O homem caía com os olhos arregalados, sem fazer nenhum barulho, parecia surpreso demais com o ataque que havia recebido que não havia tido tempo de processar o que estava acontecendo, pior ainda reagir ou gritar, logo no meio da escuridão seu corpo sumiu. Mas Loren tinha certeza de que ele havia terminado de cair, o homem havia morrido. Primeiramente aquilo havia havia assustado ela fazendo seu coração parar de bater e congelar em um instante, a ideia de que Edmundo havia matado um homem na sua frente havia á assustado completamente, mas rapidamente ela se repreendeu o que ela esperava de uma guerra? Alguem precisava morrer, e além disso, os telmarinos haviam tomado Nárnia de seus reis e de seu povo. Era definitivamente, uma vingança, os narnianos precisavam reconquistar sua terra, e isso com certeza iria derramar sangue tanto de narnianos quanto de telmarinos. Edmundo pode perceber a reação de Loren e resolveu não se aproximar da garota para assusta-la, mas Loren rapidamente se recompôs piscando rapidamente, ela se aproximou de Edmundo com o rosto empalidecendo e sem aviso prévio o abraçou. Edmundo passou os braços ao redor da cintura de Loren, preocupado com a pequena.

–Eu pensei que você fosse morrer Eddie. - Loren falou com os olhos lacrimejando, era verdade a partir do momento que ela viu ele lutando com o homem sentiu medo de perde-lo.

– Você acha que eu iria deixar a minha namorada sozinha? - Edmundo brincou e Loren arregalou os olhos, sentiu seu coração bater mais rápido em seu peito. Ergueu a cabeça para olhar nos olhos de Edmundo.

–Estamos namorando então? - Ela murmurou com um sorriso radiante em seu rosto, já havia esquecido o incidente anterior, ela sentia alegria explodindo de seu peito.

–Poxa Lo, eu pensei que já estivesse claro. Por mais que eu nunca pedi você em namoro diretamente…- Edmundo falou pensativo então sorriu. - Quer ser minha namorada pequena?

Loren esboçou um sorriso radiante para Edmundo e tentou abrir a boca para falar, mas sentiu um nó na garganta. Por tanto tempo ela estava apaixonada por ele e não tinha á mínima perspetiva de que um dia eles pudessem ficar juntos, que ele poderia retribuir os sentimentos que ela nutria á tanto tempo por ele. Para ela tudo aquilo ainda era um sonho, que ela tentaria aproveitar para que quando acordasse pudesse ter algo para e lembrar e sorrir entristecida. Mas aquilo jamais seria um sonho, ela sentia tudo aquilo naquele momento e a certeza de que ela não estava sonhando invadiu sua mente bruscamente.

–Eddie, eu já te falei que você é perfeito demais? - Loren sussurrou se escondendo o rosto no peitoral da armadura de Edmundo, sentiu que o moreno apertou seus braços ao redor da cintura dela que estremeceu. Edmundo deu um selinho na namorada e observou o rosto angelical dela.

–Agora não é hora de namorar, creio eu. Mas quando essa guerra terminar teremos o tempo que nos for permitido. - Ele sorriu acariciando o rosto de Loren que enrusbeceu.

–Certo, vamos. Pedro, Susana e Caspian devem estar atacando Miraz agora. - Loren falou lembrando-se do plano enquanto ela e Edmundo desciam a escada da Torre Norte do Castelo. Edmundo colocou o braço na frente dela impedindo a garota de andar.

–Observe Loren, barulho de passos. Ao menos mais de dez guardas estão se dirigindo para cá. - Edmundo sussurrou enquanto sua namorada engolia em seco.

–O que será que aconteceu com o plano de Pedro e Caspian, Ed? - Ela perguntou preocupada enquanto ela e Edmundo corriam por um caminho diferente pelo qual os guardas da realeza seguiam. Edmundo parecia muitíssimo preocupado, não somente com os irmãos que estavam guerreando ( Além de Lúcia que era muito pequena para vivenciar algo como aquilo, na opinião de Susana ) e os narnianos mas também Loren. A garota sabia algumas táticas básicas de luta com uma espada, e era muito boa em esgrima, porem dentre a luta de espadas e o esgrima á muita coisa diferente. Ele tinha que protege-la ela havia insistido em vir, ele não queria que ela visse coisas como aquela, ela também era fraca e talvez não fosse conseguir se defender muito bem de guardas super treinados da realeza.

–Me prometa que você vai pegar seu cavalo e sair correndo daqui Loren. - Edmundo falou aflito enquanto ouvia do andar de baixo gritos de pessoas e o barulho de espadas se chocando.

–Mas Ed, eu quero ajudar. - Loren exclamou. - Eu simplismente não posso fugir, é covarde demais!

–Loren, a situação se agravou o plano de Pedro deve ter falhado estamos em risco e logo todos os narnianos irão recuar. Agora corra o mais rápido que puder, próximo á alguma árvore vai ter um cavalo amarrado em um tronco faça o maior esforço possível para passar despercebida. - Edmundo falou e Loren concordou hesitante.

–Mas e quanto a você Ed? E os outros? - Ela perguntou tremendo com o rosto branco como papel. Tinha medo de perder Edmundo, medo de perder os poucos amigos que tinha e perder os narnianos por mais que não conhecesse muito bem aquele povo tinha certeza de que eram boas pessoas.

– Iremos recuar em breve pelo visto. - Edmundo falou e apresou Loren- Agora vá.

Loren deu um breve beijo de despedida em Edmundo, sorriu triste para o garoto e disparou a correr em para fora do Castelo. Não saia exatamente o que fazer quando desceu, mas viu que os telmarinos estavam em grande número e com muita vantagem, podia ver alguns narnianos caídos no chão, provavelmente mortos o que lhe assustou. Ela sacou a espada tentando intimidar os que entrassem em seu caminho e voltou a correr, observou que um telmairno se pôs em seu caminho sorrindo mostrando dentes amarelados e podres.

–Ora se não é uma garotinha indefesa. - O homem sorriu maldosamente para ela que estava aflita.

–Por favor senhor, deixe-me sair eu não irei lhe fazer mal nenhum ao senhor ok? Então por favor me deixe em paz. - Loren com voz autoritária pretendendo intimidar o homem na sua frente, o que não funcionou pois ele apontou a espada na sua frente murmurando como seria bom matar uma garotinha. Definitivamente, Loren havia passado á odiar os telmarinos como eles poderiam ser tão rudes assim? Logo caiu em si e percebeu que era bem provável de que o homem estivesse bêbado, ela não queria machuca-lo mas teria que faze-lo para tirar ele de seu caminho rapidamente. Atacou o homem com sua espada percebendo que ele estava meio tonto por conta do álcool , e ele revidou tentando acertar seu rosto errando a mira. No momento que o homem abaixou a guarda Loren chutou ele fazendo o mesmo cair no chão uivando de dor. Sem tempo para sequer pensar ela retomou a corrida desesperada. Loren sentia que a armadura pesava em seu corpo e queria loucamente joga-la em algum canto e continuar a corrida, sem ao menos parar para poder pensar um pouco viu um cavalo preto com sela pronta. Suspirou de alívio ao ver o cavalo que Edmundo havia indicado e montou no animal, assim que acariciou a cabeça do cavalo ele pareceu se assustar e relinchou começando a se preparar para correr, o animal disparou enquanto Loren atônita procurava as rédeas do animal.

–Ei, amigo se acalme, fale comigo. - Ela falou se lembrando de que os cavalos narnianos podiam falar. O cavalo pareceu ignorar e continuou a disparar para uma direção que Loren desconhecia, em questão de minutos eles haviam atravessado a ponte que se conectava ao castelo. - Ei, ei se acalme por favor! Vá devagar!- Loren começou á gritar assustada lembrando que não sabia como controlar um cavalo. - Me escute amigo, se acalme. Ei, ei calma. - Ela murmurou com a voz tremida. Como ela conseguiria acalmar um cavalo, sendo que ela mesma não conseguia se controlar? O Cavalo correu mais rápido ainda entrando na Floresta escura fazendo Loren ter arrepios, não se sentia segura naquele momento, então ela percebeu que o cavalo estava seguindo á direção oposta do esconderijo onde ela , Caspian e os Pervensie estavam escondidos. O pânico invadiu a sua mente, ela não conhecia aquele lugar, aquela era a sua primeira vez em Nárnia, se ela se perdesse talvez nunca mais encontrasse o caminho de volta. Loren puxou as rédeas do cavalo com força tentando fazer ele parar, gritando com ele e então se lembrou de algo que N.C.A. havia dito quando Lúcia fora atacada por um urso, Nárnia não era mais a que Eddie dizia que tinha animais falantes, espíritos de árvores, Aslam…Os telmarinos tinham desfeito tudo aquilo, os poucos narnianos que existiam estavam escondidos e haviam se aliados á eles para invadir o castelo de Miraz. Muito animais não falavam mais, outros animais não eram narnianos. Aquele cavalo era o errado, aquele era um cavalo telmarino e ele jamais entenderia o que ela havia falado.

E naquele momento, ela ficava cada vez mais longe da rota que Ed havia explicado.