Quebrando as regras escrita por Carrie Collins


Capítulo 35
Uma Cherry irônica e amigável.




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Respirei fundo, inúmeras vezes. Contei até dez, mas parecia que eu havia contado depressa demais. Minhas pernas não mandavam nelas mesmas.

Eu estava paralisada ao lado do meu carro, de frente ao colégio.

Acho que dessa vez vou enfartar.

Essa droga precisa parar!

Não seja frouxa, Cherry Dewes!

E então caminhei decididamente até a porta do colégio, até ali eu ainda estava viva. Quando abri, ninguém havia ido para aula ainda.

– Puta merda. – Sussurrei.

Abaixei a cabeça e andei rapidamente, torcendo para não esbarrar em alguém. Fui até meu armário, o abri e peguei meu livro de história. Estava em um lugar seguro.

Porém, quando fechei o armário, Jean encontrava-se encostado no outro, ao meu lado. Encarando-me.

– Precisamos conversar. Por favor. – Disse ele baixo, seus olhos imploravam.

– Tudo bem. – Pigarreei, quase minha fala não saía. – No intervalo, não posso perder mais aulas. – Disse fria, dei as costas a ele e segui para a aula. – Não foi tão mal assim. – Sussurrei para mim mesma.

– Falando sozinha? – David abriu um sorriso lindo quando aproximou-se, antes ele estava encostado em seu armário, mexendo no celular. – Bom dia, irmãzinha.

– Bom dia, que doentio esse irmãzinha. – Ri. – Não podemos andar juntos, David. – Comentei baixinho, enquanto ele caminhava ao meu lado.

– Tudo bem. – Deu de ombros. – Te vejo na minha casa mais tarde, então.

– O que?! O que vou fazer na sua casa? – Parei na porta da sala.

– Seu pai não avisou? – Arqueou a sobrancelha. – Eles vão planejar o casamento lá.

– Mas que...

– Deixe de ser chata! – Deu um murro de leve no meu ombro e riu. – Eles querem se casar daqui há 3 semanas.

– Jura?! E por que eu sou a última a saber? – Cruzei os braços emburrada e então o sinal tocou. – Tenho que ir, até mais tarde.

– Até, irmãzinha. – David abriu a porta da sala para mim.

– Para com isso de irmãzinha! – Ri, observei ele afastar-se, andando de ré, me encarando, depois mandou beijos e piscou.

Entrei na sala e gelei.

Lola estava lá.

Sentada na banca onde eu costumava sentar com ela.

Havia esquecido completamente que na aula de história, Lola sempre estava comigo!

L usava seu gorro roxo, seus cabelos ruivos estavam mais bonitos e suas sardas também. Sempre com uma perfeita postura, usava um vestido rosa e um salto preto. Estava séria, mexia em seu celular.

Sentei duas cadeiras da dela.

O professor logo entrou, cumprimentou a todos e começou sua aula, cinco minutos depois, quando eu já estava esquecida de meus problemas e concentrada no assunto, entra Érika na sala. E por incrível azar que pareça, só havia uma banca vaga, e era ao meu lado. Meu corpo todo formigou, a raiva voltou. Contei até dez e respirei fundo.

Érika sentou-se calada e acenou para Lola, que abriu um sorriso para ela e retribuiu o aceno.

Mas que por#$@ é essa? Lola ainda era amiga de Érika e ela era uma traid... Meu Deus, o que eu estou dizendo? Eu também fui e foi pior!

A senhorita Érika então se virou para mim, com um sorriso cínico brotado em seu rosto.

– Você poderia me emprestar uma caneta, Cher? – Ela falou baixinho, de um modo teatralmente doce.

– Não posso! Minhas canetas não funcionam com vadias. – Disse ironicamente.

– Oh! Nossa! – Érika colocou a mão no peito dramaticamente, depois sorriu maliciosa. – Então, como ela pega com você?

– Sua... – Meu rosto formigou.

– Sua o que? – Érika ria baixinho. – Vadia? Você já me disse isso, várias vezes, naquele dia que eu estava com seu namorado... – E então passou a língua em seus lábios.

– Garotas! Querem compartilhar algo com a classe? – O professor nos encarava sério, e então toda a turma virou-se para nos observar, até mesmo Lola, porém, L não havia expressão alguma em seu rosto.

– Não, senhor... – Disse rapidamente e encarei meu livro.

Rezei para que acabasse logo a aula e sair logo dali, parecia que nunca ia acabar. E então, finalmente acabou, saí disparada dali, então, lembrei-me que hoje teria aula de química. Comecei andar bem devagarinho, pois Lola estaria na aula e David seria minha dupla, como sempre. Eu gosto de ver David, porém, não com Lola lá, para sempre lembrar-me de tudo.

– Olá, Cherry! – Pierre abriu um largo sorriso quando adentrei à sala.

– Olá, senhor Pierre. – Retribui o sorriso.

– Seu irmão já está ali. – Pierre disse de um modo zombeteiro e apontou para o fundo da sala, onde David estava sentado, com os olhos em mim.

– Não seremos irmãos. – Ri.

– Ok, amigos. – Pierre riu. – Vá sentar-se.

– Ok, senhor. – Sorri e caminhei até David.

– Olá, irmãzinha, esqueci que você era minha dupla de química. – Brotou um sorriso em seus lábios. – Já disse que você está linda hoje?

– Pode se comportar, por favor? – Murmurei e sentei-me ao seu lado. – Lola está bem ali. – Sussurrei.

– Ok. – Então ele botou um pouco sua cadeira afastada da minha e começou a fingir ler seu livro de química avançada.

Lola não olhou uma vez sequer para trás, no momento em que eu a observava.

– Cher. – Murmurou David, mas continuava a encarar seu livro.

– Oi. – Respondi, olhando para o quadro, ainda nem havia começado a aula.

– Preciso te perguntar uma coisa.

– Pergunte.

– Classe, bom dia! – Pierre encostou-se a seu birô.

E então a aula começou e agora eu estava extremamente curiosa. Olhei para ele, para que continuasse. Rasgou uma folha de seu caderno e começou a escrever, depois me entregou.

Quer ir ao baile comigo?

Olhei para ele perplexa.

– O que?! – Sussurrei.

– Sim? – Pediu com os olhos.

– Depois conversaremos sobre isso.

A aula passou e eu ainda estava confusa com a pergunta de David. Não poderíamos ir juntos ao baile! Que loucura é essa?

Assim que sair da aula, me deparei com Jean, havia esquecido completamente que iríamos conversar.

– Oi. – Ele sorriu meio sem jeito.

– Oi. – Sorri de volta.

– Vamos conversar lá fora. – Disse Jean caminhando e eu o segui.

Por fim, sentamos na arquibancada do ginásio de basquete, não havia ninguém.

– Então... – Jean suspirou. – Sinto muito por ter feito isso com você....

– Jean. – O interrompi. – Preciso te dizer uma coisa.

– O que foi?!

– Eu não sou mais apaixonada por você. – Disse rapidamente.

– Ah, hm... Entendo. – Ele baixou um pouco a cabeça.

– E eu também cometi um erro. – Falei. – Que nada verdade, eu machuquei alguém bem mais importante na minha vida.

– Ai. – Fez uma careta. – Essa doeu. Mas, me conte... O que você fez?

– Estava com David. – Falei rápido, sua boca de abriu, incrédulo.

– Mas...

– Estamos quits, de alguma maneira.

– Não estamos não. – Jean levantou-se rapidamente. – Você me traiu.

– Você também me traiu. – Revirei os olhos.

– Mas... Eu...

– O que? Você é homem? – Ri ironicamente.

– Não é isso, é que... – Botou as mãos no bolso inconformado. – Ninguém nunca fez isso, geralmente sou eu...

– Que comanda um relacionamento? – Levantei aborrecida. – Francamente, Jean... Está na hora de crescer um pouco, não é? O mundo não gira ao seu redor.

– Uau. – Ele cruzou os braços, mostrando-me meus bíceps, o que me fez encará-los sem querer.

– Sinto muito por... – Cocei a nuca. – É que estou passando por um momento ruim e...

– Qualquer coisa te faz explodir? – Completou ele.

– Sim. – Admiti.

– Não estou bravo. – Jean sorriu.

– Por que ficaria?

– Você me traiu! – Ele riu.

– Você me traiu primeiro! – Ri também.

– Que maluquice. – Murmurou ele. – Não fomos feito para isso...

– Talvez sim. – Suspirei. – Só que não... Nós dois, sabe?

– Lola sabe? – Mordeu os lábios, curioso, e aquilo não me fez efeito algum.

– Sim. – Encarei o chão.

– Que merda... – Murmurou.

– É... – Mexi no cabelo, meio sem jeito. – Foi o que eu quis dizer antes, sabe...

– Mas, sabe... – Jean sorriu. – Escutei uns boatos sobre Lola...

– Quais?! – Por um momento fiquei interessada em fofocas.

– Que ela estava de papo com um garoto do intercâmbio. – Disse ele.

– Isso não muda o fato de que ela esteja zangada comigo. – Suspirei.

– Claro que muda, Cher. – Apoiou sua mão em meu ombro amigavelmente. – Vocês se amam! Isso não pode ficar assim... Por causa de um erro.

– Eu a trai, Jean, isto é um erro gravíssimo. – Suspirei.

– Eu também te traí, e aos poucos você está me perdoando, não é mesmo? – Ele riu.

– Ora...

– Vai ficar tudo bem! – Disse Jean me abraçando. – Sabe... – Continuou agarrado em mim por um momento. – Poderíamos ser amigos.

Continuei em seus braços, o típico perfume de Jean fez-me sorrir.

– Você ainda está com a Érika? – Me libertei de seus braços.

– Mais ou menos. – Fez uma careta.

– Então, não podemos ser amigos. – Ri. – Ela é malvada.

– Você ainda está com David?

– Mais ou menos. – Murmurei.

– Você precisa se resolver com Lola, depois com David. – Aconselhou ele.

– Não imaginei que poderíamos ter uma conversa assim. – Sorri.

– Eu sou bem compreensivo. – Jean deu de ombros.

Saímos do ginásio sorrindo e continuamos a conversar, até que Érika aproximou-se de Jean feito uma cobra e tivemos que nos separar.

Eu estava mais aliviada depois daquela conversa. Nunca imaginei que Jean poderia ter se dado tão bem com uma notícia dessas. Acho que ele realmente se arrependeu do que fez, como eu também. Porém, por um lado, o que eu fiz deixou-me um rastro imenso, onde eu não conseguiria me afastar de David nem se quisesse. Por duas razões: 1) Ele agora faria parte da minha família. 2) Eu realmente estava apaixonada por ele.

Porém, Jean tinha razão... Eu tenho que me resolver com Lola, depois me preocupar com David.

Mas... Como farei isso?


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