Bad Girl escrita por Cruel


Capítulo 51
A Bad Girl e o Playboy


Notas iniciais do capítulo

E chegamos ao fim dessa historia, to chorando quase kkkk, passei quase um ano escrevendo ela e tipo simplesmente acabar assim é foda me despedir da Kit kat e sua turma, mais ca estamos e espero que vcs gostem quero agradecer a todos que acompanharam até aqui e também a todos que comentaram, favoritaram e deram apoio, muito obrigado a todos e enfim, espero que gostem e beijos.
E se vocês poderem me acompanhar no meu blog aqui está o link: http://poisonchemical.blogspot.com.br/ Agradeço.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/459184/chapter/51

 

Enquanto eu estava paralisada e de olhos arregalados a encarando ela sorria docemente pra mim, ela estava perfeita como sempre, sua pele estava sem nenhuma marca das torturas que ela sofreu, como se nada tivesse acontecido. A única coisa que mudará foi seu cabelo, que antes era loiro platinado agora era ruivo ferrugem, até que lhe caiu bem.

Ofeguei e forcei as palavras a saírem da minha boca.

—O que você está fazendo aqui ? -Minha voz saiu meio engasgada, parecia um pesadelo, um pesadelo do qual eu queria muito acordar.

 Ela soltou um risinho.

—Vim te ver boba. -Ela respondeu como se fosse a coisa mais óbvia do mundo, eu franzia testa.

—Você sabe que está sendo caçada pela policia do mundo inteiro, não sabe ? -Perguntei e ela revirou os olhos, ignorando, como se não fosse nada.

—Claro.

—Então por que está se arriscando para me ver ? -Ela se levantou da cama e começou a andar pelo comodo, fiquei alerta.

—Depois do que aconteceu e depois do que eu fiz com você achei que precisava me desculpar. -Ela realmente soou bem sincera, eu sentia a culpa em sua voz.

—Mas você tinha se desculpado naquele dia. E eu perdoei. -Ela suspirou e se virou pra me encarar.

—Por tudo. Todo mal que eu te causei ? Você me perdoa ? -Sua voz transmitia dor e culpa, assenti.

—Sim. -Ela veio e parou na minha frente, meu coração disparou em alerta. E ela me abraçou, eu a abracei de volta.

—Muito obrigado. -Ela me soltou. -Só quero que saiba que me arrependo de tudo que fiz com você. -Cruzei os braços e assenti. Ela sorriu docemente. -E eu quero um funeral decente. Viu ? -Franzi a testa, confusa.

—Como assim um funeral ? -Ela sorriu e soltou uma leve gargalhada.

—Quero que você cuide do meu funeral. -Seu sorriso desapareceu. -Katerina, eu perdi todos que amava, meus pais foram mortos, meu irmão se suicidou e eu não tenho mais nada aqui. -Ela olhou pro chão e depois pra mim. -Não aguento viver nessa dor mais, nessa culpa. -Ela me olhou e sorriu. Então ela puxou um revolver da bolsa apontou pra sua cabeça e atirou.

Tudo rápido demais, eu só olhava enquanto seu sangue pintava a parede e os meus lençóis. Minha cabeça girou e seu corpo caiu, com baque surdo quando encontrou o chão.

A porta do quarto se abriu num rompante, as pessoas falavam comigo mais eu não escutava, só via o sangue sendo espirrado na parede enquanto ela apertava o gatilho, e mais uma vida se foi, mais um funeral ira ser feito, mais culpa, mais dor.

A cena se repetia em minha cabeça, várias e várias vezes, ela apertando o gatilho e a vida deixando seu corpo enquanto o sangue espirrava e ela caia inerte no chão, eu queria ter feito alguma coisa, impedido ela de ter feito aquilo, mais foi tudo muito rápido.

E agora as duas estavam mortas, duas vidas perdidas, dois corpos sem vida, eu preferia que elas passassem o resto da vida presas do que apodrecendo dentro de um caixão. Minha sanidade estava no zero, eu sentia que estava louca.

—Kat ? -A voz suave de Heath me devolveu ao mundo real. Eu me via sentada em uma ambulância, enquanto tinha carros de policia estacionados no jardim, várias luzes vermelhas e azuis piscando. -Acho que ela está em choque. -Ouvi Heath comentar com alguém.

—Acho melhor leva-lá pro hospital. -Sugeriu outra voz, engoli em seco, o medo queimando em minhas veias.

—Não! -Exclamei, os dois se assustaram com minha voz. -Não vou pro hospital, estou bem. -Falei com a voz mais firme que pude e me levantei da ambulância, Heath me olhava preocupado.

—Tem certeza ? -Perguntou ele, assenti e sorri de leve.

—Absoluta, estou bem. Só fiquei um pouco assustada, afinal não é todo dia que você vê uma pessoa se matar na sua frente, acho que tenho o direito de ficar em choque, não acha ? -Perguntei retoricamente. Heath revirou os olhos e sorriu de leve.

—Ela está bem. Obrigado. -Disse ele e caminhamos um pouco, nos afastando de toda a agitação e nos sentamos no meio fio. Ele me abraçou e depositou um beijo em minha testa, respirei fundo o seu perfume suave, fechei os olhos e aproveitei aquele pequeno momento de paz, ignorei o som das sirenes e as luzes.

—Eu odeio ver você passar por isso. -Disse ele, suspirei.-Acho que ninguém na nossa idade deveria passar por isso. -Engoli em seco, relembrando por tudo o que passamos até agora, todos os meses de fuga, tudo o que perdemos. -Acho que não é tão ruim assim a ideia da Abigail estar morta. Ela mereceu. -Eu apoiei minha cabeça em seu ombro, e mesmo achando que ela não merecia aquilo não me opus, simplesmente fiquei ali, calada.

 

Eu preferia as duas vivas e presas na cadeia pra sempre do que elas em um caixão, mortas. Mesmo apesar de tudo o que elas fizeram e de que a Abigail ainda me atormenta, não queria esse fim pra elas, suspirei, tentando esquecer aquilo, mais o som das sirenes me deixavam bem ciente daquilo.

 

—Sabe Heath. -Comecei. - Angel disse que queria que eu organizasse o seu funeral. -As últimas palavras engasgaram em minha garganta.

 

—E você vai fazer ? -Perguntou ele, dei de ombros, perdida. 

 

—Não sei, eu meio que prometi á ela que iria fazer, me sinto em débito com ela, mais ao mesmo tempo... -Suspirei, minha cabeça a mil, passei os dedos pelas têmporas, as massageando. -É muito, surreal. -Ele suspirou e depositou um beijo em minha testa.

 

 -O que você faria ? -Perguntei a ele que demonstrou estar mais perdido que eu. 

 

—Senhorita Marconní ? -Perguntou um policial, o olhei.

 

—Sim ? 

 

—Poderiamos fazer algumas perguntas ? -Perguntou ele retirando uma prancheta de sua cintura e uma caneta, assenti.

 

—O que a falecida lhe falou antes de morrer ? -O olhar de Heath estava vidrado em mim.

 

—Bom, ela me pediu perdão, depois disse que era pra mim cuidar do funeral dela, falou que não tinha mais nada aqui, que os pais dela tinha sido mortos e seu irmão havia se matado e depois... -Parei, a cena gritando e rebobinando em minha mente, engoli em seco e balancei a cabeça, com medo de dar um ataque ali e ser levada numa camisa de força.

O guarda assentiu e agradeceu, se afastando, me levantei rapidamente sentindo o ar ser sugado dos meus pulmões, minha boca ficou seca imediatamente, dores preencheram meu peito junto a palpitações e uma sensação de perda me preencheu, era agoniante. 

 

A voz de Heath me seguia em algum lugar enquanto eu ofegava loucamente em desespero, andando desnorteada e sem rumo, sentindo tudo o que é mais importante ser tirado de mim, sentindo uma dor enorme no peito misturado a um vazio imutável, atravessei a rua e fui pra trás de um carro me apoiando em sua lateral, tentando engolir o nó criado em minha garganta, tentando respirar. 

 

—Kat ? Olha pra mim! -A voz urgente de Heath me fez olha-ló, suas mãos estavam na lateral do meu rosto, me obrigando a encarar seus olhos esmeralda, senti a dor e palpitação diminuírem e a confusão indo embora. -Está tudo bem! Todos estamos bem! Estamos aqui! -Minha respiração foi normalizando, fui me acalmando aos poucos. 

 

—Desculpa. -Falei depois de um tempo, encostando minha testa suada na sua, ele balançou a cabeça.

 

—O que foi aquilo ? -Perguntou ele, me encarando preocupado.

 

—Não faço ideia. -Falei recuperando o resto do meu folego. Mais confusa e perdida que nunca e tendo plena certeza que iria ser carregada prum hospicio

                                          *

—Se chama ataque de ansiedade, normalmente é gerada quando a vítima passa por uma situação muito estressante. -Zaine me encarou. -Parabéns. -Falou irônica tentando aliviar o clima. Suspirei, cruzando os braços, ela apontou pro meu gesto. -Isso, é gesto de alguém inseguro. Você percebeu que vem fazendo isso com mais frequência ? -Revirei os olhos.

 

—Tá bom doutora, entendemos. -Os braços de Heath me envolveram e ele depositou um beijo em minha testa.  -Tem cura ou tratamento ? -Perguntei e ela franziu a testa encarando de volta a tela do computador. 

 

—Sim, hum, você tem que colocar pra fora seus medos e angústias e encontrar a raiz do problema, o que está te perturbando, mais aqui fala que é bom falar com seu terapeuta. Suspirei.

 

—Pode nos dar licença ? -Perguntou Heath pra Zaine, assim que ela saiu eu me joguei na cama do quarto de hospedes, Heath se deitou ao meu lado.

 

—Minha cabeça está a mil. -Comentei, fechei os olhos e senti os lábios de Heath percorrerem meu pescoço.

—Relaxa Kat, acabou, elas não podem mais nos machucar, estão mortas. -Não gostei da última parte, mias tinha que concordar com ele, acabou, estávamos a salvo. -E amanhã você será uma mulher livre. -Sorri e colei nossos lábios num selinho demorado. Deitei a cabeça em seu peito e adormeci.

Acordei com beijos em meu pescoço e em meu rosto, sorri e minha voz saiu rouca.

—Bom dia. -Murmurei e o olhei, ele sorriu e sua mão percorria minha bochecha, ele me olhava encantado.

—Bom dia. -Falou ele e uma batida na porta nos fez pular e sorrir.

—Te vejo mais tarde. -E com isso ele se foi janela a fora, levantei e e abri a porta dando de cara com a ruiva. Sorri. Liberdade em fim.

—Bom dia. -Sorri e descemos.

Então sem mais enrolação ela retirou a tornozeleira e sorri alíviada, agradeci a ela e nos despedimos.

Ela foi embora e eu comecei a dançar loucamente, mamãe gargalhava e decidiu se juntar a mim, me joguei no sofá, ofegante e feliz, Heath chegou e sorriu quando me viu.

—Temos um presente pra você. -Falou ele e olhei desconfiada, ele me puxou pra fora e cobriu meus olhos, paramos e ele tirou as mãos dos meus olhos e dei de cara com uma linda moto Jensen preta, a encarei pasma de boca aberta e depois olhei pra ele e pra mamãe.

—É pra mim ? -Perguntei abobalhada, sem conseguir acreditar.

—Sim, é um presente de aniversário, já que o seu é amanhã então... Feliz aniversário! -Falou mamãe e os dois fizeram um coro de feliz aniversário e eu sorri.

—Caramba. -Murmurei ainda pasma e me aproximei da moto, toquei no guidom e depois passei a mão no tanque dela, era linda, lustrosa.

—E eu fiz sua matricula na faculdade local. -Falou mamãe, minha boca abriu ainda mais e quase chorei de emoção.

—Sério ?

—Seríssimo. -Falou Zaine me observando e sorrio pra ela.

—Acabou, agora tudo o que nos restou foi seguir em frente. -Falou Heath me olhando e se aproximando, pegou minhas nas suas me encarando. -Terminaremos a faculdade, arrumaremos empregos que gostamos e se continuarmos juntos até lá, quem sabe não casamos e arranjamos quinhentos cachorros. -Eu sorri e ele também.

—Eu quero netos! Tratem de me dar netos! Mais pra frente, não agora viu ? -Falou mamãe e eu corei, Heath me abraçou rindo da minha reação.

—Abraço grupal! -Gritou Zaine e todos vieram.

—Também amo vocês. -Murmurei e todos sorrimos.

Eles estavam certos, acabou, estamos bem e a salvos, agora é seguir em frente.

Nos separamos e eu olhei pra moto e montei nela, sorri e dei partida, acelerando a moto e Heath me olhou surpreso.

—A onde aprendeu a dirigir ? -Perguntou ele eu sorri e sinalizei pra ele subir e ele o fez, acelerei e gargalhei, feliz sentindo a liberdade.

—Com um amigo meu. Ele era motoqueiro e me ensinou. -Falei e ele sorriu pra mim.

—Pra onde estamos indo ? -Perguntou ele e sorri.

—Estamos seguindo em frente. -Falei e gargalhei.

                                                   *

Alguns meses depois...

E aqui estamos, de volta a faculdade. -Comentou Heath enquanto andávamos pelo campus escolhendo um lugar pra no deitarmos.

—É, é estranho voltarmos. -Falei me deitando ao seu lado na grama, ele me puxou pro seu peito e me ajeitei.

—E depois que se formar ? O que quer fazer ? -Perguntou ele e eu suspirei.

—Viajar, e você vai vir comigo. -Falei brincando com sua barba rala.

—Sempre.

—Mais se você quiser fazer outra coisa pode fazer eu vou viajar. Não quero te impedir de viver seus sonhos. -Falei e ele sorriu.

—Eu não tenho nenhum plano em mente e também temos tempo. -Falou e sorri, ele selou nossos lábios enquanto suas mãos percorriam possessivamente minha cintura.

—Minha. -Murmurou ele cheirando meu pescoço, sorri.

—Sim, sua. -Falei e voltei a beija-ló afundando minhas mãos em seu cabelo.

—Meu -Murmurei em seu ouvido e o senti sorrir.

—Seu. -Falou ele. -I just wanna be yours. -Cantarolou ele e eu ri.

—Você já é meu. -E assim fomos. sem nos preocupar com tempo ou futuro, só seguindo em frente e de alguma forma, mesmo sem saber o que nos esperava mais pra frente, eu sabia que ele sempre seria meu e eu sempre seria dele.

E apesar de todas a brigas e discussões, nos estávamos juntos finalmente, sem ninguém pra atrapalhar ou interromper, e quando ele me deitou na minha nova cama do dormitório e eu vi a Abigail ali na minha frente parada com sua pele derretida e seu sorriso homicida eu sorri gentilmente e sussurrei mentalmente pra ela Eu te perdoo. 

Seu sorriso sumiu e ela só ficou parada lá, parecia refletindo as palavras, depois desapareceu, como se nunca tivesse estado lá.

Acabou, estávamos em paz, tendo a chance de ter uma vida daqui pra frente e era isso o que eu pretendia fazer.

Virei pra Heath o encarando suavemente.

—Eu te amo Playboy. -Ele sorriu e beijou meu pescoço me fazendo arrepiar e entrar em um tipo de êxtase.

—Eu também te amo Bad Girl. -Sorri e só continuamos seguindo em frente.

A história de um Playboy, que mudou por uma Bad Girl e consequentemente fez ela mudar também, um sempre teria o outro e era isso que importava, e isso os mantinha seguindo em frente.

Um Playboy e uma Bad Girl.

 

Fim.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!