Além do Sangue escrita por Giullia Lepiane


Capítulo 8
Passado


Notas iniciais do capítulo

Quero dedicar esse capítulo à Lily Duncan, que está sempre salvando minha vida rs. ;)
Espero que gostem!



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Por um instante, ninguém falou. Druella olhou para as próprias mãos, Cygnus olhou para a esposa, Belatriz sorriu e Andrômeda sentiu como se fosse desmaiar, mas continuou firme. Ela sabia que estava terrivelmente pálida mesmo sem ver seu reflexo, e quando falou, suas próprias palavras pareciam-lhe distantes:

– Sou filha de vocês. Filha de vocês! E vocês... Vocês realmente... Não me dão o menor voto de confiança? Vão me fazer tomar uma poção...

– Quem não deve, não teme, Andrômeda. – Belatriz interrompeu-a, ríspida. Cygnus não lhes deu atenção, e pareceu pensar nas palavras de Druella por um instante antes falar:

– A Veritaserum seria um bom modo de sabermos a verdade, realmente. Mas receio que não tenhamos mais a poção guardada.

– Como não? Temos todas as poções do mundo estocadas, menos a de que precisamos? – Ela gesticulou com impaciência. Parecia exausta.

– Mas muitas das nossas poções são ilegais. Tínhamos um registro da Veritaserum, todavia, então quando o Ministério decidiu que só ele poderia usar, confiscaram.

Andrômeda não se acalmou por não terem a poção – aquilo não significava que estava livre, e sim apenas que os pais inventariam um modo pior de descobrir a verdade. Desconfiavam que ela tinha um relacionamento com um nascido-trouxa, o que na visão da família dela era um crime hediondo. Não deixariam passar.

Belatriz parou de sorrir.

– Pelas barbas de Merlin, torturem-na se for preciso! Não passa de uma traidorazinha nojenta, não merece ser tratada como uma filha.

Pela segunda vez, Druella enterrou o rosto nas mãos e se encolheu, como se uma possível traição de Andrômeda fosse uma faca que a apunhalasse pelas costas. A expressão de Cygnus, todavia, permaneceu fria.

– Belatriz, vá até a casa dos seus tios chamar Narcisa, porque não voltaremos para lá hoje. Então, quero as duas nos quartos de vocês, e é melhor não ousarem sair até eu mandar. E também não se atreva a dizer uma palavra do que está acontecendo aqui para seus tios ou avós.

Andrômeda pensou que a irmã se recusaria a ir, mas ela desaparatou logo quando o pai terminou de falar. Nem Belatriz ousaria recusar uma ordem direta dele estando em um humor tão ruim.

– Druella, vá para o quarto você também. – Continuou Cygnus. Ela não se mexeu, o que o fez aumentar o tom, irritado. – Vou conferir se não temos alguma poção que calhe, apesar de não a Veritaserum, e definitivamente posso fazer isso sozinho. Vá para o quarto descansar, vou mandar um elfo-doméstico levar chá para você lá.

Embora Druella continuasse sem se levantar, não havia dúvidas de que obedeceria. Estava chocada e atormentada demais, e o tom do marido fora bem imperativo, o que foi motivo suficiente para ela deixá-lo sair da sala apenas na companhia de Andrômeda, para quem tinha gesticulado e dito um “você vem comigo”.

Mas se Cygnus fosse mesmo mandar um elfo levar chá para Druella, Andrômeda pensou, seria mais tarde, pois ele a guiou diretamente para a sala de jantar deles, onde nenhum de seus elfos estava. Ela sinceramente precisava se sentar, mas não ousaria fazer isso sem a permissão do pai, então esperou em pé enquanto ele abria a cristaleira que havia no cômodo e examinava os milhares de frascos de poções que eles guardavam lá, um por um, como disse que faria. Não tinham qualquer tipo de rótulo, mas Cygnus parecia saber muito bem diferenciá-los.

Após um tempo sem achar o que ele estava procurando, e depois do vulto de Druella passar pela porta a caminho do segundo andar, ele fechou a porta da cristaleira com força, sem se importar por ela ser de vidro. Andrômeda achou que se quebraria, mas estava enganada.

– Como pôde? – Perguntou Cygnus, então não mais simplesmente soando irritado, mas já aos berros. Tinha enfim explodido, livre da presença de outros expectadores. – Envolver-se com um sangue-ruim?! Trair sua família, seu sangue, desta forma! Você viu como isso acabou com a sua mãe...

– Pai, eu não...!

– Você tem sorte por Walburga não estar aqui! Ela teria tirado você da tapeçaria no momento em que Belatriz falou “sangue-ruim”, você sabe como ela é! E eu não impediria. Não sei porque ainda venho procurar a Veritaserum, ver a verdade antes de tomar a conclusão! Eu acho que estou sendo bonzinho demais! E vai ver foi isso, não foi?! Eu fui muito bonzinho e você achou que poderia fazer o que bem entendesse?!

– Eu...

– Eu vou escrever uma carta para os Parkinson, Andrômeda, pedindo para confirmarem sua história! Se a resposta for negativa, é melhor você nunca mais me chamar de “pai”! Se eu enviar agora, acho que terei a resposta até a noite. E enquanto isso, fique fora da minha vista!

Os olhos de Andrômeda se encheram de lágrimas e ela abriu a boca para dizer algo, mas não havia o que pudesse ser dito naquela situação. Então, fez o que lhe fora ordenado: virou-se e saiu da sala, sumindo da vista do pai.

Andou até as escadas, e depois, ao ver que não conseguiria mais segurar o choro por muito tempo, correu até o banheiro. Trancou-se lá dentro e encostou as costas na parede, escorregando até se encontrar sentada no chão.

As lágrimas escaparam-lhe rapidamente, e ela levou a mão à boca quando começou a soluçar.

Um ano tinha se passado. Um ano se encontrando com Ted em perfeito segredo, para tudo desmoronar tão abruptamente.

Acho que terei a resposta até a noite, dissera Cygnus. Era melhor que Andrômeda fizesse as malas, então? Fugisse de uma vez, para não ter de passar pela humilhação de ser deserdada?

Um acesso de espirros lembrou-a de que tinha pelo menos uma questão a resolver antes de sair de casa: ainda estava com as vestes geladas com que tinha caído na neve. Tentou segurar o choro, se acalmar um pouco, mas não conseguia evitar. Dessa forma, despiu-se, jogou as roupas em um canto do banheiro e encheu a grande banheira de porcelana que lá havia de água fervendo, na qual entrou logo em seguida.

A água quente foi o melhor calmante que poderia arranjar. Mergulhou, tentando aquecer-se mais, e quando tornou a emergir, sentia que as lágrimas a haviam abandonado e até que seus pensamentos estavam um pouco mais organizados, embora continuasse tão infeliz quanto antes.

– E agora? – Murmurou para si mesma. Sua voz ecoou pelas paredes do banheiro. – E agora?

Foi nesse momento que a adrenalina que ela tinha sentido até então, depois de voar com Régulo, cair da vassoura, voltar para casa, ser enfeitiçada, brigar com sua família e ser desmascarada, se transformou em exaustão. Seus olhos pesaram, e apoiando a cabeça no braço, por sua vez na borda da banheira, ela os fechou.

Era engraçado como as coisas podiam mudar tão rápido, pensou. Mas fazia quanto tempo que sua vida era uma completa confusão? Três anos? Tentou se lembrar dos seus catorze anos, então, e definitivamente, constatou que não se parecia nada com quem era hoje em dia.

Uma garota que não costumava falar com os nascidos-trouxas, embora não os destratasse e não gostasse de ver outros destratando. Não fazia ideia de quem era Ted Tonks, embora ele fosse de seu ano. Falava com as pessoas da Sonserina, embora nunca tivesse sido especialmente amiga de ninguém.

O quarto ano provavelmente tinha sido o seu último ano tranquilo – e essa tranquilidade acabou junto com ele, nas férias que a separavam de seu quinto ano. Era começo de setembro, e Andrômeda, Belatriz e Narcisa iriam voltar para Hogwarts no dia seguinte, então todos os Black haviam se reunido na casa delas para um jantar de despedida. Inclusive Irma, a avó delas, que não parou por um segundo de fazer comentários maldosos sobre o fato de Andrômeda ainda não ter um namorado, e que precisava ter com quem se casar quando se formasse, senão no futuro iria ter de acabar casando-se com Sirius... O que fez os dois primos engasgarem-se com a própria comida.

– Mas qual é o problema? – Irma perguntara. – Walburga e Orion são primos e se casaram!

– Com licença. – Andrômeda pedira, e sem esperar o consentimento de alguém, levantara-se e se retirara para seu quarto.

Depois disso, fora para Hogwarts, e passara a receber diversas cartas da avó cobrando-lhe um pretendente. Respondia todas com muita educação, por mais irritada que ficasse.

Mas foi apenas alguns dias depois de chegar na escola que a segunda mudança acontecera: ela descobriu a aula de Aritmância, que até então a Sonserina fizera com a Corvinal, fora alterada de modo que a Sonserina fizesse-a com a Lufa-Lufa.

Foi então que ela conheceu Ted Tonks. Um garoto que sentara a seu lado no primeiro dia de aula e a quem ela sequer dera atenção até a professora passar alguns exercícios para a classe e ele aparentar grande dificuldade em resolvê-los. Andrômeda, que era muito boa na matéria, com poucas palavras lhe explicou o que era para fazer, e recebeu um sorriso em troca.

– Obrigado. Nunca fui muito bom em Aritmância... Não sei nem porque escolhi cursar essa matéria, na verdade. Eu sabia que ela envolvia números e nunca tinha gostado de Álgebra na minha escola trouxa, fui tão burro.

– Disponha. – Andrômeda respondera, voltando a dar atenção à sua própria lição, desconcertada por ter ouvido tanto sobre ele e confusa sobre o que era “Álgebra”.

Na aula seguinte, ele se sentara perto de alguns amigos da Lufa-Lufa, e Andrômeda passou meses sem falar com ele.

As férias de Natal daquele ano foram as segunda piores da vida dela, depois da do sétimo. Tinha de ficar evitando a avó, e ficou muito grata em voltar para a escola no final dos quinze dias.

Mas o desejo de Irma se realizou no final de mais algumas semanas – em meados de fevereiro, um garoto do ano e da casa de Andrômeda, Norman Parkinson, viera pedir-lhe ajuda para estudar, e os dois passaram a ficar todos os dias acordados até mais tarde, no Salão Comunal da Sonserina. Até que chegou o dia em que ele a pediu em namoro, recebendo da garota um “pode ser”. Andrômeda escrevera uma carta para sua família no dia seguinte, e no mesmo dia todos – da escola e fora dela – já sabiam que ela tinha, então, um namorado. E se ela realmente gostava de Norman ou não? Ninguém se importava, aquilo não passava de um detalhe.

Tudo estava perfeitamente comum até aí. Era assim que acontecia com todos os jovens de sangue puro – conheciam alguém na época da escola e com ele casavam logo quando se formassem, porque de toda a maneira, não havia muitas opções. Andrômeda já imaginava que era uma questão de tempo para estar tendo de se apresentar como “Andrômeda Parkinson”.

Assim, o quinto ano encerrou-se e foi perfeitamente alegre que Andrômeda foi para o sexto. Belatriz tinha se formado, e pela primeira vez, ela não precisaria lidar com a desagradável companhia da irmã mais velha em Hogwarts.

– Esses próximos dois anos vão ser os melhores da minha vida. – Dissera ela para os companheiros de sua casa, logo no trem, indo para a escola.

– Que maldade. – Madeleine Marshall repreendera, e Nerida Mulciber, uma das outras duas colegas de quarto de Andrômeda e Madeleine, balançou a cabeça.

– Você diz isso porque não tem irmãos, Madeleine. Eu entendo a Andrômeda.

– Nerida, o seu irmão tem dez anos. – Ela erguera uma sobrancelha e depois de rirem, o assunto tinha ficado por aquilo mesmo.

E foi nesse ritmo que setembro tinha se passado – e a próxima grande mudança para a vida de Andrômeda fora nos primeiros dias de outubro.

Fazia oito meses que namorava Norman, e já começava a ficar preocupada, pois esperava que fosse aprender a amá-lo com o tempo, o que ainda não tinha acontecido.

Naquele dia em particular, ela queria estudar para uma prova que teria na semana seguinte, e como estava cansada de passar tanto tempo na biblioteca, pegou os livros de que precisava e foi estudar perto do lago. Foi estranho como ela pôde ficar e não ficar surpresa ao mesmo tempo ao ver seu namorado junto com dois amigos, aparentemente irritando um primeiranista da Lufa-Lufa, que mantinha os olhos abaixados e cheios de lágrimas. Andrômeda tinha pensado que não deveria interferir. Deveria sentar e estudar.

Mas então, Norman sacara a varinha das vestes e a apontara diretamente para o garotinho, enquanto seus amigos riam.

Andrômeda fora até eles com passos firmes naquele momento, com um “vocês podem ir parando com isso imediatamente!”. Norman não parecera incomodado ao vê-la, e a cumprimentou normalmente. Mas ela não estava naquele humor.

– O que você está fazendo?

– Drômeda. É um sangue-ruim, fique calma...

– Ele te fez algum mal? – Perguntara ela, e ele ficara quieto, de modo que ela teve de repetir: - Te fez algum mal, Norman?

– Isso é sério? – Um dos dois amigos dele perguntara.

– É sério! – Andrômeda respondera. – Não vou me casar com um garoto que azara menininhos.

– Pare com isso. – Norman ordenara, num tom muito semelhante com o que o pai de Andrômeda costumava usar. E ela não gostou disso.

– Pare você. – E com isso fora de volta para o castelo, abandonando os planos de estudar do lado de fora.

Mas tinha sido uma raiva momentânea – pretendia reconciliar-se com o namorado mais tarde. Planos mudados quando, no dia seguinte, ao que estava saindo da aula de Aritmância, um garoto foi atrás dela, pedindo que esperasse. Ela se virou, e viu o garoto lufano que ajudara a fazer uma lição no ano anterior indo até ela.

– Oi. Black, não é? – Ele perguntara, quando a alcançou, e Andrômeda assentira. – Bem, você não deve lembrar, mas já nos falamos. Meu nome é Ted Tonks.

– Certo.

– Desculpe por vir com isso tão de repente, mas reparei que você tem as notas mais altas da turma, e eu ando tendo as mais baixas. Eu queria saber... sabe, se você poderia me ajudar? Vou entender se não quiser. – Acrescentara rapidamente no final.

Andrômeda olhara para o rosto dele, pensando em qual desculpa usaria para recusar o pedido – mas então, pensara que uma pequena quebra na rotina não poderia ser tão ruim assim. E disse a Ted para que se encontrassem no banheiro feminino do segundo andar naquela madrugada para estudarem, usando palavras delicadas para explicar-lhe que não podia ser vista em público com um nascido-trouxa. Ele aceitara, mas com um questionamento:

– Por que o banheiro feminino do segundo andar?

– Para garantir que ninguém vá lá mesmo. – Andrômeda respondera, sem conseguir evitar um sorriso leve.

E realmente, ninguém ia – afinal, era o banheiro habitado por Murta-Que-Geme, o fantasma mais irritante de toda a escola.

Ela ficava perturbando Andrômeda e Ted enquanto eles estudavam – naquela madrugada, na próxima em que eles se encontraram pois Ted “não tinha conseguido entender tudo”, e na seguinte, e na próxima... Até em dezembro, quando os encontros secretos já eram mais para eles conversarem do que estudar. Mas os dois tinham aprendido a ignorar Murta.

– Eu estava me perguntando. – Ted dissera em um destes encontros, quando eles já estavam se despedindo. – Sei que não gosta de falar nisso... Mas e o Parkinson? Você disse que não tinha terminado com ele de verdade, mas o que parece...

– Não quero me reconciliar com ele, Ted, se é o que quer saber. Mas que opção eu tenho?

– Todas do mundo. – Foram suas palavras antes de segurar a garota pelos braços e puxá-la para si, beijando-lhe enquanto Murta reclamava:

– Ah, que amor! Venham até o banheiro da Murta e ajam como se ela não estivesse aqui! Ela não liga, não é? Ela é só um fantasma imprestável...

Mas Andrômeda não a ouvia.

*********

A água da banheira, outrora quente, já tinha esfriado. Quanto tempo Andrômeda passara lá? Provavelmente, pensou ela, quase duas horas. A coruja do pai já devia ter chegado à casa dos Parkinson.

Sem ânimo para ficar na água gelada, ela saiu do banho e enrolou-se em uma toalha. Não queria ter de atravessar o corredor e arriscar topar com alguém, então desaparatou para seu quarto.

Lá, olhou bem para os presentes de Natal dados pelos pais, que ela tinha deixado sobre a cama. Parecia ter sido a tanto, tanto tempo atrás, mas tinha sido naquela manhã.

Andrômeda foi até seu grande armário de mogno, separou um conjunto de vestes marrons e se vestiu. Depois, procurou pela varinha, para que pudesse fazer um feitiço para arrumar suas malas com rapidez e ir embora, para bem longe de casa. Mas não a achou.

E se lembrou de que seu pai a tinha pego, assim como a de Belatriz, na hora da confusão.

Ela não podia ir embora sem sua varinha. Será que o pai a devolveria quando a deserdasse? Algo lhe dizia que não. Por que as coisas não paravam de piorar?

Um barulho fez-se ouvir do lado de fora da janela. Andrômeda olhou, e quase caiu em prantos novamente ao ver uma coruja, pensando ser a dos Parkinson... Até reconhecê-la. Era a coruja de Sirius.

Foi até ela e pegou a carta que trazia. Que podia seu primo querer naquele momento?

Obrigado por me enviar aqueles sapos de chocolate, Andrômeda. Sim, eu sei que foi só você, não adianta assinar a carta junto com o presente como “de sua família”. Mas não ache que fico decepcionado por não ganhar presentes dos outros. Não estou me importando com o que eles pensam. Feliz natal!

Andrômeda tinha quase se esquecido do presente de natal que enviara para Sirius.

Ela sempre tinha ficado preocupada com ele e a maneira como ele desafiava a família, mas naquele momento, ela bem que trocaria todos os seus problemas familiares por não ter ganho presente algum.


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Notas finais do capítulo

Até o próximo!



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