Lembre-me! escrita por Jacqueline Sampaio


Capítulo 28
Capítulo 27




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A velocidade que corria era perigosa, mas eu já estava acostumada. Aliás, meu antigo “eu” estava. Eu tinha dinheiro, um carro com um tanque cheio e não queria parar. Uma parte de mim se perguntava se Edward ficaria perturbado demais com o meu desaparecimento, mas a mente que dominava agora, a da antiga Bella, queria mandar tudo à merda.

Parei no primeiro bar que encontrei, sofisticado, poucas pessoas: perfeito! Tomei duas doses, sai de lá quando o garçom me chamou de “senhora Cullen”. Eu não queria pessoas que me reconhecessem ao meu redor. Dirigi pelas ruas enfiando-me em becos, nos bares mais escondidos. Encontrei um bar promissor, ainda estava sendo aberto e o garçom não parecia me conhecer. Pedi uma cerveja e fiquei bebendo, sentada em um banco alto em frente a bancada e fiquei a pensar.

O que seria de mim?

A pergunta veio para me atormentar. Eu não queria dividir uma casa com minha mãe, não tinha mais Jacob, não poderia dar trabalho a Billy e não tinha dinheiro suficiente para comprar e manter uma casa. Eu poderia ficar no carro zanzando por ai até me fixar em algum lugar, mas eu sabia que não agüentaria tal vida. Após esvaziar a garrafa de cerveja deitei minha cabeça na bancada. De repente fiquei ciente de algo. Havia alguma memória, algo pequeno, mas significativo, que eu ainda não lembrava. Foi naquele momento que o celular que estava em minha bolsa tocou. Peguei o celular com descaso. Varias ligações, mais de trinta e sete, todas de Edward. O telefone parou de tocar e então tocou novamente. Atendi sem pressa. Eu iria dizer algumas coisinhas a ele antes que o desconhecido me engolisse. Só Deus sabe o que iria acontecer a mim quando não tivesse mais dinheiro.

Ficamos calados, eu ouvia apenas sua respiração rápida ao celular. Eu queria gritar ofensas para ele, culpá-lo como sempre fiz por todos os problemas que enfrentei até ali. Culpá-lo até mesmo por eu estar viva, por não ter morrido na colisão de meu carro com o caminhão.

-Bella... Bella eu preciso ver você. Onde está? Está aqui perto de casa? Diga-me e eu irei...

-Achou mesmo que poderia me esconder? Achou que estava seguro já que eu não tinha mais memórias? Deve ter ficado feliz não é? Quando o meu médico diagnosticou amnésia, não foi? –Minha voz calma, mas intensa. Edward calou-se. Ele não poderia argumentar comigo. Tudo o que dissesse só iria aumentar o clima de hostilidade que existia entre nós dois.

-Bella... –A voz embargada, ele devia estar reprimindo um choro. –Temos muito que conversar. Tenho muito a dizer a você. Precisamos nos ver, conversar pessoalmente. Por favor, Bella. Bella, eu imploro!

Edward aguardou ansioso pela minha resposta. Havia muitas coisas que queria dizer a ele, mas limitei-me a dizer apenas algumas poucas palavras.

-Eu não irei lhe dizer onde estou, mas direi para onde vou. Procure-me daqui a alguns minutos no necrotério. Eu estarei lá! –E então desliguei o celular jogando-o no fundo da bolsa. Ele não voltaria a me incomodar já que meu celular estava desligado. Peguei algumas notas e joguei no balcão, pagando pela minha bebida. Sai sem pressa alguma sabendo que meu próximo destino não ia ser nada agradável. Antes de seguir o meu curso, minha sina, parei em uma loja de conveniência e comprei uma garrafa de vodka. Ao passar por um corredor vi uma garrafa de vinho, a mesma marca de certa garrafa que Edward e eu bebemos. Lembrei-me das risadas, o clima gostoso entre nós... E odiei isso. Paguei pela bebida e praticamente corri em direção ao estacionamento onde estava meu carro.

Segui sem rumo, sem perspectiva de nada, em direção ao desconhecido

Não sabia onde estava ao certo, um parque abandonado qualquer. Estava sentada em um banco numa posição desconfortável. Bebia a vodka enquanto olhava os trilhos de uma ferrovia que nem sabia existir na cidade. Meu carro estacionado de qualquer jeito a alguns metros.

Pensava em tudo: lembranças antigas, lembranças recentes e no elo perdido que unia as duas lembranças. Um fragmento de lembrança que estava perdido e que parecia ser importante.

“O que importa? Estará acabado em menos de 24 horas!” –Pensei sorvendo um pouco mais da vodka. O caos em minha cabeça estava amainando e era aí que residia o perigo, este vazio.

Peguei o celular no fundo da bolsa ainda desligado. Pensei em ligar para alguém: Jess, alheia aos meus problemas, sempre com uma fofoca na ponta da língua; minha mãe Renée que, apesar de todos os prejuízos que me causou, eu amava; Jake e seu sorriso lindo que sempre apagava minhas tristes, ou quase sempre...

Eu nunca fui de muitos amigos nem de muitos namorados. Entristeceu-me saber que não teriam muitos que chorariam minha morte, mas pensei que só a tristeza que Edward sentiria compensaria muito. Sacudi a cabeça ao lembrar dele, mas esse simples movimento não me libertou de mais pensamentos sobre ele. 

Ouvi um barulho se aproximando, um trem. Naquele momento a inspiração mórbida me tomou. Como uma marionete, eu senti meus membros serem puxados por uma força maior, talvez a vontade de parar de sofrer, em direção ao meu carro.

A minha morte

O ultimo gole da garrafa de vodka. Olhei o trilho, diante de mim. A chave ainda estava na ignição, mas não havia forma de voltar atrás. Eu morreria de uma forma bem autentica, meu carro seria esmagado pelo trem que vinha em minha direção, já que eu estava em sua rota. Não me preocupei. O local em que estava era isolado o suficiente para não ter nenhuma interrupção como da vez em que tentei me matar na ponte. Seria rápido, seria eficaz e então eu estaria em algum lugar, talvez com meu pai. A garrafa de vodka resvalou até o chão do carro enquanto eu me inclinava no banco do motorista fechando meus olhos, esperando o impacto do trem que vinha.

Naquele momento eu me permiti pensar naquele que povoava minha mente: Edward. Agora que meu fim chegava, por que não pensar nele? Naquele momento eu me permiti pensar apenas nos momentos felizes, embora enganosos, que tivemos. Nossas mãos entrelaçadas, sua voz, seu cheiro, o sorriso que saia fácil com qualquer bobagem que fazia para ele, nossa dança no quarto, nosso primeiro e desconcertante beijo...

Coloquei minha cabeça no volante atormentava. Eu queria morrer odiando-o a única coisa que parecia saber fazer! Lembrar do Ed bonzinho não estava ajudando. E então algo veio, algo estranho... A última lembrança para completar o quebra, cabeças, o elo perdido...

Caminhei lentamente ao seu aposento. Ele não acordou com o barulho que produzi. Em suas mãos uma foto de nosso casamento, uma prática que ele desenvolvera desde que descobri a verdade: dormir abraçado com o porta-retrato.

Sentei na cama esforçando-me para que ele não sentisse o peso adicional no colchão. Peguei a fotografia e a coloquei em cima do criado mudo. Olhei Edward em seu sono tranqüilo. Era tão difícil vê-lo com uma feição tranqüila como esta! Estava sempre sombrio, resultado de tudo o que fiz a ele.

-Você não aprende mesmo, não é? Amar alguém que só maltrata você é uma atitude muito burra! Mas quem sou eu pra falar se estou amando aquele que tanto me prejudicou? –Sorri. Inclinei-me lentamente e o beijei. Edward mesmo adormecido sentia, claro que sentia.

Ergui a cabeça num rompante. O trem a alguns metros. Liguei o carro e acelerei de ré enquanto o trem estreitava o espaço entre nós. Dei uma guinada e consegui sair dos trilhos com o carro, mas não consegui sair por completo. O trem me bateu em algum ponto e meu carro rodopiou, minha cabeça chocou-se contra a vidraça da minha janela. Eu fiquei parada.

Ótimo, alguns minutos parados para me certificar que eu estava viva. E eu estava. Levantei sentindo o tremor da estrutura do carro que estava a centímetros do trem que ainda passava em seus trilhos. Minha respiração foi se abrandando à medida que o trem seguia seu curso, desaparecendo de minha vista. Olhei pelo espelho retrovisor e vi que minha testa estava machucada. Meu carro havia sido danificado também.

-Eu to viva? AI MEU DEUS! HÁ HÁ HÁ HÁ HÁ! –Disse sozinha enquanto me apalpava. Como sobrevivi a toda aquela loucura? –Obrigada senhor!Obrigada! Essa vai ser a ultima vez, eu prometo. Não abusarei da sorte de novo! –Falei com as mãos juntas olhando para o teto do carro. Agia como uma insana, talvez o ferimento que recebi pela batida do trem na lateral do meu carro fosse mais preocupante que o esperado.

Eu sabia que tinha de ir a um médico, mas não tinha cabeça pra isso. Eu precisava ver Edward, precisava agora!

-Tudo bem, eu passo em uma drogaria, compro algo pra dar um jeito na minha testa e vou pra casa. –Planejei ligando novamente o carro. Peguei a garrafa de vodka vazia no chão e a joguei pela janela. Enquanto dirigia com rapidez eu pensava na ultima lembrança que me assaltou, o elo perdido:

Eu sempre amei Edward

Eu quis me matar naquele fatídico dia não por Jake ter tocado sua vida ao ponto de se casar com alguém, mas por que havia descoberto que amava Edward, aquele que eu não poderia amar. Foi esta novidade que quase me enlouqueceu. E era por este motivo, descobrir aquele amor antigo que se duplicou por eu já te-lo amado como a Bella pós-acidente, que eu corria como uma louca para meu lar, para vê-lo.

...

--Bom dia senhora... –A voz da atendente morreu ao me olhar mais atentamente. Eu não a culpava pelo susto. Eu estava comum ferimento na testa, o rosto cheio de sangue.

-Eu quero isso, por favor. –Disse ofegante devido à pressa com que cheguei até aquela drogaria e peguei o que precisava: uma água mineral, gaze e esparadrapo. A mulher começou a passar o leitor de código de barras.

-Hmmm... A senhora não parece bem. Precisa de ajuda? –Perguntou olhando diretamente para meu ferimento. –Parece estar precisando de um médico.

-Ah, eu estou bem. Isso não foi nada. Um barbeiro me deu uma fechada e bati com o carro. –Falei numa voz afável, mas pela expressão da atendente ela não estava acreditando em mim. Bom, eu devia estar cheirando a álcool, eu não a culpava. Moveu sua atenção para as compras. Como torrei toda a minha grana em bebida, paguei no cartão. Decidi, um pouco antes de ir embora, comprar um energético para me manter acordada e balas de menta para tirar o bafo de álcool. Antes de sequer entrar na minha rua, peguei toda a tralha que comprei e usei para a assepsia do meu ferimento.

Nem precisei ficar diante dos grandes portões e minha casa para ver o caos que estava formado. Duas viaturas policiais na porta. Aquilo era mal sinal.

-Senhora Cullen? –O segurança anunciou chamando a atenção de todos para mim. Bufei.

-Sim, sou eu. Quero entrar. –Inquiri e logo recebi passagem para adentrar a propriedade. Mais carros da policia. Não deveria me surpreender com o tumulto, Edward deve ter ficado apavorado com minhas ultimas palavras naquela ligação. Senti olhos em mim, mas ignorei. Só estava preocupada com Edward e ninguém mais. Estacionei meu carro na vaga de sempre. Vi minha mão ladeada de alguns policiais correrem em minha direção.

-Merda. –Murmurei saindo do carro, deixando minha bolsa lá. Minha mãe correu, berrando meu nome, e me agarrou num abraço.

-Bella, onde esteve? Fiquei tão preocupada! –Ela chorava e não havia resquício de fingimento. Eu a abracei sentindo que até mesmo o ódio pela minha mãe havia se dissipado.

-Desculpe, eu precisei colocar a cabeça no lugar. –Murmurei.

-Então você é a fujona? –O policial falou, deveria ser o que comandava os demais. –Acho que isso significa que eu e meus homens não somos mais necessários.

-Obrigada por seus préstimos. –Minha mãe disse ao homem. Ele acenou e saiu sendo seguido por uma quantidade impressionante de policiais, muitos dos quais eu não tinha notado.

-Filha, eu soube que sua memória está de volta. Eu sei que fiz coisas horríveis e eu quero que saiba que... –Ela gaguejava com lágrimas nos olhos.

-Deixa pra lá. Eu quero enterrar esse assunto. –Falei com uma voz cansada, cansada de tudo.

-Eu sei, é o melhor, mas... Ainda sim eu peço perdão. Por tudo. –E sua voz ardia de arrependimento. Beijei sua testa.

-Tudo bem. Agora eu quero ver o Edward. Preciso muito dele agora. –Comecei meu trajeto até a sala, foi quando eu vi Joel ladeado de um médico.

-Joel, por que esse médico está aqui? –Perguntei ignorando o fato de que eu estava sendo mal educada por nem cumprimentá-los adequadamente. Eles trocaram um olhar significativo e então eu soube que eles me escondiam algo. Alguma coisa aconteceu a Edward.

-Droga! –Corri como louca para onde Edward poderia estar. Notei passos atrás de mim, mas ignorei.

-ONDE ELE ESTÁ? ACONTECEU ALGO? –Perguntei desesperada enquanto corria. Acho que era Joel que me acompanhava.

-O senhor Cullen estava muito agitado pelo seu desaparecimento. Tentou sair abalado como estava para procurá-la. Se ele saísse de casa poderia acontecer uma catástrofe então eu liguei para seu médico e pedi que viesse. –Joel dizia enquanto seguíamos para o quart de Edward. Virei para olhá-lo.

-E o que fizeram para que ele não saísse? –Perguntei e então uma voz sôfrega chamou meu nome.

-Bella...

Eu reconhecia aquela voz. Virei a tempo de vê-lo parado a sua porta, apoiando-se na parede. Estava descalço ainda vestido com sua calça social preta e camisa azul marinho de botões. Olhava para mim, mas seus olhos de alguma forma pareciam perdidos, como se não conseguisse me enxergar.

-Bella... –Murmurou novamente tentando caminhar pelo corredor até mim. Fiquei parada e só consegui reagir quando o vi cambalear. Edward iria ao chão se alguém não o segurasse. Corri em sua direção e pude, com sucesso absoluto, agarrá-lo antes que caísse. Seu peso, no entanto, foi demais para mim. Cai de joelhos, com ele em meus braços. 

-EDWARD! –Chamei. Edward murmurava meu nome sem parar, inconsciente de que eu estava ali com ele. –MAS POR QUE DIABOS ELE ESTÁ ASSIM? –Perguntei num tom rude a Joel.

-Foi o único modo que o doutor encontrou para impedi-lo de cometer uma loucura. Ele teve de aplicar um calmante no senhor Cullen. Acredito que aplicou uma dose maior do que a necessária. –Joel dizia enquanto ajudava-me a pegar Edward para levá-lo novamente a cama. Ele o ergueu colocando um dos braços de Edward em seu ombro, o outro na cintura, e o arrastou. Eu segui ao lado de Edward.

- O senhor Cullen deveria estar dormindo profundamente. Não entendo como se manteve acordado. Na certa estava tão preocupado que não deixou o calmante nocauteá-lo. –Dizia Joel enquanto deitava Edward na cama. 

Mesmo agora, quase apagado pelos medicamentos, eu via o semblante sofrido de Edward. Senti uma pontada de culpa.

-Eu cuido dele agora. –Murmurei sentando na cama. Próximo a ele, enquanto retirava meus sapatos.

-Tudo bem. Cuidarei de tudo. Boa noite senhora Cullen. –Disse o mordomo seguindo para a porta.

-Joel? –Eu o chamei antes que passasse pela porta, meus olhos fixos em Edward. –Obrigada por tudo. Perdão pelas coisas que fiz. –Falei baixo, mas acredito que Joel tenha ouvido.

-Não precisa agradecer. É meu trabalho cuidar desta casa e das pessoas que residem nela. Sei que como empregado eu não tenho direito de pedir determinadas coisas, mas tenho um pedido a senhora. –A surpresa pelas suas palavras me vez virar para olhá-lo. Joel tinha uma expressão facial afável, algo atípico dele. –Cuide do Edward. Ele é um bom rapaz apesar de tudo.

-Eu vou cuidar. –Prometi do fundo do meu coração. Joel lançou um olhar para Edward e então partiu, fechando a porta atrás de si. Levantei apenas para trancar a porta, não queria nenhuma interrupção. Retirei o casaco de couro que usava deixando-o em cima e uma poltrona. Eu retirei em seguida os brincos de argola e outros pertences que me adornavam, com exceção de minha aliança. Pensando bem eu nunca a tirei do dedo, mesmo quando descobri a verdade. Talvez apenas por esquecimento eu não tenha feito tal coisa.

-Bella... –O murmúrio débil de Edward me despertou e fui imediatamente para o seu lado. Ele estava sentado na cama, uma mão no rosto. Definitivamente estava dopado. Fiquei sentada na cama de frente para ele.

-Eu estou aqui. –Disse tocando seu rosto. Edward afastou a mão que até então cobria seu rosto e colocou sobre a minha em sua bochecha esquerda. Seus olhos cor de ocre se fixaram nos meus e ao me encontrar ali, Edward inclinou-se sobre mim aconchegando-me em meus braços já abertos a sua espera.

Eu o senti tremer em meus braços. Pensei que pudesse ser uma reação a droga que deram a ele, mas quando ouvi soluços eu soube que Edward estava chorando, de novo. Fiquei um pouco reconfortada em saber que, com minha resolução, eu não seria mais motivo de pesar em sua vida. Afaguei suas costas esperando que ele desabafasse e só assim dizer algo, pedir perdão.

Quem poderia imaginar o que ele pretendia fazer?

Subitamente Edward me beijou com tanta intensidade que precisei empurrá-lo quando meus pulmões protestaram por ar. Mesmo nossos lábios não se tocando, os lábios de Edward não saíram de mim (passaram pelo meu rosto, meu pescoço, clavícula, ombro). Deitou-se sobre mim e, afoito, tentou se desvencilhar das próprias peças de roupa. Eu o ajudei, ele não tinha condições alguma de fazer isso sozinho e, como estava tão urgente quando ele, eu acabei rasgando sua camisa. Nossa urgência foi aumentando e então tudo o que vi antes de senti-lo dentro de mim foi minhas peças de roupas voando e caindo no chão.

Nunca me senti mais plena, nem mesmo quando fiz amor com Jake pela primeira vez. Talvez fosse por que meu amor por Edward havia se duplicado, o amor da antiga Bella unido com o amor da Bella atual. Cara célula do meu corpo parecia estar ciente de Edward sobre mim, dentro de mim, nossas peles atritando-se e seus gemidos em meu ouvido. Arranhei suas costas comprimindo-o mais contra mim, quase o fundindo em meu corpo. De fato era isso o que eu queria, queria que fôssemos um só. Quando eu estava quase chegando ao orgasmo, Edward parou. Simplesmente parou. Ergueu um pouco seu corpo e fechou pesadamente seus olhos, levou uma mão no rosto. Edward devia estar esgotado, lutando para conter a letargia causada pelo medicamento que foi aplicado pelo doutor.     

-Não... –Murmurou pesaroso como querendo afastar o cansaço. Toquei seu rosto.

-Descanse. –Pedi. Edward deitou-se novamente sobre mim.

-Não posso. Se eu dormir... Voz vai embora. –Sua voz era baixa, arrastada, mas eu conseguia ouvir. Coloquei minhas mãos em seu rosto e o fiz olhar para mim.

-Eu vou estar aqui. Eu não vou à parte alguma. Agora descanse, ficar se forçando assim faz mal. –Acariciei seu rosto com a ponta dos dedos, querendo continuar o que estávamos fazendo mais do que tudo, mas sabendo que o melhor para Edward era dormir. –Vem cá. –Chamei envolvendo-o em meus braços, colocando sua cabeça na curvatura do meu pescoço.

-Eu amo você. –Murmurou contra minha pele e continuou a murmurar a frase até adormecer. O abracei apertado contra mim adorando aquele calor, aquele cheiro másculo dele, a textura da sua pele.

Eu o queria pra mim, pra sempre. Eu precisava de Edward, sempre precisei. Eu não seria capaz de deixá-lo novamente e o ódio que me guiou durante tanto tempo no passado não mais existia. Eu estava liberta de toda a dor finalmente.

-Quem diria que daria certo algo que nasceu tão errado, hein? –Eu o olhei ternamente sentindo minhas pálpebras mais e mais pesadas, finalmente sucumbindo ao cansado de um dia esgotante física e mentalmente falando. Eu o beijei na testa, como uma mãe beijando seu filho de forma carinhosa. Apaguei com ele em meus braços.

...

Lá estava ele deitado na cama, nu, o lençol mal cobrindo seu corpo. Voltei meus olhos para a parede de vidro olhando o lindo jardim banhado pelos brilhos do Sol. Durante a madrugada, quando acordei após alguns minutos cochilando, tomei uma decisão. Eu sabia que era preciso, mais do que continuar com tudo aquilo, com aquele casamento de ilusão.

Mãos me abraçaram por trás e um beijo foi depositado em meu ombro. Embora não tenha notado sua aproximação, não me alarmei. Edward me apertou contra o corpo e senti que ainda estava nu.

-Pensei que não a encontraria pela manhã... Que tudo era um sonho. –Disse próximo ao meu ouvido. Sorri.

-Você estava dopado demais para distinguir o que era real e o que era um sonho. –Falei entre risos virando-me para ele e o abraçando pra valer.

-Ainda que tudo seja real, que você esteja aqui, eu me pergunto se isso vai durar. Eu não... –Coloquei o dedo em sua boca.

-Shhh! Não quero falar sobre isso, eu não quero falar sobre nada. –Fechei os olhos e encostei minha cabeça em seu ombro.

-Perdão. –Edward disse. Sabia que ele não iria perder a oportunidade de me pedir perdão. –Sei que não quer ouvir nada a respeito, mas preciso pedir perdão e preciso que você me perdoe. –Sua voz mostrada toda a emoção daquele momento. Era chegada a hora de dizer e isto não seria fácil. Minha resolução certamente iria feri-lo em primeira instância.

-Eu o perdôo se você me perdoar também. Fiz muito mal a você. –Toquei seu rosto com uma mão. Edward inclinou sua cabeça para a mão que eu mantinha em seu rosto. Fechou os olhos.

-Eu mereci. –E seu tom de voz soava amargo, como se odiasse a si mesmo pelo que tinha feito. –Mas eu não me arrependo do que fiz. –E seus olhos cor de ocre queimaram enquanto olhava para mim.

-Vamos enterrar tudo o que aconteceu Edward. –Pedi. Era tudo o que queria. Até falar no assunto era doloroso. –Mas... Antes de encerrar o assunto por completo, para enterrar tudo o que de ruim nos aconteceu, eu tenho um pedido.

-O que você quiser. –Edward murmurou concentrado ao máximo no que eu iria dizer. Respirei fundo e pronunciei bem lentamente as palavras que iriam sentenciar nosso futuro:

-Eu quero o divorcio. –Disse resoluta. Edward olhou-me com assombro, uma máscara de desespero em sua face tão bela. Eu sorri.


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Notas finais do capítulo

Escrevendo a continuação. após isso faço minhas considerações finais. Para quem quiser saber tudo sobre minhas fics em primeira mão só me seguir no twitter: www.twitter.com/jacksampaio

Ah e para quem lê aqui minha fic chamada "Internato Cullen: um amor avassalador" eu conversei com a minha leitora que está postando e ela estava viajando. Vai voltar a postar.