Bad Girl escrita por Cruel


Capítulo 47
Revenge Bitch!


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoas to de volta! Demorei ? Sei que sim, me desculpem, ou não.
Mas essa semana é semana de prova e recuperação e a minha situação tá feia. Mais tirando isso é...
Espero que gostem me xinguem nos comentários e até a proxima, que eu espero não demorar tanto, então beijos ;3



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Depois de treinarmos e repassarmos o plano umas mil vezes, finalmente chegou o dia.

Heath ligou pro Parker e ele disse a localização delas, sorri, e arrumamos algumas malas com algumas armas por que Parker disse que elas estavam protegidas por bandidos mandados por alguém, elas estavam mexendo com gente barra pesada, seria bem mais fácil incriminar elas desse jeito.

Eu estava pronta e ansiosa, meu corpo estava a mil, levantei e fui tomar uma ducha enquanto os rapazes arrumavam as coisas lá embaixo, demorei um pouco mais estava ótimo lá, depois saí e me vesti (http://www.polyvore.com/cgi/set?.locale=pt-br&id=168897312).

Finalmente eu ia ter minha liberdade de novo.

Sorri triunfante, a raiva explodia em meu corpo mais guardei para quando chegarmos lá, coloquei meu canivete na meia, por precaução, mais tentaríamos não usar armas, então levamos armas com dardos tranquilizantes.

Entramos todos no carro do Delsing, sim ele arrumou um carro, e fomos ansiosos, um silêncio mortal invadiu o carro.

Duas horas depois estávamos quase saindo da cidade, mato e vacas passavam pela paisagem, quando demos de cara com um galpão velho perto do rio Platte, estacionamos o carro um pouco dentro da floresta e saímos, não estava nevando mais o tempo estava fechado e estava frio, Marshall foi fazer a análise do galpão. Alguns minutos depois ele voltou.

—Tem dois caras, com pistolas na frente e dois atrás do galpão, dentro tem três fazendo ronda. -Ele nos informou, sua respiração estava entre cortada, eu sem esperar avancei, arrumei meu decote e me levantei e fui andando até eles com o meu melhor olhar, eles me viram e trocaram sorrisos.

—Oi, é por que o carro dos meus amigos enguiçou e eu queria uma informação, para onde está o rio Platte ? -Pergunto inocente e eles começaram a olhar pros lados, nesse meio tempo eu acertei a cabeça de um na parede, e o outro dei um murro na garganta e o derrubei no chão.

Abri a porta no silêncio e entrei agachada, Heath e Delsing me seguiram enquanto Zaine e Marshall ficaram lá fora apagando os caras.

O galpão estava aos pedaços, com mofo cobrindo metade do teto e das paredes, na minha frente tinha um sofá e depois tinha um mesa e encostado na parede uma Tv, fui para trás do sofá rapidamente, depois tirei minha pistola do coldre e fiquei atenta e fui andando, virei a direita e tinha uma escada para o segundo andar, fui subindo com cuidado e atenta.

Escutei vozes e rapidamente subi o resto, demos de cara com dois dos guardas, dei um tiro na perna de um que caiu e o Heath cuidou do outro, o terceiro já ia tirando a arma, eu dei um tiro no peito dele que caiu no chão igual o outro, guardo minha arma no coldre.

Depois que ele caiu eu vi a mancha rosa e loira estática na cama em frente a uma Tv.

Abigail estava surpresa e assustada, sorri e andei um pouco mais para perto dela, que recuou.

—Pare ai mesmo. -Disse ela com a voz tremula, Heath estava parado atrás de mim observando. Tudo de acordo com o plano.

—Finalmente, ein ? Depois de meses, eu senti saudade, não vai me dar nem um abraço ? -Pergunto totalmente irônica, ela estava com medo eu podia ver. Sorri, a adrenalina queimando em minhas veias, meu corpo e meus instintos implorava pra voar em cima dela, bater nela até ela parar no hospital, mais me segurei.

—Tá com medo irmã ? -Rio com ironia. Ela sorri de volta.

—Nem um pouco maninha. Eu acabo com a sua vida antes -Ela retruca perversa.

—Não vai conseguir chegar nem perto! -Exclamo áspera, perdendo minha postura, ela se aproveita disso.

—Não ? Acho que já estou bem perto. -Ela ri, escandalosa. Ela realmente não tem medo da morte, respirei fundo.

—Onde está a outra cadela ? -Pergunto olhando pros lados, seus olhos tomaram um brilho psicopáticos, ela andou até um cortina e a abriu, Angel estava lá inconsciente, amarrada e amordaçada. Seu corpo estava ferido, mutilado e roxo, pela primeira vez eu senti pena dela, mas não deixei demonstrar.

—Por que fez isso ? -Pergunto friamente apontando pro corpo da Angel, ela sorriu e a cutucou com o pé.

—Ela não está morta, eu só precisava de algumas informações, ela era minha Hacker encobria nossos rastros e sabia de seu passado, era disso que eu precisava, todos os seus podres. Sei que seu namorado morreu num acidente de carro depois de ter brigado com você, o carro derrapou e depois...Bang! Necrotério. -Ela gargalhou, a raiva queimou forte, a mão de Heath tocou de leve em minhas costas, isso me distraiu um pouco da raiva dentro de mim.

—Por que fez isso ? Por que ta tentando me destruir ? O que eu te fiz ? -Perguntei desesperada por respostas.

—Por que você era favorita do papai! Sempre foi e eu odiava isso, mesmo morando longe eu sabia que você era a favorita dele, quando ele ia me visitar só falava de você e o quanto você era especial, a filha perfeita! Sempre te odiei e depois que ele morreu. -Ela fez uma pausa, respirando fundo e se sentando, ela tira uma faca do tornozelo e depois começa a brincar com ela. -Depois que ele morreu eu tinha que castigar você, por tudo o que você fez! Eu nunca conseguia a atenção do papai, nunca consegui. -Ela começou a passar a mão no rosto e uma tonelada de maquiagem saiu, mostrando uma pele manchada e cheia de marcas de expressão.

—Então, algum tempo depois, nosso pai falou pra minha mãe que ele nunca iria admitir que eu era filha dele, então minha mãe mandou mata-ló -Meu coração acelerou, a raiva queimou, lágrimas caíram e eu avancei nela, ou pelo menos tentei. Os braços de Heath envolveram minha cintura me segurando, eu me debatia e gritava. Abigail ria de mim, de meu ódio e desespero.

Me acalmei.

Ela suspirou e então olhei pra Heath e ele assentiu.

—Pois é Kit Kat, eu matei seu papai e agora pretendo acabar com a sua vida. -Eu comecei a gargalhar, sim gargalhar, então eu olhei pra ela, com pena.

—Não mesmo vadia! -Exclamei pra ela e voei em cima dela, Heath não me deteu dessa vez, eu derrubei ela no chão e prendi seu corpo ao chão, sentando em cima de sua cintura e comecei a lhe desferir murros fortes.

—Isso foi por você ter mexido com minha mãe e meu irmão! -Grito e lhe dou um soco.

—Isso foi pelo meu namorado e minha amiga. -Lhe dou mais um soco com força, sua cabeça bate com força no chão também.

—E esse foi por mim mesmo, vadia. -Ela pega a faca e acerta na lateral do meu braço, a lâmina raspa em meu osso, eu grito e caio pro lado com a mão em meu braço, ele lateja e uma dor infernal acompanha.

Abiagail se aproveita e vem pra cima de mim e começa a socar, lhe dou uma cabeçada e ela cai pro lado, respiro fundo e começo a tirar devagar a faca de meu braço.

Ela rasteja até mim e tenta agarrar minhas pernas lhe dou um chute no rosto, um rasgo profundo se forma em sua bochecha, olhei pra trás e Heath luta com vários caras, devem ser reforços, junto com Marshall, Zaine e Delsing.

Ganho força e arranco de vez a faca, grito com a dor forte, minha visão pisca e escurece depois volta ao normal, Abigail está se arrastando de novo, com esforço eu me levanto e lhe dou um chute e olho pra Angel, que está acordada olhando tudo com atenção, suspiro e vou até ela e corto as cordas que lhe prendem.

Ela me agarra e me abraça forte.

—Brigado Kat e me desculpe por tudo. -Eu assenti e ela vai até onde está o corpo inerte de Abigail, ela sorri igual uma psicopata e começa a arrastar o corpo dela para onde o seu corpo estava amarrado a alguns segundos atrás e fecha a cortina. Revenge Bitch!

Alguns caras viram pra cima de mim, chuto eles na barriga e nos países baixos, ao mesmo tempo em que eu desviava de seus golpes, desacordo alguns deles e mais homens aparecem.

Suspiro e sinto um peso extraordinário em cima de mim, meu corpo tomba e bato com força minha cabeça no chão, o impacto da queda me tira o ar dos pulmões, mãos envolvem meu pescoço, um careca alto está em cima de mim apertando minha garganta com força, eu me debato e chuto, meu pé bate em alguma, minha visão começa a escurecer.

Fogo ardia, queimando as cortinas e a cama, as chamas se espalhavam rápido, transformando tudo em cinzas e pó. Fumaça fecha minha garganta, não sinto peso algum sobre mim agora, abro os olhos vultos de pessoas correndo, desespero e gritos cobriam a atmosfera e uma voz suave ao fundo chamava meu nome, o calor do fogo se aproxima junto da inconsciência, tento lutar mas meus olhos pesam e meus pulmões ardem, queimam, a escuridão lambia as coisas mais rápido que o fogo e então...Nada.

Sem dor, nem gritos, nem fogo, somente um limbo, a dormência me mantinha parada, a voz suave de antes rastejava em minha mente.

Uma única coisa rondava minha mente, Heath.

*

Um bipi irritante soava em meus ouvidos, esse foi o primeiro sinal de consciência, depois a dor veio aos poucos, se tornando insuportável com o tempo, depois descobri que a dor me mantinha imobilizada.

Me vi vasculhando em minhas memórias o motivo daquela dor, mais encontrei outra coisa, fogo, queimando e correndo pelo velho galpão como água em uma correnteza, labaredas subiam pelas paredes formando sombras assustadoras, gritos e correria me enchiam os ouvidos, o desespero me tomou e me vi presa ali, em meio a fumaça e fogo, longe de todos que eu amava.

O bipi se tornou mais alto e por instinto abri meus olhos, pareciam colados, uma leve dor e ardência os tomou, fechei eles rapidamente e depois voltei a abrir, pisquei algumas vezes e me acostumei com a claridade, estava no que parecia um quarto de hospital, as paredes verde menta contrastavam com os móveis de madeira bege. Uma bolsa de sangue, pendurada em um suporte de soro, estava conecta por um tubo fino a uma agulha que estava enfiava em meu braço, tinha também uma cânula em meu nariz transportando ar para meus pulmões, que queimavam e faziam seu trabalho com dificuldade, minha cabeça girava e meu braço doía.

Olhei em volta e Heath estava dormindo na poltrona do hospital, parecia bem desconfortável, sua cabeça pendia para o lado direito e sua expressão era de terror.

—Heath -O chamei, minha voz estava rouca e minha garganta estava seca e ardendo, ele acordou de supetão, seus olhos vasculharam o quarto e pousaram em mim, ele abriu um sorriso e puxou a poltrona para mais perto da cama.

—Oi, como está se sentindo ? -Perguntou ele, com um sorriso e pegando minha mão, eu sorri e desabei em lagrimas, ele obviamente, se desesperou.

—Eu to bem, é só que, é tanta coisa acontecendo. Cadê a Zaine ? -Pergunto e seu rosto escureceu.

—Eu vou chamar a enfermeira. -Disse ele se levantando rapidamente e saindo pela porta, fiquei lá sem respostas e com imagens do fogo queimando em minha mente.

A porta se abriu depois de um tempo com uma mulher baixinha e simpática de cabelos caramelo, olhos negros amáveis e um sorriso simpático, ela inseriu um liquido esverdeado em meu tubo e rapidamente o sono tomava minha consciência e eu sentia os lábios quentes de Heath nos meus, e a escuridão me levou novamente.

Fogo, queimava, eu sentia minha carne sendo fritada e derretida, a dor preenchendo cada nervo do meu corpo, Abigail estava rindo enquanto labaredas lambiam seu rosto, desfigurando-o, eu gritava com a dor, vi Heath, Zaine, mamãe e Peter se contorcendo com as chamas tomando seus corpos, seus gritos se tornavam mais altos e então... silêncio.

Eu partia de um pesadelo para o outro, a loucura me chamava, estava cada vez mais perto, lambendo meus ossos e sentindo meu medo.

Depois de uma infinidade de pesadelos eu acordei, abri rapidamente meus olhos que arderam e tive que piscar algumas vezes, depois que eles se acostumaram eu olhei em volta, ainda estava no mesmo quarto mais a poltrona estava vazia, suspirei e meus pulmões doeram um pouco e a porta se abriu, era enfermeira ela sorrio pra mim.

—Seu namorado foi embora, desculpe. -Ela disse trocando a bolsa de sangue e colocando um soro conectado ao tubo, minha voz saiu estrangulada e rouca.

—O que aconteceu ? -Pergunto, confusa.

—Houve um incêndio num galpão e... -Eu a interrompi.

—Sim, essa parte eu sei, mais e depois ? -Perguntei ela me olhou e suspirou.

—Bom, vocês três chegaram aqui, os três quase com o mesmo diagnóstico, inalação de fumaça e algumas contusões, mais os casos mais graves era o seu e o de sua amiga. -O desespero me tomou.

—Zaine, ela está bem ? O que ela tem ? -Disparo rapidamente as perguntas e a falta de ar me surpreende, parece que eu corri uma maratona.

—Calma, bom, ela levou um tiro no ombro e além da perda de sangue ela inalou muita fumaça. -Diz ela cabisbaixa, suspiro. -Ela está se recuperando muito lentamente, mas o risco de morte já passou. -Fecho os olhos aliviada e sorrio, depois os abro e ela sorri.

—Tem umas pessoas querendo te ver. -Ela abre a porta e Delsing e Marshall estão lá com flores, ursinhos e balões que dizem ''Estamos felizes por você'' e ''Nos te amamos'' eu sorrio pra eles que correspondem, deixam as flores e os ursos na poltrona e vem me abraçar, meu braço dói, mais eu abraço cada um sem reclamar da dor.

—Que bom que está bem Kat. -Diz Delsing sorrindo.

—É, ficamos preocupados com vocês. -Comenta Marshall.

—Também amo vocês, mais cadê o Heath ?

—Ele foi pra casa, estava cansado, ele passou quase que a semana inteira aqui. -Responde Delsing, eu os olho surpresa.

—Ele passou a semana aqui ?

—Uhum, ele não quis ir embora até o médico dizer que você estava bem e que não corria mais perigo, o médico praticamente o expulsou -Eles riram e eu também, pontadas de dor no meu pulmão me fizeram parar. Eles se entreolharam e eu suspeitei de algo.

—Bom, passamos aqui só pra dizer isso e ver se você estava bem, tem uns tiras lá fora querendo falar com você -Disse Delsing e eu sorri, como se dissesse ''podem ir, eu vou ficar bem'' e então eles se foram e dois caras de ternos preto entraram.

—Bom dia senhorita Marconní... -Não os deixei completar.

—Meu namorado entregou o cd para vocês ? -Eu perguntei logo sem rodeios. Heath tinha uma pequena câmera escondida no bolsa da jaqueta dele, ele filmou tudo o que a Abigail disse.

—Sim, sabemos que você é inocente e que todas as acusações de Abigail King e Angel Sanders eram falsas. -Disse o cara mais alto, de rosto fino e voz grossa.

—Que bom, mais você acharam minha mãe e meu irmão ? -Disparei rapidamente.

—Sim, eles estavam presos em uma casa abandonada a alguns metros dali. -Disse o baixinho de sorriso fofo.

—Eles estão bem ?

—Sim, não sofreram nada sério, só machucados superficiais. -Sorrio aliviada e eles sorriem também.

—Mais, a senhorita atacou nossos homens e infringiu algumas leis e isso não pode ser deixado de lado, mais primeiro discutiremos toda a situação depois determinaremos sua pena. -Eu suspirei e assenti.

—Minha pena será muito séria ? -Pergunto com a voz fraca, eu não queria ir para a cadeia.

—Provavelmente não, descanse, voltaremos quando estiver com alta. -Eles se viram e desaparecem pela porta. A enfermeira retorna e me injeta um outro liquido em meu tubo e eu apago.

Abro os olhos e tudo o que vejo é escuridão, depois de uns minutos olhando pra escuridão descubro que estou olhando pro céu, a lua cheia está encoberta pelas nuvens cinzentas e os galhos da floresta, o chão terroso abaixo de mim está úmido, o frio me deixando quase dormente, eu suspiro e uma lufada de fumaça sai da minha boca, eu finalmente me levanto e atrás de mim escuto um barulho, um estalo como...

Fogo!—Suspira uma voz e eu começo a correr, o medo queimando em minhas veias, as folhas e galhos batem em minha pele a cortando leves filetes de sangue escorrem pelos meu braços. Eu sinto o fogo se aproximando e uma risada que eu conheço também vem acompanhando o fogo, meu pé prende em um galho e eu caio, o calor do fogo consumi meu corpo assim como a dor nauseante. Acordo novamente, a bolsa de sangue sumiu e só tinha o soro ali pendurado no apoio, a cânula ainda estava ali. Olho pro lados e Heath está na poltrona me olhando e sorri quando olha pra mim.

—Por que não me contou ? -Perguntei minha voz rouca, meu pulmões não estavam mais ardendo tanto, minha cabeça parou de rodar e a dor em meu braço já não existia, ele me olha e suspira trazendo a poltrona mais para perto e pega minha mão a beijando.

—Desculpa, mais isso não ajudaria você a se recuperar.

—Eu sei, mais eu fiquei preocupada, como ela está ? -Pergunto apertando de leve sua mão, ele sorri de leve.

—Ela está melhor, já acordou mais desmaiou de novo. Nada preocupante. -Diz ele e eu sorrio.

—O que aconteceu com a Abigail e a Angel ? -Pergunto, uma curiosidade toma conta de mim, eu não soube noticias delas desde o incêndio.

—Angel fugiu e Abigail...Ela morreu, Angel desacordou ela e ela morreu no fogo. -Diz ele friamente, e minha boca se abre num ''O'' perfeito, eu não queria que ela morresse só que ela me deixasse em paz. Vejo a imagem espectral de Abigail atrás de Heath, seu rosto e corpo desfigurado e em carne viva, fumaça sai da carne e ela tinha um sorriso homicida no rosto.

Eu começo a gritar e a me debater, Heath se desespera e vem uma porrada de equipes medicas pra dentro do quarto, eles me sedam e tudo o que vejo antes de apagar novamente é o rosto de Abigail.

*

—Sorria ranzinza, amanhã você terá alta. -Diz Regan sorrindo, eu sorrio de volta e jogo um pouco de água nela, que tenta se proteger mais é em vão, a água molha sua jaqueta bege e seu cabelos castanhos.

—Ei! Sua má. -Exclama ela e eu gargalho.

Depois do dia em que eu dei o ataque e eles me sedaram, eu descobri que tenho um tipo de distúrbio pós traumático devido a pancada na cabeça que eu recebi e tudo o que aconteceu, e por isso vou ao psicólogo do hospital duas vezes na semana, vejo a Abigail de vez em quando, toda queimada e deformada, uma das vantagens do trauma e da minha pancada na cabeça.

Regan estava bem e morando com seu namorado, aquilo foi uma armadilha delas pra chamar minha atenção, mamãe e Peter me visitam todos os dias, Heath não sai do hospital praticamente, Delsing e Marshall me visitam de vez em quando, Zaine está acordada mais precisa ficar mais tempo no hospital, e amanhã eu saio desse inferno depois de quase duas semanas e meia internada aqui.

Estou escutando um coro de aleluia ?!

—Amém! Finalmente livre desse lugar! -Falo e ergo as mãos para o céu, ela revira os olhos.

—Exagerada -Resmunga ela.

—E aí, perdi algo ? -Heath entra no quarto com um copo de café na mão.

—Amanhã eu saio dessa joça. -Aviso e ele sorri e me dá um selinho.

—Vai lá tomar banho. -Ordena Regan, e eu me levanto meus pés descalços tocam o chão frio do quarto, Regan me dá a toalha e eu vou pro banheiro e fecho a porta.

Paro de frente ao espelho e me encaro, os cabelos loiros então ficando desbotados na raiz, deixando o preto aparecer, meus lábios estão rachados e ressecados, olheiras leves pairam em baixo de meus olhos.

Toco a lateral de meu braço aonde possui um relevo rosado da facada que eu levei, toco a ferida no centro da minha cabeça ainda dolorida, suspiro e depois de nua entro debaixo do chuveiro e ligo aquela bagaça.

A água morna cai em meu corpo frio e me proporciona arrepios desnecessários pela minha nuca, depois de um tempo perdida em devaneios eu saio do chuveiro, o desligando, me seco e visto a roupa do hospital e saio, voltando pra cama, Heath se senta na poltrona, enquanto, Zaine arruma a mala de roupas que ela vai levar embora hoje e deixa apenas a roupa que eu vou usar amanhã, hoje o dia é longo, preenchido por uma porrada de exames, de sangue, raio x, tomografia e vários outros, suspirei, cansada daqui, quero voltar pra casa, pra minha rotina, pra minha vida.

A enfermeira chega.

—Preparada ? -Pergunta ela, eu sorrio de leve e assento com a cabeça, ela sorri e pede pra eles se retirarem, Regan sorri e me dá um beijo na testa e um abraço meio desajeitado, Heath se aproxima devagar, meio que com medo mim e encosta nossos lábios, suspiro e afundo meus dedos em seu cabelo macio, o puxando para mais perto, com saudade de seus lábios, ele passa a mão suavemente em meu rosto e depois seus lábios se vão.

Ele me olha e sorri, eles somem pela porta e a enfermeira coloca a bandeja de comida em meu colo e sai, lá tem sopa de legumes e verduras, um suco natural de laranja e uma gelatina light de morango, eu pego a colher e vou comendo, como toda comida de hospital ela é natural de tudo, inclusive de gosto. Depois que termino, pego o pequeno controle e a perto o botão e logo a enfermeira chega, ela retira a bandeja do meu colo e me coloca em uma cadeira de rodas, o problema é que além de minha cabeça eu quebrei algumas costelas e a dor dificulta a andar, mais até amanhã elas vão estar melhores.

Ela me leva para a sala de raio x, suspiro e os exames começam, ficamos desde uma hora da tarde até três da tarde fazendo exames, me arrastando de um lado para o outro daquele lugar, e por último ela me deixa no escritório do meu psicólogo, e então começa.

—Como se sente, Katerina ? -Eu viro o rosto para ver ele, e suspiro, observando seu cabelo grisalho e seus óculos, eu franzo os olhos.

—Estou com minha cabeça ferrada e tendo alucinações com minha arqui-inimiga morta, com minhas costelas quebradas e presa aqui por mais um dia, então, o que você acha ? -Ele me olha pelos óculos e sorri, ele escreve alguma coisa naquela prancheta ridícula.

—Sarcasmo, isso é bom. Então, ainda tem aquelas alucinações ? -Pegunta ele se referindo a Abigail, nego com a cabeça.

—Nem alucinações e nem os pesadelos, isso é bom, né ? -Pergunto e ele assente, sem tirar os olhos da prancheta.

—Temperamento ?

—Voltando ao normal. -Eu brinco com a mecha do meu cabelo.

E depois de uma hora trancada ali, respondendo perguntas idiotas, sou levada de volta para meu quarto, pela primeira vez, estou feliz por estar de volta ao meu espaço pessoal de loucura.

Vou pro banheiro e tomo um banho, demoro um pouco, mais depois saio e visto a roupa de hospital novamente e deito na cama, a enfermeira chega com mais uma bandeja de comida e claro eu sou obrigada a comer e depois ela me dá um sedativo, não conseguiria dormir, estou ansiosa demais pra isso, mergulho no mundo dos sonhos, e sonho com a pessoa que eu mais queria.

XXX


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