Lembre-me! escrita por Jacqueline Sampaio


Capítulo 6
Capítulo 5




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A pior noite que já tive, eu mal preguei os olhos. Meu rosto estava levemente inchado, mas isso não me incomodou. Após o banho eu fiquei sem ter o que fazer. Queria descer e comer, mas não me sentia bem para ficar com Edward. Depois do que houve eu não queria vê-lo, estava envergonhada demais. O que tinha acontecido exatamente noite passada? Edward teria realmente me beijado ou foi um reflexo da sonolência? Sentia borboletas no estomago só por pensar em tais coisas.

-Senhora Cullen, está acordada? –Era Joel.

-Sim, estou. –Falei fracamente.

-O senhor Cullen está à mesa e deseja sua companhia. Descerá para comer? –Ele perguntou. Eu nem precisei pensar.

-Joel, poderia trazer meu café da manhã para cá? Quero comer aqui.

-Claro minha senhora.

Eu sabia que dessa forma passaria uma má impressão a Edward, mas não queria pensar em nada, não agora.

...

-Bella, sou eu, a mamãe, abra a porta! –Ouvi a voz de Renée no corredor. Deixei o livro que estava lendo em cima da cama e abri a porta.

-Oi mãe. O que veio fazer aqui? –Ela entrou num átimo com toda a sua alegria contagiante... E enjoativa. Eu não estava querendo isso naquele dia.

-Mãe, eu estou um pouco cansada então...

-Eu trouxe seu vestido para amanhã queridinha. –Ela disse mostrando a grande caixa preta atrás de si e pondo na cama. A abri revelando um lindo vestido vermelho de seda. Que provavelmente ficaria muito apertado e curto para mim.

-Que isso? –Perguntei.

-Seu vestido para amanhã filhinha. Você vai arrasar! Ah, vamos ao spar para cuidar de você e deixá-la deslumbrante para amanhã!

-Vamos hoje mãe?

-Não querida, só amanha. Eu venho buscá-la. Todos estão ansiosos para vê-la.

Renée estava ansiosa, eu não. Eu queria fugir dali! Talvez fosse o melhor pra mim depois do que aconteceu. Eu tive que aturar a alegria entediante de minha mãe e experimentar diversas vezes o vestido que trouxe para mim. Por um lado era bom tudo aquilo, eu não iria pensar assim no incidente envolvendo Edward. Eu preferiria qualquer coisa a pensar no beijo.

...

Eu me senti aliviada quando minha mãe, após mostrar novamente os planos do jantar e passar a agenda de amanhã, foi embora. Toda esta agitação em torno do meu retorno a sociedade não era saudável. Eu meio que me rendi ao conforto e segurança do meu quarto, eu não sai para nada. Não foi algo desagradável, eu procurei me ocupar com livros, música, CDs tentando através dos meus gostos reacenderem minha memória. Nada. Claro, isso eu já sabia. Memória não é algo que aparece quando você quer. E com o pouco que eu sabia sobre a minha antiga vida, eu acho que eu não queria descobrir. 

Uma batida na porta.

-Quem é?

-Senhora Cullen, há alguém que deseja vê-la e está a sua espera na sala de estar.

-Quem é Joel? –Eu já estava tensa. Seria Edward? Eu não estava preparada para encará-lo.

-Não. Um amigo seu.

Amigo meu? Eu não estava com uma cara muito boa para receber ninguém, mas a curiosidade verdadeiramente me atiçou.

-Já estou indo. –Disse seguindo para o banheiro. Uma rápida ajeitada no cabelo e pronto. Desci.

Sabe quando você vê alguém que você sabe que é especial para você, mesmo que não se lembre dele? Pois é, foi isso que aconteceu! Quando eu vi os longos cabelos negros de alguém que estava de pé, de costas para mim, eu senti algo estranho.

-Oi? –Disse apenas para chamar a atenção. Ele se virou. Eu soube quem era, mas não exatamente a pessoa em si, mas eu já havia visto seu rosto. O rapaz de rosto bonito e pele acobreada que vi junto a mim em uma foto no álbum de Renée. Ele ficou parado, os olhos arregalados. Caminhou lentamente até mim enquanto eu descia a escada e subitamente fui abraçada por ele. Eu fiquei estarrecida com o ato e correspondi timidamente ao abraço pensando no que dizer ou como agir.

-Estou tão feliz que você está bem! Eu quase morri quando soube o que aconteceu, Bella. Nunca mais faça isso! –Ele se afastou e segurou meu rosto entre suas mãos grandes e quentes, os olhos negros olhando-me com intensidade desconcertante. Eu emudeci. Ele pareceu perceber o que estava fazendo e se afastou, mas suas mãos estavam em meus ombros. Criei coragem.

- Meu nome é... Isabella Cullen. Prazer. –Ao falar isso com a voz baixa o rapaz diante de mim pareceu levar um choque. Ele se afastou cambaleante.

-Que? Você... –Murmurou apavorado. E então ele se recompôs tão rapidamente que meus olhos quase perderam isso. –Ah, sua mãe comentou algo sobre isso, sua amnésia, com o meu pai. Então é verdade?

-Sim. Então você é...?

-Eu sou Jacob Black, somos amigos desde pequenos. –Ele sorriu forçadamente.

-Ah, eu tinha visto você em uma foto de um álbum que minha mãe me mostrou ontem, mas ela disse que não éramos mais amigos.

Jacob pareceu se enrijecer com o que disse, mas fazia esforço para não me mostrar o que sentia.  

-Bem, isso não é verdade. Nós nunca nos afastamos. Nem mesmo quando... Quando nossas vidas seguiram rumos diferentes. Então Bella... Como está sendo? Está bem?

-Se quer saber é tudo uma loucura! O pior é que todo mundo parece esconder algo de mim, sei lá. Hei, você pode me contar algumas coisas? Sabe, eu to sondando todo mundo e pelo pouco que descobri parece que eu fui uma megera, sei lá! –Disse divertida, mas não foi com divertimento que Jacob agiu.

-Quem está fazendo você pensar assim, Bella? –Falou entre dentes. Eu me encolhi.

-Ninguém eu... Eu estava meio que brincando. Eu não era nenhum pouco bem humorada no passado, né?

-Não. Deixe para lá. Eu vou contar um pouco sobre você se isso deixa você feliz. Deixa, não é?

-Claro! Ah, vamos para outro lugar, perto da piscina. É um bom lugar para se ficar. Você quer algo para beber? Eu peço ao Joel.

-Não se incomode comigo Bella. Eu estou bem. –Jacob sorriu. Eu me sentia bem com aquele sorriso. Não parecia ser um sorriso falso como os outros que venho recebendo de empregados. Caminhamos até a piscina sentando em uma das mesas. Notei que Joel estava me observando, talvez temendo que me acontecesse novamente o episodio da piscina.

-Então... Conte-me tudo o que puder contar. –Disse descansando minha cabeça em cima de minhas mãos e olhando-o com curiosidade. Jacob sorriu.

-Bem... Nossas famílias se conhecem há tempos. Seu pai e meu pai são amigos de infância ou pelo menos eram. Quando Charlie construiu o império de calçados da família Swan, ele convidou meu pai para trabalhar como seu braço direito na fabrica. Foi assim que eu e você passamos a conviver mais e também eu consegui estudar na mesma escola que você, mesmo que minha situação financeira não fosse tão boa quanto a sua sempre foi.

-E como eu era Jacob? Eu era uma dondoquinha que só sabia estar num shopping gastando ou o que?

-Não. Você até poderia agir assim de vez em quando, mas fazia isso apenas para agradar aos olhos de quem convinha. Comigo era outra coisa, você era o que você queria ser, simplesmente Bella. Não havia roupas de marca, talões de cheques, jóias, nada disso. Você era tão simples que ninguém iria reconhecê-la. Sem maquiagem nem nada, apenas sua carinha branca, ainda mais encantadora. –Jacob suspirou e notei algo estranho no ar, um clima estranho que resolvi ignorar.

-E quando nós nos afastamos? Minha mãe disse que não somos mais tão próximos. –Eu perguntei e vi Jacob emudecer. Ele ficou calado alguns minutos até falar.

-Bem, sua vida seguiu um rumo. Você se casou com Edward e eu estou para me casar com Leah. Então inevitavelmente nos afastamos.

-Poxa, que pena. Se somos, ou éramos tão bom amigos então não deveríamos nos afastar. Você não concorda comigo? –Sorri. Jacob parecia ter um olhar vago.

-É. Eu verdadeiramente não gostaria de me afastar de você. Você é uma pessoa muito especial Bella. –E sua voz fervilhou de emoção. Eu fiquei sem graça, ele era um desconhecido para mim.

-Eu não o conheço, mas posso conhecê-lo, ficar sua amiga. Teremos que começar do zero, claro. Se você não se importar com isso.

-É, talvez seja melhor começarmos do zero. Do jeito que estava não dava mais. –Ele murmurou.

-O que disse? –Perguntei sem ter certeza do que ele tinha dito. Jacob deu de ombros.

-Esquece. Pensei alto, só isso. Então como estão as coisas aqui? Edward está tratando você bem? –Jacob perguntou e notei que falou o nome do meu marido entre dentes, parecendo raivoso. Mais um mistério!

-Edward é um amor de pessoa. Ele tem sido muito legal comigo. –Menos a parte em que me beijou, pensei, mas guardei isso para mim.

-Fico feliz que estejam se dando bem dessa vez.

-Dessa vez? Como assim? –E no momento em que verbalizei minha pergunta eis que surge alguém a alguns metros olhando-nos. Edward. Eu o olhei, atônica. Jacob acompanhou meu olhar. Edward tinha um olhar estranho, eu nunca havia visto um olhar tão hostil antes. Eu me levantei juntamente com Jacob e sorri nervosamente para ele.

-Oi Edward. Esse é um amigo meu, veio me visitar.

-Nós já nos conhecemos Bella. –Jacob se apressou em dizer. Edward pareceu se recompor. Caminhou casualmente até onde nós estávamos.

-Olá Jacob. –Ele disse friamente. Havia um clima hostil no ar.

-Olá Edward. Bella, eu preciso ir. Venho vê-la em outra ocasião.

-Claro. Ah, amanha vai haver um jantar aqui. Venha junto com a sua noiva e o seu pai. Gostaria de conhecê-los. –Falei a Jacob. Ele virou para mim e sorriu.

-Eu verei se posso vir. Fique bem Bells. –Jacob vez menção de ir.

-Espere! Vou acompanhá-lo até a porta. –E então passei por Edward seguindo até a saída com Jacob. Nem eu nem Jacob trocamos uma palavra, ainda imperava um clima estranho no ar, tenso. Eu não entendia isso e não sabia se era bom perguntar. Perguntei-me se existiria alguém disposto a me contar algo sobre mim e me libertar de todo esse mistério. Ao chegarmos à porta eu vi a moto estacionada na calçada.

-Nossa, é sua?

-Sim.

-Eu também tenho uma moto e um carro, mas não sei dirigir. –Confessei envergonhada. Jacob riu.

-Quem sabe eu não ensino você a andar de moto novamente?

-Seria ótimo Jacob. Eu quero retomar minha vida, mas não posso sozinha. Vou precisar de ajuda.

-Até mais Bells. Verei se posso vir. –E dizendo essas palavras Jacob subiu em sua moto e desapareceu.

Protelei bastante antes de ir para casa. Estava confusa com a atitude de Edward, aquela hostilidade toda me assustou. Procurei entrar silenciosamente na sala, felizmente não havia ninguém lá. Rapidamente alcancei o lance de escadas e rumei para o meu quarto. Eu teria entrado de imediato lá se vozes em um tom alto não tivessem despertado minha curiosidade, uma delas era de Edward. Lentamente fui para perto da porta do seu quarto que estava entreaberta dando atenção a discussão.

-Perdão senhor, eu não sabia que deveria proibir a entrada do senhor Black. Como soube que visitas poderiam ajudar a senhor Cullen eu pensei que...

-Bella pode receber visitas de familiares e amigas, mas nenhum homem terá minha permissão em vê-la especialmente este Jacob. Se ele aparecer invente algo, mas não o deixe chegar perto dela, nem ele e nenhum outro homem! –Edward falou exasperado, ainda mais irreconhecível do que no momento em que o vi quando estava com Jacob. E eu tinha que confessar, pelo menos para mim, que sua atitude estava me assustando. Corri para o meu quarto.

...

Mais uma noite mal dormida? Era o que estava parecendo. Eu estava atordoada demais para simplesmente dormir pelo dia de amanhã em que veria desconhecidos conhecidos e com o meu relacionamento com Edward que estava confuso. E eu não sabia como remediar isso. Só então me lembrei de algo: Edward tinha ficado doente ontem. Estaria ele melhor hoje? Ignorando tudo o que têm acontecido eu sai do meu quarto seguindo para o quarto de Edward. Já era de madrugada, ele certamente devia estar dormindo.

O quarto estava precariamente iluminado por um abajur de luz amarela. Edward dormia, o seu cobertor cobrindo a partir de sua cintura, uma expressão sisuda apesar de estar dormindo. Aproximei-me cautelosa e sentei na cama. Toquei sua testa, sem febre. Suspirei aliviada. O cobri melhor e quando afastei minha mão eu o ouvi sussurrar.

-Bella... –Olhei alarmada, mas ele ainda estava de olhos fechados. Falava enquanto dormia, foi o que conclui. –Bella... Não me deixe. –As palavras saiam débeis. Ele tinha o rosto tão sofrível, parecia estar tendo pesadelos terríveis. Resolvi intervir.

-Eu estou aqui Edward. Eu não vou deixá-lo. –Murmurei e acredito que ele me ouviu. Um sorriso apareceu em seus lábios.

-Você promete? Promete ficar dessa vez? –Edward murmurou, a voz falhando mais e mais.

-Prometo.

-Eu te amo Bella. –Quase não ouvi meu nome, ele já devia estar mergulhado na inconsciência.

-E eu vou te amar Edward, Vai ser fácil como cair de um penhasco, sem esforço. –Eu disse, inclinei-me e o beijei na testa. Deixei o quarto vendo um sorriso em seus lábios e querendo que aquele sorriso permanecesse ali para sempre, onde era o seu lugar.


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Notas finais do capítulo

Gente leiam minha fic chamada Internato Cullen: um amor avassalador postado aqui por uma leitora.

Sinopse: Bella têm uma vida tediosa... Até conhecer o filho do diretor do internato feminino que passa a morar no local: Edward Cullen. Ela descobre de forma intensa o prazer que um homem pode proporcionar causando mudanças irremediaveis em sua vida.

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