Lembre-me! escrita por Jacqueline Sampaio


Capítulo 15
Capítulo 14




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Nosso quarto, nossa bolha. Edward sentou-se, nu, na cama encostando suas costas no dosel da nossa King Size. Puxou-me pelos joelhos fazendo-me sentar em seu colo, sentindo sua ereção latente abaixo de mim. O seu cheiro, másculo, mas suave, seu calor, seu corpo... Perdi-me naquele frenesi. Edward envolveu-me pela cintura com seus braços puxando-me para mais perto. Gemi baixinho ao sentir sua masculinidade em contato com a minha feminilidade.  

-Rebole para mim meu amor. –Sussurrou em meu ouvido mordendo o lóbulo. Com um esforço hercúleo me controlei. Fiz o que me pediu sentindo sua mão ajudar-me a descer o quadril encaixando-me nele todo. Eu o abracei fortemente, uma mão puxando seu cabelo, e iniciei o movimento de vai-e-vem. Fechei os olhos, os gemidos saiam de um jeito estranho de meus lábios, enquanto eu me entregava ao prazer. Pouco a pouco as mãos que senti me pareceram mais quentes, maiores, e o corpo abaixo de mim maior. Os cabelos que eu puxava pareciam crescer em meus dedos e a voz que gemia era mais grossa.

Eu abri meus olhos sentindo a estranheza daquele momento e ao focar meus olhos em Edward, não foi ele quem eu encontrei. Era um quase estranho que estava ali comigo, no lugar do meu marido.

“MEU DEUS!” –Pensei, desesperada, enquanto meus olhos se abriam para a claridade do aposento. Eu estava no quarto de Edward, era manhã, e Edward repousava tranqüilo em meu peito.

Um sonho. Um pesadelo. Um pesadelo perturbador. Sonhar estar com outro cara na cama foi perturbador e, o que é pior, eu conhecia o cara que estava comigo no sonho: Jacob Black, meu amigo. Por que ele? Não seria mais lógico sonhar com James?

-Hmmm... –Edward murmurou me acordando de meus pensamentos tenebrosos. Procurei me ligar no momento enterrando as lembranças do pesadelo. Afastei-me retirando com cuidado Edward de cima de mim, mas não me afastei por completo.

Edward dormia de bruços, ressonava tranqüilo. Apoiei minha cabeça em uma das mãos e fixei meus olhos nele todo. Notei arranhões nas cortas, pareciam estar cicatrizando, pelo menos boa parte deles. Eu Sabia que fui eu que havia feito aquilo em suas costas em nossa primeira noite e certamente ontem. Acariciei os arranhões sentindo a textura sempre perfeita de sua pele alva. Notei que havia um pequeno sorriso em seus lábios, Edward devia estar tendo um sonho bom. Bem diferente de mim.

Lembrei-me que tinha uma consulta no médico. Levantei sem vontade alguma, vesti meu hobby e pequei as peças do meu lingerie. Dei um beijo nos cabelos acobreados de Edward e segui para meu quarto.

...

Tentei a todo custo esquecer o pesadelo, mas não consegui. Eu me permiti, após o termino do banho, ficar embaixo do chuveiro ligado deixando a água morna cair mais especificamente em minha nuca. Meus olhos fechados. Por algum motivo, dentro de mim, havia uma certeza de que eu não deveria ignorar o pesadelo e era isso que me preocupava. Esperava que as imagens de Jacob e eu não fossem algo ligado ao meu passado, mas sim uma confusão sem importância de minha mente. Virei-me e, ainda de olhos fechados, fechei o chuveiro. Uma mão segurou a minha forçando o chuveiro a abrir novamente. Enrijeci preparando-me para gritar pelo desconhecido, mas a voz masculina conhecida soou antes que eu tivesse uma crise.

-Deixe o chuveiro ligado. Vim tomar banho com você. –Murmurou em meu ouvido. Relaxei de imediato ao reconhecer Edward comigo no banheiro. Seus braços me enlaçaram pela cintura puxando-me para encostar-me em seu corpo. O calor e macies de sua pele foi reconfortante. Os lábios de Edward se colocaram em meu ombro e eu arfei. Virei-me e o vi, o rosto sonolento, lindo. Edward parecia muito feliz. Eu também deveria estar com a mesma expressão, mas não consegui. Ele notou isso.

-Que foi? Parece preocupada. –Ergueu sua mão tocando os vincos formados em minha testa, queria que eu relaxasse. Eu tentei sem muito sucesso.

-Nada. –Menti e vi Edward com uma expressão incrédula. Ele me conhecia afinal. Precisei pensar rápido e dar uma justificativa plausível. –Bem hoje o medico fará uma avaliação do resultado dos meus exames lembra-se?

-Sim. Uma pena, eu não poderei ir com você.

-Tudo bem. Eu vou com o motorista.

-Mas não gostaria que fosse sozinha Bella. Que tal ligar para sua mãe? Você não fala com ela há algum tempo.

-Tem razão. Eu preciso mesmo me reconciliar com ela. Nós meio que discutimos da última vez.

-Faça isso. –Inclinou-se colando seus lábios em minha testa. Caminhou comigo entrando de vez no chuveiro. Ficamos apenas abraçados embaixo do chuveiro. As mãos de Edward acariciavam minhas costas provocando arrepios. Incentivando-me a continuar a brincadeira de ontem. Fiz o mesmo com Edward e ao sentir as pequenas saliências de arranhões em processo de cicatrização perguntei:

-Eu o arranhei feio nas costas. Deveria ter me avisado que estava machucando você. –Disse com um riso na fala.

-Não senti tanto assim e, estava envolvido demais com a situação para parar e protestar pelos seus arranhões. –Baixou a cabeça e encontrou o meu olhar. Seus olhos cor de ocre pareciam abrasadores. Tive que desviar os olhos.

-Por que tenho a impressão de que você não protestaria mesmo se eu cravasse uma faca nas suas costas? –Murmurei divertida. Edward riu.

-Não pense que sou masoquista, mas... Não me importo de sofrer um ou dois machucados pelas suas mãos, especialmente quando estamos fazendo amor. É bom. –Sua voz foi diminuindo até ser apenas um sussurro ecoando pelo amplo banheiro. Arrepiei-me com suas palavras. Edward sabia mesmo como me despertar para o sexo sem necessariamente fazer um ato erótico.

Seria ótimo curti-lo ali no chuveiro, mas se isso ocorresse, eu não iria para minha consulta e Edward não iria trabalhar. A fim de impedir o atraso eu me afastei e Edward bufou claramente aborrecido.

-Se eu continuar aqui nós não vamos sair hoje de casa. –Disse abrindo o Box. –Termine seu banho. Eu vou me vestir e vou ligar para a minha mãe.

-Tudo bem, mas se mudar de idéia estarei aqui. –Vi o sorriso travesso nos lábios e sorri. Sai desejando muito permanecer no banheiro com ele.

...

Tudo estava diferente, eu podia sentir. O ambiente na casa estava tão mais feliz! E era o sorriso de Edward que iluminava aquela majestosa casa. Eu não me cansava de olhá-lo. Fixei meus olhos nele e não tirei até Edward entrar em seu Aston Martin e seguir para a empresa, não sem antes me dar um beijo demorado nos lábios.

Segui para o apartamento de minha mãe. Ela pareceu radiante quando liguei pedindo para que me acompanhasse. Quando a encontrei em frente ao prédio ela veio me abraçar.

-Ah minha filha! Que bom que está aqui!

-Desculpe não ter vindo antes mãe. Como estamos um pouco atrasadas é melhor nós irmos para o hospital. Conversamos no caminho.

-Tudo bem meu amor. –Entramos no carro e, enquanto seguíamos para a consulta, minha mãe preencheu o silencio com banalidades. Ela não tocou no assunto referente à minha última visita. Eu também não. Agora que as coisas estavam esclarecidas eu não iria procurar por detalhes. Ainda sim havia algo que queria perguntar, sobre meu relacionamento com Jacob. Eu ainda estava perturbada pelo pesadelo com ele. Acabei não falando nada.

...

-As feridas provenientes no acidente estão em processo acelerado de cicatrização. O que me preocupa verdadeiramente é o fato de sua amnésia perdurar. Tem certeza de que não quer participar de exercícios psicológicos senhora Cullen? –O médico perguntou ignorando temporariamente os papeis em sua mesa, resultado de meus exames. Eu assenti. Se já era ruim saber da verdade, imagina lembrar?

-Que seja. Terá de vir regularmente para fazermos uma bateria de exames. –Disse o medico levantando-se de sua poltrona. Fizemos o mesmo. Ele estendeu a mão para mim e me cumprimentou amigavelmente.

-Melhoras. –Disse com um sorriso sincero. Cumprimentou minha mãe também, ela pareceu radiante com tudo. Não sei por que, mas notei que havia certo interesse dela pelo senhor. Saímos antes do almoço.

-Bella, querida, que tal almoçarmos juntas? Conheço um restaurante ótimo nas proximidades. –Renée ofereceu. Eu assenti. Melhor sua companhia do que almoçar sozinha. Edward estaria ocupado demais para me fazer companhia no almoço.

O restaurante era sofisticado. Sentamos em uma mesa no ponto mais agradável do restaurante, próximo a janela, e minha mãe fez os pedidos ao garçom. Pensei que Renée não falaria, ou voltaria a assuntos banais. Para a minha surpresa ela falou o assunto que eu pensei que não iria querer falar.

-Filha, sobre o que houve... Aquela nossa conversa...

-Deixa pra lá mãe.

-Não filha. Não quero deixar pra lá. Eu sinto muito não ter contado algumas coisas, mas eu não queria perturbá-la. Tivemos muitos problemas antes do seu acidente. Perdoe-me pelo que vou falar, mas achei uma dádiva sua perda de memória. As coisas ficaram melhores para todos nós, até para você.

-Eu sei mãe. –Murmurei.

-Por isso não procure investigar sua antiga vida Bella.

-Eu parei com isso mãe. Não me importa mais. Por isso recusei a ajuda do médico.

-Fico feliz que tenha tomado tal decisão. –Renée segurou minha mão sobre a mesa. –É mesmo! Já comprou o seu vestido?

-Vestido?

-Haverá um evento empresarial amanhã à noite e certamente você irá acompanhando Edward. Edward não contou?

-Não.

-Ele está muito distraído para meu gosto. –Minha mãe resmungou. Eu reprimi um riso. Realmente Edward estava desligado de tudo a sua volta, menos de mim.

-Então após o almoço vamos a algum lugar comprar um vestido para você.

-Mãe, eu tenho muitos vestidos em casa. Não há necessidade.

-Mas são vestidos que você certamente usou Bella. Não pode repetir roupas. Você é uma pessoa publica. Após isso vamos comprar seu vestido e ponto final. –Minha mãe fez uma careta e não tive como discutir.

Não demorou a nossos pedidos chegarem. Após isso nenhum assunto ligado a mim voltou à pauta, o que agradeci.

...

Não foi desagradável as compras com minha mãe, embora não tenha ficado feliz com o preço do vestido que adquiri. Ainda sim eu estava ansiosa para que Edward me visse com o vestido que escolhi: um longo de seda azul anil em camadas tomara-que-caia. Após as compras deixei minha mãe em seu apartamento e segui para casa, eram quatro horas da tarde. Deixei as compras escondidas em meu closet, Edward só me veria com as roupas quando estivesse devidamente vestida. Tomei um bom banho e senti o cansaço após passar boa parte da manhã com minha mãe perambulando por ai. Vesti roupas simples, uma camisa e algodão e jeans, ligando a televisão e assistindo enquanto secava meus cabelos com uma toalha.

Não havia nada de interessante para assistir no canal. Zapeei com o controle remoto e acabei por deixar em um programa de celebridades qualquer. Não dei muita importância às noticias. Quando estava usando o secador, já que a toalha não estava surtindo muito efeito, um nome chamou minha atenção.

-...  O baterista profissional James foi encontrado esta manhã em seu apartamento desacordado e com sinais de espancamento.

Estaquei. Virei-me dando atenção a noticia.

-... James está em observação no Hospital Estadual. É cogitada a possibilidade de James ter sido vitima de um assalto visto que seus pertences estavam revirados.

Uma suspeita me atingiu enquanto eu ouvia a pequena noticia dita sobre James com descaso pela jornalista, lembrei-me de algo que me fez despertar para a notícia.

Dê um jeito naquele bastardo! Eu não o quero incomodando novamente mulher! Mas não o mate, eu não quero problemas.

As palavras que ouvi de Edward na noite anterior. Foram aquelas palavras que me instigaram a cogitar a possibilidade de Edward estar envolvido. Eu sabia que era ridículo pensar que alguém tão bom como Edward pudesse fazer isso com James, mas não consegui pensar em mais ninguém.

Eu não pensei muito em minha conduta. Vi-me agindo por instinto. Calcei um tênis branco, peguei minha bolsa, a mesma bolsa que usei esta manhã, e sai com o motorista sob o olhar afiado de Joel.

-Aonde deseja ir senhora Cullen? –O motorista perguntou enquanto eu afivelava o cinto.

-Ao hospital estadual. –Disse.

...

-Com licença, eu estou aqui para visitar James, ele veio para cá vitima de agressão. Sou uma amiga dele. –Disse a recepcionista. Ela me sorriu.

-Ah claro. Senhora Cullen, não é? Eu a conheço em revistas; Está aqui pelo guitarrista daquela banda? –Perguntou. Eu não queria entrar em detalhes, mas tinha de responder a pergunta.

-Sim. Ele é um amigo e gostaria de vê-lo.

-Ah claro. Eu lhe darei um crachá e visitante e um enfermeiro a encaminhará até o quarto. –Disse. Esperei pacientemente por todo o procedimento hospitalar até que, por fim, um enfermeiro me guiou até o quarto em que James estava. Edward ficaria muito irritado se descobrisse que estava visitante James, mas eu tinha que arriscar. Por mais que a opinião dele não valesse de muita coisa, eu precisava perguntar.

James ficou surpreso em me ver passar pela porta.

-O que? Mas o que você...?

-Oi James. –Disse timidamente. Não ousei olhá-lo. Quando o fiz vi em seu rosto uma expressão azeda. Havia uma poltrona próxima a ele, mas não quis me aproximar mais. James não parecia tão mal, os ferimentos em seu rosto e nos braços, visíveis, eram superficiais. Havia apenas um corte na testa coberto por atadura que devia ser o mais preocupante.

-O que? Veio para cá para rir de mim? –Perguntou com a voz cheia de deboche.

-Claro que não. Vim saber como está.

-E desde quando se preocupa com o meu bem estar? Nem mesmo quando éramos amantes você se preocupava. –James continuava na defensiva. Ele tinha todos os motivos para agir daquele jeito. Não querendo chegar a pergunta que me motivou a estar ali, perguntei outra coisa.

-Como estão seus machucados?

-Vão sarar rápido. Foram superficiais. Eu sou duro na queda. Precisa de muito mais para me derrubar. –Falou todo convencido. Franzi o celho. –Então... Por que realmente está aqui?

-Eu queria saber quem fez isso com você James. –Murmurei encostando-me na parede, olhei para a janela próxima a cama de James, para o jardim que a vista oferecia.

-Quer saber se foi o seu maridinho que me prejudicou, não é? –Fiquei calada ante o questionamento dele. Uma confirmação de sua pergunta. Ele prosseguiu.

-Bom, eu já deveria imaginar que ele iria agir. É típico de ele fazer de tudo para protegê-la.

-Mas os noticiários falaram em assalto.

-De fato algumas coisas minhas foram levadas. Eu sei que disse a você que tinha apenas um DVD nosso, mas eu menti. Eu tinha alguns guardados e os caras que apareceram no meu apartamento levaram todos. Uma pena. Lá se foi minha coleção de vídeos pornôs caseiros. Eles levaram alguns que nem eram os nossos. –James tratava do assunto despreocupado, a voz tingida de sarcasmo e diversão. Eu estaquei. Ele confirmou que foi Edward a fazer aquilo com ele.

-Por que eu deveria acreditar em você James? Pode estar mentindo. –Disse raivosa.

-Não estou mentindo. E não venha fingir que confia plenamente nele. Se confiasse não estaria aqui me perguntando.

Com essa tive que ficar calada. Ele tinha razão.

-Ainda sim eu não confio em você e... –Dizia quando James me interrompeu.

-Ah Isabella! Você não tem idéia do que aquele seu marido é capaz! Acha que eu fui o primeiro a ser lesado por ele? –Suas palavras me pegaram desprevenida. O olhei.

-Do que está falando James? Quem mais supostamente foi lesado por Edward?

-Tem um paparazzi, o primeiro que capturou imagens nossas e divulgou no seu blog. Procure-o e ele dirá.

Eu sabia quem era esse paparazzi. Lembro-me do modo como agiu quando falei em Edward e senti um arrepio passar por mim. James estaria dizendo a verdade? O que eu faria se fosse à verdade? Fiquei calada por vários minutos. James por fim se manifestou.

-Se veio só para isso então pode ir. Caso ainda tenha duvidas é só procurar o paparazzi que falo, não deve ser tão difícil. Ele mora no...

-Eu não vou procurá-lo. Eu vou embora. Melhoras. –Disse praticamente correndo para longe de James, do hospital, da verdade que eu me recusava a ver.

Edward não podia ser esse tipo de pessoa, claro que não! Não o meu Edward carinhoso, educado, gentil...

Dê um jeito naquele bastardo! Eu não o quero incomodando novamente mulher! Mas não o mate, eu não quero problemas.

As palavras de Edward naquela noite, ao celular, ecoavam de forma desagradável em minha cabeça.

...

Tive que tomar um remédio para dor de cabeça, mas isso não me fez melhorar em nada. Fiquei tensa durante todo o tempo desde que cheguei do hospital a espera de Edward, sem saber se deveria perguntar algo a ele ou não. Edward já havia entrado em contato comigo através de uma mensagem para meu celular dizendo que chegaria tarde, mas a tempo de jantarmos juntos. Eram nove e quarenta e cinco quando ele chegou, pude ouvir a movimentação dos empregados que estavam arrumando o andar do meu quarto e assim saber.

Eu permaneci no quarto, sentada em minha cama, olhando para a porta. Eu sabia que ele viria imediatamente até meu quarto me ver.

Após poucos minutos desde que notei a movimentação dos empregados que denunciou a chegada de Edward, o próprio bateu a minha porta.

-Bella? Está ai? –Perguntou.

-Sim. –Disse, meus olhos se fixaram na parede de vidro com visão para o jardim.

-Oi amor. Perdão pela demora. Recebeu minha mensagem? –Perguntou e senti sua aproximação. Virei-me para olhá-lo, Edward sorria, lindo. Estava tão em paz, tão feliz!

-Sim. Desculpe-me não responder.

-Tudo bem. Já jantou?

-Não. Fiquei esperando pro você. –Minhas palavras alargaram o sorriso bonito nos lábios de Edward.

-Não precisava esperar por mim e ficar com fome, mas já que esperou vamos ao jantar. –Ofereceu sua mão, eu a aceitei levantando-me da cama. Não chegamos a passar pela porta. Eu empaquei quando estávamos próximos a ele, segurei a mão de Edward impedindo-o de seguir. Edward virou-me e me olhou com duvida.

-Que foi? –Perguntou. Eu caminhei fechando a porta a minha frente. Encostei-me nela e fiquei de frente para Edward.

-Edward, nós precisamos conversar. –Disse seriamente. Quando Edward notou minha seriedade ele ficou tenso.

-Conversar sobre o que Bella? –Perguntou. Eu fixei meus olhos no chão.

-Vi uma noticia sobre um incidente que aconteceu com James. Ele foi espancado ontem à noite e roubado.

-Não me admira que algo assim aconteça a ele. James não é flor que e cheire. Ele é conhecido no meio artístico como um encrenqueiro.  –Edward falou cheio de ressentimento na voz.

-É, eu percebi. –Disse e houve uma pausa. Edward nada fez esperando que eu dissesse algo. –Eu fui visitá-lo no hospital. –Voltei meus olhos para o chão.

-Como é que é? –Perguntou Edward e pude sentir o quanto estava colérico com minha declaração. Só pude sentir, me recusei a vê-lo assim.

-Eu fui ver como ele estava e perguntei quem fez isso a ele. Sabe o que ele me respondeu?

-Que fui eu certamente. Claro que diria algo assim. Difamar minha imagem e lucrar as minhas custas com injurias.

-Foi mesmo uma injuria o que ele disse? –Perguntei e o olhei. Edward paralisou com minhas palavras. Parecia apavorado.

-Bella, você está...

-Ontem eu ouvi sem quer uma conversa sua e você parecia estar falando sobre prejudicar alguém. Foi isso que me fez duvidar. Eu fui para lá a fim de saber de James quem foi o responsável e ele disse que foi você. Edward, eu preciso da verdade. –Disse e Edward ficou calado, agora olhava o chão.

-Então Edward? Foi você que prejudicou o James? –Perguntei. De repente ele voltou seu olhar para mim, havia muita sinceridade naquele olhar.

-Sim. Fui eu Bella e não me arrependo do que fiz.

Fiquei paralisada. Edward estava sendo sincero e sua afirmação ruía a imagem que eu havia criado dele. Eu fiquei parada, a expressão atônica, enquanto tentava processar as palavras de James. Edward ficou calado. Eu não tinha nada a dizer, eu não falaria nada. Edward falou por mim, por nós.

-Sabe o que ele pretendia fazer? James pretendia chantageá-la com os vídeos. Havia feito copias dele. Iria extorquir dinheiro de você. Ele ligou para o meu celular naquela noite pedindo dinheiro, caso o contrário iria difamar sua imagem. Eu não pensei duas vezes Bella. Eu mandei que fossem até ele e recuperassem as fitas. Eu não me arrependo do que fiz por que foi para o seu bem. Pouco me importa se ele me acusar de algo ou se você ficar chateada comigo. Eu fiz a minha parte como seu marido, eu a protegi do que James tramava para você.

Edward dizia com a expressão raivosa, raiva que eu sabia que não era dirigida a mim. Procurou se acalmar e conseguiu com muito esforço. Ele se recompôs, faltava eu. Eu o fiz rapidamente por que tinha de lhe fazer uma pergunta.

-E o paparazzi? Por que o prejudicou? –Minha pergunta o fez se assustar. Após isso estreitou os olhos.

-James falou sobre ele?

-Sim, mas eu já sabia de alguns detalhes dessa historia há algum tempo.

Edward suspirou parecendo subitamente cansado. Caminhou até minha cama e sentou. Olhou para mim, encostada na porta. Eu me aproximei dele e sentei do seu lado, olhei o piso.

-Bella, eu posso ter ficado indiferente ao que ocorreu no passado, sobre sua traição, mas entenda que seria muito doloroso para mim se o assunto viesse a público. Pior do que sofrer calado é ter espectadores da sua dor tentando me dissuadir a não prosseguir com o meu casamento. Aquele cara me ligou antes de publicar a foto. Queria dinheiro para não publicar. A principio não acreditei nele, eu desconfiava que você me traia, mas não sabia quem era a pessoa. Após a minha recusa ele divulgou a imagem. Eu fiquei tão cheio de fúria que... Eu conhecia o dono do jornal em que ele trabalhava e...

-Você o fez perder o emprego. –Disse, não foi uma pergunta. Edward ficou calado.

-Eu não o prejudiquei por completo. Eu o fiz perder o emprego para que me levasse com seriedade. Quando consegui meu objetivo e o fiz recuar eu paguei uma boa quantidade em dinheiro para que tirasse do ar a foto e a reportagem e desfizesse a noticia como um mal entendido. Ele o fez e creio que com o dinheiro pôde fazer algo para se sustentar até hoje.

Ficamos calados. Eu continuei parada. Edward virou-se e ficou a me olhar, mas eu não o olhei.

-Bella, eu sei que o que fiz com James e com esse repórter foi errado, mas o que mais eu poderia fazer para protegê-la, para nos proteger? Eu nem pensei tanto em mim Bella, eu pensei mais em você e no que sofreria com comentários maldosos. Eu faria tudo de novo se fosse preciso.

Eu fiquei refletindo e entendi o que tudo isso significava. Não, eu não deveria ficar assustada por testemunhar um comportamento estranho de Edward. Eu estava com raiva, frustrada, comigo. Abaixei minha cabeça enquanto contemplava horrorizada a conseqüência dos meus erros. Meus atos imprudentes estavam fazendo uma pessoa bondosa como Edward se transformar em algo tenebroso com o intuito apenas de me proteger.

-Bella, fala alguma coisa. –Edward pediu. Eu engatinhei e sentei na cama encostando minhas costas na cabeceira. Coloquei a cabeça encostada nos joelhos. Fiquei calada.

-Bella... BELLA! –Edward ficou alarmado. Claro. Eu estava chorando afinal. –Bella, eu sinto muito! Perdoe-me pelo que eu... –Ergui a mão e tapei sua boca. Finalmente mostrei meu rosto a ele. Edward pareceu aterrorizado com minha face sofrida. Finalmente eu consegui falar.

-Não estou assim por você eu... Edward, você está se prejudicando por mim.

-Eu não me importo de me prejudicar. –Ele murmurou. –Não se isso for significar que você vai ficar...

-Não Edward, não. Eu te prejudiquei tanto! E de novo e de novo. Como você pode ficar comigo?

-Bella... –Ele murmurou acariciando meu rosto com uma das mãos. –Sabe que eu amo você.

-Ainda sim Edward... –Retirei delicadamente sua mão. Meus olhos ainda davam vazão às lágrimas. –Não vale à pena. O seu amor e o fato de estarmos juntos não compensam o sofrimento. Seria melhor para você ficar longe de mim. –E eu vi no rosto de Edward o pavor. Isso não me impediu de continuar a falar.

-Se você estivesse longe de mim Edward seria muito mais feliz. Poderia encontrar alguém que o amasse e... –Edward beijou-me encerrando a conversa. Ele se afastava apenas quando nossos pulmões protestavam por ar, mas logo que se recuperava voltava a me beijar. Pouco a pouco meu corpo foi deitando na cama e Edward deitando sobre meu corpo. Segurou minhas mãos colocando-as acima de minha cabeça, presa as dele. Abri minhas pernas e Edward encaixou-se entre elas. Seus beijos eram intensos, como se Edward quisesse me devorar. Logo seus lábios migraram de meus lábios para meu queixo, meu pescoço, meu ombro, minha clavícula. Descendo, sem pré descendo. Eu estava vestida, mas as vestes não foram nenhum impedimento para ele. Enquanto seus lábios tocavam minha pele em beijos morosos, suas mãos hábeis tateavam meu corpo a procura dos botões da camisa para abrir, o zíper do jeans. Edward estava afoito, alguns botões da camisa se perderam na sua tentativa de abri-la. Pensei em ajudá-lo, mas Edward não me dava muito espaço para me mexer, prensando seu corpo ao meu. Não sei bem por que ele fazia isso, por que estava tão intenso comigo. Talvez tivesse medo de me dar algum espaço, medo de que eu voltasse a pensar na separação como uma alternativa para a sua felicidade.

Eu arfei quando senti suas mãos em meu colo já despido da camisa. Ele beijou toda a extensão do local por cima do sutiã rendado, as mãos puxando o meu jeans para baixo. Eu o ajudei nessa tarefa empurrando o jeans para tirá-lo. Sentei-me na cama, vestida apenas de calcinha e sutiã, e o ajudei a tirar a pesada sobrecasaca preta, o paletó, a camisa de botões, o colete e a gravata, a calça (não olhei muito para o que fazia, meus olhos cerrados, lábios nos lábios dele) deixando-o apenas de cueca Boxer. Tudo foi feito as pressas, acho que no processo ganhei vermelhidões na pele e Edward ganhou arranhões, mas estávamos concentrados demais em nossa bolha, entorpecidos demais com o êxtase do momento para notar algo que não fosse o nosso amor.

Enlacei meus braços em seu pescoço puxando-o para mim. Deitamos novamente na cama. Edward cobriu meu corpo com o seu, suas mãos passeavam lentamente pelas laterais do meu corpo enquanto seus lábios, sua língua, moviam-se pela minha boca estimulando-me a acompanhá-lo.

Eu não sei por quanto tempo ficamos daquele jeito nos beijando e nos acariciando. Nenhum de nós dois estava ávido para a penetração. O sexo em si também não importava. O que realmente importava é que estávamos juntos. Edward parou e se afastou minimamente de mim, seus olhos embargados pelo desejo. Beijou minha pele a começar pelos lábios e seus lábios foram descendo bem lentamente. Quando chegaram próximos aos meus seios, Edward me despiu do sutiã. Senti um arrepio perpassar meu corpo ao sentir sua respiração em meu colo nu já prevendo o que faria. Não errei.

Arquejei meu peito enquanto sentia os lábios de Edward em caricias provocantes naquele local. Minhas mãos o agarraram pelos cabelos e foi preciso muito esforço para não puxá-los ao ponto de machucá-lo. Edward desceu seus lábios, sua língua, roçando em minha pele. No processo arrancou minha calcinha, a última parte de roupa que me cobria. Eu bem sabia o que Edward iria fazer naquele momento, mas minha preparação não foi o suficiente para conter a histeria. Minhas mãos se agarraram aos lençóis enquanto eu respirava aos arquejos. Os lábios de Edward acariciavam minha feminilidade habilidosamente, uma doce tortura que me levou ao êxtase em poucos minutos.

Trêmula, eu esperei. Edward não iria para apenas por que eu cheguei ao ápice do prazer, eu esperava que ele não parasse. Eu precisava que ele continuasse. Suas mãos acariciavam meu corpo enquanto Edward encaixava-se pelo meio de minhas pernas. Senti-lo dentro de mim era algo sem precedentes, como se de repente o tempo parasse, ou simplesmente fosse ignorado por nós. Eu deixava de ser um individuo para fazer parte dele, parte de seu corpo. Eu o puxei para mim abraçando-o fortemente enquanto sentia suas investidas. Pude ouvir com satisfação seus gemidos, eram como música para meus ouvidos. Eu não me importaria de não sentir prazer, já ficaria tremendamente grata se proporcionasse prazer a ele.

Quando meu corpo teve espasmos, denunciando que logo eu teria meu segundo orgasmo, Edward saiu de mim. Não tive tempo para reclamar por ter parado, Edward não me deu muito espaço. Enquanto me beijava com avidez, deitou-se na cama atrás de mim colocando-me de lado, encaixou-se dentro de mim e recomeçou as investidas.

Edward parecia apreciar as batidas do meu coração, sua mão estava bem no local onde meu coração estava. Seus lábios ficaram próximos ao meu ouvido esquerdo e novamente ouvi seus doces gemidos embalando aquele momento erótico, perfeito, e deixei que Edward fizesse o que queria com o meu corpo em busca de prazer, mas como eu já deveria ter imaginado, Edward fez questão de que eu chegasse ao prazer junto com ele. Naquela dança sensual em que nossos corpos participavam, sempre encontrando novas maneiras de se encaixar, de aumentar o prazer, eu cheguei ao céu quatro vezes.

...

Não saberia dizer que horas eram, mas não me importava. Eu estava no melhor lugar do mundo, nos braços de Edward Cullen, meu marido. Minha cabeça repousava em seu peito nu, uma de minhas mãos atravessava seu tórax sendo segurada pela mão de Edward. Eu estava cansada, docemente cansada, por tudo o que fizemos minutos atrás. Enquanto a mão direita de Edward segurava minha mão esquerda, sua mão esquerda afagava meus cabelos. Fiquei quietinha ali, um sorriso bobo cravado nos meus lábios, esperando que a inconsciência me levasse. Desejando que eu revivesse os momentos de prazer com Edward nos meus sonhos.

-Amor, você ainda está acordada? –A voz de Edward soou bem próxima a mim. Em meio ao torpor eu respondi.

-Sim... Eu acho. –Disse com a voz arrastava devido ao cansado. Edward riu.

-Antes que você desmaie, quero conversar sobre algo com você.

 

-Diga. Mas é melhor ser rápido, estou quase desmaiando. –Falei brincalhona. Edward voltou a rir. Seu riso era tão lindo que desejei saber as piadas mais engraçadas do mundo para mantê-lo rindo para sempre.

-Eu quero que me prometa uma coisa. Você promete?

-Claro. –Disse sem pensar. A sonolência não estava me ajudando a raciocinar. Meus olhos ficaram fechados o tempo todo enquanto eu ficava atenta a sua voz.

-Não procure mais o seu passado, deixe-o de lado. Também quero que você não volte a falar de separação. Eu já disse inúmeras vezes que a perdoei e prometo que não farei nenhum mal a aqueles que a perturbam, pelo menos nenhum mal tão pesado. Além disso, eu sei que às vezes você descobre coisas, ou acontecem coisas ao seu redor, e você as esconde de mim para me proteger. Prometa-me todas estas coisas para que eu fique um pouco mais tranqüilo.

-É mais de uma, sabia? –Disse entre risinhos. Edward voltou a rir.

-Eu sei, mas quero que prometa por todas elas.

-Tudo bem. Qual é a primeira mesmo? –Perguntei me aconchegando mais em seu abraço.

- Não procure mais o seu passado. –Edward disse. Seria fácil prometer isso. Eu já havia desistido mesmo de procurar pelo meu passado. O problema é que quando eu não o procurava, ele me perseguia.

-Ok. Prometo. Próxima?

-Não volte a falar de separação. –Ele disse e pude captar a dor quando falou a palavra “separação”. Lembrei-me da última opção e isso me desanimou. Não poderia prometer pela próxima então me aquietei para que Edward pensasse que eu estava quase dormindo.

-Prometo. –Disse e procurei respirar pausadamente.

-Agora eu quero que me prometa que vai me contar tudo. Tudo o que acontecer a você sendo bom ou ruim. Eu posso ver que às vezes você está triste com algo, algo que aconteceu, mas não me conta por não querer trazer preocupações para mim. Bella, eu sou o seu marido, eu preciso saber de tudo o que acontece a você para poder ajudá-la. Você promete pra mim que vai me contar tudo? –Edward perguntou e esperou. Eu fingi dormir. Ele acreditou.

-Dormiu. –Murmurou ajeitando-me em seus braços. Senti seus lábios em meu cabelo. –Boa noite minha adorada.

Eu não queria mais mentir para Edward por isso fingi dormir para não ter que prometer. Edward poderia se fingir de forte, mas eu sabia, eu via, o quanto ele era vulnerável. Os fatos que eu descobria, as coisas que via, poderiam machucá-lo muito e eu não queria mais infligir dor naquele ser tão bom. Minha antiga e nada abençoada vida continuaria a me perseguir. Isto iria me causar dor e causar dor a Edward, caso ele soubesse. Se eu podia impedir o seu sofrimento, por que não fazê-lo? Eu iria poupá-lo de tudo e suportar sozinha a carga de dor que me comprimia pelos meus pecados. Eu faria isto por que o amava, por que agora eu vivia para dar felicidade a ele, e em contrapartida ser feliz só por tê-lo ao meu lado. Nada mais.   


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Notas finais do capítulo

Agora sim poste vai demorar, só postei hoje por que já estava escrevendo esse cap a algum tempo. no entanto continuarei a postar em mnihas outras fics. Para ver todos os meus trabalhos cliquem na minha imagem e vejam meu perfil. deixem muitos reviews. o/