Second Chance escrita por carol medeiros


Capítulo 2
Impossible




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Tell them I was happy
And my heart is broken
All my scars are open
Tell them what I hoped would be
Impossible

Impossible - Shontelle

15 de dezembro de 1981.

Marlene tinha voltado para a Mansão Mckinnon há uma semana. Ela só foi liberada de St. Mungus depois que Dumbledore e a enfermeira que estava ao seu lado quando ela acordou – depois ela foi descobrir que foi uma grande amiga de sua cunhada, que morrera naquela trágica noite – tinham garantido que ela tinha se recuperado de todos os seus ferimentos estivessem curados e sua saúde recuperada – ela estava com falta de certos nutrientes e desidratada.

Era difícil para Marlene voltar para o local onde viu sua família ser assassinada na mão dos Comensais e ela, sequestrada, mas ela também não tinha coragem de vender a mansão que está em sua família por gerações, pois mesmo que ali tivesse sido o palco da sua pior memória também tinha sido palco de muitas boas.

Nos últimos dias, Marlene estava limpando os cômodos junto com a elfa doméstica da família, Pinkie, que sobreviveu devido a uma ordem antiga dos Mckinnons que qualquer ataque a casa, os elfos deveriam se esconder, e aprendendo a cozinhar. Claro, tinha recebido de alguns amigos que vieram lhe visitar, como Remus, Lily, Emmeline – que se casara duas semanas antes do fim da guerra – e antigos amigos da família.

Quando a campainha tocou naquela típica fria manhã de inverno, Marlene estava colocando um prato de cookies recém prontos em cima da bancada da cozinha. Como Pinkie estava no sótão pegando as últimas decorações de Natal, seria um triste e solitário Natal, mas a casa não poderia de deixar estar decorada, era outra tradição dos Mckinnons, ela foi atender a porta e encontrou sua melhor amiga segurando a criança que a loira já havia e apegado e que coincidentemente era seu afilhado.

Harry logo foi para o colo de Marlene, deixando a mãe retirar o casaco para depois dar um abraço na amiga.

“Faz o que? Quatro dias que não o vejo? Ele parece que cresceu,” ela disse sorrindo para o menino. “Vamos para a cozinha, acabei de fazer cookies.”

As duas sentaram-se à mesa da cozinha com o prato de cookies e Harry no meio deles.

“Sabe quem nos ajudou a fazer a mudança?” Lily começou, o seu olhar indo de Harry, que comia um cookie, para Marlene o tempo todo. “Sirius.”

“Lily, para. Eu te conheço desde quando tínhamos 11 anos, não me venha com esse tom. Sirius é passado, não tenho, nem quero, ter nada com ele.” Marlene avisou. Aquilo não era totalmente verdade, pois mesmo que nunca tivesse dito em voz alta para alguém, ela amava Sirius e esses sentimentos ficaram tão escondidos durante a guerra, principalmente porque ele nunca demonstrou qualquer chance de ter algo com ela novamente, que ela queria acreditar que aquilo tinha sido somente uma paixonite adolescente.

“Oh Marlene, Remus nos contou como Sirius ficou depois que soube de sua morte, ficou devastado, fazia as coisas por fazer,” a ruiva falou. “E depois que ele descobriu que você estava viva, parece que existe algo diferente em seu olhar, algo que não estava ali antes e que não víamos há muito tempo, nem mesmo quando soube que era o escolhido para ser o padrinho de Harry.”

“Lily, se ele tivesse essa tal coisa diferente no olhar, ele teria ido me visitar no hospital ou aqui, me mandado uma carta, flores, um sinal de fumaça, porém eu não vi nem sua sombra.” Marlene respirou fundo, sabia desde que Lily disse o nome Sirius ela queria algo nessa conversa, então logo se adiantou. “E por favor, pare de dar esses sinais de que poderíamos ter algo novamente, o que tivemos foi mais um caso entre outros que aconteceu em Hogwarts.”

“Oh Marls, vocês foram feitos um para outro. Todo mundo sabe disse, menos vocês dois.” Ao ouvir isso, Marlene revirou os olhos. “Não revire os olhos para mim, Mckinnon, você sabe bem o que estou dizendo.”

“Sei sim, você está querendo que eu reconsidere Sirius Black como uma opção na minha vida amorosa, que não existe.”

“Mas que deveria existir! Você mais do que ninguém merece alguém ao seu lado, que possa te tirar da tristeza dessa casa, te abraçar à noite quando você estiver tendo outro pesadelo, uma pessoa que você possa abraçar, possa imaginar um futuro ao lado dela e uma família,” Lily olhou para Harry, passando a mão nos cabelos pretos dele.

Em pensar na palavra família, Marlene ficou com os olhos cheios de lágrimas. “Lily, eu não contei para ninguém, mas um dos Healers disse que é praticamente impossível eu engravidar devido a grande quantidade de maldições que recebi.” Ela engoliu o choro. “Como eu posso pensar em ter uma família com alguém se eu não posso engravidar? Como eu posso pensar em compartilhar minha vida ao lado de uma pessoa se eu não sei mais como é viver? Eu odeio tanto aqueles bastardos de Comensais da Morte, pelo o que eles fizeram com a minha família, o que eles fizeram comigo. Às vezes, quando eu estou deitada e não consigo dormir, consigo ouvir os gritos das pessoas que amava antes de serem assassinadas, os passos dos bastardos ao longo do corredor até chegar ao último quarto, onde eu estava segurando o pequeno Ralph com toda a minha força.”

A mão que antes segurava a perna de Harry, segurou uma mão de Marlene, que estava em cima da mesa, apertando-a. “Oh Marls...” ela disse com os olhos marejados.

“Agora me diga, Lily, como eu posso fazer alguém para esse pesadelo que eu revivo todo dia?”

“Para tirar você desse pesadelo. A guerra acabou Marlene, você tem que seguir em frente, mesmo que isso seja doloroso, seus familiares não iriam querer que você ficasse assim.” Ela disse. “Marls, você é uma vitoriosa, muito mais do que eu, Remus ou qualquer outro amigo nosso que sobreviveu. Você esteve na mão deles por meses, recebendo tantas maldições que eu não posso imaginar e mesmo assim você está aqui, na minha frente, viva e lúcida. O destino lhe deu uma segunda chance para você vier e está desperdiçando-a. Saia dessa casa, vá ao parque, volte ao trabalho porque esse pesadelo não vai acaba enquanto você não deixa-lo ter um fim.”

Marlene sabia que o que sua melhor amiga estava dizendo era verdade, mas não conseguia fazer. Ainda sentia medo do mundo lá fora, que se virasse a esquina, um comensal apareceria e a sequestraria outra vez.

Tentando quebrar o silêncio que ali havia se instalado e voltar ao assunto que desejava, Lily disse. “Enfim, eu nunca entendi porque você e Sirius terminaram, estava tudo aparentemente numa boa e do nada vocês não eram mais nada.”

A loira mordeu o lábio, nem ela sabia ao certo o que tinha acontecido com eles, tudo avançou muito rápido: de não suportarem para amigos e logo em seguida amantes. O relacionamento aconteceu em um momento muito frágil na vida dele, foi um pouco antes da morte da mãe de James, que considerava Sirius um filho, e foi nela que ele encontrou suporte. Porém infelizmente, antes que o sétimo ano começasse, tão rápido que começou, terminou.

“Sinceramente, nem eu sei, Lily.”

“Você já o amou?” Marlene somente assentiu. “Poderia ama-lo outra vez?”

“Se um dia eu conseguir sentir algo novamente... Talvez ou talvez não. Dependerá das circunstâncias,” respondeu. “Dependerá do destino.”

Lily compreendeu, mas sabia que no fundo ainda iria ver os seus dois melhores amigos e os padrinhos de Harry juntos, era só questão de tempo.

Por falar em Harry, a criança começava a ficar inquieta em cima da mesa, já tinha comido bastante cookie.

Marlene o olhou, as palavras que ela tinha dito momentos antes voltando a sua mente. Será que ela nunca poderia ser mãe? Logo ela, que sempre se deu tão bem com crianças e, antes de tudo acontecer, sonhava ser mãe? Será que o destino poderia ser tão cruel?

Cada vez que ele ficava parado ali, mais inquieto ficava. Esse é realmente filho de James, ela pensou ao pega-lo no colo. “Vamos lá para trás, ele fica correndo no jardim enquanto continuamos essa conversa.” Informou a ruiva, que a seguiu calada.

Marlene colocou o menino no chão logo que chegou à varanda e a criança nem pensou duas vezes, saiu correndo em direção ao jardim, que tinha sido cuidado pela elfa doméstica durante o tempo que a Mansão Mckinnon ficou fechada.

As duas amigas ficaram em silêncio, observando Harry no roseiral, pensando na mesma coisa: todos brigaram na guerra para que as futuras gerações, como Harry, vivessem em mundo bruxo mais igual.

Harry voltou com uma flor na mão, que estava viva por causa de um feitiço que tinha visto a mãe fazer todos os invernos, entregou para Marlene, que se abaixou e deu-lhe um beijo na cabeça.

“É realmente uma pena que Harry não terá primos para brincar nesse enorme jardim,” Lily disse, a ideia de que sua melhor amiga nunca iria ser mãe não saia de sua mente.

Marlene fechou os olhos e respirou fundo. Ela não gostava – não queria – pensar nas consequências do seu tempo de cárcere, por isso não conversou com ninguém a respeito, bem, até agora.

“Mas poderá ter irmãos, que vão poder vir aqui brincar. Aposto que James ainda quer ter o seu próprio time de quadribol,” ela disse, finalizando com uma risada fraca.

“Quando estávamos escondidos, conversamos diversas vezes sobre ter mais filhos, vamos deixar que o destino decida,” Lily disse.

As duas sentiram uma brisa fria, que motivou Lily chamar o filho para dentro.

“Irá chover daqui a pouco,” Marlene falou, olhando para o céu, que começava a ficar cinza.

“É melhor eu ir para casa, pois Harry pode adoecer com essa brisa, afinal, já está esfriando.” Lily disse, indo pegar seus casacos.

“Use a lareira, é mais seguro,” a loira ofereceu enquanto vestia o casaco no afilhado e o dava um beijo. “A visita de você foi ótima.”

“Obrigada pelos cookies,” Lily abraçou a amiga antes de entrar na lareira. “Você vai para o Natal lá em casa. Queremos voltar com a tradição que Dorea criou, o Natal dos Potters.” Ela disse em um tom sério, sabia que Marlene ia entender o aviso como ‘Se você não aparecer, eu venho até aqui para te arrastar’.

Marlene exibiu um meio sorriso. “Eu levo a sobremesa.”

Lily sorriu de volta e falou, jogando o Pó de Flu envolta dos dois, “Mansão Potter!” Deixando a amiga sozinha outra vez no seu pesadelo.

xxx

Como ela tinha previsto, chovia naquela noite. Parecia uma daquelas chuvas que duraria até o dia seguinte, com trovões e relâmpagos.

A energia estava oscilando, o que também era previsto quando chovia como daquela forma, então ela acendeu velas em toda a casa e disse a Pinkie que já poderia descansar, ela ficaria bem.

Ela estava na sala, lendo um livro qualquer da biblioteca da mansão e tomando um chocolate quente, qualquer coisa que a fizesse se distrair, quando a campainha tocou pela segunda vez naquele dia.

Marlene não esperava ninguém principalmente em um horário daqueles – deveria ser por volta das onze – em uma noite daquelas, então ela sacou sua varinha e foi em direção a entrada da casa.

Quando abriu a porta, estava pronta para lançar um feitiço todavia qualquer fala, pensamento ou ação foi esquecida ao ver quem estava parado na sua frente totalmente molhado.

Sirius Black.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Sei que não teve tanto Blackinnon esse capitulo, pois quis desenvolver Marlene pós guerra, obvio, vocês irão ver mais desse desenvolvimento ao longo dos capitulos, mas quis mostrar mais as suas inseguranças e um pouco do que sentia a respeito de Sirius (se a relação deles em Hogwarts se tornar em um buraco ao longo dos capitulos, farei uma one a respeito do namoro.)
Aviso: Demorarei mais do que esse pedaço de tempo entre a postagem do prólogo e do capitulo 1, pois tenho que manter a tradução de uma fic que faço em outro site de fic atualizada também, então as postagens serão alternadas, uma vez a tradução, outra SC.



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