Vínculo de Sangue escrita por Jacqueline Sampaio


Capítulo 2
Capítulo 2




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“-Aquilo foi um sonho?” - Perguntou-se do momento em que despertou em seu quarto até agora, estando no hospital para verificar o aumento da dosagem de remédios que tomava. Parecia alheio a tudo a sua volta tamanha sua distração. Deu-se ao trabalho inclusive de ficar próximo ao prédio onde supostamente encontrou a vampira, mas nada encontrou.

 

-Pare com isso Edward, acabará enlouquecendo. –Recriminou suas próprias ações enquanto se dirigia a sua casa. A vista momentaneamente ficou turva indicando que logo o mal estar rotineiro viria e Edward apressou seus passos não querendo desmaiar em plena rua.

 

“-Preciso ser rápido!” - Tarde demais. Edward é obrigado a sentar-se no pequeno mural de uma antiga casa, as mãos tremulas, o suor frio, a vista turva e a sensação de que a qualquer momento seu corpo iria pender ao chão.

 

-Por que... Por que sou tão fraco? Por quê? –A voz embargada. Edward estava cansado, cansado de saber que não teria um futuro, cansado de atrasar sua morte causando um grande sofrimento ao seu corpo, cansado de viver.

 

=^=^=

 

Definitivamente ela não sabia o que estava acontecendo. Passou a vigiá-lo de longe convencida de que apenas não queria que ele fosse morto por outro vampiro se não ela. E pretendia permanecer nas sombras vislumbrando-o quando possível, mas vê-lo ali a passar mal enquanto os transeuntes continuavam seu percurso era impossível!

 

“-Até mesmo nós vampiros sabemos ser solidários uns com os outros. Humanidade estúpida! Por isso merecem ser nossa refeição!” - Desceu do prédio onde estava e parou em frente ao rapaz. A mão na testa, balbuciava palavras sem muito sentido que Bella não pode decifrar, uma visão patética em sua opinião. E quando Edward finalmente perdeu os sentidos ela o abraçou erguendo-o do chão e conduzindo o mesmo para a casa que havia descoberto na noite em que se conheceram.

 

 =^=^=

 

-Como diabos eu vim parar em casa? –Ainda cambaleante e sentado em sua própria cama. Edward questionava-se o que poderia ter ocorrido. Ouviu barulhos vindos do banheiro que ficava ao lado de seu quarto. Saiu cauteloso para se deparar com uma figura conhecida saindo do banheiro.

 

-Nossa você toma muitos remédios! Tem medo de morrer e fica adiando com todos esses comprimidos que estão no seu banheiro? –Assustou-se a principio, mas se recompôs mais rápido do que imaginava.

 

-Você... Existe?

 

-Claro que existo... Seu nome de acordo com os potes que guardam os comprimidos e Edward Cullen, não é? –Bella foi até o quarto do rapaz deitando-se na cama.

 

-Sou. Então realmente aconteceu aquele episodio na torre daquela igreja?

 

-Sim. Pensou que fosse um sonho? –Bella o olhou de forma divertida.

 

-É, eu pensei sim. Você me encontrou e me trouxe para cá eu suponho.

 

-Sim. Nossa se você tem uma saúde tão instável a ponto de passar mal em qualquer lugar a qualquer hora não deveria sair de casa, rapaz. –O viu se aproximar e sentar na cama sempre mantendo seus olhos verdes na figura feminina.

 

-Viver enclausurado em casa ou em um hospital é que não vou ficar! Já é um saco ficar aqui durante algumas horas do dia ou ficar internado no hospital às vezes. Quero aproveitar a minha vida até onde der.

 

-Mas não parece estar aproveitando. Você deveria então procurar se divertir com os amigos de preferência e tudo o que vejo é você caminhar sem rumo por ai. Onde estão seus amigos?

 

-Eu os abandonei. –Edward fitou o chão. –Não quero que descubram que estou doente e fiquem com pena de mim.

 

-Que atitude mais idiota a sua!

 

-Pior é ser imortal e ignorar essa dádiva. Você parece não gostar muito da sua condição... E... Eu não sei seu nome, senhorita.

 

-Isabella... Bella. –Esta olha para um relógio que está na mesinha de cabeceira de Edward. –Preciso ir. Se tiver os dias limitados recomendo que você deixe essa cara de vitima e faça algo. –Levanta-se abrindo as cortinas da janela pelo qual passou.

 

-Eu a verei novamente, Bella?

 

-Por que a pergunta? Quer me ver novamente?

 

-Estou curioso sobre você. Gostaria de conhecer a fundo um vampiro. De saber ao menos como é a sensação de ser eterno. De saber que viverá e poder criar planos para a vida.

 

-Quer saber como é ser vampira, Edward? –O pega pela gola da camisa jogando-o na cama e deitando-se por cima do corpo masculino, olhava fixamente para um Edward embasbacado. –É UM SACO! –Fala a milímetros dos lábios masculinos, não demora a sair. E Edward manteve-se naquela posição tentando digerir a situação durante longos minutos até sentir os primeiros raios de sol tocarem sua pele.

 

=^=^=

 

-Você tem andado sumida Bella. Ainda de luto pela morte daquele humano que você protegia dos outros vampiros? –Pergunta Emmett à figura que estava olhando a noite que se formava pela grande janela da mansão que reside.

 

-Vá embora. Não estou a fim de ouvir suas asneiras hoje! –Fala Bella com irritação na voz.

 

-Você tem matado humanos implacavelmente. Voltou a ser a vampira sanguinária de antes. Estava sentindo falta desta Bella. A Bella de antes estava me irritando com aquela abstinência a sangue humano. –Bella manteve-se quieta. –Se você não queria que o tal de Jacob morresse, por que não o transformou em um de nós?

 

-Se fizesse isso... Ele me odiaria. A dor de ser odiada por ele seria maior do que a dor que sinto agora. –E os olhos rubros sofridos fitaram o chão, Emmett decidiu evadir antes que Bella assim o pedisse de uma forma nada amigável. E a mesma permaneceu mais alguns minutos com o semblante nulo e pensamentos perdidos até lembrar-se de algo. Fora ao toalete a fim de banhar-se. Logo sairia.

 

=^=^=

 

-Edward, você tem tomado os remédios como digo a você? –Pergunta o medico Calisle ao jovem que está sentado em uma maca sendo examinado pelo mesmo.

 

-Tenho, mas eles não parecem fazer efeito mesmo com o aumento da dosagem.

 

-Se continuar assim terei que interná-lo, Edward.

 

-Quando este dia chegar, Calisle, eu cancelo o tratamento. Não vou ficar aqui de forma alguma! –Edward pega sua camisa vestindo-a, sai rapidamente transtornado. O motivo de seu transtorno? Bem, não eram necessariamente os ditos de Calisle, mas sim de certa pessoa que não viu mais. –Bella...

 

=^=^=

 

A noite não estava sendo das mais agradáveis. Suava frio, a vista turva. Felizmente estava em casa já deitado em sua cama, mas isso definitivamente não o agradava de qualquer modo. Edward sentia o corpo tremer involuntariamente. E o pior é que estava... Completamente... Só. A quem recorrer? Ninguém. Os pais há muito tempo haviam deixado aquele mundo, o primo, depois de uma violenta briga, afastou-se e ele próprio afastou os amigos que tinha. E agora? O que fazer?

 

-Me entregar. –Sussurrou com a voz falha. Lembrou-se subitamente das palavras de Bella quando a viu pela segunda vez. Aproveitar a vida ela disse, e ele agia como uma vitima como a própria afirmou. Mas naquela situação não podia simplesmente tentar algo. Sentiu uma mão tocar sua testa, não tinha forças nem mesmo para abriu seus olhos e desvendar quem poderia ser ou se estava sendo vitima de uma alucinação. A mão pousada na testa passou a acariciar seu rosto, afagar seus cabelos e Edward sentiu-se bem com aquele ato.

 

-Bella? –Ele sussurrou entorpecido pelo mal estar ainda presente. Não obteve resposta. E não demorou a sentiu um hálito quente em seu pescoço, alguém estava próxima daquela área. Os pensamentos focados em Bella. Acabou por adormecer completamente.

 

=^=^=

 

Imprudência. Essa era a palavra que não deixava a mente de Bella. Ir até a casa de Edward e tentar morde-lo ao vê-lo mal na cama foi o fiasco! Embora Edward tivesse expressado o vislumbre pela imortalidade que Bella poderia lhe proporcionar com um ato tão simples, morde-lo. E novamente tentou dormir, não poderia fazer nada, além disso, era manhã.

 

-Eu tenho que parar com esta atitude infantil. Foi assim com Jacob e acabei por sofrer com sua perda. Seria burrice criar laços com alguém que tem o tempo de vida menor. –A jovem fechou pesadamente os olhos.

 

=^=^=


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