Evolet Potter II escrita por Victorie


Capítulo 13
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Coloquei um pedacinho do final do capítulo anterior - em itálico - só para vocês darem uma lembradinha de onde a história parou, beleza?



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_Sabe Evolet, você e Harry são realmente iguais aos seus pais. – Dumbledore comentou calmamente – Enquanto Harry confia de maneira obstinada em mim você não pensa duas vezes em me questionar e soltar toda a sua desconfiança. Lílian era igualzinha, porém, é claro, fazia o mesmo com um pouco mais de delicadeza.

_Sinal de que a minha mãe não era idiota e muito menos cega em ver que o senhor só usa as pessoas como brinquedos esperando que o seu joguinho de manipulação dê certo. – disse impaciente – Mas não estamos aqui para falar dos meus pais.

Dumbledore não pareceu surpreso com a minha acusação e balançou a cabeça.

_Sim, não estamos aqui para falar dos seus pais. – concordou – Porém não será agora que eu te explicarei o motivo de querer que você tenha, digamos, o mesmo treinamento que Harry, ainda é muito cedo, Evolet. Preciso que espere mais um pouco, posso pedir isso?

_Creio que o senhor não está em posição de pedir nada. – respondi seca.

_Não, não estou. – concordou mais uma vez – No entanto, por hora, é o que eu tenho para te responder. Espero que mesmo assim esteja aqui na próxima aula. – dizendo isso Dumbledore deixou claro que a conversa tinha chego ao fim.

Levantei da cadeira e sai sem me despedir ou dizer que estaria sim na próxima aula, mas ele sabia disso, sabia que eu era curiosa e desconfiada o suficiente para esperar para ver no que aquilo iria dar.

Capítulo 12

Assim que sai da sala de Dumbledore - bufando de raiva, diga-se de passagem - dei de cara com Harry sentado no corredor de frente para gárgula que escondia a entrada para o escritório me esperando e antes que ele perguntasse o que eu tinha falado com o diretor eu lhe dei um aviso:

_A única coisa que diferencia Dumbledore de Voldemort, Harry, é o fato de que um trabalha para as Artes das Trevas. Ambos são manipuladores para com o que querem então tome cuidado, não siga tudo o que aquele velho fala.

Harry me olhou surpreso e ficou em silêncio.

Sai de lá sem esperar que ele respondesse alguma coisa, sabia que assim que ele abrisse a boca seria para defender aquele velho babaca.

(...)

Três semanas se passaram depois da aula de Dumbledore e creio que por terem passado arrastadas muita pouca coisa aconteceu.

Eu ainda estava irritada com a palhaçada que tinha sido aquela aula, Harry tinha tentando me perguntar o que acontecera na sala de Dumbledore depois que ele saiu, mas eu o ignorei completamente dizendo que a única coisa que eu tinha para lhe falar já tinha dito naquela mesma noite.

E sobre falar com os outros... Draco ainda não tinha falado comigo e eu muito menos tinha me aproximado para falar com ele. A dor da separação também não tinha ido completamente embora, porém tinha diminuído graças à certeza que eu tinha de que algo estava errado.

Mas é claro, isso não queria dizer que eu estava totalmente bem, mas que tinha pelo menos parado de chorar todas as noites seguidas e que iria sobreviver.

Olhei a mesa da Sonserina, Draco tinha acabado de se levantar e estava saindo do Salão Principal vestido impecavelmente, porém com o cabelo bagunçado e com olheiras de quem tinha passado a noite acordada.

Senti meu estomago gelar um pouco ao me lembrar que dali algumas horas eu teria que encarar Draco no campo de Quadribol.

Você faz isso durante as aulas Evolet, disse a mim mesma, não acontecerá nada de diferente.

_Quem muito olha quer comprar, ruiva – Antony comentou apontando para mim com um garfo e atrapalhando meus pensamentos.

Além de eu conseguir para de chorar mais uma coisa havia mudado, eu tinha praticamente me transformado em uma corvina.

Eu estava me recusando à sentar a mesa da Sonserina nas refeições, tinha olhado o regulamento da escola e nada dizia que um aluno não poderia sentar em uma mesa que não fosse da sua casa - embora Snape tivesse ameaçado me dar uma detenção - então passei a me sentar a mesa da Corvinal junto de Laurie e Antony.

Além de me sentar em sua mesa também tinha passado a andar para cima e para baixo acompanhada deles e vez ou outra de seus outros amigos quando esses resolviam se aproximar.

_O correto é “quem desdenha quer comprar”, Tony – Laurie corrigiu usando o apelido de família que tinha descoberto.

Laurie era adepta demais a apelidos de família.

_Mesmo assim – Antony continuou a dizer enquanto comia sua panqueca com cobertura de morango – Precisa parar de encarar o Malfoy, Evolet, já está na hora de superar isso, faz quatro semanas que vocês terminaram, está começando a ficar depreciativo demais.

_Antony! – Laurie o repreendeu – Isso não é coisa que se diga!

Olhei com raiva para Antony.

_Não sabe mesmo a hora de ficar quieto não é, Tribbiani? – perguntei retoricamente e levantei da mesa.

Tinha perdido completamente a fome.

Sai do Salão Principal bufando de raiva e ao mesmo tempo querendo me bater por achar que ele tinha razão, eu era patética em relação à Draco, completamente dependente.

Mordi o lábio quando senti meus olhos embaçarem.

Merda!

A choradeira tinha voltado.

Andei em direção as masmorras e segui para o Salão Comunal da Sonserina enquanto a vontade de chorar era substituída mais uma vez pela raiva. Uma raiva maior do que qualquer tipo de pequena irritação que eu tinha sentido em todas essas três últimas semanas.

Raiva de Antony. Raiva de Draco. Raiva de Dumbledore, de Laurie, de Harry, de Hogwarts, de mim e de tudo o que eu conseguia me lembrar.

Raiva de Voldemort e seus Comensais da Morte e de todo o resto.

Assim que entrei no quarto bati a porta atrás de mim e continuei a andar até o banheiro com a certeza de que a única coisa além de estuporar alguém que iria fazer com que eu me acalmasse era um banho bem quente e assim o fiz.

Deixei-me ficar embaixo d’água por bem mais de meia hora e só sai mesmo porque estava cansada de ficar em pé.

Não entendia, Salazar Slytherin tinha tido tanto trabalho em fazer um planejamento espetacular na criação dos dormitórios da Sonserina, mas custava ele ter se dado o trabalho acrescentar banheiras para os alunos?

Era pedir demais?

Com a certeza de que era procurei uma roupa e escolhi uma confortável calça legging preta já pensando no teste que eu participaria à tarde e uma blusa branca de mangas compridas pois o tempo já estaca começando a esfriar.

Penteei os cabelos deixando-os soltos para secarem naturalmente e resolvi aproveitar o tempo que tinha para adiantar alguns trabalhos que precisava fazer para entregar nas próximas aulas e claro, manter a mente distraída.

Somente por volta da uma hora eu decidi que já era hora de parar e almoçar.

Na verdade não estava com a mínima fome mas sabia que não era uma boa ideia participar da seleção para o time de Quadribol da Sonserina com o estômago vazio pois poderia acabar passando mal e destruir completamente as minhas chances de entrar no time.

Ou não, estava convencida de que mesmo desmaiando a dez metros de altura e caindo da vassoura ainda seria selecionada para jogar.

Eu era boa demais.

Ajeitei meus cabelos com a mão rapidamente e coloquei um par de sapatos discretos que eu tinha comprado há dois anos em uma loja de acessórios para Quadribol e que tinham me custado quase à metade do que eu havia pagado na minha vassoura, mas que tinha valido completamente a pena pois era extremamente confortável e próprio para jogar.

Sai do quarto animada, passei pelo Salão Comunal da Sonserina ignorando os olhares de nojo que há muito tempo tinham virado rotina na minha vida e sai pela porta do Salão dando antes uma básica jogadinha do cabelo para trás.

Eu estava me sentindo ótima.

(...)

Depois de um agradável almoço com Laurie voltei para as masmorras para pegar minha vassoura e depois fui direto ao campo de Quadribol para o teste de novos jogadores.

O teste para o time da Grifinória tinha sido no dia anterior e se não fosse pelos bons jogadores escolhidos por Harry – que esse ano seria capitão – a seleção teria sido um fiasco total.

Apareceram dezenas de alunos que nem mesmo eram da Grifinória tornando o teste cansativo e demorado.

Estava torcendo para que o da Sonserina fosse diferente.

Quando cheguei o capitão, Jason Mitchel, já estava lá junto com mais dois jogadores. Um eu sabia que seu sobrenome era Beik mas não tinha ideia de qual era o seu primeiro nome e muito menos qualquer um dos nomes de seu colega.

Os três trajavam seus uniformes.

Mitchel era moreno, alto e magrelo, jogava como artilheiro mas eu mesma não achava que tinha muito talento para coisa. Os outros dois eram bem parecidos na forma física, altos e corpulentos e lembravam muito Crabbe e Goyle a não ser pelos seus cabelos loiros e as orelhas de abano daquele que eu não sabia o nome. O desconhecido era goleiro e o outro batedor.

Nenhum, obviamente, era bonito ou educado já que ignoravam completamente a presença dos outros alunos.

Um pouco sem saber o que fazer me sentei perto de mais ou menos quinze alunos da Sonserina que estavam nas arquibancadas, provavelmente pelo mesmo motivo que eu, e esperei alguma ordem vinda dos jogadores atuais.

Estava tão distraída que nem me lembrei de Draco até vê-lo correndo com sua Nimbus 2001 na mão para se juntar ao resto do time.

Observei Draco conversar com o capitão e acho que se justificar pelo atraso, Mitchel pareceu dar algum tipo de bronca nele o que o fez Draco ficar de cara feia. Depois disso Mitchel o ignorou e se virou para os demais alunos.

_Não estou com a menor paciência para ficar olhando gente que não sabe jogar tentando montar em uma vassoura e muito menos para levar vocês à enfermaria caso se machuquem, – Mitchel começou a dizer seriamente olhando diretamente para os alunos que tinham uma aparência mais nova na óbvia tentativa de aterroriza-los - então se tem alguém aqui que não sabe voar, está no primeiro ano ou não faz ideia do que é Quadribol, retire-se. Não somos da Grifinória e muito menos sou o ridículo do Potter para ficar aguentando crianças no meu campo. – completou referindo-se ao desastroso teste da Grifinória.

Mitchel ficou algum tempo em silêncio esperando para ver se alguém sairia mas ninguém se atreveu, todos que estavam ali sabiam o que estavam fazendo.

_Os teste serão rápidos e eu não quero ninguém reclamando no meu ouvido se não for escolhido. – avisou – Os testes, como sabem, são para duas vagas de artilheiros e uma para batedor. Agora, quero que se separem em dois grupos, um de cada posição. Vou começar com os artilheiros.

Mitchel fez um sinal para que os que almejavam ser artilheiros descessem até o campo. Eu e mais sete pessoas - cinco garotos e três garotas contando comigo - fomos até ele.

_Quero que voem em volta do campo, três voltas está bom. Não se preocupem, não é uma corrida, só vou avaliar como se portam na vassoura. – pediu o capitão.

Não é uma corrida, está bem, como se eu nunca tivesse participado de um teste antes. O objetivo era sim ver quem ganhava a corrida, quando mais rápido e ágil era o jogador melhor para o time independente de sua posição.

Resolvi prender meus cabelos em um coque para que eles não atrapalhassem o voo e, involuntariamente, enquanto fazia isso olhei para Draco.

Ele me encarava sem nenhum disfarce. Arqueei as sobrancelhas como se perguntasse o que estava acontecendo mas ele nem se quer se mexeu para falar comigo, parecia aborrecido e ansioso ao mesmo tempo.

Tentando ignorar Draco me preparei para o teste, Mitchel nos alinhou em uma fila reta e deu a partida.

Só não consegui terminar a volta em primeiro lugar porque um garoto idiota me empurrou logo no final me ultrapassando e me deixando em segundo lugar.

Quase o matei com o olhar quando isso aconteceu.

Ao todo foram três testes para ver os melhores jogadores, dois apenas com os que tentavam entrar no time e outro com pequenos jogos informais com os jogadores titulares, conosco separados em pequenos grupos.

Quando foi a vez do meu grupo jogar – tínhamos sido deixados por último - não consegui deixar de reparar que, assim como em todo o resto da seleção, Draco não tirava os olhos de mim. Ele não tinha muito o que fazer durante o jogo já que era apanhador então ficou apenas voando no campo e me seguindo de longe, coisa que já estava quase fazendo com que eu jogasse a Goles direto na sua cara.

_Tudo bem, já chega – Mitchel gritou e fez sinal para que todos descessem das vassouras e fossem para o meio do campo.

Assim que meus pés tocaram o chão vi Draco passar correndo na minha frente e empurrar um garoto do quarto ano fazendo com que ele caísse de costas no chão.

_Não pode escolhe-la – Draco disse puxando Mitchel pelo ombro.

_O que? – perguntou o capitão confuso.

_Não pode escolhe-la – Draco repetiu e olhou para mim – Eu sei que é isso que vai fazer mas não pode escolher uma mestiça para jogar no nosso time, ela mal é da Sonserina, passa o tempo todo com Corvinos nojentos e ainda por cima é irmã do Potter.

_Escute aqui, Malfoy – Mitchel falou furioso para Draco - Não me importa quem a garota é, ela pode ser uma Potter e pode ter tido uma mãe sangue-ruim mas ela é da Sonserina e joga bem, nunca vi uma garota da nossa casa que jogasse tão bem quanto ela e eu não vou correr o risco de perder a Taça de Quadribol por causa de seus caprichos Malfoy então aprenda a lidar com a sua ex no time.

“Não fui eu quem mandei você namorar com uma mestiça imunda, agora aguente as consequências.”

Eu tinha congelado no lugar durante a discussão e só conseguia ver os outros alunos olhando para mim enquanto escutavam o escândalo que Draco fazia.

Por Merlin, como ele era patético e infantil.

Não sabia de quem eu tinha mais raiva naquele momento, Mitchel de ter chamado a minha mãe de sangue-ruim e eu de mestiça imunda ou de Draco por toda palhaçada que ele estava fazendo.

Não, eu sabia, com certeza era de Draco.

Eu estava me sentindo péssima.

Eu queria matar o Malfoy.

Matar não, eu queria trucida-lo, arrancar suas vísceras e dar de comer a Lula Gigante.


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Notas finais do capítulo

Primeiro, não vou perder tempo me justificando pelo atraso, não quero ser grossa, mas não tem o que explicar, todo mundo que acompanha a Evolet desde o começo sabe quais as minhas justificativas quando atraso.
Segundo, lindaaaaas, amores da minha life, Juliana Platen e Downpour, suuuuper me desculpem por não ter mandado uma mensagem de agradecimento pelas recomendações mas falo com vocês sobre elas logo nos próximos dias, ok? Mas saibam que eu amei de paixão tudo o que vocês falaram, me alegrou muito saber que mesmo depois de não ter postado por meses vocês ainda se deram ao trabalho de recomendar, super obrigada, de coração s2.
Mais um agradecimento também a Lê, sério, acho que se não fosse por ela não teria voltado a postar tão cedo - se é que se pode chamar isso de cedo hahaha - obrigada pela força.
As outras lindas maravilhosas da minha vida: Até o próximo capítulo.
Beijinhos.