Loren não tinha muita certeza como agir ao entrar em uma guerra, mas assim que pulou de Aslan caiu no chão de joelhos e viu o Leão desaparecer no meio da multidão juntamente da pequena Lúcia. Segurou sua espada com força e a puxou para fora da bainha, observou atentamente os homens ao seu redor e se levantou do chão sacudindo a poeira da sua esfarrapada calça jeans, de fato ela não estava vestida apropriadamente para uma guerra. Seus cabelos encaracolados castanhos estavam presos em uma longa trança, ela vestia uma calça jeans desbotada e rasgada, uma blusa fina de botões suja branca e calçava botas pretas.

O cabo de sua espada encaixava perfeitamente em suas mãos, ela a segurava com pura segurança que ela não sabia de onde havia arranjado. Correu até o homem mais próximo , o homem ergueu sua espada cerrando- a com a da garota. Ele era forte, mas a determinação dela era maior, ela iria achar Edmundo. Nada impediria ela. Ela sentia a força do homem em sua lâmina, seus braços tremeram com a sua força. Chutou a barriga do homem o jogando para trás enquanto procurava se recompor, respirou fundo e antes do homem poder reagir ela atravessou o pescoço do homem com sua lâmina, a cabeça dele caiu ao seu lado enquanto ela arfava. Sentia-se fraca. Não teve tempo em pensar em poupar vidas, não podia pensar nas vidas que estava tirando e sim nas vidas que estava salvando. Aqueles caras iriam matar ela sem hesitar então por quê raios ela deveria hesitar em mata-los? Aquela era uma de suas maiores fraquezas, era boa demais. Ingênua demais. Isto devia acabar de uma vez por todas.

Ela recomeçou a correr juntando suas forças e decapitando outro homem, aquilo era mais fácil, decapitar, aquilo exigia um pouco mais de velocidade e cautela mais economizava as suas forças. Seus olhos castanhos vagavam pelo campo de batalha furiosamente procurando por Edmundo. Por causa dessa pequena distração um homem tentou atingi-la com uma facada, de início ela apenas sentiu uma pontada de dor até ela se virar e fincar sua espada no pescoço do homem. Rosnou de dor enquanto caiu de joelhos no chão sendo pisoteada, juntou suas duas mãos e tirou a faca de suas costas, rosnou mais ainda e sentiu lágrimas de dor escorrerem pela sua face. O sangue do homem que ela havia matado espirrou em seu rosto misturando-se com suas lágrimas tornando-as vermelhas.

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Edmundo tinha pratica em segurar sua espada, era um ótimo espadachim. E assim que a guerra havia começado, e depois de Pedro havia ganho o torneio com Miraz ele sentia-se ansioso para encontrar Loren, apenas não esperava encontrar ela com uma faca nas costas.

Antes disso acontecer ele estava ocupando lutando com três homens ao mesmo tempo o que era bem complicado, cada um dos homens tinham uma força diferente e atacavam uma mais forte que o outro.

Edmundo chutou com força um dos três, e chocou sua espada contra a de um dos dois homens, o segundo homem atacou-o tentando -sem sorte- cortar a barriga do garoto que desviou a tempo. Chutou o segundo homem arranjando tempo para enfiar sua espada no coração do segundo. Então ele a viu. Seu rosto estava banhado em lágrimas e sangue, ela fazia uma careta de dor, porém ele viu uma expressão em seu rosto que nunca tinha visto, ódio. Loren sempre procurou ser uma garota comum, uma pessoa boa na frente de Edmundo e de todos. Acontece que uma parte dela sempre teria um legado da Feiticeira Branca, uma parte daquela mulher vivia em Loren, nada poderia mudar aquilo. Seus olhos estavam cautelosos, mesmo caída de joelhos ela não se considerou derrotada, juntou o resto de suas forças e se levantou dolorosamente. Ergueu sua lâmina brilhante e acertou o pescoço de um telmarino fazendo sua cabeça cair no chão jorrando sangue.

– Você é um monstro Loren, você foi amaldiçoada para se igualar a mim. - Ela ouviu a voz de Jadis soprar sobre seus ouvidos.

Loren suou frio e fechou os olhos com força, não.

– Não tente negar, você é uma assasina. - a voz riu e a garota caiu de joelhos novamente no chão cobrindo seus ouvidos.

– Não! - ela exclamou sentindo um nó se formar em sua garganta. Então retirou suas mãos dos ouvidos e as observou aterrorizada.

– Está vendo? Este é o sangue que você derramou. Una-se a mim.

Loren gritou, queria que aquilo parasse.

Edmundo afastou os telmarinos ao redor da garota e a abraçou.

– Ei, ei esta tudo bem. - Edmundo sussurrou para ela.

– Assasina.... - a voz sussurrou- eu sou seu pesadelo Loren, você pode ter me matado, mas enquanto não quebrar sua maldição ainda estarei ligada a você , farei do resto da sua vida um completo Inferno.

Loren afundou sua cabeça no pescoço de Edmundo soluçando, estava com medo. Pensou que tinha acabado, ela enlouqueceria como sua mãe? Lembrou-se de quando sua mãe tinha alguns surtos e depois de alguns dias voltavam ao normal, ela ficaria assim também?

Edmundo pegou Loren no colo, não tinham condições de ficarem parados em um campo de guerra, assim ele correu com um pouco de dificuldade enfrentando os homens que estavam em seu caminho até o mesmo se distanciar por completo. Colocou Loren debaixo de uma árvore e sentou-se observando a morena.

–Ei, está tudo bem? - Ele perguntou afagando seus cabelos.

Loren parou de chorar e olhou para Edmundo, sentiu seu coração saltar de seu peito e suas bochechas queimarem.

– Eddie - ela sorriu aliviada enquanto ele limpava as lágrimas e o sangue de seu rosto.

– Vai me dizer o que houve? O que esta acontecendo? - Edmundo perguntou e Loren suspirou, nem ela sabia direito o que estava acontecendo.