Lembre-me! escrita por Jacqueline Sampaio


Capítulo 18
Capítulo 17




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O que diabos eu estava fazendo no jardim de minha casa? Eu não deveria estar no litoral com Edward? Conclui que aquilo só devia ser um sonho. Caminhei despreocupada pelo vasto jardim esperando pelo momento em que acordaria, de preferência, nos braços de Edward.

Estaquei ao ver eu mesma cruzando, apressada, o jardim. Nas mãos uma espécie de baú de madeira. Acabei por seguir aquele meu “eu” e notei pelas vestes ousadas que vestia (um top de couro vermelho e calça de couro preta) que aquela era a Bella de outrora, a Bella antes do acidente. Não demorou a eu notar para onde a tal Bella ia carregando o baú: o labirinto verde. Adentrou o local, despreocupada, como se conhecesse os caminhos. Fiquei parada em frente à entrada olhando-a desaparecer na primeira curva do labirinto.

-Não vai segui-la? –A voz feminina soou. Era meu outro “eu”, uma versão duplicada da Bella pré-acidente que eu queria enterrar.

-Por que eu seguiria? –Perguntei com descaso.

-Por que se segui-la saberá a verdade. –A outra Bella, ao meu lado, disse. O dilema me tomou. Embora eu quisesse ignorar a verdade, uma parte de mim desejava acabar com as dúvidas. Fiquei parada, olhando o local para onde a outra Bella havia ido portando os segredos de minha vida. Acabei dando um passo instável sem ter certeza se deveria ir ou não.   

-Bella? –A voz masculina, a voz do meu Edward, quebrou o silencio que até então havia se instaurado. Virei-me e o encontrei a alguns metros. Olhava-me desesperado, uma mão erguida. –Não vá! –Pediu suplicante.

A Bella ao meu lado sibilou. A ira que emanava dela era terrível. Ira contra Edward? Por quê? Voltei meus olhos para Edward, este me olhava agoniado, com a mão erguida. Dei um passo para ele. A Bella ao meu lado deteve-me segurando meu pulso.

-Vai até ele? –Perguntou com repulsa. Eu não entendia sua atitude. Por que ela era tão ríspida com Edward? Se ela era uma parte de mim não deveria compartilhar do amor que sentia por ele?

-Bella... –Edward murmurou. Seu gesto com a mão erguida insistia para que eu fosse até ele. Eu não pensei duas vezes. Ignorando a verdade, as “Bellas”, tudo, eu fui até sua direção, correndo, e fui agarrada em um poderoso abraço.

Mesmo estando em um sonho eu podia senti-lo com clareza. Não havia nada melhor do que estar naqueles braços.

-Eu sinto muito pelo que fiz. Perdoe-me. –Edward murmurou em meu ouvido. Afastei-me e o olhei confusa.

-O que você fez Edward? Por que fica o tempo todo me pedindo perdão? –Perguntei. Edward me lançou um olhar torturado, com uma mão afagou meu rosto e a outra estava em minha cintura mantendo-me em seus braços.

-Por que eu... –Edward começou a dizer e subitamente sua voz desapareceu. Ele ainda falava, seus lábios moviam-se, mas eu não conseguia ouvir.

-Edward, eu não estou ouvindo o que você está dizendo! –Falei desnorteada.

-TIRE SUAS MÃOS DELA! ELA É MINHA! –Outra voz masculina, a alguns metros de nós, grunhiu. Assustei-me com a rudeza da voz. Virei-me para ver quem agia daquela forma, mas quando me virei...

Era o teto da suíte que Edward e eu estávamos ocupando. Passei alguns minutos, poucos, fitando o teto. Senti sobre meu corpo um corpo quentinho, de pele macia, perfumada. Virei à cabeça um pouco de lado e encontrei a face bela de um Edward adormecido. Nossos corpos estavam entrelaçados, nus, precariamente cobertos pelo edredom. Sua face tão perto da minha que nem precisaria me esticar para beijá-lo. Meu braço esquerdo embaixo da cabeça de Edward, o outro estava livre e só assim pude tocá-lo na face. Sua pele macia e convidativa ao toque, seus cabelos em desalinho, lindos porém, que passeavam entre meus dedos.

Sorri bobamente ao me lembrar de tudo o que havia acontecido entre nós dois, a união que surgiu. Até mesmo em meus sonhos eu ignorava o passado, as verdades e mentiras, querendo apenas estar com ele. Seria sempre assim.

Fiz um movimento tentando retirar Edward de cima de mim, o mesmo remexeu-se e, murmurando palavras desconexas, colocou seu corpo novamente sobre mim.   

-Bom dia. –Sussurrei beijando seus lábios novamente. Um lindo sorriso brotou dos lábios de Edward, mas ainda sim não despertou. Consegui sair da cama ajeitando Edward na mesma, o cobri melhor com o edredom. Fui direto para o banho, sentindo-me um pouco pegajosa pelo suor.

Eu me sentia renovada! Não pela água fria que saia do chuveiro e caia em meu corpo, mas por ter finalmente me entendido com Edward. Nós estávamos tão íntimos, tão unidos, como sempre desejei. O meu passado fora deixado de lado. Eu só queria aquele começo com Edward e nada mais.

Perdida como estava nos planos que fazia para o futuro eu notei tardiamente que alguém enlaçava minha cintura por trás. Sabendo quem era o dono daquelas mãos maravilhosas, do corpo que se colava as minhas costas, virei-me risonha e estaquei. A pessoa ali comigo não era Edward.

-AHHHHH! –Gritei empurrando-o e em contrapartida chocando minhas costas a parede, mais precisamente chocando minhas costas na alavanca que abre a água do chuveiro. Senti as costas protestarem, isso deixaria uma ferida. Lentamente me ajoelhei no chão enquanto crispava os olhos pela dor do ferimento.

-BELLA! –Uma voz alarmada soou a minha frente. Abri meus olhos e vi Edward, nu a minha frente. Olhava-me agoniado.

-BELLA, O QUE HOUVE? –Perguntou. Eu fiquei parada onde estava e então percebi que havia tido uma alucinação. Foi Edward o tempo todo ali comigo. Edward aproximou-se e tocou no ferimento em minhas costas.

-Você machucou as costas. O que houve? Por que me empurrou? –Ele perguntou com brandura. Procurei me recompor, eu não queria preocupá-lo por culpa de uma bobagem.

-Não foi nada, eu só me assustei com sua proximidade. –Murmurei sem graça. Que ele não percebesse a mentira. Edward me olhou interrogativamente, mas deu de ombros.

-Deixe para lá. Perdão por tê-la assustado. E é melhor cuidarmos desse ferimento nas suas costas. –Edward dizia, afagava meu rosto. Procurei deixar para lá, eu não deixaria qualquer bobagem estragar a nossa manhã.  

-Quer ajuda em seu banho? –Sugeriu com um sorriso malicioso nos lábios, cheio de segundas intenções. Corei horrivelmente. Com sua ajuda fiquei de pé. Edward, com seus olhos fixos nos meus, ajudou-me a me lavar. Sentir suas mãos em meu corpo era o frenesi. Edward provocava-me com suas caricias, definitivamente queria me levar à loucura. Vingativa, eu fiz o mesmo com ele com a desculpa de ajudá-lo no banho, demorando-me a passar o sabonete em seu corpo, alisando-o em toda a extensão de seus músculos magníficos. Ficamos nessa troca de caricias enquanto tomávamos banho por um bom tempo sem, porém, ultrapassar os limites. Nossos olhos cheios de promessas silenciosas. E eu sabia, enquanto via Edward me olhar com olhos famintos, que ao anoitecer teríamos uma noite tão intensa quanto à noite anterior.

...

-Pronto. –Edward anunciou colocando um curativo em minhas costas. Sentei-me na cama abaixando a blusa branca que vestia. –Agora podemos ir. –Disse enquanto levantava-se da cama, já estava devidamente vestido. Iríamos passear, conhecer aquele local bonito. Verdade seja dita Edward me despertou enquanto tomávamos banho. Eu queria era ficar com ele no quarto, terminar o que tínhamos começado debaixo do chuveiro. Claro que eu não iria dizer uma coisa dessas para Edward, eu não queria que ele pensasse que eu era depravada.

Senti-me satisfeita, ao menos, enquanto seguíamos para um passeio pelo hotel, vendo-o em sua totalidade. Era um hotel impressionante! Notei que Edward chamava a atenção das mulheres, elas lançavam olhares lascivos, e em momentos como este eu apertei sua mão. Ele era meu, não precisava me preocupar com a cobiça alheia, mas tudo aquilo me incomodou. Ainda sim procurei não demonstrar concentrando-me apenas no agora, no passeio, no guia que nos mostrava todas as instalações.

Após conhecer detalhadamente o hotel seguimos para a área externa. Mais uma vez o funcionário nos mostrou a tudo, área de esportes, área das piscinas, restaurantes, lojas, enfim. Pode até parecer algo entediante olhar a tudo ao invés de aproveitar logo o passeio fazendo algo que não seja caminhar, mas eu estava tão satisfeita por ter Edward ao meu lado, o tempo todo segurando minha mão, às vezes beijando-me, que não liguei.

-Então senhor Cullen? Há algum lugar que deseja conhecer mais a fundo? –O funcionário perguntou. Edward sacudiu a cabeça.

-Agora eu e minha esposa iremos aproveitar. Obrigado pelos seus préstimos Alex. –Edward disse. Alex em pouco tempo nos deu privacidade, satisfeito por ter agradado ao dono do empreendimento.

-Então o que acha de andarmos de Jet-ski antes do almoço? É bem divertido. –Edward perguntou empolgado com a idéia.

-Claro, só espero não me afogar nem nada.

-Claro que não vai amor. Você sabe nadar, eu a ensinei. De qualquer forma andará de colete e eu estarei na sua cola.

-Edward, você é sempre super protetor assim? –Perguntei divertida. Ele riu.

-Na verdade sou pior, mas você me pegou em um dia despreocupado. –Ergueu nossas mãos entrelaçadas beijando minha mão. –Vamos. –Edward guiou-me até o local onde os hóspedes poderiam ter acesso a coisas como barcos, Jet-ski, iates...

...

Enquanto tudo era preparado para nosso passeio de Jet Ski, eu olhava maravilhada para a praia. Tudo era tão lindo! Minha vida não poderia estar mais perfeita. E enquanto olhava a figura bela de meu marido conversando com um funcionário do hotel, eu dizia a mim mesma como tive sorte por ter alguém como ele em minha vida. Não existia ser mais perfeito do que Edward Cullen e ele era todinho meu.  

-Amor, você está pronta? –Perguntou para mim tirando-me de minhas abstrações.

-Ah, claro. –Retirei minha blusa branca ficando apenas de biquíni e um short que estava vestindo. Satisfeita, notei que Edward olhava-me dos pés a cabeça, o desejo claro em seus olhos. Procurou se recompor, sem muito sucesso, pegando minha mão. Eu também o olhava, maravilhada com a perfeição de seu corpo.

-Agora vamos nos divertir. –Disse sorrindo lindamente.  

...

Passeio de Jet-Ski, em uma lancha, até em um Iate. Também nadamos em uma piscina natural nas proximidades do hotel. Além da paisagem bela que nos cercava, das atividades divertidas, tinha o toque de Edward, seu abraço, o aperto firme de sua mão na minha, seus beijos...

Em alguns momentos, enquanto nos divertíamos, eu parava para olhá-lo. Sempre tão lindo, risonho, um Edward diferente do Edward melancólico de outrora. Era eu que proporcionava aquela felicidade, realizando um desejo que secretamente escondi dentro de mim quando comecei a me envolver com ele.

Em alguns momentos, sentindo aquela imensa felicidade, quase dolorosa, eu chorei. Edward perguntava-me por que meus olhos estavam marejados e eu dizia que era o vento carregando partículas de areia em meus olhos. Ele acreditava, ou fingia acreditar. De qualquer forma eu não tinha mais motivos para ficar deprimida, os problemas esquecidos, e Edward sabia disso.

Passamos o dia para lá e para cá curtindo tudo o que o hotel tinha de melhor para proporcionar. Quando Edward não estava olhando, enquanto passeávamos pelas lojas, dei uma escapulida e comprei algo para presenteá-lo, um a correntinha de prata com um pingente no formato da face de Jesus Cristo. Eu iria dar a ele quando a oportunidade surgisse.

-Ah, Bella! –Disse com a voz saturada de alivio, quando nos encontramos após meu rápido desaparecimento para comprar um presente para ele. Caminhou apressadamente em meio à multidão e abraçou-me. –Onde esteve? Fiquei preocupado.

-Eu estava olhando umas coisas em uma loja e nos perdemos, mas agora estou aqui. –Disse pegando sua mão. –Vamos continuar o passeio.

Assim sendo continuamos a andar pelos corredores do shopping do hotel.

...

-Nossa, estou exausta! –Anunciei jogando-me na cama. As sacolas de compras que havíamos feito aquela tarde estavam no chão. O presente que comprei para Edward estava guardado em minha bolsa. Edward fechou a porta do nosso quarto e caminhou até a cama, deitou-se ao meu lado.

-Parece mesmo cansada. Quer dormir? –Perguntou.

-Sim. –Disse com os olhos fechados. Claro que não iria dormir naquele momento. Primeiro tomaria um bom banho, faria amor com Edward e depois dormiria. Sorri involuntariamente com os meus planos. Edward ficaria satisfeito com eles, ou pelo menos com a parte do “fazer amor”. Abri os olhos e encontrei os seus, pareciam pensativos.

-Que foi? –Perguntei. Acabei por sentar na cama para encará-lo melhor, Edward fez o mesmo.

-É que vai haver um luau na praia e eu ia perguntar se você não quer ir. Mas como está cansada podemos deixar para depois. –Ele deu de ombros. Mas notei algo, como se houvesse nele uma vontade reprimida.

-Você quer ir? –Perguntei com meus olhos fixos em sua face, estudando-o. Edward deu de ombros, mas seus olhos denunciaram sua vontade.

-Quero estar com você. E como você está cansada nós ficamos.

-Quer saber? Acho melhor irmos. Temos que aproveitar ao máximo, deixar o descanso para depois. E não sabemos quando ocorrerá outro luau então...

-Bella, amor, você está cansada. Deixemos para depois.

-Não, eu quero ir. Vamos, vai ser divertido. –Levantei-me rumando para as sacolas de compras sabendo o que eu iria vestir: um vestido azul celeste que comprei em uma boutique. Edward continuou sentado na cama, olhava-me.

-Se é assim então tudo bem. Vamos nos arrumar. O luau acontecerá na praia.

Eu estava cansada, mas não perderia a oportunidade de agradar Edward. Engoli o cansaço, vesti o traje que havia comprado juntamente com uma sandália branca, brincos pequenos e sai com Edward. Edward estava impecável. Usava calça branca, camisa de botões branca, um Deus grego. Descemos as escadas, um acesso do hotel a praia, e seguimos para o luau. Com uma decoração sofisticada, o luau bombava. Tendas brancas com uma iluminação futurista e a música em volume alto. Havia muitas pessoas lá, provavelmente pessoas que nem eram hospedes do hotel. Rapidamente nossa aproximação foi notava devido ao responsável pela música que anunciou Edward e eu (sendo Edward o dono do hotel e responsável indireto do evento, ele se sentiu na obrigação de prestar uma homenagem).

Novamente Edward foi cobiçado pelas mulheres (e alguns homens por incrível que pareça) e isso me irritou. Edward percebeu de imediato a mudança súbita do meu estado de espírito.

-O que foi amor? –Perguntou enquanto caminhávamos para uma parte mais reservada do luau.

-Eu não gosto dessas mulheres olhando pra você. –Murmurei emburrada. Edward parou de caminhar e pensei que o que havia dito poderia aborrecê-lo, mas para minha surpresa ele tinha um sorriso lindo, os olhos brilhantes, maravilhado.

-Está com ciúmes de mim? –Perguntou como que querendo uma confirmação. Assenti baixando a cabeça e fitando a areia. Senti as mãos em meu rosto, Edward puxando-me para ele, colando seus lábios aos meus, amoroso. Suas mãos me prenderam possessivamente em seus braços. Separamos-nos, arfantes, e sorrimos para o outro. Edward puxou-me para a pista de dança e, embalados pela música agitada, começamos a dançar. O flash tornava a visão do lugar embaraçada, assim como as pessoas ao redor. Eu não sabia dançar então apenas fiquei pulando como uma louca. Acredito que Edward fez o mesmo. Enquanto a adrenalina era produzida pelo meu corpo, atingindo rapidamente meus membros, o cansaço que anteriormente estava sentindo se esvaia. Eu me perdi em toda aquela confusão com uma sensação estranha de Deja vu, eu já havia feito aquilo em algum lugar. Continuei a dançar enquanto via coisas que não estavam realmente acontecendo. Eu via a mim mesma em outro lugar, uma boate, dançando frenética, com roupas ousadas, cercada por pessoas, a maioria homens loucos para tirar uma casquinha. Com os olhos fechados eu pude ver mais nitidamente aquelas imagens, detectando-as como alucinação de minha antiga vida. E não pude simplesmente fugir de minhas alucinações como outrora. Eu estava tão envolvida pela batida da música, os flashes, o ambiente, que continuei de olhos fechados me deixando levar por aquela loucura que é ser a Bella do presente e a Bella do passado, num único instante.

Despertei ao sentir algo apertando minha bunda. Abri os olhos e virei a tempo de ver o rosto do homem que havia ousado me tocar e ver Edward pulando em cima dele. Fiquei parada, tentando entender o que havia acontecido. Alguém me apalpou, Edward viu e pulou em cima do cara. Agora Edward estava sentado em cima do homem esmurrando-o. Uma roda se abriu no meio da pista e a iluminação voltou à iluminação normal. Foi só quando vi que o cara que havia passado a mão em mim, e até então estava a mercê de Edward, conseguiu se recuperar socando-o no rosto eu consegui reagir.

-NÃO! PAREM! –Gritei colocando-me entre eles, puxando Edward para longe do cara. Felizmente o desconhecido foi contido por um segurança e retirado. O cara gritou revoltado com o fato de que Edward não foi levado. Claro que Edward não seria levado para fora, ele era o dono da festa.

-Senhor Cullen, está bem? –Um segurança perguntou.

-Sim. –Edward disse um pouco áspero, ainda estressado pelo ocorrido. –Obrigado pela ajuda. –Disse puxando-me pela mão. Com a outra mão tentava conter o sangramento em seu lábio inferior. Eu fiquei calada enquanto Edward me puxava para longe da pista, para o bar.

-Edward, meu amor, você está bem? –Perguntei aflita enquanto ele encostava-se ao balcão. Toquei seu rosto.

-Sim. Estou bem. –Murmurou fechando os olhos e parecendo apreciar minha mão em eu rosto.

-Ele machucou você. –Murmurei sentindo as lágrimas em meu rosto. –Por minha culpa você se feriu. –Toquei seu lábio inferior. Não era nada sério, mas ainda sim aquilo doía. Edward me olhou alarmado.

-Hei, não fique assim! Por que está triste? Você se preocupou comigo? Eu estou bem. Foi só um corte à toa. –Edward dizia esfregando suas mãos em meus braços.

-Você está sempre se prejudicando por minha causa. Eu não agüento mais isso Edward! Eu... –Edward tapou minha boca com seu dedo indicador. Parei de falar, minha pulsação acelerada foi se acalmando enquanto sentia o passeio preguiçoso de seus dedos em minha face.

-Acho melhor irmos embora, certo?

-Sim. Eu quero ir embora.

Assim sendo Edward segurou minha mão e saímos de todo aquele tumulto. Eu ainda sentia aquele sentimento opressor de culpa me atormentando. Mesmo que Edward negasse minha culpa, não era o suficiente para aplacá-la. E mesmo sabendo dos prejuízos que causava a Edward, eu não me via mais com forças para lutar contra a vontade de ficar ao seu lado. Por que eu já havia decidido permanecer ao seu lado.

Edward parou, estávamos a alguns metros do acesso ao hotel.

-Edward? –O chamei. Edward virou-se para mim com um sorriso matreiro no rosto. –O que foi?   

Eu não tinha como prever o que Edward estava pensando. O conhecia, é verdade, mas não tanto assim. Subitamente Edward me pegou no colo, correndo em direção a água da praia.

-EDWARD! N... –Nós entramos com tudo na água. Felizmente esta estava morna. Emergimos ao mesmo tempo.

-Edward! Por que fez isso? –Perguntei em tom de reprimenda. Ele sorria.

-Queria aproveitar a praia. A água está morna e não há ninguém além de nós dois aqui. –Disse brincalhão. Olhei envolta. Ele estava certo. A praia estava deserta.

-E o que tem em mente, hein? –Perguntei já sabendo do que se tratava. Edward aproximou-se me abraçando.

-O que acha que tenho em mente? –Murmurou beijando-me na curvatura do pescoço. Arfei. Querendo entrar na brincadeira eu o empurrei.

-Terá que me pegar primeiro Cullen. –Dizendo isso eu mergulhei sabendo que Edward teria dificuldade para me encontrar naquela escuridão. Nadei até o fundo, um pouco desorientada pela escuridão. Mãos enlaçaram-me pela cintura puxando-me para a superfície. Era Edward.

-Peguei você. –Edward disse e antes que eu pudesse dizer algo me puxou para seus braços beijando-me com vigor. Suas mãos em todo o meu corpo, seus lábios movendo-se com os meus. Esqueci o fato de que estávamos em um local publico e me concentrei em Edward. O enlacei pelo pescoço enquanto recebia beijos em meu pescoço, no ombro. As mãos de Edward migraram de minha cintura para minhas nádegas erguendo-me e me encaixando em seu colo.

-Edward... –Murmurei seu nome, os olhos fechados apreciando o contato. Senti os dedos de Edward e infiltrarem em meu vestido, na peça de baixo de meu lingerie, puxando-o de lado. A penetração ocorreu sem problemas. Eu o apertei contra meu corpo sentindo Edward dentro de mim. Não havia como descrever aquele momento tão único, tão perfeito, em que nos encaixávamos. Os movimentos vagarosos de Edward me estimulavam, os gemidos saiam de minha garganta contra minha vontade. Fiquei satisfeita ao notar que Edward parecia estar gostando tanto quanto eu, até mais, pelos gemidos que saiam de sua garganta.

Sentia o orgasmo chegando e o apertei mais em mim. Quando estava prestas a alcançar o êxtase... Algo nos pegou separando-nos.

Fiquei desorientada enquanto a onda me rebocava para a beira da água. Quando cheguei à areia tossi um pouco pelo pouco de água que havia ingerido. Ajeitei minhas roupas e procurei por Edward. Eu o vi cambalear, caminhando em minha direção. Joguei-me na areia e comecei a rir. Edward sentou-se ao meu lado, ria também.

-É, isso sim é que é ser atrapalhado! –Disse divertida, sentando- me. Edward riu abertamente.

-Nem me fale. Até os elementos da natureza estão conspirando contra nós. –Edward dizia entre risos. Levantou-se e sufoquei uma risada ao ver sua ereção. Edward notou meu olhar e, constrangido, cobriu a prova de nosso crime com as mãos.

-Oh droga, como vou entrar no hotel assim? –Edward murmurou vermelho como um pimentão. Levantei.

-Não se preocupe. Eu ficarei bem a sua frente. –Disse postando-me em frente a Edward. Ele colou seu corpo ao meu enlaçando-me pela cintura. Arrepiei-me com o contato. Edward sussurrou em meu ouvido:

-Assim você não ajudará, definitivamente. –E assim sendo mordiscou minha orelha.

-Edward, seja um bom garoto e vamos para o hotel, sim? –Eu disse brincalhona. Seguimos em meio à escuridão da praia para a escadaria que daria acesso ao hotel.

...

Com a ajuda de um funcionário conseguimos chegar até a nossa suíte sem chamar a atenção. Em compensação o carpete que reveste o piso ficou encharcado. Entramos em nossa suíte aos tropeços, abraçados, nos beijando, incapazes de desgrudar do outro. As mãos de Edward foram se infiltrando por baixo do meu vestido enquanto minhas mãos desabotoavam sua camisa. Caminhamos para a cama, mas subitamente Edward parou e saiu me puxando para o banheiro.

-Vamos terminar o que começamos na praia. –Sussurrou em meu ouvido mordendo-o levemente. Eu me deixei levar para o luxuoso banheiro. Até então ignorei a jacuzzi no local, até por que usei mais o chuveiro. Edward ligou a banheira e sentou-se na beirada. Edward me chamou com um movimento do indicador. Prontamente me sentei de frente para ele. Vendo-o me olhar com adoração, como é característico de Edward, procurei olhar para algum lugar que não os seus olhos.

-Você fica linda rubra, sabia? –Edward disse. Corei ainda mais. –Acho algo muito meigo, mesmo com toda a intimidade que desenvolvemos que você ainda fique tão constrangida.

-Me desculpe se isso o aborrece Edward. É que tudo é tão novo pra mim e...

-Hei, não peça desculpas. Isso não me incomoda nenhum pouco, muito pelo contrário. –Edward levantou-se retirando as últimas vestes. Eu o olhei, maravilhada. Quando estava totalmente despido, Edward pegou minha mão colocando-me de pé. Segurou na barra do vestido puxando-o lentamente para cima. Por último retirou meu lingerie. Adentrou a banheira, pegou sais de banho perfumados que estavam ao alcance de sua mão dentro de um pote de cristal e despejou na banheira. Eu entrei e sentei no lado oposto ficando de frente para Edward.

A água estava morna, perfumada. O tamanho da jacuzzi era grande o suficiente para duas pessoas se acomodarem sem problemas de espaço. Por alguns minutos ficamos apenas nos olhando. Então Edward, tão afoito em me ter próximo a ele, se aproximou de mim. Dentou-se de costas para mim, entre minhas pernas, a cabeça deitada em meu peito. Eu o abracei pelo tórax e, com uma mão, molhei seus cabelos com a água da banheira. Fiz um gostoso cafuné. Edward fechou os olhos parecendo relaxar.

-Melhor não dormir em meus braços amor. Eu não sou forte o suficiente para carregá-lo. –Murmurei em eu ouvido. Edward soltou uma gostosa risada.

-Acha mesmo que vou dormir depois da interrupção que ocorreu na praia? Bella, você me acendeu lá. Eu só vou dormir quando estiver saciado de você. –Virou-se e beijou-me colando nossos corpos. Ficamos nos beijando, abraçados, e a excitação veio rápido graças ao atrito de nossos corpos nus. Edward foi se sentando na ponta oposta da banheira levando-me pela cintura. Sentei em seu colo encaixando-me todo nele e tão logo nos encaixamos eu me movimentei contra o colo de Edward vagarosamente me deliciando com seus gemidos mesclados ao meu nome. Assim que decidi fazer movimentos mais frenéticos, cheguei ao orgasmo. Edward chegou junto comigo, ou talvez tivesse chegado antes. Ficamos parados, abraçados, com as respirações e batimentos a toda. Somente quando nossa respiração deixou de ser um arquejo e passou para algo mais calmo foi que eu sei de seu colo. Edward não me deixou simplesmente seguir para a extremidade da banheira. Abriu as pernas e me fez sentar entre eles, de costas para ele, como fizera instantes atrás. Ele me manteve colada em seu peito segurando-me pelo abdômen, beijou-me nos cabelos.

-Você sempre me surpreende. E eu gosto muito disso. –Ele sussurrou.

-Fico feliz que agrade mesmo não conhecendo muito de contato amoroso. –Murmurei com os olhos fechados sentindo que, com uma das mãos, Edward me fazia cafuné como eu fizera com ele.

-E então? Gostando de nossa estadia aqui? –Edward perguntou despreocupado.

-Muito! Estamos aqui há quantos dias mesmo?

-Dois dias. Acho que para dois dias nós já aproveitamos muito, não acha? –Comentou enquanto suas mãos acariciavam despreocupadamente meu corpo. Um forte arrepio perpassava meu corpo pela caricia.

-Realmente, mas apesar de tudo o que já aproveitamos eu não me importaria de ficar aqui com você, fazendo as mesmas coisas. –Virei-me e o abracei colocando minha cabeça na curvatura do seu pescoço, inspirando o perfume que vinha de sua pele.

-Eu também não me importaria nenhum pouco. Está sendo muito bom assim. Quando estávamos em nossa casa, sempre tinha algo para nos atrapalhar, para instaurar a duvida em você e, conseqüentemente, me deixar uma pilha de nervos. Temia até ir para o trabalho e encontrá-la diferente, algo que aconteceu com certa freqüência.   

O desabafo de Edward fez com que eu estacasse. Com tudo o que houve eu não havia pensado em como Edward se sentia. Agora me sentia mal por tê-lo machucado tanto. Escondi meu rosto em seu pescoço.

-Me perdoa. –Era tudo o que poderia dizer a ele. Edward me abraçou mais apertado.

-Prometemos que deixaríamos tudo de lado. Não tocaremos mais no assunto relacionado ao que aconteceu. –Edward disse. Afastei-me um pouco recebendo um beijinho nos lábios. –Vamos terminar nosso banho e dormir. Posso  ver o quanto está cansada.

-Tudo bem. –Olhei o ferimento de Edward, não estava tão ruim quando pareceu no momento em que ele foi golpeado. Toquei o ferimento com a ponta dos dedos.

-Prometa-me que não fará nada imprudente novamente.

-Não posso prometer Bella. Se alguém tentar fazer algo contra você eu irei agir. Tenho certeza de que você faria o mesmo por mim.

-Ainda sim Edward eu peço para que não faça nada, por favor. Por mim. –O olhei com olhos suplicantes. Edward suspirou.

-Farei o possível. –Falou com certa relutância. Sorri.

-Vamos terminar logo esse banho. Minha pele está parecendo passas. –Disse.

...

Acordei de madrugada desorientada, arfante. Olhei para todos os lados só para constatar que tinha sido apenas um pesadelo.

-Bella, amor? –Edward me chamou alarmado. Sentou-se na cama e pegou meu rosto com suas mãos, puxando meu rosto para ficar de frente ao seu. –Bella, o que houve? –Perguntou apavorado com minha expressão.

Tentei me lembrar do pesadelo. Era o mesmo de outras noites. Eu, ferida, presa em meu carro que estava no fundo de um rio. Antes de a inconsciência me tomar, eu vi alguém nadar em minha direção. Em outras noites eu não conseguia ver o rosto da pessoa que nadava até mim, provavelmente para me salvar. Agora eu tive visto nitidamente, como via agora.

-Edward... –Murmurei com a voz falha. –Foi você que me tirou da água no dia que me acidentei? –Perguntei trêmula. Edward parou de respirar, me olhou atônico. Para mim sua atitude era no mínimo uma confirmação. Eu sabia que daquela noite (daquela madrugada para ser mais exata) não passaria. Edward teria que me contar algo sobre mim antes da perda de memória.


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Notas finais do capítulo

Devido a provas não sei quando vou postar até por que tem outras fics que tenho que postar. Aguardem. Ah meu novo perfil do orkut:

http://www.orkut.com.br/Main#Profile?uid=2637970539681295295&rl=t

O meu antigo perfil tá cheio então não dá pra add mais ninguém.