Quebrando as regras escrita por Carrie Collins


Capítulo 42
I'm bad girl, baby.




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Havia algum tempo depois de toda aquela confusão, raramente eu circulava pela casa, apenas quando realmente precisasse. Não vi meu pai desde a briga, não senti nem sua presença dentro de casa por esses dias. Minha rotina tem sido: colégio para casa, casa para colégio. E nenhuma destas vezes David apareceu por lá, acho que foi dado como desaparecido. Talvez viajara por conta própria, para algum lugar nas redondezas da cidade.

Lola ficou preocupada com toda esta confusão, mas não podia esconder sua felicidade por estar se dando bem “com seu novo crush”. Lembrete mental: Atualizar-me com as novas gírias.

Não conversávamos muito sobre David, já que minha aparência talvez não estivesse boa o bastante para falar sobre.

Duas semanas passaram-se e nada de David. Meu pai agora estava fazendo barulho quando chegava, ouvi um telefona sobre horas extras, talvez seja por isso que eu não o veja mais em casa.

Era final de semana e restava apenas uma semana para o baile e o fim das aulas. Havia dedicado todo esse tempo de castigo em meus estudos e meu rendimento melhorou, já estava tão próximo das provas finais. Entretanto, eu estava com uma dúvida imensa sobre Yale, não queria me distanciar de tudo, mesmo com tantos problemas. Apesar de tantos defeitos, eu amava Danbury. Foi então que eu decidi tentar entrar para Western Connecticut State University , que era associado à Yale. Yale sempre foi meu sonho, mas eu gosto de estar em casa e Danbury é minha casa. Uma universidade tão próxima, tudo seria tão mais fácil, eu não teria saudades. Lola tentara WCSU também, nós tomamos esta decisão juntas. Lola quer design, que é bem a cara dela.

Estava me preparando para as provas do colégio, como também para o SAT e minha redação sobre como eu queria ingressar à WCSU já estava pronta. Na verdade, já havia feito a da Yale, só mudei algumas coisas.

Não demorou muito para minha carta chegar e eu fui aceita! Fiquei feliz, porém, só compartilhei com Lola, já que estava sem falar com meu pai ainda. Entretanto, depois de alguns dias, coloquei a carta propositalmente na bancada da cozinha e tenho certeza que ele leu. Minha entrevista na WCSU foi como eu previa, me deu um alivio quando aquela carta chegou. Por um momento, esqueci-me de tudo... Vi meu futuro. Isto me agradava, me alimentava por dentro.

– Cherry. – Aquela voz me fez gelar, estava deitada estudando história.

Papai abriu a porta de mansinho, feito um cachorrinho querendo se redimir com o dono.

– Senhor? – Continuei minha atenção no livro, para não encará-lo.

– Vi sua carta... – Pigarreou. – Pensei que queria Yale...

– Mudei de ideia. – Continuei fria.

– Deveria ter me comunicado...

– Não o vejo há semanas. – Falei.

– É verdade. – Concordou como se fosse para si mesmo. – Estou trabalhando muito com uma investigação e o casamento também.

– Hm. – Foi tudo o que pensei no momento.

– Olha, podemos parar com isso? – Caminhou até a ponta da cama e sentou-se. – Por favor. Estou preocupado com você.

– Eu estou ótima. – Sentei e o encarei séria.

– Não está não. – Disse. – Quero ser seu amigo, além de ser seu pai. Eu te amo.

– Então você tem que me aceitar desse jeito. – Respondi.

– Você não é assim, Cher. – Discordou. – Eu conheço a Cher que tenho em casa.

– Não, você não conhece. – Murmurei. – Sabe por quê? Nem eu mesma me conheço direito.

– Mas...

– Mas eu sei que não sou essa garotinha que está na sua cabeça. – O interrompi. – Eu ainda estou me conhecendo e sou tudo, menos a Cherry idiota que aceita tudo e não reclama de nada.

– Nunca disse que você é assim. – Rebateu ele.

– É desse modo que me imagino em sua cabeça! – Falei.

– Não ponha palavras em minha boca. – Começou a ficar irritado.

– Papai, antes de tudo. – Toquei em seu braço e o olhei ironicamente. – Conheça a si mesmo. Você realmente não é esse idiota apaixonado que faz de tudo por uma mulher.

– Não fale assim comigo, Cherry. Eu sou seu pai. – Cruzou os braços e me olhou bravo.

Me levantei rindo e fui ao banheiro.

– Pense bem, pai. Depois não diga que não avisei. – Fechei a porta do banheiro e me despir.

Ele bateu na porta do banheiro.

– Lembre-se que você ainda está de castigo. – Falou alto para que eu o escutasse.

– Como eu poderia esquecer?! – Rebati ao ligar o chuveiro.

Como papai quer uma conversa civilizada se ele não se enxerga? Meu pai sempre foi uma pessoa decidida, cabeça dura e tudo mais... Porém, nunca foi iludido por um rabo de saia – só pela minha mãe –, sempre iludia as mulheres com seu jeito todo galanteador. Agora esta loira chegou e ele parece um cãozinho adestrado... É patético.

Sr. John que me aguarde... Eu me tornarei o seu maior pesadelo como filhinha exemplar. E sim, estou sorrindo malignamente enquanto tomo banho, pois meus planos não são nada bons.

Nunca fui boa em trabalhos manuais, mas para costura eu tinha uma afeição. Abri meu armário e analisei minhas roupas. Meu pai sempre criticou garotas revoltadas e tudo mais. I’m bad girl, baby.

Exatamente isso... Tornarei a típica garota que John Dewes mais odeia. É doentio... Entretanto para infernizar alguém, eu sou um ótimo demônio.

Rasguei algumas blusas compridas demais, ajeitei algumas calças velhas e shorts que quase nunca uso. Algumas peças não ficaram Agradeci mil vezes por está próximo demais do verão e o clima está agradável para usar roupas curtas. Minha primeira aparição seria amanhã de manhã, quando ele estivesse tomando seu café tranquilo... Farei questão de me acordar cedo e passar lentamente por ele, mandando beijos no ar.

Olá papai, serei sua filha exemplar a partir de agora.


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