Quebrando as regras escrita por Carrie Collins


Capítulo 3
"Amizade"




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– Será a melhor festa do ano, ok? Estarei te aguardando! – Lola deu uma piscada para o primeiro convidado do time de futebol.

– Posso levar meus amigos? – Ele deu um meio sorriso e ajeitou um pouco, com os dedos, suas madeixas louras.

– Mas é claro! – Ela alargou o sorriso. – Mas o importante é que vá, Derek.

– Estarei lá. – Deu uma piscada, enquanto eu e Lola saíamos andando.

– Acho que ele está afim de você. – Ela sussurrou para mim, depois deu uma risadinha abafada.

– Claro, ele não parava de olhar para você. – Virei os olhos, eu próximo de Lola era mais invisível do que eu mesma sozinha, e ela adorava me iludir.

Eu não sou muito de brilhar, não faz o meu tipo, prefiro ser mais quieta e invisível...

– Você precisa parar de falar que todos só olham para mim, Cher. – Ela bufou. – Você é linda, só precisa mostrar um pouco isso... Oh Meu Deus, olha quem está vindo. – Enquanto ela tagarelava, meu coração sambava no meu peito, enquanto olhava de soslaio para Jean.

Ele estava tão lindo. Com seu cabelo loiro e bagunçado de sempre, aqueles olhos verdes brilhantes e o sorriso de sempre. Seu porte atlético invejável, não é atoa ele estar no time de futebol. Ele era tão lindo...

E então, como sempre, esbarrei em alguém, já estava estressada por ter perdido meu Jean de vista.

– Olha por onde anda! – Resmunguei, ao me virar e me deparar com o galãzinho... David.

– Foi mal, ridícula! – Ele deu um sorriso descontraído, e eu me senti ofendida com as suas palavras, particularmente.

– Quer se vingar? Olha, cara, o único ridículo que eu estou vendo aqui é você. – Ri ironicamente.

– Que bom-humor! – Gargalhou. – Deveríamos nos elogiar mais vezes.

– Claro, seria um prazer! – Sorri cinicamente e dei as costas para ele. – Idiota. – Resmunguei ao voltar a andar até a Lola, que me olhava com reprovação, próximo as suas escra... Ops, amigas.

– Deveríamos nos elogiar mais vezes? Cara, isso foi uma cantada? – Lola andava de um lado para o outro no banheiro, enquanto matávamos a aula de química.

– Eu não sei, mas ele é um completo idiota! – Bufei. – Cai fora, Lola.

– Eu não acredito que ele te cantou, Cher! – Ela parecia não me escutar. – Eu preciso ser você.

– Ele não está me cantando, só querendo vingancinha por ter o chamado de ridículo. – Falei com desdém.

– Ei, o que vocês estão fazendo aqui?? – O zelador apareceu na porta um tanto furioso. – Voltem já para a aula!

Dei de ombros e caminhei para fora do banheiro. Era óbvio que ele não estava me cantando, ele não iria gostar de mim. Eu sou... Eu. Não existem possibilidades de um romance. Até porque ele não é meu tipo, ele é ignorante e idiota!

– Senhoritas Dewes e Grand, se atrasaram? – O professor Pierre deu-nos um sorriso irônico. – Vá já para a sua dupla, Grand... E senhorita Dewes. – Ele me chamou com a mão para que me aproximasse enquanto Grand seguia para um dos garotos nerds que fazia dupla com ela em química. – Cherry, eu preciso que me faça um favor... – O senhor Pierre, não era lá senhor, aparentava ter seus trinta e poucos anos, e era o dos mais atraentes professores. Seus cabelos negros eram curtos e tinha olhos escuros, muito alto e bem musculoso. Usava sempre camisas sociais e uns óculos de grau, que não escondia nenhum pouco sua beleza tipicamente britânica.

– Estou às ordens, senhor Pierre. – Dei um sorriso curto e continuei a fita-lo.

– Meu sobrinho acabou de entrar aqui no colégio, e é novato, como você é uma das minhas melhores alunas... – Ele pigarreou. – Eu queria que o desse algumas dicas e tudo mais, sabe, para ver se ele toma um pouco de juízo.

– Claro, senhor... Como ele se chama? – Pedi a tudo que era de mais sagrado para seu nome não fosse David.

– David Jones. – Pierre sorriu. – Eu iria lhe agradecer muito, e poderia ser alguns pontos extras para a carta de recomendação para uma boa faculdade.

Pelo o menos algo bom vai ter nisso. Mas pensando bem... Eu irei ter que trata-lo bem? Isso definitivamente não estava em meus planos.

– Vou fazer de tudo para que possamos ser bons amigos! – Falei com uma felicidade falsa.

– Que bom que gostou da ideia! – Ele sorriu entusiasmado. – Pode começar sendo dupla dele.

– Mas e a Carrie? – Perguntei.

– Ela vai ficar bem com o senhor Gabriel. – Ele piscou. – E mais uma vez, muito obrigado, senhorita Dewes, espero que se deem bem.

Suspirei dando-lhe as costas e localizando o idiot... Meu querido amigo David. Ele estava com um sorriso divertido brincando em seus lábios, fuzilei-o com o olhar e marchei até ele.

– Bom dia, Cherry Dewes. – Ele deu um sorriso maior ainda. – Sente-se ao meu lado e seja minha dupla.

– Cala essa boca. – Murmurei ao me sentar.

– Que indelicada, achei que queria sua recomendação para a Yale... É Yale que quer fazer não é? Tão longe daqui, achei que quisesse algo por aqui mesmo.

– Seu idiota, foi você não foi? – Sussurrei, além do mais, não queria que meu professor querido, que iria me dar uma carta de recomendação para a Yale, ouvisse.

– Eu? O que eu fiz? – Botou a mão em seu peito e franziu o cenho, parecendo teatralmente abalado.

– Foi você que mandou ele fazer isso. – Falei entredentes.

– Eu aceitaria apenas um: “Obrigada, ridículo, você é tão lindo por ter feito isso por mim!” – Ele fez uma péssima imitação de uma voz feminina.

– Mas sabia que eu iria aceitar e não iria gostar, até porque sabe que eu não gosto de você. – Murmurei para ele.

– Sorria, meu tio está nos observando. – David disse ao sorrir. – Além do mais, sou David Jones.

– Eu já sei o seu nome, queridinho. – Sorri cinicamente.

– Como eu posso te chamar? – Ele pôs um de seus braços sobre a mesa e apoiou sua cabeça nele.

– Cherry Dewes, esse é o meu nome. – Continuei a sorri. – E você precisa parar de me perseguir.

– Não vai dar, eu adoro provocar as pessoas. – Ele deu uma risada abafada ao escrever algo em seu caderno. – Jean comentou comigo de uma tal festa na sexta, você sabe alguma coisa sobre isso?

Como assim? Jean comentou com ele. Como esse garoto ousaria falar com o meu Jean?

– Sei, é da minha amiga.

– A ruivinha? – Perguntou ele.

– O nome dela é Lola. – Murmurei.

– Gostosinha. – David comentou ao copiar algo em seu caderno. – Mas tem cara de esnobe.

– As aparências enganam. – Disse meio que sem pensar, além do mais, Lola me mataria se eu não fizesse o lado dela.

– Como você, que tem aparência de garota nerd e legal, mas não é. – Ele riu.

– Sou legal com quem eu quero, e eu não quero ser legal com você. – Sorri ironicamente. – E você tem cara de malvado, mas na verdade está apenas seguindo uma modinha.

– Não te perguntei nada. – David deu de ombros.

– Não preciso que você me pergunte nada para falar o que eu quero, amigo. – Sorri vitoriosa, ao escrever no caderno algumas anotações do quadro.

Ele riu e ficou calado por um bom tempo prestando atenção em seu celular. Era incrível como ele era ridículo. Aquele cabelo, aquelas roupas idiotas, aquela coisa na orelha e no nariz dele... E sim, eu estava encarando ele fixamente com cara de nojo. Até que ele percebeu, e eu virei rapidamente.

– O que foi? Está me paquerando? – Perguntou ele com certo deboche em seu tom.

– Não mesmo. – Gargalhei um pouco alto, todos olharam para a gente, principalmente Jean, que estava um pouco distante.

– Algum problema, senhorita Dewes? – Indagou o professor ao nos observar, mas eu tinha certeza que no fundo estava feliz por eu estar me dando “bem” com o seu parente.

– Não, senhor, pode continuar. – Abaixei a cabeça e continuei a escrever, eu realmente não gostava de ser o centro das atenções.

Quando todos se viraram, David soltou uma risada baixa. Rasgou um pedaço de papel e escreveu nele, depois me deu.

Você pode me paquerar, eu não me importo, só não precisa botar uma placa para mostrar para a sala toda que está afim de mim.

Ri um pouco de sua letra terrível e do que continha é claro. E escrevi...

Vê se não enche. Se eu tivesse afim de você não te acharia incrivelmente ridículo.

Não sou ridículo, sou lindo... E você sabe disso.

Obrigada pela parte que me toca. E vê se parar de sonhar, cara.

Ele riu, amassou o papel e jogou em mim. Deixei o papel dentro do caderno ao fechar, e me levantei quando tocou para sair. Lola quando se aproximou me puxou pelo braço e seguimos caladas até o estacionamento.

– Me conta tudo. – Foi o que ela disse quando encostamo-nos a seu carro.

– O que? Nos insultamos de novo.. Ah, e ele te chamou de gostosinha. – Falei sem dar muita atenção.

– Gostosinha? Como chegaram nesse assunto? – Lola me encarava com aqueles olhos azuis, eu estava realmente ficando com medo daquela sua obsessão por esse garoto.

– Ele disse que o Jean comentou sobre a sua festa, e eu falei que era da minha amiga, então ele falou que você era gostosinha, mas tinha cara de esnobe. – Falei rapidamente.

– Mas que merda... O que eu faço agora? – Ela murmurava para si mesma. – Como se faz para ser menos esnobe?

– Lola, você não é esnobe. – Ri. – Faz do teu jeito, ele é só outro cara idiota.

– Não, Cher... – Lola disse olhando para o vazio, estava pensativa. – Eu preciso de outro plano... Acha que eu deveria me vestir mais simples? Será que funcionaria? – Ela mordeu o lábio ao observar suas roupas.

Lola usava um salto agulha preto, uma saia rodada azul e uma blusa branca por dentro, com seu gorro roxo, é claro. Seu gorro é a sua marca registrada, é como se fosse sua coroa, demonstra poder. Mas para ela, era um presente de natal que seu pai mandou pelo correio, quando tinha seus 16 anos, a única lembrança que tinha dele, na verdade, para Lola seu gorro roxo era realmente simbólico.

– Eu realmente não sei, Lola... – Suspirei, eu estava cansada desse garoto ser sempre o centro de todas as nossas conversas.


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