apreensiva achando que Dumbledore iria dizer alguma coisa importante sobre a volta de Voldemort e o começo da Segunda Guerra Bruxa mas ele apenas disse que as barreiras de Hogwarts estavam mais fortes e pediu que tomássemos cuidado e respeitássemos as regras.

Assim que os bancos foram afastados e fomos dispensados corri até a mesa da Grifinória preocupada em saber o que tinha acontecido com Harry.

Ele só tinha aparecido um pouco antes da sobremesa ainda com as roupas de trouxa e com o rosto coberto de sangue.

O encontrei amarrando o sapato com Rony ao seu lado lhe esperando.

_Mas que merda aconteceu com você? – perguntei preocupada puxando seu rosto para cima para olha-lo direito.

Harry não estava mais coberto de sangue e seu rosto parecia igual à última vez que eu o tinha visto.

_Me solta. – Harry mandou empurrando minha mão para o lado e levantando do banco.

_Harry, o que aconteceu com você? – tornei a perguntar agora mais calma sabendo que ele estava bem.

_Não foi nada demais. – respondeu ele sem me olhar.

Ou seja, mentindo.

_Claro que foi, você se enfiou naquela capa há mais de uma hora seguindo o Zabini e aparece no meio do banquete com a cara cheia de sangue, quer mesmo que eu ache que não foi nada?

_É verdade Harry, o que aconteceu com o seu nariz? – Rony perguntou ao meu lado.

Harry bufou e olhou para a mesa da Sonserina.

Segui seu olhar e vi Draco se levantando para sair junto dos amigos.

_Por Merlin, Draco fez aquilo? – perguntei espantada – Como?

Harry coçou a cabeça sem querer contar mas sabendo que eu não iria deixa-lo em paz até saber resumiu os fatos.

_Eu segui o Zabini até a cabine onde Malfoy estava e fiquei escondido escutando ele se gabar para a Parkinson e os outros só que ele me viu entrando e antes de sair do trem me paralisou e pisou no meu nariz mas...

_Chega, não quero saber – interrompi – Não vou me meter nessas briguinhas toscas de vocês dois então não termine de contar.

_O que? – Rony perguntou – Espera, termina, eu quero saber.

_Não – pedi aos dois – Não quero saber, por favor.

Harry balançou a cabeça concordando e Rony bufou impaciente.

_Como está seu nariz? – perguntei avaliando seu rosto outra vez.

_Bem, Tonks deu um jeito nele antes de me deixar na escola – Harry respondeu.

Como não queria mais detalhes sobre a briguinha entre Harry e Draco não perguntei o que Tonks estava fazendo em Hogwarts.

Me despedi de Harry para que ele pudesse contar todo o ocorrido a Rony, implorei para que ele não se metesse em mais confusões pelo menos até amanhã e sai de perto dos dois indo para as masmorras.



(…)

Andei calmamente pelos corredores sem pressa em chegar ao meu dormitório porém morrendo de vontade de me jogar na cama e dormir até a próxima vida.

Contraditório? Eu sei.

Desci as escadas que levavam as masmorras e virei o corredor da direita esbarrando fortemente com alguém.

Olhei para a pessoa pronta para xinga-la até a próxima geração mas estagnei quando vi que era Draco.

_Que susto! – exclamei passando a mão em meu ombro dolorido pelo impacto.

Draco não disse nada, apenas ficou parado me olhando com a mesma máscara de seriedade que tinha usado ao me olhar durante o jantar.

Um silêncio constrangedor se instalou sobre nós, era a primeira vez que ficávamos frente a frente após quase dois meses de férias e depois de tanto tempo preocupada achando que alguma coisa ruim estivesse acontecendo com ele e depois de vê-lo no banquete me ignorando completamente eu não fazia ideia do que falar.

_Aonde vai? – perguntei incomodada.

_A lugar algum. – respondeu ele sem me olhar – Agora se me der licença... – Draco tentou dar a volta em mim e ir até a escada mas o segurei pelo braço esquerdo o impedindo de sair.

Draco puxou o braço bruscamente se afastando e me lançando um olhar de raiva misturado com alguma coisa que não consegui reconhecer… Talvez dor.

_O que é? – perguntou seco.

_O que é pergunto eu, o que está acontecendo, Malfoy? – perguntei perdendo a paciência.

_Não está acontecendo nada, Potter. – deu destaque ao sobrenome.

Olhei para Draco tentando ao máximo entende-lo, como uma pessoa que já tinha dito que te amava agora te ignorava? Isso não era lógico.

_Posso ir agora ou vai continuar me olhando com essa cara? – indagou.

_Vou continuar te olhando – respondi firme – Até você me dar uma explicação lógica para tudo isso que está acontecendo, você me ignorou praticamente o verão inteiro, Draco.

_E eu tinha motivos para não ignorar?

O que ele disse me fez ficar furiosa e sem perceber comecei a elevar a voz.

_Eu sou sua namorada, se isso não é motivo o bastante pra falar comigo eu não sei o que é.

Draco deu um sorriso sarcástico e soltou uma risadinha sem se abalar com a minha raiva.

_Namorada? Não sei do que está falando, Potter. – respondeu.

Dei um passo para trás assustada, toda a raiva se transformando em magoa.

Do que ele estava falando?

_O que? – perguntei baixinho.

Draco suspirou, segurou meu braço bruscamente e me empurrou até a parede, ficou à minha frente com o outro braço apoiado na parede e sem me olhar falou uma das coisas que eu nunca, jamais, imaginaria que ele pudesse falar, não para mim.

_Não sou seu namorado, Potter – cuspiu meu sobrenome - Me cansei de brincar com você, tudo o que aconteceu entre nós antes do verão e por todo o outro ano, acabou. Não sei como você foi patética o bastante para acreditar que alguém como eu, Draco Malfoy, iria gostar de alguém como você, uma mestiça, traidora do sangue. – falou usando um tom de nojo – Agora, por favor, pare de me procurar. Cansei de bancar o bonzinho, Potter.


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Notas finais do capítulo

Vocês devem estar me odiando, mas mesmo assim eu me amo MUAHAHAHA!
Adoro um drama u.u
Erros no capítulo avisem, ok?
Beijos.