Capítulo V

Flores. Elas têm o poder de transformar um dia comum em uma data especial, um ambiente simples em aconchegante e um momento qualquer inesquecível.

Eu, particularmente, nunca pensei que fosse recebê-las, nunca pensei ver algum homem me presenteando.

Mas aconteceu. Imagine a minha surpresa quando a primeira coisa que percebi ao acordar era que meu selvagem não estava do meu lado. Eu achei estranho, afinal faz dois meses que estou na ilha e nesse tempo o Edward sempre ficava comigo até eu estar acordada.

Passei a mão no lado que ele dormia e não senti nada. Abri os olhos e quando comecei a abrir a boca para gritar por Edward ele apareceu no meu campo de visão, com flores. Lindas flores.

– Para Bella - e estendeu o buquê para mim.

Lágrimas encheram os meus olhos, meu doce selvagem. Pulei nos seus braços chorando.

– Água feliz ou triste? - perguntou Edward preocupado quando viu as lágrimas caírem nos meus olhos.

Eu ri por entre as lágrimas.

– De felicidade, meu amor. Nunca recebi flores de ningúem. Você é tão romântico, doce, lindo. - disse beijando todo o seu rosto.

Ele sorriu.

– Edward gostar de Bella. Muito.

– Bella também gosta de você.

Ele deu um sorriso torto, aquele que faz qualquer mulher suspirar. Separei-me dele e deixei minhas flores ao lado da nossa cama improvisada. Isto deixou nossa casa bem mais bonita.

Eu ri, nunca pensei que teria uma casa como aquela. No meio do mato.

– Bella - ouvi Edward me chamar.

– Sim?

– Eu ir pegar bicho grande para comer.

– Tudo bem, mas não demore muito ou eu ficarei preocupada. Ok?

Ele assentiu. Ás vezes ele saia para caçar algo diferente para comermos e eu sempre ficava com o coração na mão, tinha medo que algo acontecesse com ele. Uma vez eu pedi para ir comigo, mas ele não deixou disse que era perigoso. Meu selvagem era muito protetor.

Quando ele saiu do meu campo de visão fui procurar algo para fazer e avistei uma pequena pilha de roupas sujas. É, eu estava usando as roupas do baú .

Fui para perto do riacho e comecei a lavá-las e terminei bem rápido. Procurei mais algo para fazer e fui varrer toda a campina com a vassoura que eu tinha providenciado, depois subi em umas árvores para comer algumas frutas .

Limpei o suor da testa, isso cansa demais. Bocejei.

Como era possível eu estar com sono? Não faz mais de 5 horas que acordei. Mas me sentia tão cansanda que fui para minha cama e deitei-me.

[...]

Quando acordei logo percebi que já era tarde. Muito tarde, pois já estava quase escurecendo e isto me preocupava.

Olhei ao meu redor à procura de Edward. Nada.

– Edward? - chamei-o - Edward?

Nada. Nem um barulhinho. Levantei rapidamente da tenda, o que me deixou um pouco tonta, e andei ao redor da campina, fui ao riacho e nada dele.

Comecei a ficar desesperada, ele nunca demorou tanto.

– EDWARD - gritei.

Nada. Sem nem hesitar corri em direção a trilha que Edward havia saído, entrei na mata que me era estranha e deixei meus instintos me levarem.

Eu sei que era burrice entrar numa mata que me é desconhecida. Mas o Edward estava lá e se ele precisasse de ajuda?

Corri por entre as árvores sentindo alguns arranhões deixados por plantas rasteiras e cipós.

– EDWARD, CADÊ VOCÊ? - gritava dizendo seu nome repetitivamente.

Olhei o céu e vi que ele já estava totalmente escuro, mal dava para destinguir alguma coisa na floresta. Eu estava com medo, muito medo.

– EDWARD? - chamei-o desesperadamente já chorando.

Todos os meus pesadelos estavam ocorrendo neste momento: eu longe de Edward e perdida na mata.

Andei mais uns passos quando escutei algo atrás de mim.

– Edward? - perguntei com esperança.

Mas não foi o som da sua voz que escutei e sim um rosnado. Prendi a respiração, meus rítmos cardíacos aceleram, então corri, corri.

Minhas pernas ganharam vida, eu não percebia mais nada na minha volta apenas borrões do lugar que eu já tinha passado, o animal continuava a me perseguir, rosnando alto.

Deus– pedi - Não me deixe morrer assim.

Eu corria, como nunca fiz na vida. Mas o animal era muito mais veloz que eu. Eu me movimentava, sem olhar por onde corria, ferindo meus braços, mas pouco me importava.

– EDWARD - gritei com todas as minhas forças. - EDWARD.

Olhei para trás. Esse foi meu grande erro. Pois quando olhei percebi que o animal estava muito perto de mim, muito perto. Olhei para frente fazendo mais esforço para correr, mas eu não percebi o galho no chão e acabei tropeçando nele.

A força em que eu tropecei foi tão grande que me levou ao chão e eu sai bolando, bolando até que senti minha cabeça batendo numa pedra pontuda.

Meio tonta vi o animal avançando para cima de mim, mas um outro rosnado o fez estancar.

Deus, que não seja outro animal – rezava.

E não foi, era o Edward. O animal se deu conta e avançou na sua direção, ele o segurou e o empurrou, mas o animal era forte e se lançou a ele novamente.

Prendi a respiração sentindo minha visão embaçada, agora eu via somente flashs do que ocorria. Olhei novamente para o Edward e o vi atacando o animal, ele empurrou com muita força pegou a sua lança colocando-a no coração do animal, matando-o.

Percebi que ele olhou para e mim e correu na minha direção.

– BELLA- ouvi-o gritar de longe.

Olhei para ele novamente, tentei-me levantar, mas foi em vão.

– Ed...Ed..

Mas não consegui terminar de dizer seu nome, pois eu me perdi na escuridão.