Always by your Side escrita por Jules
"Das grandes traições iniciam-se as grandes renovações".
Vassili Rozanov
Acordei com a luz do sol entrando pela janela, cocei meus olhos e em seguida me espreguicei. Sentei-me sobre a cama esticando meus braços e quando abaixei o braço senti alguma coisa olhei para lado e tinha um ursinho, ele era branco e bem peludo e tinha um cachecol vermelho vivo e ao lado do ursinho tinha um envelope. Apanhei o mesmo e o abri com cuidado para não amassar.
“Sinto muito pela noite passada, fiquei pensando no que aconteceu e seria melhor não se repetir! senti-me horado em ser o primeiro a te beijar... Espero que entenda”.
Li o bilhete com certo receio, ele tinha começado com “sinto muito” então ele estava arrependido pelo que tinha acontecido e provavelmente esse sentimento de culpa não era bom. Levantei-me com um pouco de fraqueza e fui até banheiro, liguei a torneira da banheira deixando que ela enchendo e fui até a pia pegando minha escova e a pasta de dente. Assim que terminei de escovar meus dentes tirei minha roupa jogando no cesto de roupas sujas e adentrei na banheira. Tomei um banho rápido e sai da banheira já que estava fazendo frio, olhei no relógio da parede eram exatamente 7h da manhã. Sai da banheira passei meus cremes para evitar que minha pele fica-se desidratada, penteei meus cabelos molhados e curtos.
Assim que voltei para o quarto ele já estava arrumado e Jane estava com o bilhete de Alec em suas mãos. Arregalei meus olhos assustada ela iria contar para Aro e ele provavelmente iria fazer algo contra Alec.
— Você pode me explicar algo – sua voz sair cortando. Parecia que ela estava com raiva ou ciúmes do irmão ter me beijado.
— Jane... Eu.. Eu – não consegui explicar e comecei a chorar com medo do que ela poderia fazer.
— Você gosta dele? – arqueou sua sobrancelha.
Balancei minha cabeça sem responder. Respirei fundo oxigenando meus pulmões e levando ar a todas as células do meu corpo.
— Não vou contar nada para Aro. Só não me explique nada – Jane deu um sorriso de lado. – Quanto menos eu souber melhor.
— Obrigada.
— Agora limpa esse rosto e vá se arruma. Seus pais querem “tomar café da manhã” com você – ela revirou seus olhos.
Assim que Jane saiu do quarto peguei o bilhete e escondi embaixo do meu colchão – para ser mais exata em um rasgo que eu mesma tinha feito para esconder as coisas deles. A roupa que Jane tinha pegado era um vestido vermelho vinho que ia até meus joelhos e era aveludado. Coloquei uma meia-calça branca o vestido, um cardigã preto para cobrir minhas costas – Na verdade o cardigã seria para esconder o AVC. E uma sapatilha preta com lacinho vermelho em cima.
Desci as escadas devagar para não me cansar, assim que estava próxima do salão de jantar pude ouvir a voz de minha mãe alterada e pude a ouvi gritar “Não” respondendo meu pai. Fiquei ao lado da porta em silêncio.
“É a única maneira” – Aro tentou explicar.
“Ela é só uma menina e esta fraca” – escutei o barulho de alguma coisa se quebrando.
“Você acha que eu não sei”. - sua voz saiu alta.
— O que está fazendo atrás da porta? – uma voz fina me fez saltar – Não sabe que é falta de educação ouvir a conversa dos outros. – era Demetri e como sempre pegando no meu pé.
Bati na porta e entrei na sala minha mãe estava sentada na ponta da mesa e meu pai na outra. Minha mãe como sempre estava com um vestido deslumbrante roxo que cobrias pescoço, braços e pernas. Seu cabelo preso em uma trança escama-de-peixe – sua expressão não era das melhores, sentei-me no meio da mesa de carvalho envernizada e só no meu lugar tinha café da manhã – até por que os dois não comem.
— Bom dia Rebecca – mamãe cumprimentou-me.
— Bom dia – fiquei fitando meu prato.
— Como passou a noite? – Aro tentou puxar assunto.
— Até que bem. Passei mal só que Alec ajudou-me – peguei um copo de suco de laranja e tomei um gole. Aro estava com o jornal em suas mãos lendo as noticias do mundo humano era a única coisa que se interessava.
— O que você teve? – mamãe perguntou interessada.
— Na verdade, foi mais uma hemorragia no estômago – expliquei.
— Vomitou? – ela ia direito ao ponto.
— Sim.
— Muito? – mamãe estava preocupada.
— Mais ou menos.
— Tomou o remédio?
— Tomei e então passou – sorri.
— Filha, isso é bom – respirou aliviada.
Peguei um saco de bisnaguinhas de pão e tirei umas quatro e passei nutela dentro e comecei a comer. Aro colocou o jornal em cima da mesa e mamãe respirou fundo – mesmo não precisando e assim que terminei de comer fitei os dois.
— O que está havendo com vocês?
— Na verdade filha... – Aro começou.
— Seu pai arrumou um noivo para você – mamãe soltou com raiva.
— O que? – me levantei – Como assim um noivo?
— Não arrumei nada. A tola da sua mãe não entendeu direito – disse com toda a calma.
— Foi forçado – Sua voz foi sarcástica. Ouvi um rosnado sair da garganta de Aro.
— Suplicia deixe-nos a sós – ordenou.
Mamãe levantou-se com tanta raiva que a cadeira que estava sentada caiu no chão de mármore branco. Antes de sair do salão ela virou-se e fitou Aro por alguns segundos e então disse.
— Nunca irei te perdoar.
E saiu do salão batendo a porta com força.
— Sente-se Rebecca – pediu mandando ao mesmo tempo.
Sentei-me sem saber o que falar. Eu não queria me casar com um estranho.
— Queríamos manter nossos reinos unidos. E tínhamos apenas que assinar o tratado de paz entre lobisomens e vampiros, só que Suplicia muito tola deixou escapar que tínhamos de voltar a logo ao castelo para ela poder cuidar de você e um dos Lideres de outro clã poderoso propôs unir nossos reinos com um casamento entre você e ele.
— Mais eu sou uma humana doente. Por que diabos ele vai ter interesse em mim? – perguntei decepcionada com eles.
— Apenas para ter um poder maior –respondeu.
— Eu me recuso a isto – levantei-me deixando-o sozinho a mesa.
— Amanhã ele vira te conhecer e o casamento é daqui duas semanas.
Abri a porta e corri até meu quarto, não queria saber se isso ira me causar mais falta de ar ou qualquer outra coisa. Entrei no quarto trancando a porta sentei-me no chão e comecei a chorar as lagrimas escorriam pelo meu rosto e o medo que sentia era maior do que qualquer coisa. Eu ira me casar contra a minha vontade com um vampiro, escutei batidas na porta do quarto e ignorei.
— Abra a porta Becca – Alec pediu.
— Eu não quero. Vá embora!
— Se você não abrir irei entrar de qualquer forma.
Ouvi o barulho das travas da porta sendo retiradas corri até o banheiro e tranquei a porta. Sentei-me dentro da banheira e abracei minhas pernas contra meu corpo e as lagrimas continuam a escorrer pelo meu rosto. Ouvi a janela do banheiro ser aberta ela era aquelas antigas de quase um metro de altura e madeira detalhada com o brasão dos Volturi. Alec estava do outro lado a empurrando para abrir – o que não seria difícil já que não estava trancada.
Assim que ele entrou veio em minha direção e puxou-me para um abraço. O qual eu correspondi. Eu não era tão alta minha cabeça dava na altura do seu peito magro e frio – porém muito aconchegante.
— Por que está chorando? – quis saber.
— Aro que me obrigar a se casar – as lágrimas começaram a descer com mais frequência e já podia sentir o ar me faltar.
— Como? Isso é loucura. Você não pode se casar... Não nesse estado –senti um frio na minha espinha e um grande medo.
— Ele vai me transformar não é? – olhei nos seus olhos.
— Sim – engoli em seco.
Senti minhas pernas bambearem. Segurei no ombro de Alec e ele percebeu que não estava bem.
— Eu não quero Alec... Ajuda-me – comecei a chorar.
Alec me pegou no colo e levou até minha cama colocou-me sentada e ligou meu respirador. Sentou-se ao meu lado e fitou o ursinho sobre a minha cama e sorriu ao perceber que não tinha jogado fora.
— Ontem cedo um vampiro veio pedir para ser morto e Aro negou. Provavelmente hoje ao meio-dia ele ira fazer uma cena... Como hoje é comemoração da cidade com a “expulsão” dos vampiros seria um ótimo jeito de provocar Aro, Marcus e Caius. Quebrando a lei mais importante dos vampiros e única que realmente eles não perdoariam – comentou.
— Lei? – peguei o ursinho e o abracei.
— Sim, não contar a um ser humano da existência de vampiros – explicou.
— O que você tem em mente? – ele estava pensativo.
— O que eu vou fazer é uma traição e a pena seria morte – Alec sussurrou – Arrume uma mochila com poucas coisas apenas o essencial. Pegue todos os seus remédios e também respirador portátil e não se preocupe com dinheiro. Quando for onze horas esteja pronta que vamos sair aqui.
— Alec isso é perigoso, não quero que corra riscos comigo – abaixei minha cabeça.
— Isso é o mais certo a se fazer – ele sorriu – Vou pedir a Chelsea que traga um lanche para você... O que você gosta? – coçou os cabelos negros.
— Peça o mesmo de sempre. Um saco de bisnaguinhas, um pote de nutela do grande e uma garrafa com suco natural de laranja. Assim ela não vai desconfiar – sorri tímida.
— Você come em menina – ele beijou minha bochecha. Fiquei corada. – Não temos muito tempo agora é dez e meia arrume suas coisas depressa.
Assim que Alec saiu do quarto fui até minha cômoda peguei duas calças jeans uma clara e outra escura, três camisetas uma regata da cor vinho, outra segunda pele preta e uma branca com desenho do rosto de uma panda. Guardei junto com a roupa que estava de manhã, dois pijamas e roupas intimas na minha mochila preta e branca (que parecia uma vaca). Abri a estante e peguei todos os meus remédios e fui ao banheiro peguei meus cremes, escova de dente, sabonetes, shampoos, minha pantufa e voltei de novo para o meu quarto pegando meu notebook e o ursinho que Alec tinha me dado e a carta.
Assim que tudo estava pronto coloquei uma calça jeans escura, uma blusa simples e o meu cardigã simples e uma toca para tampar o meu rosto. Peguei meu diário e fui até o incinerador e toquei fogo nele para que ninguém soubesse de nada sobre mim a única pessoa que iria sentir falta era mamãe.
Escutei a porta sendo aberta e corri para esconder minha mochila, porém a pessoa pegou em minha mão segurando para ver o que eu estava segurando.
— O que está fazendo? – minha mãe pareceu surpresa.
— Vou embora, Eu não vou me casar contra a minha vontade!
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Olaaaaaa. Espero que gostem
Sei la pessoal comentem o que voces acharam :)
beijos