Evolet Potter II escrita por Victorie


Capítulo 16
Capítulo 15


Notas iniciais do capítulo

Obrigada a todas as lindas que comentaram no último capítulos.
Nunca vi tanta gente achando que o Draco vai bater no Antony, que horror! Tadinho do meu baby, ele não merece apanhar =/ Tão lindinho.
Mas eu entendo, Evolet + Draco = The best
Embora eu precise confessar que estou gostando da ideia do Antony e da Evolet juntos u.u
Enfim, aproveitem.



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Talvez pudesse sim ter algum mal nisso já que, enquanto o beijava abri os olhos por um segundo e vi Zabini nos encarando encostado em uma das pilastras que havia no bar.

Separei-me de Antony bruscamente, atordoada com a observação do amigo de Draco que desviou o olhar assim que percebeu que eu o tinha visto.

_O que foi? – Antony perguntou preocupado ainda com uma das mãos em minha cintura – Fiz alguma coisa errada?

Sim, quis dizer.

_Não – foi o que respondi – Eu só...

É muito cedo.

Não sabia como dizer isso a Antony, porém fui poupada por algum tempo ao ouvir uma discussão do lado de fora do bar.

_Você tirou isso da casa de Sirius – a voz do meu irmão surgiu no lado de dentro do bar – A taça tinha o brasão da família Black!

Assim que entendi quem era e sobre o que falava sai correndo para fora do bar. Antony me seguiu e assim como eu congelou do lado de fora, mas não pelo frio.

_O que está fazendo, idiota? – perguntei.

Harry estava prendendo um homem contra a parede segurando-o com uma mão pelo pescoço, praticamente o enforcando, enquanto o ameaçava pela outra com a varinha.

Só depois de alguns segundos eu percebi que o velho homem baixinho e ruivo era Mungundo Fletcher, um ladrãozinho que também era membro da Ordem da Fênix por algum motivo desconhecido por mim.

_Que foi que você fez, voltou lá na noite em que ele morreu e limpou a casa? – Harry perguntou me ignorando completamente.

_Eu... Não... – Mundungo tentou dizer, seu rosto ficando púrpura.

_Harry, solta! – mandei aflita – Vai acabar matando ele!

_Harry, não faz isso – Hermione esganiçou a nossa volta, só agora me fazendo perceber que ela e Rony também estavam ali.

A garota parecia desesperada mas não fazia nada para ajudar além de arregalar os olhos igual a Rony e Antony que não mexiam um musculo, apenas olhavam.

Completamente revoltada com a falta de ação dos três e também impedida de usar magia já que estávamos fora do castelo me joguei contra Harry tentando empurra-lo para longe de Mundungo que começara a azular.

_Me solta, Evolet – Harry gritou e me empurrou para o gelo com a mão que segurava a varinha.

Assim que cai no chão Antony correu até a mim para ver se eu estava bem mas o ignorei levantando rapidamente e voltando a puxar o braço que Harry prendia Mundungo.

Alguém precisava impedi-lo.

E como se Merlin tivesse ouvido meu pedido um forte estampido jogou Harry e eu ao chão e logo depois um craque de aparatação anunciou a fuga de Mundungo.

Harry levantou rápido e saiu gritando enquanto dava voltas em torno de si mesmo a procura do homem que antes tentava enforcar sem nem perceber o que fazia.

_Volte aqui, seu ladrão!

_Não adianta, Harry. – a voz de uma mulher avisou.

Olhei para cima e avistei Tonks que tinha surgido do nada. Seus cabelos estavam feios, castanhos e mal tratados, nada mais havia daquele tom rosa chiclete que eu tinha visto meses atrás no Largo Grimmould.

Os olhos possuíam grandes olheiras e estavam levemente inchados, seu nariz e bochechas avermelhados pelo frio.

A guerra está acabando com ela, pensei sem ter ideia de outra coisa que poderia deixa-la daquele jeito.

_A essa altura, ele provavelmente já está em Londres. Não adianta gritar. – disse calmamente.

_Ele roubou as coisas de Sirius! Roubou! – Harry gritou de volta.

Levantei do chão com vontade de matar Harry.

_Sim seu idiota, ele roubou as coisas do Sirius, as nossas coisas! – concordei também aos gritos, uma coisa que eu sabia fazer – Mas do que adiantaria você acabar matando o homem? Como pode ser tão irresponsável, Harry? Você por acaso teve noção do que estava fazendo? Tem outras brigas para lutar Harry, não essa!

_Ora Evolet, cale a boca, diz como se você se importasse com Sirius.

Não pensei, eu era boa quando decidia fazer isso, só parti para cima de Harry sem nem pegar a varinha, só comecei a estapeá-lo com toda a força que a raiva conseguia me dar.

Como assim que não me importava com Sirius?

Harry tentou me empurrar e fugir dos meus tapas mas só conseguiu quando Antony e Tonks intercederam. Ele passando os braços na minha cintura e me puxando para trás e ela empurrando Harry para que ele ficasse longe do meu alcance.

_Agora já chega – Tonks disse no mesmo tom calmo que tinha usado antes com Harry – Acho que todos vocês precisam relaxar e sair do frio, vamos, já chega de escândalos por hoje.

Rony e Hermione concordaram e puxaram Harry pelos braços para dentro do Três Vassouras e ele, antes de entrar, me lançou um olhar irritado e magoado ao mesmo tempo.

Idiota, eu era a única que tinha o direito de ficar magoada, ele tinha dito que eu não me importava com Sirius.

Eu!

Antony continuou me segurando até os três terem passado pela porta, quando isso aconteceu ele me virou para si e me abraçou apertado.

Não o abracei de volta.

_Vai ficar tudo bem – afirmou e me deu um beijo na testa – Eu só vou lá dentro pagar a nossa conta, me espera?

Concordei com a cabeça sem a menor vontade de falar.

_Harry não estava falando sério, Eve – Tonks falou usando o apelidinho preferido de Sirius – Vocês dois amavam ele assim como ele a vocês, ele tinha praticamente adotado vocês como seus filhos.

_Eu sei – concordei a olhando – Só que alguém deveria dizer isso ao Harry.

Tonks ficou sem saber o que fazer e acabou por partir me deixando completamente sozinha no meio da rua, por sorte Antony não demorou mais do que três minutos para voltar.

_E agora? – perguntou sorrindo feliz em uma falha tentativa de me alegrar – Doces?

_Doces – concordei com um sorriso fraco.


(...)



Durante todo o tempo em que estivemos na Dedos de Mel, Antony tentou me alegrar. Fez brincadeiras, piadas, caretas... Creio que tudo o que ele podia ele fez para tentar me distrair, mas foi inútil.

Eu ainda queria matar Harry pelo que tinha dito, porém estava calma. Acho que só estava decepcionada com ele e não com raiva e isso acabou me deixando como a pessoa mais desanimada de toda Hogsmeade.

E também não era só isso, também tinha Antony.

_Está bem, eu desisto – ele avisou enquanto eu pegava uma última caixinha de varinhas de alcaçuz – Laurie estava errada, eu sou um trasgo feio e não um belo cavaleiro. Vamos embora.

Antony seguiu para a fila do caixa sem me esperar e por um momento eu quis para-lo e dizer que não, estava tudo bem e que se ele quisesse podíamos dar mais uma volta em Hogsmeade, mas a quem eu queria enganar? Eu só queria ir para o castelo, me trancar no quarto e nunca mais sair.

Dormir até a próxima vida.

Tinha certeza que o plano principal de Laurie para o dia de hoje era o que eu deveria ter seguido, quem precisava de doces? Só engorda.

_Me desculpa – pedi baixinho ao parar ao seu lado – Não é nada com você, eu só...

_Não é você, sou eu? – Antony interrompeu – Achava que só diziam isso quando se termina com alguém, mas eu entendi, não se preocupe. – sorriu - Não sou eu, é você, ou melhor, no nosso caso é o Harry, um ladrão e quem sabe também Blás Zabini que com certeza saiu correndo do Três Vassouras para contar ao Malfoy que viu a gente se beijando. – completou.

Então ele também tinha visto.

Bom, pelo menos era uma coisa a menos para eu ter que explicar. Mas não era hora para isso, não estava nem um pouco a fim de dizer para Antony que eu não queria ficar com ele, não agora.

Dei um sorriso fraco.

_É, também pode ser isso.

Antony balançou a cabeça e eu segui na fila para o caixa. Pagamos por tudo o que tínhamos comprado e saímos da loja, prontos para enfrentar mais uma vez o frio que tinha piorado desde a última vez que tínhamos passado pela rua e que agora fazia um punhado de neve cair lentamente em cima das pessoas.

Ele insistiu em levar a minha sacola de doces já que minhas mãos estavam congelando fora dos bolsos e eu não teimei, entreguei a sacola e enfiei minhas mãos nos bolsos o mais rápido que consegui.

Ele tinha luvas, eu não.

Andamos em silêncio por todo o caminho, não tinha nada para falar e eu estava mais interessada em olhar por onde andava do que em abrir a boca.

Até que um grito horroroso quebrou nosso silêncio.

_Que merda é essa? – perguntei.

_É uma garota, Evolet! – Antony respondeu apontando para frente.

Realmente, era uma garota.

Não tínhamos sido os únicos a decidir voltar para o castelo mais cedo e a estrada tinha mais alguns grupinhos de alunos. Um deles em especial agora estava amontoado, puxando uma garota desconhecida pelas pernas.

Ela estava flutuando a uma altura de quase dois metros do chão com os braços abertos no ar e os cabelos chicoteando graças ao vento. De longe eu não conseguia ver seu rosto direito mas depois daquele grito eu tinha certeza de que ela tinha sido enfeitiçada.

Não demorou muito para ela cair e ser segurada por dois rapazes que estavam junto com o grupo.

Antony correu até eles e eu o segui até chegar bem perto e reconhecer Harry, Rony, Hermione e uma segunda garota desconhecida.

Por que Harry sempre está metido nessas coisas? Nem o próprio Merlin saberia responder.

Também reconheci a menina enfeitiçada como uma das artilheiras do time da Grifinória, Cátia Bell se não me enganava.

Cátia estava se debatendo e gritando então Harry e Rony a colocaram no chão, a outra garota que só podia ser sua amiga se jogou ao lado dela e começou a chorar. Hermione se ajoelhou ao seu lado, mas diferente da menina, tentou segurar Cátia e fazer com que ela parasse de se debater.

Também me abaixei tentando ajudar Hermione e Rony fez o mesmo.

_Fiquem ai! – Harry gritou – Vou buscar ajuda!

Como se fossemos carregar a garota para algum lugar, pensei sarcástica.

Antony gritou que iria junto e correu com Harry.

_Como isso aconteceu? – perguntei aos que tinham ficado mas ninguém se deu ao trabalho de responder.

Incompetentes.

Um grupo de pessoas começou a aparecer a nossa volta, todos voltando para Hogwarts mas parando para olhar quando escutavam Cátia gritar.

Eu já tinha desistido de acalma-la quando Harry e Antony voltaram com Hagrid.

_Para trás – gritou ele – Deixem-me ver a garota.

_Aconteceu alguma coisa com ela – soluçou a menina que eu não sabia o nome enquanto chorava - Não sei o quê!

Hagrid olhou para Cátia durante alguns segundos e sem dizer nada pegou-a no colo e saiu correndo com ela em direção ao castelo. Não demorou muito para os gritos ficarem longe o bastante para não escutarmos.

_Você é Liane, não é? – Hermione perguntou a amiga de Cátia.

A garota concordou com a cabeça, ainda aos prantos.

Hermione se ajoelhou ao seu lado e a abraçou pelos ombros, tentando acalma-la.

_Aconteceu de repente ou...? – Antony perguntou sério.

_Foi quando aquele embrulho rasgou – Liane respondeu, apontou para um embrulho de papel pardo no chão que agora estava todo molhado pela neve.

_Não mexe nisso! – Harry e eu gritamos ao mesmo tempo quando Rony se abaixou para pegar o embrulho na neve.

Rony deu um pulo para trás assustado e envergonhado.

_Eu já vi esse colar antes – Harry contou, abaixado ao lado do pacote e olhando pelo rasgo no papel – Estava exposto na Borgin & Burkes. Estava escrito na etiqueta que era amaldiçoado. Cátia deve ter tocado nele.

_Mas como ela conseguiu isso? – Antony perguntou me olhando.

Olhei para Liane com uma sobrancelha arqueada, esperando a resposta.

_Era por isso que estávamos discutindo – explicou a garota, tremendo descontroladamente – Ela voltou com o pacote do banheiro do bar, disse que era uma entrega para alguém do castelo, uma surpresa. Estava esquisita quando disse isso, eu... Ah, não, ah, não! Ela deve ter sido amaldiçoada com a Imperius e eu nem percebi!

Liane começou a soluçar mais uma vez. Hermione deu palmadinhas gentis em seus ombros.

Como se isso fosse ajudar.

_Ela não contou quem tinha lhe dado o embrulho? – Hermione perguntou.

_Não... Não quis contar... eu lhe disse que estava sendo burra mas ela não quis me ouvir, então tentei tirar o embrulho da mão dela e...e... – Liane soltou um grito de desespero.

_Chega, precisamos levar essa garota pra escola antes que ela desmaie – decretei e fui ajudar Hermione a levanta-la.

Liane mal conseguia andar de tão nervosa que estava.

Nós a largamos quando ela se estabilizou e mesmo com os tremores e soluços disse que estava bem.

Sai de perto dela e fui para junto de Antony que observava meu irmão tirar o cachecol que protegia o rosto e pegar com cuidado o colar do chão.

Rony exclamou em protesto ao que Harry fazia mas este explicou que Madame Pomfrey precisaria dar uma olhada naquilo.

_Coloque aqui, não precisamos de alguém para fazer companhia a Cátia – mandei estendendo a pequena bolsa que eu trazia no corpo.

Harry não disse nada, apenas colocou o colar, ainda embrulhado no cachecol, dentro da bolsa com cuidado e a pegou para si. Enrolou a alça em volta dela e deu uma pequena corridinha para longe de nós, seguindo Hermione e Liane que já voltavam para Hogwarts sem esperar.

_Bom, pelo menos a bolsa combina com seus sapatos – comentei sarcástica.

_É mais fácil Merlin voltar dos mortos do que Harry deixar você andando com algum objeto amaldiçoado – Rony afirmou rindo do meu comentário.

_Não, acho mais fácil ele querer ficar com a bolsa. – disse seca.

Comecei a andar ao lado de Antony e Rony veio junto conosco.

_Qual é Evolet, sabe que o que ele disse em frente ao Três Vassouras hoje foi só da boca para fora, não é? – Rony perguntou sério – Ele nunca diria isso se não estivesse cego de raiva. Foi só uma forma de desconta-la.

_Então avise ao Harry isso, Weasley – respondi da mesma forma que tinha feito com Tonks minutos mais cedo.

Antony, percebendo que eu tinha ficado aborrecida outra vez, me abraçou de lado pelos ombros me confortando sem dizer nada.

Continuamos a andar por mais alguns minutos até passarmos pelos portões dos terrenos de Hogwarts e chegar a entrada do castelo.

O vento ainda era forte e do mesmo modo que trouxe os gritos de Cátia até a nós na estrada trouxe as palavras de Harry. Rony tinha corrido para perto dele logo depois de terminar de falar comigo e agora andavam alguns poucos passos atrás de Hermione e Liane.

Não dava para entender direito tudo o que Harry falava mas o pouco que eu entendia acabou por me deixar completamente curiosa e também um pouco assustada.

Eram palavras e frases relacionadas a “Draco”, “Colar”, “Borgin & Burks” e “Ele voltou para busca-lo”.

Senti um frio na barriga e o mesmo incomodo da hora em que Antony tinha comentado sobre os alunos que tinham pais comensais.

Quando chegamos ao Saguão de Entrada McGonagall nos esperava e foi com passinhos rápidos até Hermione e Liane. Harry e Rony se aproximaram delas e Antony e eu que estávamos mais atrás fizemos o mesmo.

_Não, não, Filch – McGonagall disse ao zelador quando este se aproximou para nos revistar – Eles estão comigo, aqui – a professora estendeu a minha bolsa que Harry lhe entregara – leve isto ao professor Snape imediatamente, diga que o colar está dentro dela. Não a abra. – ordenou.

_Eu gostaria da bolsa de volta mais tarde, se possível – avisei tanto a Mcgonagall quando ao Filch.

_Também estava junto com os outros quando houve o ocorrido? – a professora perguntou.

_Não – Antony respondeu por mim – Chegamos segundos depois, quando ela já estava no chão.

_Mas vimos tudo de longe – expliquei lançando um olhar de “cale a boca” para Antony.

_Bom, se viram de longe não há necessidade de virem conosco, podem voltar para suas casas – McGonagall afirmou virando as costas.

Harry e os outros foram atrás dela.

_Mas eu insisto em dar a minha versão dos fatos – disse um pouco menos educada do que deveria – professora – completei quando McGonagall se virou para me lançar um olhar frio.

_Pois bem, senhorita Potter, se insiste – disse impaciente.

Disse vagamente a Antony que falaria com ele mais tarde e corri para alcançar o grupo a minha frente. Eu conhecia Harry, sabia que por mais louca que fosse a sua teoria para explicar o caso ele iria me contar se eu ficasse perto o bastante.

E eu precisava saber qual era.

McGonagall nos guiou até a sua sala e se sentou na cadeira atrás da sua mesa quando chegou. Hermione e Liane fizeram o mesmo com as cadeiras em frente à mesa e acabou que Harry, Rony e eu tivemos que ficar em pé.

_Agora me digam o que aconteceu naquela estrada – pediu a professora.

Liane começou a contar a partir da hora em que Cátia voltara do banheiro com o embrulho e sobre a briga que causou o rasgo do embrulho. Durante toda a narração Liane precisou parar vez ou outra para tentar controlar o choro porém quando chegou a parte em que Cátia tocou o colar a garota não conseguiu dizer mais uma palavra.

McGonagall, mais bondosa do que o comum, pediu a Liane que fosse até a Ala Hospitalar e pedisse a Madame Pomfrey que lhe desse alguma coisa para o choque e só voltou a sua atenção para nós depois que a garota saiu.

_Que aconteceu quando Cátia tocou o colar?

_Ela subiu no ar – eu e Harry respondemos ao mesmo tempo.

Rolei os olhos e fui me sentar ao lado de Hermione deixando que Harry continuasse.

_E então começou a berrar e perdeu os sentidos – resumiu a história, impaciente – Professora, posso ver o professor Dumbledore, por favor?

_O diretor estará ausente até segunda-feira, Potter – McGonagall informou surpresa.

_Fora? – repetiu Harry com raiva.

Olhei para Harry completamente chocada com a sua falta de educação, que eu soubesse apenas eu falava assim com os professores. Embora, é claro, nunca tivesse agido assim com McGonagall, eu tinha um certo limite.

Ou não, pensando bem tinha agido da mesma forma no Saguão de Entrada quando insisti em vir junto para a sua sala.

_É, Potter, fora! – ela enfatizou com sarcasmo – Mas qualquer coisa que você tenha a dizer sobre este horrível incidente certamente poderá ser dito a mim!

_Acho que Draco Malfoy deu aquele colar à Cátia, professora – Harry confidenciou depois de um tempo de hesitação.

_Desculpe, o que? – perguntei antes que McGonagall pudesse dizer qualquer coisa.

Harry não me respondeu, apenas lançou um olhar incomodado em minha direção.

_Isto é uma acusação muito séria, Potter – McGonagall afirmou – Tem alguma prova?

_Não, mas...

_Mas nada, Harry – interrompi – Você só pode ser louco se acha que o Draco enfeitiçou aquela garota, provavelmente foi algum Comensal da Morte querendo aterrorizar o castelo.

Hermione arregalou os olhos ao olhar para Harry e Rony balançou a cabeça discretamente como se previssem o que Harry afirmaria a seguir, no entanto, não sei se por causa do olhar assustado dos amigos, do desconfiado de McGonagall ou o meu de assassina, ele não disse o que todos esperávamos.

Não disse que Draco era um Comensal.

Porque não era!

Ele não podia, jamais, afirmar uma coisa tão séria quanto essa, nunca!

Mas Harry continuou acusar Draco de ter entregado o colar a Cátia e contou sobre quando foram ao Beco Diagonal e viram o Malfoy se dispersar da mãe e ir até a Borgin & Burkes pedir ajuda para consertar algo e logo após reservar mais algum objeto da loja.

_Você viu Malfoy sair da loja com um embrulho igual ao que Cátia levava? – a professora questionou.

_Não, professora, ele mandou o Borgin guardar a compra na loja.

_Mas Harry – interrompeu Hermione com receio – Borgin perguntou se queria levar com ele e Malfoy disse “não”...

_Porque não queria tocar o colar, é claro – contrapôs Harry, aborrecido.

_O que Malfoy realmente disse foi: “Como é que eu ficaria carregando isso pela rua?” – Hermione voltou a lembrar – Seja o que for que Malfoy reservou eu acho que era grande e volumoso, algo que chamaria a atenção se o vissem carregando. O colar é pequeno e embrulhado poderia ser levado no bolso sem que ninguém visse.

“E além disso, eu perguntei ao Borgin sobre o colar quando entrei e ele não disse estar reservado nem nada”

_Ora você foi muito obvia, ele percebeu...

_Por Merlin, cale a boca, Harry! – interrompi antes que ele voltasse a fazer acusações ridículas – Você sequer está se escutando? Draco não enfeitiçou Cátia, não tem como! Ela veio do banheiro feminino, feminino! E além disso eu fui ao Três Vassouras, acha que eu não teria visto Draco por ali?

_Evolet, ele pode muito bem ter se escondido, o Três Vassouras sempre fica cheio, seria fácil de fazer isso.

_Já chega – McGonagall interrompeu antes que eu voasse na cara de Harry pela quarta vez no dia – Potter eu agradeço por ter compartilhado isto comigo mas não podemos acusar Mafoy simplesmente porque ele visitou a loja onde o colar poderia ser comprado. Isto provavelmente se aplicaria a centenas de pessoas...

_Foi o que eu falei – murmurou Rony que tinha permanecido em silêncio por toda a discussão.

_... e além disso, o Senhor Malfoy não foi a Hogsmeade hoje.

_Como a senhora sabe, professora? – Harry perguntou respeitoso.

_Porque ele estava cumprindo uma detenção comigo, Potter – ela respondeu – Agora obrigada por me contar sobre as suas suspeitas, mas preciso me informar sobre Cátia Bell na enfermaria.

Dizendo isso McGonagall se levantou e abriu a porta para que saíssemos. Assim que a porta se fechou atrás de nós fuzilei Harry com o olhar e ele me encarou de volta.

_Eu não sei que merda se passa na sua cabeça, Harry – afirmei – Mas pelo amor de Merlin, eu juro que se ouvir você dizer mais uma vez que Draco é um Comensal eu corto a sua língua e dou para algum daqueles animais esquisitos que Hagrid tanto ama, entendeu?

_Se você não quer aceitar a verdade não posso fazer nada, Evolet – Harry respondeu.

_Se eu não quero aceitar a verdade? – repeti com sarcasmo – Por Merlin, eu sabia que vocês dois tinham uma rixa desde que entraram em Hogwarts mas não sabia que isso tinha chegado ao ponto de te transformar em um lunático, tome cuidado, Harry, ou vai acabar ficando igual a Di-Lua Lovegood.

_Evolet, pare de ser ingênua – Harry pediu – Eu vi Draco indo a Borgin & Burkes, Rony e Hermione estavam comigo.

Harry se virou para os amigos que tinham se afastado alguns passos pedindo ajuda com o olhar mas eles olharam para o lado, constrangidos.

_Desculpa Harry, – Rony pediu – mas acho que isso é entre vocês dois. Vamos Hermione.

Hermione lançou a Harry um último olhar de desculpas misturado com preocupação e saiu andando pelo corredor com Rony.

Harry bufou vendo que os amigos tinham lhe abandonado mas continuou mesmo assim.

_Eles estavam comigo lá – voltou a afirmar – E depois, eu escutei uma conversa do Malfoy com Pansy Parkinson, Blás Zabini e os outros, o Malfoy disse que...

_Não, não e não! – interrompi.

Assim que escutei o nome da Parkinson meu rosto esquentou de raiva. A simples ideia de que Draco poderia se quer estar perto da Buldogue já me deixava com vontade de tortura-la e isso somado as acusações de Harry era demais para mim.

Demais mesmo.

_Eu entendo que você passou anos brigando com o Draco nessa escola, todos sabem disso, mas deixar a sua raiva se transformar nessas acusações ridículas e infundadas é demais pra mim - disse – Não me interessa o que você escutou, viu ou imaginou. Não interessa, é ridículo. Draco nunca seria um Comensal.

_Evolet...

_Não! – gritei mais uma vez – Eu namorei com ele por meses, Harry, então para! Eu conheço ele mais do que você, sei que ele nunca faria uma coisa dessas. Draco não é assim Harry, não é!

Harry me encarou, abriu a boca algumas vezes procurando argumentos que não tinha até que desistiu.

_Está bem, Evolet – disse aborrecido – Não adianta continuar falando, está completamente cega por ele, mas ainda vai ver que eu tenho razão.

_Desculpa, mas eu sinceramente espero que não.


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Notas finais do capítulo

E ai? Gostaram?
Já sabem, qualquer erro me avisem.