Lembre-me! escrita por Jacqueline Sampaio


Capítulo 21
Capítulo 20


Notas iniciais do capítulo

Tive um surto de criatividade e escrevi esse cap ontem mesmo. Só não postei aqui por que o site estava com problemas, mas postei em outro site (sempre dou prioridade pra lá) chamado twilightfics. Espero que gostem, é um cap curto sem muitas revelações.



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Sentia o ferimento protestar, uma ardência intensa. Abri os olhos, o meu rosto crispado pela dor. Notei que o quarto estava iluminado e alguém segurava minha mão.

-Desculpe. –Edward disse voltando a olhar minha mão que estava em seu colo. Já era de manhã. Edward cuidava de minha mão, passava algo com um cheiro estranho, devia ser um medicamento.

Fiquei quietinha vendo-o cuidar de minha mão direita com empenho até tudo está acabado.

-Pronto. –Edward disse satisfeito com o seu trabalho. Minha mão estava coberta com atadura. Sentei-me na cama. –Posso saber como a mão da senhorita ficou ferida desse jeito?

Vi pela expressão de Edward que ele estava profundamente preocupado, mas tentava manter uma expressão serena.

-Hmmm... –Eu não queria contar o que houve, Edward pensaria que sou louca. Desconversei. –Eu não me lembro direito.

-Eu fiquei muito assustado. Acordei abraçado a você e quando me afastei para ir ao banheiro vi o espelho quebrado. Notei que minha camisa, onde estava sua mão, estava manchada de sangue. Corri até você achando que poderia estar... –Edward calou-se perdido em pensamentos sombrios.

-Não lembro muito bem o que aconteceu. Devo ter escorregado e caído, não sei. Mas não é nada grave.

-Eu chamei um médico. Ele me garantiu que não era nada grave, se ofereceu para cuidar de sua mão, mas pedi para fazê-lo. Ele aplicou algo para que não sentisse dor enquanto dormia. O efeito do anestésico deve ter passado quando comecei a limpar o ferimento.

-Sinto muito por preocupá-lo, mas isso não é nada. Acho que banquei a sonâmbula ou algo assim. –Sorri, mas Edward pareceu não se convencer. Lembrei então da cicatriz em sua mão, dos pesadelos...

-Edward? –O chamei quando este se levantou da cama. Virou-se para me olhar.

-O que foi amor? –Perguntou com brandura, um meio sorriso nos lábios. Apesar de tudo estava feliz e não seria eu a desfazer aquela felicidade.

-Há quantos dias mesmo estamos aqui? Perdi a noção de tempo.

-Hoje é o quinto dia. Mais dois dias e retornaremos a nossa casa. –Meu rosto deve ter desmoronado um pouco quando Edward falou em voltar. Levantei-me tentando manter um ânimo bom.

-Temos que aproveitar esses três dias que restam, ou dois, dependendo da hora em que iremos sair. O que vamos fazer hoje? –Perguntei enquanto ia ao closet. Edward sentou-se na cama.

-Na verdade eu tenho algumas pendências do hotel para resolver agora. Importa-se se eu for?

-Não Edward, claro que não. Pode ir.

-Quer me acompanhar?

-Acho que vou ficar por aqui esperando por você. Você se importa? –Caminhei até ele, sentei-me em seu colo e Edward enlaçou-me pela cintura.

-Não. Fique aqui, você precisa descansar. Prometo que não irei demorar. O café da manhã foi servido na sacada. Melhor comermos. –Edward beijou-me nos lábios, levantou-se e me guiou para a sacada. Tivemos mais uma manhã tranqüila, perfeita. Edward usava meu presente, ele não o tirou para nada, apenas quando entrou na água salgada.

...

Tinha sido uma péssima idéia. Ficar sozinha no quarto, tomada pelas lembranças que me atormentavam. Se soubesse que iria me torturar novamente com pensamentos, eu teria ido com Edward. Faziam mais de uma hora que Edward havia saído. Tentei me distrair assistindo algo na TV, liguei para minha mãe e recebi uma ligação de Jessica, mas isso não foi o suficiente para esquecer. Lá pelas tantas tomei um bom banho, vesti roupas simples e confortáveis (calça jeans, camiseta de algodão, tênis e boné) e sai.

O hotel era lindo, mas não me senti empolgada como antes para um passeio. Devia ser por que Edward não estava lá comigo, segurando minha mão. Cumprimentei alguns funcionários que foram gentis comigo. Caminhei pelo interior e exterior do hotel. Quando cheguei a um dos jardins, sentei-me em um banco de frente para o mar.

Ainda doía lembrar-se do sonho e da cicatriz na palma da mão esquerda de Edward. Eu temia mais e mais essas descobertas, temia saber que causei mais dor para Edward. Olhei para minha mão ferida.

“Que isto sirva de lição. Quem sabe assim, sentindo a dor dele, seu pecado não diminui?” –Pensei.

Olhei para o lado, puro reflexo, e o vi empurrando um balanço para uma menininha. Era Edward. Divertia-se em um parquinho a alguns metros de mim, brincando com uma menina de no máximo cinco anos. O pai da criança se aproximou e cumprimentou Edward, parecia ser um conhecido. Edward conversou com ele enquanto o senhor pegava a criança no colo. A menininha acenou para Edward enquanto ia embora com o pai. Eu percebi enquanto via a cena tão singela algo, algo que me fez involuntariamente sorrir. Edward sentou-se no balanço antes ocupado pela menininha e ficou se balançando lá. Caminhei lentamente, contornando-o por trás, e sentei em um balanço desocupado ao seu lado. Edward sobressaltou-se com minha aproximação, sorriu ao me reconhecer.

-Amor, eu pensei que ficaria no quarto.

-Terminou seus afazeres?

-Sim. Fiquei aqui brincando com a filha de um conhecido. Já estava voltando para o quarto. Ia convidá-la para ir à área da piscina no hotel. Tem muitas opções de divertimento lá.

-Ok. Vamos para o quarto para trocarmos de roupa e aí seguimos para a área da piscina. –Disse levantando-me da balança e puxando Edward pela mão.

Aquele era o quinto dia, ainda teríamos dois dias para explorar a área da piscina. Naquele momento eu não queria perder meu tempo na água. Eu queria mergulhar em algo muito mais prazeroso, queria mergulhar no corpo de Edward, me afogar em seus beijos.

Caminhamos silenciosos até o quarto e quando a porta se fechou atrás de mim eu o puxei pela gola da jaqueta de couro bege que usava em direção a minha boca. Edward correspondeu com avidez meu beijo, mantendo-me presa em seus braços. Eu procurei guiá-lo para a cama jogando-me com ele na mesma. Enquanto o beijava, minhas mãos trabalhavam em sua camisa, tentando tirar sua jaqueta. Edward percebeu o que queria, sentou-se na cama mantendo-me sentada em seu colo e retirou a jaqueta, a camisa preta. Acariciei o peito desnudo, lindo, enquanto Edward virava-nos na cama mantendo seu corpo sobre o meu. Fechei meus olhos sentindo as mãos hábeis de Edward retirar meu jeans. Acariciou minhas pernas, seu polegar enroscando-se no elástico de minha calcinha. Sentei-me na cama enroscando meus braços em seu pescoço, puxando-o para mim. Senti as costelas protestarem pelo abraço de Edward, ficaria marca, mas não liguei. Edward afastou-se um pouco me olhando com os olhos embargados pelo desejo.

-Você me deixa louco, sabia? –Ele murmurou. Colou sua testa na minha, sua respiração pesada. Perdi-me em seus olhos cor de ocre. Senti suas mãos em minha feminilidade em caricias provocantes. Arfei. Agarrei os lençóis sentindo Edward retirar mais peças. Quando estava totalmente nua e não senti Edward próximo a mim eu abri os olhos e o vi retirar as últimas peças de sua vestimenta. Vendo até mim e deitou-se sobre mim. Recebi no rosto beijos dele e no corpo o toque de suas mãos.

-Eu amo você. –Murmurei em seu ouvido quando Edward veio beijar meu pescoço. Edward aproximou seus lábios do meu ouvido e disse:

-Eu amo você. –Edward sussurrou enquanto suas mãos seguravam meu quadril e seu corpo se movia contra o meu. Entrelaçou nossas mãos e colou nossas bocas. Agora éramos um só corpo buscando a satisfação do outro. Não havia nada melhor do que isso.

...

Repousava nos braços de Edward. Estávamos cansados, mas satisfeitos. Edward sorria de modo sutil, os olhos fechados.

-O que deu em você, hein? Geralmente sou eu que a ataco. –Ele disse divertido.

-Fiquei com saudades de você. –Disse beijando seu peito. Seus braços se estreitaram a minha volta.

-Nossa, se vai reagir assim então acho que sairei do seu lado de vez em quando.

Ri ao ouvir as palavras de Edward.

-Nem brinque com isso Edward!

Um silêncio bom se instaurou. Edward acariciava uma mecha dos meus cabelos.

-Edward? –O chamei. Edward virou seu rosto para me olhar. –Posso fazer uma pergunta pra você?

-Claro. O que quer saber?

-Por que ainda não tivemos filhos? –Quando perguntei Edward estacou. Ele me olhou por alguns minutos parecendo chocado com minha pergunta. Procurou se recompor; fixou seus olhos no teto.

-Você não estava preparada para ser mãe.

-Como não? Eu disse alguma coisa? –O olhei, mas Edward não me olhava. Suspirou.

-Após um mês de casados eu exteriorizei meu desejo de ser pai. Você disse que não estava preparada. E também...

-E também...? O que foi? Olha, isso foi antes. Sabe, eu vi você com aquela criança, você parecia tão feliz! Então eu pensei que eu...

-Você não pode ter filhos. –Edward disse e eu congelei. Senti minhas mãos suarem.

-O que? Co-como assim? –Perguntei com a voz falha.

-Você implantou um DIU em seu útero antes do casamento. Teria que retira-lo para termos filhos.

Fiquei aliviada por saber que não era estéril, deitei minha cabeça no peito de Edward.

-Por que eu fiz isso? –Murmurei. Edward acariciava meus cabelos.

-Você é nova demais para ser mãe, Bella. –Edward disse com brandura. Ergui um pouco meu corpo e o fitei. Edward logo olhou para mim.

-Não me considero nova agora. –Disse séria. Edward me olhou atônico. –Eu acho que é isso o que está faltando para nós. Estava pensando anteriormente em trabalhar, não quero vida de dondoca apenas aproveitando o fruto do seu trabalho. Mas agora eu quero essa função pra mim, quero ser mãe e lhe dar uma criança. E sei que você quer. Percebi isso enquanto o via brincar com aquela criança no parque.

Edward ficou calado me olhando. Parecia absorver minhas palavras. Por fim vi a sua expressão facial passar de confusa para emocionada.

-Quero muito ser pai, mas de um filho seu. Só seu. –Edward começou a acariciar meu rosto. E vou esperar você estar pronta.

Peguei sua mão que acariciava meu rosto e beijei a palma.

-Estou pronta. –Disse. O sorriso de Edward se alargou. Subitamente deitou-se sobre mim, beijou-me ininterruptamente nos lábios.

-Você não tem idéia do quanto está me fazendo feliz! –Edward sussurrou em meu ouvido. Mantive Edward ali, nos meus braços, preso ao meu corpo.

-Fico feliz. Muito feliz. Essa é a missão da minha vida, fazê-lo feliz, ser feliz como conseqüência. –Edward afastou-se me olhando nos olhos. Beijou-me zeloso.

-Amo você. -Disse deitando-se em meu peito.

E as horas passaram...

E os dias passaram...

 

Oitavo dia

Estava na sacada de nossa suíte. Era de manhã. Edward havia saído para tratar dos últimos preparativos para a nossa partida. Nossas malas estavam arrumadas e muito provavelmente já estavam no helicóptero. Eu fiquei ali, olhando aquela linda paisagem, sentindo a brisa marítima cortar meu rosto. Mãos tocaram meu ombro.

-Bella, amor, nós precisamos ir. –Sussurrou em meu ouvido. Assenti. –Eu sei, também sentirei falta daqui.

-Queria poder ficar aqui pra sempre com você. Tenho medo de voltar para aquele lugar. –Confessei com meus olhos ainda na paisagem. Edward beijou-me no cabelo.

-Não se preocupe. Não vou permitir que nada aconteça a nós dois. Agora vamos. O tempo está ficando nublado. –Edward beijou-me nas mãos e me puxou para fora. Cumprimentamos boa parte dos funcionários que vieram se despedir de nós. Nossa viagem foi tranqüila. Tivemos um pouco de turbulência durante a viagem, estava chovendo em nossa cidade, mas isso não me preocupou. Após chegarmos à pista de pouso, um carro nos esperava e fomos diretamente para casa. Edward deve ter avisado a Joel e aos empregados que estávamos chegando, pois eles nos esperavam na garagem. Durante o momento que sai do hotel até agora, eu me senti mal. Nada disse para Edward, não queria que ele ficasse cismado com algo.

“Não fique assim Bella. Tudo está bem. Nada pode se colocar no caminho de vocês!” –Repeti tais pensamentos como um mantra. Ainda sim meu corpo estava tenso e Edward percebeu já que segurava minha mão.

-Vamos almoçar juntos. Mais tarde terei que passar na empresa. Quer ir comigo amor? –Edward perguntou enquanto seguíamos para a sala de jantar onde o almoço havia sido servido.

-Não quero atrapalhar. Pode ir. Vou ficar quietinha aqui. –Disse e sorri um sorriso meio forçado.

-Tem certeza? Adoraria sua companhia. –Edward disse enquanto afastava a cadeira ao seu lado para que eu sentasse.

-Estou um pouco cansada pela viagem. Vou tomar um bom banho e dormir um pouco.

-Ok. –Edward beijou-me antes de tomar o seu lugar na mesa. Fomos servidos pelos empregados.

...

Quando Edward não estava ao meu lado eu sentia meu peito oprimido. Sabia que teria de me acostumar com isso, eu não poderia mantê-lo perto de mim o tempo todo como foi no litoral. Sorri ao pensar que, quando eu tivesse meu bebê, todo esse medo de ficar só iria se exaurir. Levantei da minha cama, meus cabelos ainda úmidos por terem sido lavados. Sai do quarto e decidi passear pelo jardim, nenhum empregado notou que havia saído.

Passeei, despreocupada, admirando a beleza daquele entardecer. A chuva que nos recebeu se dissipou dando lugar a uma garoa inofensiva. Peguei um botão de rosa e o prendi em meus cabelos.

O labirinto verde

Ele estava ali a minha frente. Lembrei-me do sonho que tivera, o sonho em que eu machucava Edward. Aquele sonho havia sido real. Eu me perguntei se os outros sonhos eram reais. Havia um que tivera e que agora me perguntava se era real: quando vi a mim mesma entrar no labirinto verde carregando um baú. Involuntariamente meu corpo seguiu para a entrada do labirinto verde.

“Pare Bella! Você promete que iria deixar o passado de lado!” –Minha mente gritava enquanto meu corpo avançava mais e mais. Eu sabia que estava muito perto da verdade, eu poderia sentir. No centro daquele labirinto estava o baú de madeira que apareceu em meus sonhos.

A verdade ao alcance de meus dedos... Parei.

-Não vou. –Murmurei na porta do labirinto já projetando meu corpo para retornar a casa. Logo Edward estaria lá. Foi rápido. Enquanto me virava algo no chão chamou minha atenção. Parei e me ajoelhei no chão coberto por folhas. Toquei o chão tateando-o e então encontrei o que havia chamado minha atenção. Uma corda bem fina, de um dourado fosco. Puxei um pouco a corda e notei que ela adentrava o labirinto verde.

Agora eu sabia como a antiga Bella entrava e saia sem problemas do labirinto, ela conhecia o caminho, ela desenvolveu um meio de encontrar o centro. Aquela corda levava ao centro, eu poderia sentir.

Eu estava muito perto, a alguns metros da verdade. A idéia nunca me pareceu tão tentadora.

Finalmente eu saberia de tudo.


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