Lembre-me! escrita por Jacqueline Sampaio


Capítulo 29
Epílogo




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Minhas mãos suavam. Eu não compreendia o porquê do nervosismo. Eu não havia casado antes por interesse? Meu nervosismo não deveria ter ficado naquele momento? Fazia um mês que estava separada de Edward, um mês em que me preparei para um casamento de verdade com aquele que mais amava.

-Bella, querida, você está suando! Ainda bem que está usando maquiagem a prova d’água. –Minha mãe dizia enquanto ajeitava minha grinalda. –Temos que ir.

Ela me ajudou a chegar até o jardim onde aconteceria o casamento sem problemas. Lembro de meus planos com Jacob, o quanto queríamos um casamento simples no jardim. Agora meu sonho estava se realizando. Billy, representando meu pai, guiou-me até o local onde meu noivo esperava. Minha mãe caminhou apressadamente para tomar o seu lugar próximo ao noivo.

Olhei para os poucos convidados ali, apenas por alguns instantes e então vi Jacob. Ele estava lindo, um rosto com uma expressão emocionada que ele tentou reprimir. Leah, sua mulher, estava ao seu lado não percebendo a emoção que ele deixava transparecer. Assim que olhei meu padrinho e minha madrinha, meus olhos foram para aquele que eu mais queria ver.

Edward estava lindo, os olhos brilhantes, lacrimejantes. Vestia um lindo fraque branco com detalhes em azul, combinando com meu vestido tomara que caia branco com detalhes azuis no buquê e em algumas partes do meu vestido. Billy levou-me até metade do corredor ornado com guirlanda de flores, Edward veio me pegar.

-Cuide da garota. –Billy disse numa voz rude, soou como uma ameaça. Edward reprimiu um riso.

-Eu zelarei por ela com toda a certeza. –Disse pegando minha mão e guiando-me até o altar onde o padre esperava. Já havíamos casado na igreja, teoricamente não poderíamos nos casar novamente, mas como eu estava me casando com a mesma pessoa o padre concordou em fazer a cerimônia.

Os votos foram simples, mas tão cheios de amor e veracidade que chorei antes mesmo de dizer “sim”. Trocamos nossas antigas alianças por novas. Não queríamos nada do passado, a única coisa que mantemos foi a casa, o restante, inclusive nossas fotos e vídeo de casamento, foram jogados fora.

-E eu os declaro marido e mulher. Agora pode... –Antes que padre concluísse suas palavras Edward puxou-me para seus braços e me beijou de forma entusiasmada. Ignoramos todos ao nosso redor, concentrados apenas em nós e nada mais.

Querido diário

Achei que minha vida tinha acabado quando meu pai partiu, quando a inanidade e minha mãe me compeliu a fazer o que ela queria. E agora, todo o sofrimento, no momento em que soube que o amava se dissipou.

-Diz que me ama? –Edward perguntou, seu rosto a centímetros do meu. Envolvi seu pescoço com meus braços puxando-o para deitar sobre mim.

-Hei, esse lance de sentimentalismo deveria ficar apenas com as pessoas do sexo feminino. Você nem parece um homem! –Quando disse isso, no intuito de provocá-lo, Edward provocou fazendo cócegas em mim.

-HÁ HÁ HÁ HÁ! PARA! –Eu gritei tentando empurrá-lo.

-Vai me dizer AGORO que me ama! –Ele disse divertido. Lembrei-me que Jacob e eu tínhamos a mesma brincadeira, mas não senti dor alguma pela lembrança.

-Eu te amo. –Murmurei. Edward lançou um sorriso triunfante enquanto inclinava-se para me beijar.

Estar com Edward era maravilhoso. Edward tornou-se meu mundo, meu tudo. Acho que sempre soube que seria assim. Sempre soube que Edward iria me conquistar. Por isso eu o temi, tentei evitá-lo.

Cumprimentei a quase todos do evento beneficente em que estava com Edward. Pensei que Edward iria ficar com os acionistas da empresa e me deixar com as socialites que odeio, mas ele m e surpreendeu. Pegou-me pela mão e me puxou para a pista de dança.

-O que está fazendo? –Perguntei enquanto ele enlaçava minha cintura com suas mãos.

-Dançando com minha esposa. –Ele disse sorrindo. Agora Edward estava sempre sorrindo. Isso me enchia de satisfação.

-Mas Edward, não está tocando nenhuma música! –E no momento que disse isso a música soou, a nossa música. Eu o olhei surpresa.  

-Você é impossível! –Disse e o beijei com empolgação, esquecendo onde nós estávamos.

E mesmo com o pouco tempo em que estamos vivendo esse conto de fadas, foi o suficiente para enterrar minhas dores. Agora tudo está perfeito. Jake com sua Leah, eu com meu Edward... Ainda sim nós mantemos distância, esperando que as feridas do passado fiquem fechadas. Um dia nós iríamos nos encontrar e falar abertamente sobre o passado sem sofrer.

-Você faz esse movimento com o bastão. –Edward dizia em meu ouvido. Edward me deixou guiar o bastão que estava segurando fazendo o movimento e acertando a bola. Edward havia tirado o dia para me ensinar a jogar pólo. Agora compartilhávamos um cavalo e passeávamos pelo campo de pólo do clube. Não me importava com as aulas. Só me importava em sentir Edward tão perto de mim. Ele beijou minha bochecha enquanto retomávamos a aula.  

E toda vez que Edward me beija, me toca, me toma, sinto que é nossa primeira vez. Vai ser sempre assim. Sempre. E agradeço a Deus por isso. Esta será a última vez que irei escrever em tuas paginas. Eu não preciso de nenhum lembrete de meus momentos de dor e alegria. Por que eu os sinto e isso basta.

-Com sono? –Perguntou, seus abraços envolvendo-me. Estávamos deitados em nossa cama de frente para o outro.

-Um pouco. Você me deixa esgotada quando fazemos amor. –Disse divertida fechando meus olhos em seguida. Senti seus lábios em minha testa, minhas pálpebras.

-Então durma meu amor. Vou velar pelo seu sono. –Edward murmurou.

-Não quero que vele pelo meu sono, quero que durma junto comigo. –Murmurei numa voz débil, já me entregando a inconsciência.

-Eu amo você. –Edward disse, sua voz tão bonita! Sorri.

-Eu também te amo.

O tempo passa e percebemos, naquele momento, que somos apenas suas marionetes

Nada escapa do tempo

No entanto, o tempo não deteriorou

Ele agiu para fortificar laços

E para dar algo a mais para Edward e eu

-Não acredito! A Leah te ligou? –Jacob perguntou surpreso.

-Sim. Ela me implorou para visitá-la. Não agüenta mais visitas masculinas. Eu vou vê-la amanhã. –Disse enquanto tomava meu sorvete. O dia estava quente, perfeito para algo assim. Jacob notou que seu sorvete derretia e voltou a comê-lo.

-E quando os gêmeos virão? Daqui a um mês? –Perguntei distraída.

-Menos do que isso. Por isso o médico disse que seria melhor Leah ficar internada até o momento de ser operada. Para que não sejamos pegos de surpresa. E você? Quando a menina vai vir? Já tem uma data? –Jacob tocou minha barriga, visível agora. Acariciei meu ventre.

-Tem muito tempo ainda Jake. Estou com menos de quatro meses. E que papo é esse de menina? Eu nem sei o sexo!

-Eu sonhei que você teria uma menina. Acho que estou certo. Sonhei que Leah ficaria grávida de gêmeos e acertei. Queria ter essa sorte na loteria. –Murmurou falsamente emburrado. Soquei seu ombro.

-Não fica jogando praga! Não me importo com o que vier. Mas se for menina já tem um nome: Reneesme Carlie.

-Bonito. –Jacob sorriu discretamente. –As coisas mudam, não é? Você nem pensava em ser mãe e agora será uma com apenas vinte e trás anos.

-Pois é. Mas Edward me fez mudar de idéia. –Não o olhei. Eu sabia que Jake diria algo.

-Ainda dói Bella. Não ter você...

-Vai melhorar. A Leah vai curá-lo assim como Edward está me curando. –Olhei para ele e sorri. Ele sorriu também.

-Foi bom te ver. Espero ter mais encontros como esse. –Ele olhou pro sobre os ombros e riu. –Parece que o seu motorista chegou. Cadê o seu carro?

-Edward me fez vender tudo. –Bufei. Se antes ele já era preocupado, com minha gravidez ele piorou. Não me aborreço com isso, porém.

-Tchau Bells. –Jake disse beijando minha bochecha.

-Até logo Jake. –Disse vendo-o se afastar em sua moto. Esperei ele desaparecer e só então entrei no carro.

-Para onde senhor Cullen? –O motorista perguntou.

-Para casa. Murmurei acariciando o meu ventre enquanto seguíamos no carro, afastando-se da praça onde eu estava anteriormente com Jacob.

Demorou apenas alguns poucos minutos até chegarmos a minha casa, agora com um brilho diferente. Os empregados sempre felizes, flores nos jardins e em vasos pela casa. Tão aconchegante! O carro estacionou em frente às escadarias da entrada principal. Sai sem pressa, sem esperar que o motorista abrisse a porta.

Ele estava ali naturalmente. Esperando por mim, como em todos os outros dias. Um sorriso lindo nos lábios. Ergueu as mãos esperando que eu encurtasse a distância e o abraçasse. Eu caminhei e então me deixei envolver.

-Bem vindas de volta, meus amores. –Edward disse afetuoso para mim e para o nosso bebê.

-É bom estar em casa. –Murmurei contra eu peito. Eu o beijei nos lábios e nós entramos. A porta fechando lentamente atrás de nós.

O tempo passa...

As memórias enfraquecem na minha cabeça, mas não em meu coração

FIM

 

 


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Notas finais do capítulo

Bom então é isso. Obrigada a todos pelo apoio. Obrigada aos que leram, comentaram, divulgaram... Sem vocês eu não sou nada como escritora de fics. Esta fic não terá continuação ou versão de Edward. Darei continuidade aos meus projetos parados. Continuarei a postar em O contrato e Viva Stanford. Também postarei fics novas que já estão sendo escritas. Beijos e obrigada.