Enquanto vai até a sala do grande mestre Sasha tenta tirar da sua cabeça os momentos que havia acabado de presenciar, aquilo não parecia certo e acima de tudo ela não podia ter distrações naquele momento; mas o que ela sentia por aquele homem era diferente do que ela já havia sentido por alguém; e quando estava perto dela tudo parecia estar bem, ela se esquecia de todo o resto.

–Não está certo! Eu... Nós... não podemos... No entanto... – Ela dizia para si mesmo enquanto fechava os olhos e os apertava tentando fazer sua decisão, de repente alguém diz alguma coisa:

–Sasha, está tudo bem?

É Ísis, e Sasha então percebe que já esta na casa de escorpião. Ao ver a amiga se aproximando ela cai nos seus braços em um abraço.

–O que houve? – Pergunta Ísis assustada.

Sasha explica toda a situação à sua amiga e finalmente Ísis lança seu veredito:

–Tudo o que fazemos como cavaleiros é proteger a paz na terra e a deusa Atena, se for para pensarmos bem nós raramente pensamos em nós mesmos. Não se pode viver para sempre Sasha, seja feliz enquanto pode, se o que sentem um pelo outro for verdadeiro ele prevalecerá diante de todas as dificuldades.

–Acho que você está certa Ísis... – Sasha responde. – Obrigada pela ajuda, de qualquer jeito vou ver o que vou fazer...

–Tudo bem, boa sorte amiga.

Sasha então continua seu caminho até a sala do grande mestre, chegando lá Kiki vai até ela.

–Sasha preciso te informar de algumas coisas.

A ariana confusa pergunta:

–Mas onde está Atena?

–Ela está descansando; eu lhe contarei tudo o que ela pediu. Essa informação é confidencial por hora, você somente poderá contar à Camus e Albafica quando achar que chegou a hora.

–Tudo bem.

–Vendo que eu e Atena não estávamos tendo muitos resultados positivos sobre o paradeiro da alma do Pégaso Loki foi procurá-la por si mesmo. Eu e Atena éramos os únicos que sabíamos disso, porém não poderíamos dar falsas esperanças aos outros cavaleiros caso ele falhasse, por isso decidimos deixar isso em sigilo. Depois de muito procurar ele finalmente acha que descobriu onde Hades à mantém. – Ele faz uma pausa, e logo depois continua. – Acho que você já deve ter ouvido as histórias sobre um pingente com as inscrições “Yours Ever” que é usado por todos os receptáculos de Hades; e assim posteriormente pelo próprio Hades uma vez que ele se apossa do corpo de sua vítima. Acreditamos que a alma esta selada nesse pingente, e que só pode ser libertada pela própria Atena. Por isso quando partirem em missão, se por acaso tiverem a chance de se encontrar com Hades, chamem por Atena que eu, ela e os outros cavaleiros nos dirigiremos ao castelo de Hades.

Sasha demora alguns segundos para processar a informação; e logo depois responde:

–Esta bem, senhor Kiki. Eu entendi. – Ela se curva educadamente e se retira.

Chegando na casa de capricórnio ela vê El Cid lhe lançando um largo sorriso, ela retribui e lhe da um abraço. Quando se afastam El Cid diz:

–Amanhã antes de partir vá até a casa de virgem. Eu e Asmita temos algo para te dar.

Sasha se assusta.

–Algo para me dar? O que?

–É surpresa. – Ele ri.

–Hahaha, está bem.

–Ei, quer ir caminhar um pouco na vila como sempre fazemos?

–Claro. – Os dois sorriem em começam seu caminho pelas doze casas e depois para a vila onde passam o resto da tarde.

...

Chega o dia em que devem partir em missão. Sasha acorda mais cedo do que o planejado para ir até a casa de virgem, como havia combinado no dia anterior.

Quando ela entra na sala El Cid e Asmita a esperam, cada um segura um pacotinho nas mãos e sorriem. El Cid é o primeiro a estender as mãos oferecendo o presente a ela.

–Abra.

–O que é isso?

–A surpresa que eu disse ontem.

Ela abre.

É um punhal dourado, ela o acha extremamente bonito; ele possui algumas pedras em seu cabo, e brilha bastante; em baixo do cabo mas em cima da serrilha há uma inscrição, EC. El Cid, ela pensa. Depois abre o presente de Asmita; é um punhal exatamente igual o outro porém com a inscrição A, Asmita.

Ela olha para os dois e diz:

–Ma..mas... eu abandonei meus punhais, não posso mais usá-los.

–Você não os abandonou, eles foram destruídos. Há uma grande diferença. – Diz El Cid.

–Isso é para você nunca se esquecer de nós, mesmo que um dia percamos nossas vidas sempre estaremos com você, antes de dá-los a você abençoamos esses punhais com nosso sangue. – Diz Asmita.

Os olhos dela se se enchem de lágrimas.

–Obri...obrigado pessoal. – El Cid e Asmita se aproximam dela e lhe dão um abraço caloroso, ela retribui; aqueles momentos de paz eram suas lembranças mais preciosas; ela as levaria para as lutas e as usaria como força para sempre retornar para perto das pessoas importantes para ela.

–Olhe para mim, Sasha. – El Cid coloca as duas mãos em seu rosto. – Provavelmente Asmita já lhe dissera isso mas vou dizer também. Quero que prometa que voltará; não importa o que aconteça.

Ela sorri; as lágrimas caíam em seu rosto e encostavam nas mãos de El Cid.

–Eu prometo.

...

Perto dali na casa de peixes está Albafica esta se preparando para partir, quando é surpreendido por Ísis; seu olhar demonstra tristeza.

–O que foi? – Ele pergunta preocupado.

–Estou com medo. Tenho medo de deixa-lo ir e você não voltar. – Ela morde os lábios trêmulos.

–Ei, eu voltarei, dou minha palavra. – Albafica diz envolventemente.

Ela não se contém e o abraça fortemente, como se tudo dependesse daquele abraço; primeiramente ele se assusta com o afeto; mas depois sorri e a abraça também.

Poucos segundos depois Camus e Sasha entram na casa.

–Desculpe. Interrompemos alguma coisa? – Pergunta Camus.

–Não, eu já estava de saída. Boa sorte amiga. – Ísis abraça Sasha também e depois olha para Camus. – Boa sorte cavaleiro de aquário.

Logo depois Ísis vai embora.

–Bom, vamos então? – Pergunta Albafica. – Quanto antes formos mais rápido voltaremos.

CASTELO DE HADES

É por volta do meio dia e Sasha e os outros chegam ao castelo de Hades; assim que atravessam a ponte que leva até a entrada sentem seus corpos mais pesados; a barreira de Hades já fazia efeito nos três. O ambiente é extremamente desconfortável, impregnado com o cheiro da morte, pó e ossos humanos cobrem o chão.

–Que lugar horrível. – Diz Camus.

No mesmo instante cerca de 30 soldados de Hades aparecem diante deles.

*PÓ DE DIAMANTE*

Camus derrota a todos com um só golpe.

–Que ridículo. Vamos! – Os outros dois o acompanham.

Os três começam a escutar uma melodia.

–Por aqui! – Diz Albafica.

Quando entram na sala vêem uma mulher de cabelos negros (Pandora), a autora da melodia. E um espectro ao seu lado.

–Cavaleiros de Atena, vejo que tiveram a ousadia de invadir o castelo do senhor Hades. É uma pena que seja a última vez que os verei. – Pandora se levanta e sai.

O espectro da uma risada maligna. – Eu Kiew de Durahan, a estrela terrestre feminina acabarei com vocês e cairei nas graças de Pandora e do senhor Hades.

–Vocês dois! Vão atrás de Hades. Eu cuidarei desse espectro. – Diz Camus.

Os dois consentem e saem.

–Hum, quer morrer sozinho? Tudo bem então. Matarei você primeiro e depois irei atrás dos outros dois.

–Cale-se.

*PÓ DE DIAMANTE*

O ataque atinge o espectro e ele tem parte do seu braço esquerdo congelado. Kiew parte para o ataque direto e depois de diversas tentativas consegue dar um soco no rosto de camus. O golpe nada faz ao cavaleiro que pega em seu pulso e o congela também.

–O que vai fazer agora que seus dois braços estão congelados?

–Isso não será problema para mim. – Ele diz rudemente.

*MENSAGEIRA DA MORTE*

Um corpo de uma mulher segurando sua cabeça nas mãos aparece.

–Essa é a mensageira da morte, ela canta a melodia da morte; daqui a pouco tempo seu coração parará de bater.

–Não se eu puder impedir. – Camus pega seus dois dedos indicadores e com um movimento rápido e preciso fura seus tímpanos.

–HAHAHAHAHA seus idiota! – Diz Kiew. – Quanta estupidez. Mesmo que você não escute nada as palavras dela ecoaram pelo seu corpo em formas de vibrações sonoras; surdo ou não o fim é o mesmo.

–O que!? – Camus começa a sentir os efeitos do golpe, seu corpo começa a ficar pesado; então ele concentra seu cosmo mais uma vez.

*EXECUÇÃO AURORA*

Dessa vez o espectro não tem chance alguma e cai morto. Camus ainda sente o corpo pesado mas pelo menos não iria mais piorar. Então ele vai atrás de Sasha e Albafica.

...

Não muito longe de lá os dois cavaleiros encontram o lugar que leva ao mundo dos mortos. É um buraco largo por onde é possível ouvir o grito das pessoas que já morreram.

–Logo se juntaram a eles. – Uma voz diz pelas sombras.

–Quem é? – Albafica pergunta. – Apareça covarde.

A figura então sai das sombras e mostra seu rosto.

–Sou Aiacos de Garuda, a estrela celeste do heroísmo.

–Ele é um dos três juízes do inferno; assim como Radamanthys. Tome cuidado Sasha. – Diz Albafica em posição de luta.

Aiacos parte para o ataque socando o cavaleiro de peixes que consegue desviar de todos os socos, porém o espectro também se defende das investidas do pisciano; Albafica então da um soco de um lado e quando Aiacos o defende com uma das mãos ele lhe da uma rasteira que o faz tropeçar e então o soca no estômago lançando-o longe.

O espectro se levanta sem grande dificuldade.

–Só isso? – Ele diz. – Patético.

*RESPLENDOR DA MORTE GALÁCTICA*

O ataque atinge os dois em cheio. Eles caem no chão. Ao começarem a se levantar Aiacos se aproxima dos dois e da um chute na boca do estômago de Albafica e um soco no rosto de Sasha, os dois são lançados para o chão novamente.

Sasha se levanta, limpa o pouco de sangue que escorria no canto de sua boca e lança seu golpe.

*REVOLUÇÃO ESTELAR*

As centenas de luzes avançam contra o espectro, porém antes de chegarem até ele elas diminuem drasticamente; e com seu cosmo ele da um fim as pequenas estrelas restantes. Sasha está visivelmente perplexa; e aproveitando a distração da guerreira ele avança contra ela novamente e a soca diversas vezes, no último dos socos concentra seu cosmo no punho e a atira em uma pilastra quebrando-a. Os pedaços da pilastra começam a cair; mas antes de cair em cima dela, algo as congela a ponto de se fragmentarem em pequenos pedaços inofensivos.

–Camus!! – Grita Albafica; porém percebe que sangue escorre das orelhas do cavaleiro e que ele não responde ao seu grito. Na hora percebe que ele está surdo.

Albafica e Sasha se levantam com dificuldade para ajudar o amigo.

–Parece que quanto mais avançamos dentro do castelo mais a barreira nos limita.

Aiacos diz:

–Seus idiotas. Porque acham que aquele cavaleiro de touro conseguiu derrotar Radamanthys?

–Cale-se. – Diz Albafica.

Os três então se preparam para lançar seus golpes ao mesmo tempo; porém Sasha é interrompida por uma voz em sua mente. É Asmita.

–Retornem. Agora. São ordens de Atena.

Sasha entende a mensagem; porém no momento estão sem saída. Quando olha para os lados vê que os outros dois também receberam a mensagem telepática.

Sem ter tempo de reagirem Aiacos ataca novamente.

*VÔO DE GARUDA*

Os três são novamente lançados para longe com o impacto; porém Camus se levanta mais rapidamente do que os outros.

*PÓ DE DIAMANTE*

O golpe não atinge o espectro, porque Camus não mira nele e sim em sua volta; gelo se ergue em volta do espectro. Camus então grita aos outros dois:

–Vão, saiam daqui rápido! Eu ficarei para tentar contê-lo.

–Não iremos embora sem você. – Dia Sasha se levantando com dificuldade e indo na direção do companheiro.

Porém Camus lança vários cristais de gelo na direção de Sasha; que se transformam em paredes de gelo bloqueando a passagem dela e de Albafica.

–Não me resta nada lá fora. Vocês dois têm pessoas que os amam e esperam pelo seu retorno. Saiam daqui e não deixem com que meu sacrifício seja em vão. Vivam cada dia como se fosse o último, porque é a assim que é a guerra. E protejam Atena.

Sasha e Albafica partem relutantes; não queriam deixar o companheiro para trás, mesmo que essa fosse sua vontade.