Série Auror - Primeira Temporada escrita por Van Vet


Capítulo 1
Monstro do Ness? - Parte Um


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem e que comentem para incentivarem a postagem dos capítulos!



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TERRAS ALTAS DA ESCÓCIA...

Teddy Scotfield entrou no barquinho a remo com seus dois companheiros. Era curioso como homens que não tinham nada em comum, costumavam-se unir em nome de uma crença igual.

–Está nervoso, Alfred? – inquiriu Teddy destilando seu bafo de vodca sobre o companheiro.

A noite estava fria, feito lâmina de aço. O ar, enevoado pela condensação das moléculas de água, devido à baixa temperatura no lago.

–Medo? Até parece! – mentiu Alfred rindo nervosamente.

–Por favor, vocês dois! – repreendeu o terceiro homem, e o único que remava ativamente, Daniels - Seria pedir demais para vocês se calarem e colocarem as varinhas em Lumus, pelo menos?!

Os dois obedeceram. Daniels tinha um poder autoritário que ia das palavras proferidas as ações executadas. Provavelmente a cicatriz no braço esquerdo e a falta da orelha direita contribuíam para seu ar respeitoso.

Sob a luz pálida das varinhas, o barco trilhou um caminho nebuloso pelas águas frias. Tudo obscuro. Tudo silencioso. Os pêlos da nuca de Alfred se eriçaram. Teddy tomou um gole da aguardente trouxa, que tinha o poder miraculoso de aquecer um esqueleto velho. Daniels remava com, cada vez, mais vigor.

–Se o tal monstro existir, o que vamos fazer? Devíamos ter vindo num barco maior. – disse Alfred, voltando a quebrar o silêncio.

–E chamar a atenção dos trouxas? Nem pensar. –rebateu Teddy – Se, o que anda matando esses trouxas escoceses, for mesmo um lagarto gigante em pele de briba, ficaremos ricos meu amigo. É só com isso que me importo agora.

Ganância. Ela ultrapassava o medo e cegava os homens, principalmente homens como Teddy.

–Pois nós deveríamos nos preocupar. Eu não creio que alguns Avadas serão...

–Quietos! Os dois! – disse Daniels rispidamente. – Escutem...

Alfred aguçou todos os sentidos. Teddy aproximou-se da margem. Névoa, negrume e um barulho peculiar, mas distante.

–Que droga é essa? –resmungou Teddy irritado, ao contrário do companheiro Alfred, que estava com a varinha empapada de suor nas mãos e se encolhia na pequena embarcação – Tem sereianos nesse lago, Daniels?

–Não tem nem peixes aqui... – sussurrou o outro. Entretanto, o barulho persistia. Água se chocando com água. Um corpo sólido nadando em algum ponto ao redor deles. –Alfred?

–Sim??? – disse o bruxo, receoso.

–Você que é bom com feitiços de luz, ilumine adiante. –pediu.

Naquele momento, Alfred não queria ser bom em porcaria nenhuma. Só queria sumir dali. Já estava arrependido, até a ponta dos cabelos, daquela caça.

–Lumus maxima! –proferiu na direção apontada por Daniels.

A luz macilenta propagou-se no ar, sofrendo retaliações pela neblina, que enfraquecia sua luminosidade. Como o esperado, nada fora possível enxergar.

–Vamos voltar com um barco maior. –arriscou Alfred.

–Não! Vamos prosseguir. – interveio Teddy – O que quer que esteja aterrorizando esse lago está naquela direção.

Daniels deu ouvidos ao segundo homem para desespero de Alfred. Ele não iria simplesmente aparatar dali, embora, desejo não faltasse.

O bruxo remou na direção do som. Daniels parecia desprovido de emoções. Teddy estava prestes a cair dentro do lago, tamanha a ansiedade. Alfred sentia o medo expurgar por todos os poros.

Três homens caçando uma lenda trouxa no meio da madrugada.

Eles não deveriam estar ali. Existiam restrições sobre ingleses caçarem em terras escocesas. E se fosse um Dragão? Certamente estariam encrencados com o Ministério.

Inundando-se dos mais diversos sentimentos, os três bruxos não perceberam que algo vinha das profundezas funestas daquele lago e subia num ritmo vertiginoso, ao encontro deles. Não perceberam sua presença nem mesmo quando estavam completamente sondados pela gigantesca sombra, abaixo deles, na água. Ainda que fossem bruxos, eram homens, e por isso, tolos.

Então a água vibrou, criando círculos dentro de círculos, e os olhos de águia do remador não tardaram em perceber este movimento. Daniels, que até então, permanecia sentado e concentrado, levantou-se de um ímpeto e sacou a varinha de prontidão.

Teddy se desequilibrou e caiu na água gelada. Alfred tombou para trás, assustado. Um medo visceral tomou conta dele, fazendo-o esquecer-se, inclusive, de aparatar dali. Diante dele e Daniels olhos brilhantes emergiam da escuridão.

Olhos ferinos...


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Notas finais do capítulo

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