Quebrando as regras escrita por Carrie Collins
Notas iniciais do capítulo
Me perdoem a demora, por favor! :( Meu notebook quebrou, provas etc. Prometo que vou escrever mais por essa semana, bjsss
Doeu. Doeu muito. Chegar em casa me fez desabar. Meu corpo estava todo dormente. O que mais poderia acontecer hoje? Um dos piores dias da minha vida? É o segundo pior, desde o dia que mamãe nos deixou.
Este aperto no coração, semelhante ao que senti naquele dia. Eu lembro, pois doeu. Doeu muito.
Separei todas as roupas, sapatos e coisas que Lola havia me dado. O que mais me fez chorar. Eu não poderia mais usar estas coisas, L já não era mais minha melhor amiga. Tirei a roupa que usava, que por acaso era dela também. Deitei e chorei mais. Até adormecer.
− Cher? Querida? – Parecia até sonho, mas quando, com todo esforço, abrir os olhos vi meu pai. – Está tudo bem?
− Sim... – Murmurei meio acordada meio dormindo.
− Por quanto tempo você dormiu? – Perguntou ele, sentando-se na cama, com uma expressão preocupada.
− Eu não sei. Que horas são? – Sentei rapidamente, o que fez minha vista escurecer.
− Tem certeza que está tudo bem, Cher? – Papai perguntou, mas sua voz estava tão longe.
E então tudo voltou ao normal, quando abrir os olhos totalmente, pude ver claramente papai paralisado, me encarando preocupado.
− Estou ótima. – Forcei um sorriso, acho que no máximo, saiu uma careta.
− Não minta para mim, Cherry. – Sentou-se ao meu lado e acariciou meu cabelo.
− Eu... – Pigarreei. – Briguei com a Lola, só...
− Como assim? Vocês nunca brigam... – Franziu o cenho.
− É uma história longa, melhor deixar para lá. – Murmurei rapidamente e me levantei. – Vou tomar banho.
− Você está um pouco atrasada para a aula, filha... – Disse ele.
− O que?! Por quanto tempo dormi? – Virei-me rapidamente incrédula.
− Um dia todo, creio eu. Cheguei ontem à noite e você já estava dormindo.
− Sério? Então... Eu estou atrasada para a aula?
− Sim, uns 20 minutos...
− Ai meu Deus! – Corri para o banheiro.
Tomei um banho rápido e coloquei qualquer roupa. Além do mais, quem ligaria para o que eu estava vestindo? Se nem eu mesma ligo. Agora que eu voltara a ser completamente invisível, tudo até parecia normal...
Quando cheguei ao colégio, não havia mais ninguém na porta, nem nos corredores. Eu tinha uma aula neste momento de química e seria com David, Lola e Jean. Isto poderia ficar pior? Não sabia.
Empaquei na porta, respirei fundo, todavia minha mão não queria abrir a porta.
− Vamos, Cher. Não seja tão medrosa. – Sussurrei.
− Falando sozinha, Cher? – Aquela voz conhecida tomou meus ouvidos como um acelerador de coração.
Virei-me assustada. E lá estava ele. David, em carne e osso. Com aquela jaqueta de couro, uma blusa quadriculada e sua calça surrada. Não havia um sorriso sequer em sua boca. Seus olhos caiam em mim com preocupação.
− Ta tudo bem? – Perguntou.
− N-N-Não interessa. – Abaixei a cabeça, acho que a minha cara estava muito deformada para ele ficar desse jeito.
− Quer matar aula comigo? – David ergueu minha cabeça e deu um meio sorriso. – Você não está bem, vejo que quer conversar.
− Eu e você? Não é uma boa ideia... – Me afastei da porta.
− Você não quer entrar aí e nem eu. – Deu de ombros. – Nada sexual, só conversar...
− Ah, que se dane. – Murmurei. – Vamos embora daqui.
E caminhamos lado a lado apressadamente até a porta. Deixei meu carro lá e fomos no dele. David dirigiu silenciosamente por uns vinte minutos, estávamos indo ao parque.
− Pode me dizer o que houve? – Quebrou o imenso silêncio, quando estávamos no meio do caminho.
− Estou com fome, vamos comprar alguma coisa antes... – Murmurei, ignorando sua pergunta.
David parou em um posto e saímos escolhendo um monte de porcarias que havia pela frente. Depois voltamos ao carro e coloquei o som nas alturas para tocar. Foi então que David pegou uma estrada e estávamos no meio do nada.
− Para onde estamos indo? – Abaixei o som.
− Você vai ver. – Sorriu enquanto dirigia.
− Devo ter medo?
− Sim. – Riu. – Olhe para mim. Sou um serial killer.
− Bobão. – Ri, depois comi um pedaço do chocolate.
Quando finalmente chegamos, o lugar era lindo. Havia uma paisagem linda da cidade, árvores gigantes e um lugar totalmente verde. Era lindo, lembrava-me da casa de campo da Lola.
− Que lugar lindo... – Disse saindo do carro.
− Eu sei. – Deu de ombros, sorrindo. – É meu lugar favorito, descobri quando estava dirigindo meio aborrecido. Tenho mania de sair dirigindo, descobrindo lugares...
− Legal... – Murmurei em seguida me apoiei no carro.
− Podemos conversar agora? – Perguntou ele, apoiando-se ao meu lado.
− Terminei com Jean. – Respirei fundo, depois virei-me para ver sua expressão.
David me olhou, confuso, depois sorriu. Um brilho em seus olhos surgiu.
− Você... O que?
− Não fique feliz. – Murmurei. – Mas você estava certo. Eu fui... Uma idiota, ok?
− O que aquele imbecil fez? – Disse, agora já aborrecido.
− Eu que fui muito burra. – Disse. – Ele estava com Érika...
− Aquela vadia. – Cruzou os braços sério.
− Nossa. – Ri. – Então, eu também sou. Porque eu estava com você.
− Eu não disse isso. – Estreitou os olhos.
− Não interessa. – Sorri. – Eu não ligo.
− Você não é uma vadia. – Aproximou-se mais e colocou uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha.
− Mas é o que eu me sinto agora. – Respirei fundo para não voltar a chorar. – Eu os encontrei na casa dele...
− Filhos da...
− Não é só isso. – O interrompi. – Depois disso... Eu fui falar com Lola.
− Você o que? – Desapoiou do carro e agora estava à minha frente.
− E-Eu contei tudo para ela. – Não consegui conter minhas lágrimas, então abaixei a cabeça, enquanto ele ficou ali, calado.
− Está tudo bem, Cher. N-não fique assim. – David sussurrou para mim, em seguida me abraçou.
Era tudo o que eu precisava. De um abraço.
Seu cheiro de cigarro me envolveu e o seu calor me forneceu aconchego. Eu, por um momento, achei que tudo estava bem. Não por ele ter dito que estava, mas por estar em seus braços e tudo estava tão quente e confortável. David me trouxe um apoio, algo que eu nunca imaginaria que ele pudesse me dar. E eu estava gostando disto, de verdade.
Talvez eu estivesse muito cega antes, com meus sonhos do passado.
Ele tinha razão, eu não era mais a garota de 15 anos apaixonada por Jean Furley.
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