Lembre-me! escrita por Jacqueline Sampaio


Capítulo 13
Capítulo 12




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Estava tendo um pesadelo. Em meu pesadelo...

Eu estava em um local escuro, frio... Ainda si eu podia ver cada parte de mim, como se meu corpo emitisse luz própria. A minha frente à figura de Edward, lindo e glorioso. Ele estava afastado alguns metros. Olhava-me e não consegui interpretar a expressão de sua face. Subitamente virou-se e começou a caminhar para longe de mim.

“Edward? EDWARD! NÃO! NÃO VAI! NÃO ME DEIXE! VOCÊ PROMETEU QUE FICARIA! EDWARD!” –Eu tentei correr, mas minhas pernas estavam lentas, como se estivesse pisando em lama.

Eu despertei e a luz da manhã que se infiltrava pelas persianas de vidro me cegou temporariamente. Colocou a mão sobre os olhos tentando me situar onde estava. A cama era tão confortável, quente e com um cheiro inebriante. E enquanto minha visão ficar clara, eu me situava onde estava: o quarto de Edward.

-Bom dia amor. –Eu o vi diante de um grande espelho ajeitando sua gravata cor vinho. Vestiu por último seu paletó preto por cima da camisa cor vinho, mesma cor de sua gravata. Assim que terminou de se vestir Edward caminhou até mim, sentou-se a minha frente e beijou-me nos lábios.

-Sua febre cedeu. Ainda sim você irá ao médico fazer os exames para ver como está sua saúde.

-Tudo bem.

-E eu vou acompanhá-la.

-Edward, eu não quero prejudicá-lo na empresa. Eu vou ficar bem. Posso ir com um motorista.

-Eu já atrasei alguns compromissos. Não tenho nada para fazer esta manhã. E eu quero acompanhar a minha espo... –Edward se interrompeu. Corrigiu-se rápido. –Minha namorada. –Sorriu. Eu sabia que, por mais que o namoro fosse o suficiente para mim, não era para Edward.

-Tudo bem então. –Sorri.

...

-O resultado dos exames sairá rapidamente e poderemos analisar sua situação. Por hora sua saúde, aparentemente, parece boa. Ainda si devemos fazer toda e qualquer investigação. –O médico falou. Eu estava sentada em frente a ele, em uma poltrona com Edward ao meu lado segurando minha mão.

-E quanto a perda de memória doutor? –Edward perguntou. O assunto de minha falta de memória sempre o deixava tenso. Nunca tive coragem de perguntar o porquê.

-Faremos sessões de treino psicológico para que a senhora Cullen possa recuperar mais rapidamente a memória. Começaremos a partir de amanha. –O medico me olhou e sorriu como se sua sugestão fosse uma noticia boa, mas não era. Não depois do que descobri com minha mãe.

-Doutor, eu acho que prefiro me lembrar por mim mesma sem a necessidade de algum tipo de exercício. –Eu disse e senti Edward ficar rígido ao meu lado. O medico me olhou pasmo.

-Mas senhora Cullen...

-Eu quero desse jeito doutor. Não tenho pressa para recuperar minha memória. Gostaria que meu desejo fosse acatado.

-Bem... Se desejar não ter essa ajuda nós iremos acatar embora eu não concorde com isso. Venha depois de amanhã nesse mesmo horário para avaliarmos o resultado de seus exames. –O medico levantou-se de sua poltrona contornando a grande mesa de mogno que nos separava. Cumprimentou a mim e a Edward com um forte aperto de mão.

-Cuide-se senhora Cullen. –O medico disse. Eu sorri para o medico gentil e segui junto a Edward para o estacionamento do hospital. Edward ficou calado enquanto seguíamos para o estacionamento, mas não me preocupei com seu silencio. Não quando sua mão macia e fria segurava a minha, o polegar acariciando a costa de minhas mãos.  Por fim ele falou.

-Se importa se almoçarmos no refeitório da empresa? Terei uma reunião daqui a pouco e se eu levá-la para casa eu irei me atrasar.

-Ah, claro que não me importo Edward.

-Será uma reunião rápida. Almoçamos e após a reunião eu a levo para casa. Que tal?

-Ótimo. Assim eu conheço a empresa. Não fui para lá desde o acidente.

Edward seguiu para a empresa. Ao longe eu pude ver o prédio, era magnífico! Fiquei alheia a tudo enquanto olhava pela janela do carro a estrutura colossal.

-Nossa, esse lugar é incrível! –Disse admirada. Edward olhava-me de esguelha, um meio sorriso nos lábios.

-Eu mostro toda a estrutura se quiser.

-Talvez depois. Acho que se você fosse fazer algo como isso levaria dias. –Falei brincalhona.

A empresa era enorme de estrutura arquitetônica ultramoderna. Todos os funcionários foram super simpáticos conosco. Eu notei que quase todas as funcionárias lançavam olhares lascivos para Edward e fiquei surpresa por isso ter me incomodado tanto. Apertei a mão de Edward com força. Fomos diretamente para sua sala.

-Então é aqui que você trabalha? –Disse olhando a sala imensa e bem decorada. Uma parede inteira de vidro ao fundo. Caminhei até a mesa de Edward e olhei atentamente para os porta-retratos que lá havia. Eram quatro: uma foto minha com Edward no dia do nosso casamento e as outras três eram minhas. Minhas fotos individuais pareciam antigas e eu sem duvida alguma parecia feliz. Era estranho ver aquelas fotos e fazer tal comparação. Será que Edward percebia o mesmo que eu? Percebia como eu parecia infeliz nas fotografias com ele? Senti uma mão enlaçar-me pela cintura puxando-me por trás até encostar minhas costas no peito rijo de Edward.

-O que está olhando? –Murmurou em meu ouvido. Ignorei as fotografias e me concentrei em respirar pausadamente pela aproximação de Edward. Impossível. Edward virou-me e o atrito de nossos corpos tão próximos me deixou desnorteada. Por alguns instantes ele ficou comigo prensada em seu corpo, seus braços em minha cintura, seus olhos nos meus. Aproximou-se cauteloso e beijou-me calmamente. Correspondi ao seu beijo, coloquei minhas mãos em seu ombro e o puxei para mim. Eu me perdi no sabor de seus lábios, um sabor único, que tinha o poder de me manter alheia a tudo. Problemas, dores, tudo era esquecido enquanto os lábios de Edward moviam-se em sincronia com os meus e seus braços estreitavam mais e mais o espaço entre nós, como se quisesse nos fundir. Subitamente Edward desceu suas mãos e as colocou em minhas nádegas, ergueu-me colocando-me sentada em sua mesa de vidro. Minhas pernas abriram-se e Edward encaixou seu corpo entre elas. Eu estava tão desnorteada que nada fiz para impedi-lo, perdida demais em seus lábios suculentos. Suas mãos voltaram para minha cintura mantendo-me perto. Eu podia sentir sua excitação apesar da roupa que nos cobria. Aquilo me desnorteou. Eu o empurrei levemente.

-Edward! –Eu o olhei, apavorada. Não pelo que Edward fez, ele não havia feito nada de errado, mas por que eu ainda não sabia lhe dar com isso, com a excitação, o sexo. Mesmo sabendo que eu não era mais virgem, eu pensava e agia como uma. Eu não sabia como era estar com um homem, eu havia me esquecido. Edward afastou-se.

-Me desculpe. Não era minha intenção te desrespeitar. –Ele disse e olhava para o chão.

-Você não me desrespeitou eu só...

A porta se abre.

-Senhor Cullen, sua reunião. –A secretaria anunciou.

-A reunião! Esqueci que devíamos comer.

-Tudo bem. Eu espero Edward.

-Não Bella. Não sei a que horas acabará. Elisabeth. –Ele chamou. A secretaria apareceu. –Leve minha esposa até o refeitório, tudo bem?

-Sim senhor Cullen. –A senhora disse. Sorriu para mim. –Acompanhe-me senhora Cullen. –Ele disse caminhando para fora. Eu olhei para Edward e sorri fracamente, o constrangimento ainda me tomava. Ele sorriu e parecia envergonhado. Fui até o refeitório.

...

Comia em um espaço reservado do refeitório para Edward. A secretaria não me deixou sozinha, Edward deve ter pedido para que ela me fizesse companhia. Eu estava sem fome, lembranças do que ocorreu com Edward tomavam minha mente. Meu celular toca. Distraída como estava não vi quem poderia ser. Eu apenas atendi.

-Alô?

-Olá meu amor.

James. Droga!

-Vou desligar! –Disse.

-Melhor não fazer isso Bella. Você disse que queria provas e eu tenho. Eu as achei.

-Quer mesmo que acredite nisso James? Deixe-me em paz!

-Eu vou mostrar as provas você querendo ou não. Venha para o meu apartamento agora ou eu passo mais tarde na sua casa quando Edward estiver lá. 

Congelei. Eu não queria que Edward soubesse que aquele cara estava me causando problemas. Edward já tinha preocupações demais.

-Tudo bem. Cadê o endereço?

-Mandei uma mensagem para o seu celular. Espero você benzinho. –Disse e desligou. Segundos depois recebo a mensagem. Fiquei encarando o flip do celular sem saber o que fazer, mas já estava cansada de James. Eu tinha certeza que era mentira e se eu fosse poderia desmascará-lo. Eu já estava cansada de fugir de meus problemas, meus fantasmas. Levantei. A secretaria olhou-me confusa vendo que mal toquei na comida.

-Oi será que você poderia avisar ao Edward que fui visitar minha mãe? Eu preciso falar com urgência com ela.

-Claro, senhora Cullen.

Sem mais delongas eu sai e felizmente consegui rapidamente um taxi em frente à empresa. Durante o percurso uma chuva começou a cair, mas isso não iria me impedir. Dei o meu celular para o taxista ler o endereço. Ele o leu e devolveu meu celular. Fiquei nervosa a viagem inteira. Por precaução desliguei meu celular. Edward poderia me ligar e seria difícil mentir para ele. James morava em um duplex afastado da empresa, no centro da cidade. Peguei o motorista e fiquei uns bons dez minutos em frente ao prédio, embaixo do toldo para não me molhar, discutindo comigo mesma se valia mesmo a pena conferir se o que James dizia era verdade. Por fim eu subi no prédio. Eu não tinha o que temer. Eu não iria deixar pessoas como James montar em cima de mim.

Respirei fundo ao ficar em frente à porta do seu apartamento. James atendeu após algum tempo. Vê-lo provocou uma onda de nervosismo em mim, mas isso não me deixou mais covarde. Entrei e olhei a televisão que estava ligada, mas fora do ar. Fiquei de braços cruzados enquanto James fechava a porta. Olhei para ele com uma carranca. James usava uma camisa branca colada e uma calça jeans.

-Cadê a porcaria da prova? –Falei áspera. Ele sorria apenas.

-Calma! Eu não trouxe você até aqui só para provar que tivemos um caso! –James se aproximou. Tentou me tocar. Eu o empurrei.

-NÃO ME TOCA! MOSTRE-ME A DROGA DA PROVA! –James ficou calado, sorrindo. –Eu sabia. Não tem nada. Não sei por que me dei ao trabalho de vir aqui. Não se meta mais na minha vida! –Passei por James e caminhei até a porta. Quando segurei a maçaneta um barulho soou na televisão. Eu reconheci a voz, era minha. Virei-me lentamente para a televisão e me vi no vídeo. Eu estava deitada em uma cama bebendo uma garrafa de cerveja, nua, e alguém filmava. Pela voz masculina era James. Eu congelei e olhei a filmagem.

-Vai amor. Dá um sorrisinho para a câmera? –James pediu e eu, na tela, sorri maliciosa deixando o lençol que cobria meu corpo escorrer revelando meus seios.

-Tá bom assim? –Eu perguntei. James ria.

-Ótimo. Acho que vou mandar esse DVD pro seu marido. De nós dois transando. –James disse divertido. Eu ria ruidosamente sem pudor algum.

Aquela Bella era desconhecida para mim. 

-Pode mandar. Quero estar presente quando aquele babaca olhar isso! –A Bella do vídeo falou deixando a garrafa de cerveja vazia em cima da mesa e deitando-se na cama, as mãos abaixo da cabeça.

-Nossa amor como você é má! Casou-se só para a família Cullen salvar sua família financeiramente e ainda humilha o pobre coitado? Nem eu sou tão diabólico! –James disse rindo ruidosamente. A Bella do vídeo abriu os olhos que havia fechado e o encarou séria.

-Eu não to nem ai! Problema é dele!

Ao final do vídeo eu estava chorando.

James desligou o DVD e sorria satisfeito. Eu ainda olhava a tela sentindo o mundo a minha volta desmoronar.

-Duvida de mim agora? Esse foi o único DVD que achei. E então? Vai ficar aí parada ou vai aproveitar? –James caminhou até mim, certamente tentaria me agarrar. E então eu surtei. Corri até o DVD, o arranquei sem dó e diante dos olhos abismados de James e lancei o aparelho de DVD pela janela. Acredito que com a altura em que estávamos nada iria sobrar. Aos prantos eu corri e fugi de James, do vídeo, da Bella sem vergonha que vi no vídeo. Não, dela eu não conseguia fugir, não mesmo. A imagem me perseguia, me atormentava. Uma Bella dissimulada, uma vadia interesseira! Eu preferiria qualquer coisa, a morte, do que saber que eu era uma pessoa tão horrível assim. Eu corri desembestava e quase fui atropelada ao cruzar a rua. Felizmente era um taxista. Eu me enfiei no taxi jogando o dinheiro para ele.

-Me leva pra casa. –Murmurei e lhe disse meu endereço. O taxista me olhou e deve ter se assustado com a minha cara. Eu continuei a chorar, soluçar, me desesperar sem ligar para o espectador atrás do volante. Eu estava perdida, mesmo sem me lembrar do meu passado, eu sabia quem eu era, a pessoa horrível que era. O pior não era saber a pessoa horrível que era, mas saber o que fiz a Edward.

-Hein moça, chegamos. –O taxista disse. Eu estava em frente à mansão.

-Moço, poderia ficar aqui? Eu vou apenas pegar umas coisas. –Falei com a voz tremula. Eu estava em pedaços. O homem pareceu deliberar, mas deu de ombros. Sai do taxi sentindo a chuva chocar-se contra minha roupa ensopando-a, mas eu não ligava. Todos que me viram cruzar o jardim correndo devem ter pensado que eu estava louca. Eu estava de certa forma.

Eu sabia o que faria, não hesitaria. Eu iria ir embora, eu não tinha mais o direito de ficar com Edward. Eu me sentia suja e ficar próxima a ele iria contaminá-lo. Quando Joel abriu a porta eu estava seguindo para meu quarto. Eu não tinha muito tempo. Edward já deveria ter percebido minha farsa e devia estar procurando por mim. Rezei para que Edward não aparecesse. Eu não queria dizer adeus, dizer o porquê disso. Não conseguia parar de chorar, não poderia. Nem mesmo se cavasse um buraco em meu peito a dor física iria sobrepujar a dor psicológica que eu estava sentindo.

Peguei uma mala no closet e retirei peças de roupa íntima, roupas comuns, produtos de higiene pessoal... Tudo que estava ao alcance de minhas mãos. Enfiei na mala, eu não poderia pegar todas as minhas coisas, só precisava de algo para aquela noite. Após arrumar uma mala e uma valise, desci apressadamente as escadas. Joel me olhou alarmado.

-Senhora Cullen, o que está havendo? Para onde vai?

-Joel quando Edward aparecer aqui diga que eu saí e que não precisa se preocupar. –Eu disse seguindo para a porta.

-Senhora Cullen o senhor Cullen ligou perguntando se estava aqui. Eu disse que sim. Ele está a caminho. –Ignorei as palavras de Edward rezando para que ele não chegasse tão rápido. Sai na chuva carregando a pesada mala e a valise. A chuva estava tão intensa que não consegui enxergar com muita clareza, baixei a cabeça e caminhei apressada. Ouvi um barulho ao meu lado, suspirei. Eu não tinha sido rápida como eu queria.

-Bella, o que está fazendo? –A voz soou ao meu lado. Edward estava dentro do seu Volvo e sua janela estava aberta. Eu continuei a caminhar. Eu não conseguia encará-lo. A vontade de chorar veio de forma fulminante e senti a garganta se fechar. Não, eu não poderia encará-lo!

-BELLA! –Ele gritou pegando-me pelo braço e me puxando para encará-lo. Ele viu o meu rosto desfigurado pelo choro exacerbado. –O que houve? –Perguntou atordoado. Eu o empurrei.

-Estou indo embora. –Disse e voltei a caminhar. Edward arrancou a valise de minhas mãos jogando-a longe. –EDWARD, ME DEIXE IR! –Exigi aos prantos.

-Não. Você não vai sair daqui enquanto não me der explicações. –Exigiu com a voz potente. A chuva ao nosso redor nos ensopava, mas estávamos concentrados demais naquela bolha de tensão para nos importarmos.

-Diga Bella, o que aconteceu? Onde esteve?

-Me deixe em paz Edward. Eu preciso ir. –Fiz menção de me mover, mas Edward agarrou minha mala jogando-a longe. Eu experimentei olhá-lo, ele estava furioso, mas eu sabia que não estava furioso comigo, ainda não.

-Não vai sair daqui. Estou cansado de ser um mero espectador da sua vida. Se você não deseja partilhar seus problemas comigo, eu irei forçá-la a tal! –O aperto de sua mão em meu pulso era insuportável. Eu vi a resolução em seus olhos e soube que ele não me deixaria ir. Eu temia dizer a verdade a ele, temia ver o ódio em seus olhos direcionado a mim. Por que eu o amava. Eu o amava muito! Isso só fez com que meu choro aumentasse. Isso pareceu atenuar a raiva de Edward. Sua expressão facial se suavizou.

-Bella, o que está acontecendo? Me fala! Por que você não conversa comigo? –Sua voz estava trêmula como se estivesse a ponto de chorar. Era um crime magoar alguém como Edward, mas eu precisava fazê-lo se quisesse que ele encontrasse a felicidade no futuro. Eu precisava libertá-lo de mim.

-Eu me casei com você por interesse Edward. Além disso, antes do acidente, eu o traí com um cara chamado James. É por isso que eu preciso ir. Eu não posso seguir ao seu lado agora que descobri a pessoa horrenda que fui. –Não sei como consegui falar, mas após despejar a verdade e ver o rosto chocado de Edward, me senti sucumbir.

“Uma última dor. É só o que posso prometer a você.” –Pensei enquanto me livrava da mão de Edward. Corri para o portão sem me importar com minhas malas. Acreditei que após o que disse Edward me deixaria passar. Eu já deveria supor pelo modo como ele se comportava que não iria ser assim. Uma mão me puxou para trás antes que eu passasse pelo grande portão. Eu me virei e fui agarrada por um abraço. Era Edward me abraçando fortemente, me prendendo em seus braços. Fiquei imóvel. A única coisa a se mexer eram as lágrimas que corriam pelo meu rosto molhado pela tempestade e perdiam-se em minhas roupas. Por alguns instantes só o barulho que se ouvia era o da chuva caindo e de alguns trovões ao longe. Eu sabia que seria que me desvencilhar dos braços de Edward, mas não me senti forte para tal. Eu me permiti aquele abraço quem sabe uma última vez.

-Eu sempre soube. –Edward sussurrou. Eu estaquei. –Eu sempre soube que você havia se casado comigo para salvar a situação financeira de sua família. Eu sempre soube que era traído. Sabe por que eu não fiz nada, por que ignorei tudo? Por que eu só queria tê-la por perto, por que eu te amo! Droga Bella eu te amo! Isso não basta? Não é o suficiente para você ficar? Eu aceito você do jeito que você é!

Após seu desabafo ao pé do meu ouvido eu desmoronei. Pior do que saber da verdade era ouvir aquelas palavras de Edward. Eu não o merecia, agora eu sabia disso. Eu fiquei imóvel em seus braços e então meu corpo despencou. Edward não me permitiu cair, mas também não me manteve em pé. Com muito cuidado ele acompanhou minha quebra, seus braços ainda me envolvendo fortemente pela cintura, e ficamos de joelhos. Eu olhei para o céu, para as nuvens cinzas e para as gotas de chuva que caiam nos banhando. E então eu enterrei minha cabeça na curvatura do pescoço de Edward. Os meus soluços pararam, mas eu ainda chorava. Fechei fortemente os olhos e envolvi Edward com meus braços, passando pelo seu pescoço. Eu sussurrei as palavras que iriam me libertar, nos libertar sabendo que dizendo essas palavras não teria mais volta.

-Edward... Eu te amo.

Bem como eu imaginei todo o peso em meu peito desapareceu.


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Notas finais do capítulo

Se tiver pelo menos 15 reviews aqui eu posto mais (e mais 5 reviews em Quando um estranho me olha). Vamos lá gente, ajudem o/ Próximo cap com lemon *o*/