Quebrando as regras escrita por Carrie Collins
Aquilo estava latejando na minha cabeça, tudo, na verdade. Não consegui prestar atenção na conversa, muito menos na comida, apenas sorria e ria de tudo que falavam. David como sempre estava calado, algumas vezes o peguei me encarando fixamente, com um olhar de raiva, sei lá o que significava, mas coisa boa não era!
– Foi ótimo! – Papai disse por fim ao pegar nossos casacos. – Um bom começo.
– Também achei! – Jennyffer tinha aquele sorriso estampado no rosto, David agora estava ao seu lado, parecia forçado a ficar ali.
Foi então que percebi o quanto eles se pareciam. Os olhos, a cor do cabelo, o delineado da boca… Era exatamente iguais!
– Bom, melhor irmos embora… - Meu pai disse colocando seu casaco, e então ele abraçou Jenny e em seguida deu um aperto de mão em David, depois acenou sorridente para Pierre que assistia ao jogo.
– Obrigada pelo jantar, Jenny! – Sorri e lhe abracei desajeitadamente.
– Ainda bem que você gostou, querida! – Ela acariciou meu cabelo e depois foi ao encontro de papai, que já andava para o carro.
– Temos que conversar. – Sussurrei colocando o casaco. – Amanhã. Tchau.
Lhe dei as costas sem ao menos esperar resposta, então ele puxou meu braço e seus olhos encararam os meus, de uma forma que David nunca o fez. Era diferente. Como se estivesse com medo, não sei explicar.
– Tchau. – Ele deu um meio sorriso, meio sem jeito, depois me soltou e Jenny apareceu.
– Tchau. Boa noite. – Acenei para os dois ao sair.
Meu pai estava encostado no carro sorrindo feito bobo.
– O que houve, xerife? – Perguntei ao entrar no carro.
– Nada não. – Continuava sorrindo.
Quarta-feira, meu pai tinha ido trabalhar e eu esperava David chegar, estava sentada no sofá assistindo um filme qualquer que passava. Lola me mandou mensagem comentando que David estava frio com ela e Jean ligou contente, anunciando que estava viajando com seus pais, o que me dava mais tempo para resolver esta bagunça toda.
A campainha tocou. Paralisei no sofá, minhas pernas não responderam, alguns segundos depois tornei e estanquei de novo na porta. Quando a abri, lá estava ele, com uma jaqueta de couro preta e um olhar sério. Dei espaço para que ele entrasse e depois fomos para o sofá em silêncio.
– E aí? – David coçou a nuca.
– E aí o que? Que parada é aquela de me querer? – Falei aborrecida.
– Quão delicada você é. – Disse ironicamente.
– Ficou maluco? – O ignorei. – Sabe a diferença de sexo casual e namoro não?
Ele riu.
– Você não pode gostar de mim, entendeu? – Disse. – Principalmente agora, que nossos pais estão juntos.
– Cher…
– Eu ainda não terminei! – Respirei.– Era para isso já ter terminado e nem tocar mais no assunto, mas não, teve que prolongar!
– Cher… – Tentou de novo, estreitou os olhos.
– Eu sempre fui apaixonada pelo Jean, você não entende! Agora eu sou namorada dele, o que antigamente só acontecia nos meus sonhos…
– O seu problema é esse! – Me interrompeu. – Quer realizar um sonho antigo, mas talvez seus sentimentos nem sejam os mesmo! Sua cabeça mudou e na realidade você mal gosta dele, só gosta da ideia de ter dado a volta por cima.
– Eu…
– Agora me escuta, Cher! – Me silenciou. – Você não tem mais 15 anos e nem é a idiota que esperou aquele tempo todo no cinema lá… Você é a Cher, que tem esse sorriso todo sacana e esses olhos tão hipnotizantes. Tão madura quanto Jean, que só pensa em futebol e comer vadias.
– O Jean não é assim. – Murmurei aborrecida.
– Me prove que não! – Disse alto. – Eu acho que o conheço mais profundamente que você.
– Vamos ver.
– E sabe mais uma coisa?? – David aproximou-se com sua cara de bravo.
– O que é? – Perguntei sem paciência.
– Já é tarde demais para você me pedir para te esquecer. – Seus dedos rapidamente entrelaçaram em meu cabelo e aqueles lábios quentes foram para os meus de imediato.
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