Bad Girl escrita por Cruel


Capítulo 44
Nosso novo lar temporário.


Notas iniciais do capítulo

Oiiii pessoas, vortei!! UUUHOOOU, to de volta pessoas lindas do meu core, mais rápido do que eu esperava, tá nem tãoooo rápido assim mais sério, to surpreendida comigo mesma.
Bom como estão ? Demorei ? Acho que sim. Mais ai está mais um capitulo dessa fic louca com a doida da Katerina ficando mais louca ainda, literalmente.
Má notícia pessoas, a fic tá acabando *som de choro* *Sniff* é eu também vou sentir saudades, mais calma falta ainda uns cinco capitulos ou menos, tirando o epilogo.
Ainda falta muita coisa pra acontecer, então relaxem que eu não vou embora tão cedo e nem a Kit Kat.
Bom era só isso e aproveitem e não esqueça de deixar aquele comentário lindo que só vocês conseguem.
Beijos e até o próximo.



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O vento forte e gelado da tempestade cortava minha pele já fria, ''Você vira até mim'' Dizia a voz enquanto eu corria pela tempestade, mais a chuva não me deixava enxergar nada.

''Kat! Me ajude'' Dizia o conjunto de vozes, de Heath, mamãe, Zaine, Flame, Lyla, Regan, Delsing de todas as pessoas que eu conhecia, eles gritavam e eu tentava gritar de volta mais eu não conseguia falar, eu tentava correr mais minhas pernas era lentas demais, o desespero me tomava, eu precisava salvar eles.

Então eu passei pela tempestade e cheguei a um parque de diversões, estavam todos lá, sorrindo felizes, o sol esquentava minha pele gelada, me confortando. Ninguém me olhava, nem parecia me notar. Parei Heath, que estava com um balão da Minei e um algodão doce na mão, sorri pra ele que franziu a testa.

—Heath, sou eu, Kat! -Ele me olhou torto como se estivesse louca.

—Eu não conheço nenhuma Kat, desculpa. -Então todos me olhavam e repetiam sua frase enquanto ele ia embora. Ele sorriu pra alguém e colou a boca nos lábios da Abigail, ''Cura'' disse a voz antes de eu acordar com lágrimas nos olhos e Heath abriu a porta de uma vez, com Lyla e Zaine atrás.

—Kat! Tá tudo bem ? O que foi ? -Pegunta ele sentando na minha cama afobado e preocupado, pegando meu rosto nas suas mãos.

—Nada, só um pesadelo por que ? -Pegunto limpando as lágrimas.

—Por que você estava gritando. -Respondeu Zaine, cruzando os braços e me olhando preocupada, Heath se virou pra elas.

—Pode nos dar licença por um momento ? -Pegunta ele com a voz suave, e eles saem, fechando a porta, então Heath se vira pra mim e deu um sorriso preocupado e segurou minhas mãos.

—O que está acontecendo Kat ? Você está tendo pesadelos quase toda noite e fica sussurrando coisas quando não acorda gritando. E você nunca quer contar pra gente.

—Eu já disse, eu to bem! -Digo nervosa.

Tudo isso era consequência da culpa e da preocupação, me sufocando, me corroendo, me destruindo da pior maneira: Me matando de dentro pra fora.

—Não! Não, tá! Para de dar uma de durona Kat. Você não é de pedra, não todo o tempo. -Diz ele quase gritando comigo.

—Posso e sou! -Digo e ele me encara, alguns segundos depois gruda nossos lábios bruscamente e me deita na cama e se deita do meu lado me encarando.

—O que foi, hum ? -Pede ele carinhosamente e eu derreto.

—Ela fazia vocês esquecerem de mim e você namorava a Abigail. -Digo enquanto lagrimas deslizam pela minha face e ele as limpa beijando meu rosto.

—Quando não sonho que elas estão torturando vocês e minha mãe elas estão matando vocês, e eu nunca chego a tempo o suficiente para impedi-las, vocês sempre morrem, sempre e hoje foi a única vez que eu tive um sonho diferente, mais é sempre com elas e vocês, sempre perdendo vocês. -Digo o encarando e me encolhendo em baixo do cobertor branco. olhando para sua camisa roxa com palavras em cinza.

Ele dá um beijo em minha testa e sorri pra mim.

—Coloque uma roupa e vamos sair ir comprar roupas, fazer um piquenique sei lá, mais preciso tirar isso da sua cabeça -Diz ele se levantando e saindo.

Pego uma toalha que estava no meu guarda roupa e vou pro meu banheiro e tomo uma ducha rápida e morna.

Depois escolho uma roupa que eu odeio e pego uma das perucas, decidida a comprar umas tintas por que usar peruca é horrível, aquele troço esquenta e pinica e coça e soa, é uma bosta no geral.

Coloco a roupa ( http://www.polyvore.com/cgi/set?.locale=pt-br&id=153847179 ) e saio, e caminho pra sala e Heath está assistindo Tv, vou por trás e lhe deposito um selinho em sua boca, ele sorri e me puxa solto um gritinho e caio no sofá e ele me beija.

—Vamos! -Pergunta ele animando, feliz.

—Vamos! -Respondo com o mesmo entusiasmo, que eu não estou sentindo, e ele sorri, se levanta e eu faço o mesmo e saímos pela porta, pegamos um táxi e paramos em algumas lojas e compramos alguns acessórios e outras coisas, depois paramos no parque municipal.

—Kat! -Exclama Heath rindo e correndo atrás de mim pela grama macia do parque, eu desvio de algumas árvores e passo por trás dele e ele me pega pela cintura e caio por cima dele que ri, e bato em seu peito.

—Peguei você -Diz ele meio ofegante, trocando nossas posições e ficando por cima de mim e beija todo o meu rosto, e se deita ao meu lado me encarando.

—Melhorou ? -Pergunta ele erguendo as sobrancelhas e sorrio.

—Eu vou se você parar de perguntar. -Respondo, dando lhe um selinho rápido.

—É só que... Saber que minha mãe e Peter correm perigo e Regan, nem sei se ela está ou não bem, o que fizeram com ela. Que eles podem morrer por minha causa e...

—Kat, não, eles te amam e morreriam felizes sabendo que estão fazendo o certo. -Diz ele passando a mão pelo meu rosto.

—Tão linda -Sussurra ele e me puxa para seu peito, ficamos lá observando a tarde e os pássaros.

—Eu te amo -Sussurro.

—Eu também, muito -Responde ele e nos levantamos, e vamos comprar um sorvete e tomamos de mãos dadas andado para o centro da cidade.

Chegando lá vou ao salão e pinto o cabelo de loiro sim, virei loira, e Heath faz um corte novo de cabelo e pinta o cabelo de preto azulado, ele ficou mais lindo do que já era, depois paramos em um bar e bebemos uma cerveja depois, vamos pra casa. Já era de noite.

—Katerina Marconní, desejaria jantar comigo está noite ? -Pegunta ele antes de abrir a porta, com suas mão segurando as minhas, sorrio.

—Sim, senhor Heath Trevisan, adoraria. -Digo sorrindo e ele me pega pela cintura e me roda me dando um selinho, abrindo a porta e me levando pra dentro.

—Vá se arrumar. -Diz ele e eu vou, tomo uma ducha quente e arrumo meu cabelo e vou escolher a roupa ( http://www.polyvore.com/cgi/set?.locale=pt-br&id=153866293) Sim, essa aí da foto sou eu pois é, e depois de fazer a maquiagem e colocar as lentes de contato cinza eu me visto.

Ele arrumava a gravata no espelho da sala de estar do lado da porta, ele se vira pra mim e me olha de cima á baixo e sorri meio desconcertado, sorrio de volta e caminho até ele ajeitando sua gravata borboleta.

Lhe dou um selinho.

—Humm, os pombinhos vão sair hoje, é ? -Diz Zaine atrás de mim e eu me viro, sorrindo de lado.

—Sim, nos vamos. -Responde Heath risonho.

—Usem camisinha viu! -Grita Zaine enquanto descemos as escadas, eu dou o dedo do meio pra ela, que sorri.

Entramos no carro de Lyla e ele dirige, algumas coisas daqui são tão parecidas com Casper, e por incrível que pareça eu sinto falta de lá, daquela cidade insignificante que é tudo bagunçado, onde tem ótimos shoppings e as pessoas que eu conheço e amo.

Eu sinto falto do frio, da neve, dos momentos, das lembranças, da minha casa, da casa do Heath de tudo.

Aqui na Califórnia até de noite o ar é morno, com cheiro de sal e uma brisa leve, muito agradável, então começo a brigar com Heath pela música ele quer AC-DC e eu quero Metallica, acho que somos o único casal que briga assim.

—METALLICA! -Grito trocando de música e colocando no Metallica.

—AC-DC! -Diz ele fazendo o mesmo.

—METALLICA! Amor. -Digo e sorrio docemente e quando vou trocar a música ele bate na minha mão e para o carro no meio fio e me encara.

—Isso não foi nada cavalheiro! -Exclamo e ele sorri de lado, cafajeste.

—Amor, AC-DC.

—Não, Metallica.

—Tá!

—Sério ? -Pergunto meio desconfiada e depois caímos na gargalhada.

—Nos somos um casal estranho. -Diz ele me dando um selinho.

—Pode apostar. -Digo e seguimos a viagem sem brigas.

Chegamos lá e vamos nos sentando numa mesa e pedindo nossas comidas, eu peço um filé de peixo com molho rosê, e Heath escolhe uma picanha mal passada salada e patê, o garçom deixa um vinho e duas taças para nos, bebericamos.

—Kat, o que está acontecendo ? -Ele me olha preocupada e eu desvio o olhar.

—Não quero falar disso. -Digo tomando um gole do vinho.

—Tá! O que está achando da Califórnia ? -Pergunta ele e eu sorrio.

—Estou amando, esse lugar é incrível! É um paraíso solar! - Digo encantada, depois de batermos um bapo descontraído a nossa comida chega, eu sorrio provando o peixe.

—Nossa isso está incrível! Nossa! -Eu devoro tudo e depois de muita conversa, beijos, risadas e felicidade vamos pra praia e nos deitamos na areia, observando a lua cheia e um céu estrelado maravilhoso que tira meu folego.

—Antes de te conhecer, eu conheci uma garota, o nome dela era Dana, e eu me apaixonei perdidamente por ela, sempre que podia leva flores e bombons pra ela e cartões que diziam o quanto ela era linda e o quanto eu gostava dela. Então começamos a namorar, e ela sempre dizia que me amava e o quanto eu era importante para ela, e eu jovem me deixei levar. -Ele suspira triste e meu peito pesa por ele.

—Na noite do baile do nono ano eu levei ela ao baile, ela estava exuberante. Nos dançamos, conversamos, bebemos ponches e anunciaram o rei e rainha do baile, ela ganhou mais o rei foi outro cara um tal de Henri Mason, quando foi fazer o discurso ela me humilhou na frente de todo mundo. Falou que eu era um escroto, pobre, que eu fedia, que eu era ridículo, que não sabia com qual milagre ela me aguento, que só tinha me aguentado por que queria entrar pro time das lideres de torcida, que eu era um iludido, otário depois ela colocou um vídeo sobre mim no telão e beijou o tal de Henri, eu saí de lá arrasado, depois quando cheguei em casa tive a notícia que minha mãe tinha morrido. Depois eu virei o garanhão, pegando todas sem nunca me apegar a nenhuma, eu não confiava eu ninguém. Aí, eu te conheci.

—Você disse que sua mãe tinha se separado de seu pai! Por que mentiu ? -Peguntei indignada.

—No meu caso é melhor uma mentira reconfortante do que uma verdade dolorosa, eu preferia acreditar na mentira do que na verdade. -Respondeu ele encarando o céu.

—E como soube que podia confiar em mim ? -Perguntei mudando de assunto.

—Por que soube que você era igual á mim. Um coração quebrado. -Disse ele me encarando, e passando a mão em meu rosto.

Meu coração descompassou.

—Eu soube que você era quebrada igual a mim, que já sofreu e depois se transformou em dor, eu sabia que poderia confiar em você. Foi por isso que eu nunca desisti de você, foi por isso que me apaixonei por você, por que você era diferente. -Disse ele e eu me perdi em suas palavras suaves, e ficamos um tempo ali em silêncio.

—E você ? Como soube que podia confiar em mim ? -Pergunta ele e me encara.

—Não sabia. Simplesmente me deixei levar. -Respondo e me deito em seu peito sentindo sua respiração que me conforta.

De repente ele se levanta e começa a tirar a roupa.

—Ei! Que isso criatura ? -Pergunto e ele ri, tirando a calça e me dando a mão me ajudando a levantar.

—Vamos dar um mergulho! Aposto que a água está bem morna. -Diz ele e sorrio tirando o vestido, os sapatos e todas aquelas bijus de cima de mim, e de mãos dadas corremos em direção ao mar.

*

Como ele tinha dito a água estava morna e as ondas calmas, comecei a jogar água nele e vice versa, ele me agarra quando tinha oportunidade e me enchia de beijos.

As brincadeiras rolando soltas, até que cansamos e fomos pro carro dando um jeito de nos secar, achamos um cobertor velho no banco de trás e revezamos.

—Foi legal, devíamos fazer isso mais vezes, só que com a galera da próxima vez -Diz ele meio ofegante pelas risadas que demos.

—É -Respondo com dificuldade. E me secando depois devolvendo pra ele o pano velho, ficamos lá sentados e olhando pro céu.

—Lindo né ? -Pergunto pra ele enquanto ele pega minha mão e caminhamos para o capo do carro e nos deitamos lá.

—É. -E então o assunto acabou, o silêncio dominou aquela pequena bolha que nos envolvia.

—Eu sempre quis sair de lá, sabe, conhecer o mundo e tudo mais. -Digo e ele me encara com a testa franzida.

—Como assim ? Sair de Casper ?

—É! ir pra Los Angeles, Nova York, conhecer novos lugares, outras pessoas, outros monumentos, outros hábitos, descobrir como as pessoas fora de Casper viviam. Nunca entendi o drama daqueles personagens daqueles livros, que viviam pelo mundo, viajando sem ter um lugar fixo, sem ter que ficar em um lugar só, e isso, era tudo o que eles queriam e eu não compreendia, pensava, você tem a liberdade que eu sempre quis, pare de se lamentar e vai viver! E agora que eu consegui, sinto falta de lá, de absolutamente tudo naquele lugarzinho insignificante que eu chamo de lar. -Ele suspirou pensativo e massageando meus cabelos, o que me deu em um sono danado.

—Sabe, acho a liberdade é algo que se adquiri e que você decidi fazer com ela é algo totalmente livre. -Ele deu um risinho.

—Mas, você nunca teve vontade de sair de lá ?

—Claro! Muitas vezes, mais meu coração pertence a você, e se você ficasse eu iria lhe seguir. -Sorri.

—Sim, mais e se eu não estivesse lá ?

—Eu iria sair de lá. - O silêncio dominou.

E nessa hora eu adormeci.

—Eu te amo -Foi a última coisa que escutei, entre os nossos carinhos, eu me perdi em sua suavidade.

Acordei gritando, de novo, com Heath abrindo a porta do meu quarto desesperado e preocupado como antes só que dessa vez, não tinha ninguém com ele, estávamos sozinhos.

Eu estou no quarto, ele deve ter me trazido.

—Você tá bem ? -Pergunta ele pegando meu rosto em suas mãos.

E eu estava suada.

—Uhum -Assenti, meio sem folego.

—Quer dividir ? -Eu fiquei quieta por algum tempo depois falei.

—Mano, esse negocio de dividir é meio gay. -Digo com a voz rouca e ele sorri, como era lindo.

—Katerina Marconní e suas frases de efeito. -Diz ele risonho e eu começo a levantar da cama.

—Heath Trevisan e suas veadagens -Respondo com minha língua afiada e rio pra ele, caminhando pro banheiro e jogo uma água no rosto, não mudamos quase nada, continuamos sendo os mesmo implicantes de antes.

Volto pra cama e Heath já tava saindo.

Assim foi decretado que, enquanto tivermos na casa de alguém cada um na sua cama, a não ser que não tenha espaço.

—Espera! Fica. -Peço.

Ele para na porta, e se volta pra mim.

—Certeza ? -Acenei rapidamente com a cabeça.

Ele veio vagarosamente e se deitou ao meu lado, seus olhos tentado conter a animação.

Ele abraçou minha cintura e apoiou a testa em minhas costa, me aconcheguei e ali fiquei.

Adormecemos sem sonhos.

Acordo enroscada nele, seu rosto calmo, descansado, revigorado.

Ele ressonava baixo, sua respiração calma, compassada.

Sorrio e o cutuco, ele resmunga e vira pro lado, na língua do sono isso quer dizer não enche.

Distribuo pequenos beijinhos por seu rosto e logo um sorriso se abre em seus lábios.

—Bom dia! -Exclamo animada, passando a mão em seu rosto.

—Bom dia. -Exclama ele meio preguiçoso me abraçando e me dando um beijo.

Levantamos e fazemos nosso ritual matinal juntos depois nos vestimos, eu visto um pijama não tenho intenções de sair de casa hoje e sim de dormir muito.

Depois vou comer meu café da manhã e Zaine e Lyla parecem arrasadas, umbis estão com uma aparência melhor que elas.

—O que foi gente ? -Pergunto e elas fazem cara de dor, Zaine corre pro banheiro.

—Ressaca! -Sussurra Lyla enquanto Zaine volta do banheiro.

—Ué! Mais você não era um marinheiro ? -Pergunto divertida, sorrindo.

—Ha-ha. -Diz ela com a voz fraca e Heath se oferece pra ir a farmácia, com o coração na mão deixo ele ir, e vou dar um banho gelado nessas duas e coloca-las, pra dormir.

Encho a banheira até o meio da canela e coloco elas lá com o chuveiro ligado na água bem gelada e vou escolher um pijama pra elas.

Depois dou uma toalha pra cada uma e as ajudo a se vestir e coloco-as na cama e elas rapidamente caem no sono, depois vou pra sala e ligo a TV e presto atenção no noticiário vendo se aparece alguma noticia de mim ou de Heath.

Passam-se minutos e nada de ele voltar, comecei a andar de um lado pro outro preocupada, e pego o celular descartável e ligo pro seu, só da na caixa postal.

—Merda! -Exclamo passando a mão no cabelo nervosa, uma hora depois a porta se abre.

—Meu Deus, Heath! -Exclamo sorrindo pra ele. –Caramba! Quase que tu me mata de susto e preocupação! -Exclamo dando lhe uma bronca enquanto ele só ri de mim.

—Desculpa liebe, é por que eu comprei algumas guloseimas e alguns jogos pra gente. -Diz ele tirando baralho e alguns jogos de tabuleiro, e jujubas, pringles, e outras batatinhas.

Sorrio e lhe abraço guardando o cheiro do seu perfume.

Ajudo ele a guardar as coisas, vamos pra sala e levamos umas batatas conosco, e espalhamos os jogos na mesinhas de centro e eu escolho baralho, então jogamos burro e quem perdesse teria que tomar um shot de cerveja.

Eu ganhei três vezes e Heath quatro, pelo menos ele ganha de mim em alguma coisa.

—Pelo menos tu achou algo aonde ganha de mim -Digo e rio e ele quase me esgana. E ele bate e sorri malicioso pra mim.

—Bebe. -Diz ele me entregando o shot e eu viro ele.

—Cinco a três! -Exclama ele e entorna um shot feliz.

Depois de quatro derrotas, duas vitórias, duas latas de pringles e três cervejas e meia eu desisto. Seu celular vibra e ele o pega e lê a mensagem, e sorri pra mim.

—Eu vou ali resolver uma coisa e já volto tá ? Vai ser rapidinho. -Diz ele e sai pela porta. Eu entorno mais uma cerveja e me deito no sofá, adormeço.

Acordo com Heath me chamando e fazendo carinho no meu cabelo, ele me leva no colo até o meu quarto, me coloca na cama e vai ao banheiro.

Depois me pega no colo de novo e me despi, me coloca na banheira e vai me molhando com a água fria, enquanto me encolho lembrando do meu pesadelo, eu respiro fundo, engolindo a dor e me aconchegando ao seu carinho.

Depois ele me coloca em cima da cama e me seca, e coloca uma roupa em mim e me deita na cama fazendo carinho em meu cabelo, depois quando pensa que estou dormindo ele saí mais seguro sua mão.

—Eu só vou tomar banho por que to com calor, já volto. -Sussurra ele suavemente e então o solto.

Fico entre o sono e a vigília me lembrando da gente a um ano atrás, eramos tão diferentes, simples mais ainda eramos briguentos.

Como minha vida era simples, como tudo era mais simples, mais não adianta chorar pelo leite derramado, passado é passado, mas acho que vivo demais no passado e esse é o problema.

O perigo eminente que eles correm ao meu lado, me embrulha o estomago. E a culpa continua sua destruição, me matando aos poucos.

Heath chega com o cabelo meio úmido e uma calça de moletom cinzenta, e se deita ao meu lado passando o braço envolta de minha cintura e se aconchega em mim, e adormeço, acordo de madrugada sem pesadelos, mais sim com sede.

Levanto devagar e vou a cozinha silenciosamente, derrubando a casa inteira, brincadeira, e pego um copo colocando água e bebo sem mesmo parar para respirar, e escuto gritos.

Corro pro quarto e é Heath se debatendo agoniado.

—Heath! Trevisan! Acorda! -Exclamo o abraçando, então seus olhos se abrem e ele ofega suado, me olhando passando a mão em meu rosto e me abraça forte como se eu pudesse ser um sonho também.

—Então você tem também. -Sussurro passando a mão em seu rosto suado, ele engole e assente.

Passamos um bom tempo em silencio, depois eu me levanto e pego um copo d'água pra ele, que bebe rapidamente.

—Quer mais ? -Pergunto enquanto ele se deita novamente e se ajeita.

Ele resmunga um não e respira fundo. E logo está ressonando baixo.

Deixo o copo no criado-mudo e me deito e o abraço apoiando minha testa em suas costas e caindo no mundo dos sonhos.

Uma semana se passa na mesma rotina, pesadelos, banho, café da manhã, passeios e carinhos.

—Kat! -Me chamam da sala e largo meu macarrão lá e corro pra sala.

Lyla aponta pra TV e aparece meu rosto.

—Você tá na TV. -O repórter está em um beco na frente de uma caçamba de lixo.

''Um corpo foi achado no beco perto do rio Platte, testemunhas assumem ter visto o rosto do assassino que dizem ser a fugitiva Katerina Marconní, o corpo não identificamos ainda, quem tiver alguma informação vá a delegacia mais próxima.''

—Kat e Zaine arrumem as malas partiremos hoje. -Ordena Heath.

—Por que ? -Pergunto.

—Ela acabou de declarar guerra.

*

Passaram-se alguns dias depois de nossa último ato de ''terrosismo'' na TV e agora estamos indo para Kansas, Heath tem um amigo Hacker lá que pode nos ajudar a rastrear Angel e Abigail.

Meu celular vibra e vou direto pro banheiro fecho a porta e olho pro identificador de chamadas, Mamãe, sorrio e atendo.

—Mãe! Mãe! Oi. -Falo com entusiasmo.

—Katerina! Oi! Tudo bem ? Como é bom ouvir sua voz. -Diz ela feliz, sorrio.

—Tudo bem mãe, e com você ? -Pergunto, e escuto ela tossir do outro lado, franzo a testa.

—Tudo Kat, é só uma gripe. -Responde ela e escuto gritos e janelas sendo quebradas, depois silêncio.

—Mãe!?

—Olá Kat, sentiu saudade ? -Pergunta Abigail, sorrio.

—Não, mais vontade de te enfiar de baixo de um caminhão não faltou. Sua mamãe sabe que você anda fazendo esse tipo de coisa ?

—Não! mais... -Não a deixo terminar.

—Quando você terminar de cacarejar você me liga. -Digo e desligo em sua cara, ela estava com minha mãe e isso me deixou mais angustiada do que eu já estava, algumas lágrimas escorriam pela minha face totalmente sem cor, lavando minha alma de qualquer esperança que tínhamos de ganhar esta merda.

Evaporando junto com minha sanidade, ou, o resto que tinha dela.

Sem minha mãe eu não tenho nada, nada.

A culpa, ganhou, me matou, me destruiu e agora não tenho mais nada.

Nenhum parente, que não me odeia pelos menos, nada.

Me sento no chão do banheiro e puxo minhas pernas até meu peito e deito meu queixo e me balanço, deixando as lágrimas correrem.

E Peter ? Será que pegaram ele também ? E os pais do Heath e da Zaine ? Elas os pegaram ? O que vão fazer com eles e minha mãe ? Torturar ? Matar ? Manter em cativeiro ? Se isso era pra me atingir, funcionou muito bem.

Depois de um tempo batem na porta.

—Kat ? Tá tudo bem ? -É Heath com sua voz preocupada.

Limpo as lágrimas e me levanto, passo as mãos em minha roupa ( http://www.polyvore.com/cgi/set?.locale=pt-br&id=155368842 ) dando uma ajeitada e me olhando no espelho.

Quase não me reconheço as olheiras gigantes e fundas, pelas três noites não dormidas, cobertas com um pouco de maquiagem, meu cabelo está sem brilho algum e preso em um coque mal feito e meu nariz está vermelho, sorrio e abro a porta.

Ele me olha preocupado.

—Que foi ? Com medo de eu estar me drogando ? -Pergunto e a aeromoça me encara assustada.

—É brincadeira -Digo e ela me olha e sai.

Volto pro meu assento e reflito pra ver se eu conto ou não pra Heath e Zaine.

Ele vai ao banheiro e fico lá encarando as nuvens pela janela, conto ou não conto ?

Esse pensamento me corroí por dentro, eu provavelmente vou ficar com um puto peso na consciência se não contar e acontecer algo com os pais deles, mais vão ficar super preocupados se eu contar e nem tenho certeza se é verdade.

Então decido contar.

Heath volta e se senta, eu seguro sua mão e o encaro.

—O que foi ? -Pergunta ele já me encarando desconfiado, suspiro.

—Mamãe me ligou. E depois de algum tempo eu escutei janelas sendo quebradas, e a Abigail atendeu. Ela pegou minha mãe, e provavelmente os seus e os de Zaine também. -Digo e ele empalidece, sua mão fica gelada.

—É só uma suposição Heath. Fica calmo que provavelmente nada aconteceu com eles, o alvo dela sou eu. -Disse encarando suas órbitas verdes quase cinzas de preocupação. Dou um beijo em sua testa, e ele dá um risonho fraco.

Horas passaram e anoitece, as nuvens clareando a noite sombria do lado de fora do avião, Heath e Zaine dormiam profundamente, enquanto minhas olheiras aumentavam, faz quase dois dias que estávamos no avião, não aguento mais nenhum segundo sem a palavra ''sono'' passar pela minha cabeça.

Eu sabia que se dormecesse acordaria gritando então evitava dormir ao máximo.

Tirava cochilos pequenos, e quando começava a me agitar eu acordava, Heath me cutucava. Então tomava energéticos o dia inteiro e a noite inteira me mantendo acordada.

Eu estava muito cansada e as horas passavam tão lentamente quanto a saudade e preocupação que assolava meu peito.

Mais por incrível que pareça não me arrependo de nada que já fiz até agora, apesar de que eu poderia ter evitado e é isso que me deixa arrependida.

Eu poderia ter evitado tudo, mais não consigo descobrir como, e é isso que me mantém acordada a maioria das últimas horas, chamo uma aeromoça e peço uns energéticos e uma vasilha de amendoins, depois ela reaparece com meus amendoins e meus energéticos depois sai e pego meu netbook e fuço nele até ficar de dia, acordo Heath.

—Heath me vigia que eu vou dar uma cochilada. -Aviso e ele bebe o resto do energético da lata que sobrou e eu me aconchego na poltrona com seu cobertor e não demora muito já estou perdida em meus pesadelos e sonhos confusos.

Estou caindo, está tudo escuro, barulhos quase como gritos eu escuto, são insuportáveis, a queda me afronta e sei que o chão está perto mais parece que não vou chegar a lugar nenhum.

Os gritos ficam ainda mais altos até que não posso mais escutar nada além das vozes clamando ajuda, então acordo suada.

Heath me encara preocupado, limpo suor da testa e sorrio pra ele, estamos prestes a pousar, então vou no banheiro e troco de roupa colocando uma roupa bem quentinha já que lá em Kansas é chuvos.

Peguei uma camisa de Heath e vesti jogando qualquer moletom por cima e calçando meus All Star e claro meu querido anel que Heath me deu, não me separo dele por nada (http://www.polyvore.com/cgi/set?.locale=pt-br&id=155884028), passei só um pó nas olheiras e um brilho labial.

Saio rapidamente do banheiro e o avião pousa vou pra minha poltrona e me encontro com Heath e Zaine saímos, pegamos nossas malas e vamos pro táxi conhecer nosso novo lar temporário.

XXX


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Notas finais do capítulo

Comentem meu lindos! e até.



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