Always by your Side escrita por Jules


Capítulo 3
Livro 1 - Rebecca




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"Não me pertence comer, não me pertence dormir, não me pertence viver. Estou farta disto" -

Autor desconhecido.

 

 

Por onde devo começar a minha vida é completamente diferente de qualquer adolescente no mundo inteiro. Sou adotada por uma família de vampiros que tem quase mil anos e sou uma humana estranho né? Talvez não seja, pois já estou acostumada com minha ‘vida’. Meus pais biológicos me abandonaram quando era apenas um bebê e foi Alec meu melhor amigo e membro da guarda que me salvou trazendo-me para cá onde estou até hoje.

Descobri aos meus cinco anos de idade que tenho Leucemia. Uma doença maligna dos glóbulos brancos e a deficiência causam problemas em meu corpo. Aconteceu de repente em uma tarde de inverno, lembro-me de estar sentada em minha cama brincando de boneca com minha mãe. E em um instante eu senti uma fraqueza no meu corpo, uma tontura e um pouco de falta de ar.

— Becca – mamãe ficou me fitando preocupada.

— Mamãe eu não estou bem.

— O que está sentindo querida? – ela me pegou em seu colo frio e macio. Percebi seus olhos se arregalarem

— Alec – chamou.

Estava sentindo meu corpo todo ficar quente e então comecei a tremer e suar frio. Alec entrou no quarto e quando me viu encolhida no colo de minha mãe e ele pareceu tomar um susto e correu até nosso encontro. Uma dor em cima do meu estomago e bem forte por sinal, senti o gosto metálico em meus lábios e então a sensação de vomitar subiu pela minha garganta queimando. E quando vi estava coberta de sangue e o cheiro era forte até para mim mesma – sendo uma humana frágil como costumam chamar-me, principalmente Demetri e Jane.

Após todo o susto e Felix quase me atacar acidentalmente duas vezes, não posso culpa-lo uma criança coberta de sangue vivo em um castelo cheio de vampiros era realmente torturante. Quando cheguei ao hospital o medico me examinou e pediu alguns exames complementarem como contagem de plaquetas, hemácias e Leucócitos. E nos exames deram que minhas plaquetas estavam abaixo do normal e Leucócitos estavam destruindo as poucas que ainda existiam.

Passei por tratamento quimioterápico muitas vezes e por sete cirurgias para tentar diminuir que continuem aumentando. E hoje com 18 anos não sou uma adolescente atraente, meus cabelos são da altura do ombro, minha pele ressecada pela quimio, meu corpo tem marcas roxas pela falta de oxigenação e estou com anemia profunda. Tudo que como sempre volta e por isso recebo nutrição parenteral (nutrientes pela Solução Fisiológica). Tenho um acesso venoso central na minha veia subclávia direita então não preciso ser furada com agulhas todos os dias.

Sou considerada um milagre para os médicos já que estou viva há tanto tempo, mesmo tendo uma das doenças mais cruéis existente. Meu quarto é todo equipado como se fosse um quarto do hospital, minha cama fica ao lado da janela que é vedada e na parede tem um monitor cardíaco, ao lado uma maquina de ventilação mecânica (respirador) e uma estante cheia de medicação imunodepressora e uns anticoagulantes. Entretanto o meu quarto não tem só essa parte assustadora tenho uma tv de plasma, meu notebook e meu celular. A sua decoração é de um azul com rosa e tenho meus ursinhos que ficam nas prateleiras e da um ar de graça.

— Becca – chamou uma voz bem conhecida do outro lado da porta.

— Entra – sorri de lado.

— Como está, Frankenstein? – ele pulou em minha cama. Fazendo-me saltar e sorrir junto.

— Estou bem, estou morrendo a cada instante só isso – sorri divertida.

— Você tem um humor negro menina – sentou-se na poltrona ao lado da minha cama e começou a mexer em meu diário.

— Ei! Ninguém te ensinou a ter respeito? – tomei meu diário de sua mão e o coloquei debaixo do meu travesseiro.

— Eu tenho respeito. Só queria saber quem é o príncipe encantado – Ele se levantou e cruzou os braços e seus dentes brancos apareceram em um sorriso bobo.

Alec estava como sempre com sua jeans preta e uma camisa de botão que ia até o punho. Seu cabelo negro estava alinhado como sempre, seu rosto era fino com duas grandes bochechas, sua pele extremamente pálida e seus olhos vermelhos sangue – que particularmente eu adorava.

— Que príncipe? – mordi meu lábio, uma mania que tenho desde criança e passei a mão em meus cabelos quebradiços e curtos. Quando tirei a mão vi que alguns fios saíram e não pude deixar de respirar pesado um tanto frustrada e Alec percebeu.

— Aquele que a Jane disse que tem fotos no seu Notebook – ele se sentou ao meu lado e coloquei minha cabeça em seu ombro e pude sentir um pouco da falta de ar. Alec sem falar nada ergueu o braço e ligou o respirador e me deu a mascara aerossol.

— Obrigada! – agradeci segurando a mascara. – Eu estou morrendo aos poucos – comentei lendo o meu livro favorito “A Culpa é das Estrelas”. Tinha uma historia interessante de uma adolescente chamada Hazel Grace que tinha câncer nos pulmões e se apaixona por um rapaz que também tinha câncer só que nos ossos. E eles juntos vivem experiências maravilhosas. Ainda não tinha chegado ao fim estava um pouco mais da metade e ele estava realizando o sonho de Hazel que era ir até Amsterdã conhecer seu autor favorito.

— Não pense assim – comentou Alec fazendo cafune em minha cabeça. – Eu sei que é difícil ter essa doença... Só que você não quer se transformar e nem temos em mente o porquê disso.

— Alec... – fiz uma pausa – Nunca sonhou em não ser um vampiro?

Ele ficou petrificado com a minha pergunta e se tivesse um coração que ainda batesse provavelmente este estaria acelerado, sua mão direita se fechou em punho e pude ver seu rosto se contorcer em dor.

— Alec – o chamei.

— Pra ser sincero – ele começou. – Já sim... É doloroso demais viver para sempre e não ter um motivo para estar vivo. Se é que estamos vivos – seu sorriso foi falso.

— Onde está todo mundo? – tentei mudar de assunto.

— Seus pais, Marcus e Caius estão em uma conferência internacional – respondeu.

— Conferência? – sentei-me cruzando minhas pernas como um indiozinho.

— Sim. Os vampiros lideres querem saber como anda o mundo escondido nas sombras - ele arregalou os olhos e fez um barulho de fantasma e foi impossível não sorrir para aquele tonto.

— Haha... Parece um tonto – o empurrei de leve para o lado.

— Sabe o que eu estou lembrando agora? – ele se aproximou com suas mãos de mim.

— Oh! Não pelo amor de Deus... Isso não – e então começou a fazer cosquinhas em minha barriga e não conseguia me conter e comecei a gritar e gargalhar ao mesmo tempo e foi quando o gosto de sangue invadiu minha boca e tentei tampar minha boca só que foi em vão. E jatos de sangue começaram a lavar meu corpo e Alec me levantou colocando-me sentada e correu até o armário pegando meu remédio e em um piscar de olhos ele já estava ao meu lado pegando o meu avesso venoso central ou como eu o chamava AVC e aplicou o remédio e após alguns minutos senti a dor passar.

— Becca – ele me chamou.

— Eu sou um monstro, uma aberração e... – senti meus olhos encherem-se de lagrimas.

— Você aguenta isso por quê? – Alec me pegou em seu colo levando-me até o meu banheiro e começou a tirar minha roupa deixando-me apenas de roupas intimas, minhas bochechas instantemente ficaram quentes e vermelhas. Ele pegou minhas roupas cheias de sangue e colocou dentro do incinerador que tenho no banheiro – Ideia de minha tia Athenedora. Fiquei sentada em cima do vaso petrificada de vergonha era a primeira vez que um homem (além do Doutor Henry) me via seminua.

— Não precisa ter vergonha – Ele me pegou em seu colo e me colocou dentro da banheira.

— Obrigada – agradeci mal ouvindo minha voz sair de minha garganta.

— De nada – ele fechou a porta.

Liguei a torneira deixando a água encher a banheira. Encostei minha cabeça na banheira e comecei a chorar baixinho, estava cansada de sofrer e sentir tanta dor. Eu não queria se tornar uma vampira agora, quero ter uma vida antes de tomar uma decisão como essa e minha maior vontade é ser mãe. Se transformando fica impossível realizar esse sonho que quase toda mulher tem.

Peguei o sabonete e comecei a esfregar meu corpo cheio de sangue e tirar as marcas de sangue coagulado. A água quente sobre meu corpo deixava-me tranquilizada, afundei minha cabeça na água e a tirei rapidamente passando o shampoo e depois o condicionador. Mais alguns fios caíram de meu coro cabeludo e tinha quase um ano que não fazia quimioterapia. Assim que terminei o banho tomei cuidado para me levantar, me apoiei no corrimão que tinha sido colocado para este proposito, enrolei-me na minha toalha e caminhei até a pia onde estavam todos os meus cremes. Tirei a toalha e fiquei fitando meu corpo magro, com machas roxas pelas costas no espelho. Peguei meu creme e passei no meu corpo inteiro e na gaveta da pia tinha um pijama de frio ele era rosa com um ursinho desenhado na blusa e por ultimo escovei meus dentes para tirar o gosto horrível de sangue.

Assim que terminei coloquei minha pantufa de panda e sai do banheiro com os cabelos molhados e penteados. O quarto estava limpo, toda a roupa de cama já havia sido trocada e agora estava com uma decoração de panda e Alec estava sentado lendo o meu livro. Caminhei tranquilamente até minha cama e arrastando meus pés como de costume, sentei sobre ela e joguei meu cobertor preto e branco sobre minhas pernas.

— Rebecca – me chamou.

— Sabe que não gosto que me chame assim – o fitei.

— Está melhor? – ele colocou o livro na minha mesinha de centro.

— Por enquanto sim – sorri de lado.

— Por que você passa por isso, porque quer tanto sofrer? – Alec se levantou fitando-me sua expressão era de raiva e tristeza. Talvez fosse tristeza ou medo só que eu não sabia como decifra-lo.

— Você nunca vai entender – fitei meu cobertor.

— A claro, o simples fato de preferir morrer aos poucos a se tornar uma vampira. É tão horrível, se transformar? Você odeia tanto assim o que somos? – levantei-me com a pouca força que ainda tinha em meu corpo e com os olhos cheios de lagrimas e o empurrei.

— Eu não odeio nada. Eu só tenho algo em mente e enquanto não conseguir o que eu quero e não vou me transformar – expliquei chorando.

— Você não tem noção o quão torturante é ver você sofrendo todos os dias e não poder te ajudar – se ele pudesse chorar e tinha certeza que estaria chorando.

— Quer me ajudar? Então seja meu amigo... Esteja ao meu lado e não me critique por querer o que eu quero – ele me abraçou forte. E seu corpo gelado me deu um arrepio forte que foi até a minha espinha, retribui seu abraço e para ser sincera era muito aconchegante mesmo sendo tão frio.

— Está bem – sussurrou.

— Estou cansada. Preciso deitar um pouco – apoiei meu peso em todo o seu ombro. Alec rapidamente apanhou em seu colo e me colocou sobre minha cama.

Assim que já estava deitada em minha cama, afofei meu travesseiro e puxei minha coberta até minha barriga. Liguei minha TV e coloquei em um filme da Marvel o famoso homem de ferro, Alec sentou-se na poltrona do quarto que ficava ao lado de minha cama e começou a assistir comigo.

— A esqueci de perguntar, o que meus pais foram fazer nessa reunião com os Originais? – o fitei prestando atenção na televisão.

— Eles foram conversar sobre o domínio do Volturi sobre os outros vampiros. Na verdade funciona como uma hierarquia e no topo estão os lideres – explicou.

— Acho que vou dormir – comentei coçando meus olhos.

— Você não quer comer alguma coisa? – perguntou.

— Não. Eu estou sem fome – menti com receio de passar mal novamente.

— Okay.

Virei-me para o quanto da parede e liguei meu respirador deixando o ar caindo sobre meu rosto. Escutei os passos de Alec ao se levantar e o guarda-roupa ser aberto então ele se aproximar novamente de mim e colocar mais dois cobertores sobre mim e os ajeita-los em meu corpo.

— Irá fazer menos 13 essa noite e também vou ligar o aquecedor para que não passe frio – Alec se aproximou dando-me um beijo em minha testa

— Boa noite e obrigada – agradeci.

— Boa noite, Becca.


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Notas finais do capítulo

Olá me desculpem pelos meses que sumi.
Eu estava sem internet em minha casa e a faculdade estava difícil de acompanhar.
Porem escrevi esse durante as ferias... Está pronta e irei postar a cada semana um capitulo.

Beijos ,



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