Quebrando as regras escrita por Carrie Collins


Capítulo 27
Jantar em "família". Uma conversa necessária.


Notas iniciais do capítulo

Oi!! Desculpem a demora, mas eu trouxe um capítulo fresquinho e generoso para vocês! Espero que gostem, beijinhos.



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Passou alguns dias e eu ainda estava me recuperando da notícia de que David estaria na mesma família que eu. Se meu pai não desse um pé na bunda de Jenny, o que eu estava torcendo para acontecer. Se bem que Jenny era sempre um doce de pessoa, a conheci por esses dias, que ela vinha à minha casa, e por incrível que pareça, ela sempre levava alguma coisa para mim. Alguma coisa com chocolate, meu pai deveria ter comentado que eu amo chocolate. E ela agora estava tentando me agradar, de fato.

Jean me mandou algumas mensagens, mas não nos encontramos desde nossa viagem. Já era quarta-feira e estávamos sem aula, por conta de uma reforma que estavam fazendo no colégio. Lola estava sempre me mandando mensagem radiante, eu não havia contado a ela ainda que David seria meu irmãozinho, temporariamente, é claro.

Estava fazendo meu dever de casa ouvindo uma música aleatória do computador, quando papai entrou no quarto, com um sorriso estampado no rosto, usava sua calça moletom velha e sem camisa. O cabelo todo bagunçado, como se estivesse deitado por muito tempo.

– Oi? – Sorri, virando minha cadeira para ele.

– Tenho uma notícia boa. – Cantarolou papai e jogou-se em minha cama.

– Para mim ou para você? – Indaguei desconfiada.

– Para nós dois. – Rolou na minha cama e em seguida abraçou meu travesseiro. – Sua cama é macia.

– Prossiga, papai.

– Então, querida filha... – Sentou-se próximo de onde eu estava. – Jenny nos chamou para jantar na casa dela, ela vai cozinhar e eu já aceitei. Portanto, não faça esta desfeita ao seu papai e vá se arrumar.

– Ai, pai. – Choraminguei. – Tenho que ir mesmo?

– O que tem demais? Eu sei que você simpatizou com ela.

– Eu não quero simpatizar muito, para depois você jogá-la fora. – Dei de ombros.

– Quantas vezes eu tenho que dizer que não será temporário, Cher? – Deu uma risada rouca e levantou-se. – Acostume-se, talvez seja para sempre.

– Como assim? Para sempre? – Engasguei com a minha própria saliva. – Você pretende ca....ca...

– Casar? – Completou o que eu não estava conseguindo falar. – Quem sabe, se ela mostra-se perfeita como parece ser.

– Perfeita? – Gelei. – Não acha que está indo rápido demais não?

– Para o amor nada é rápido demais. – Papai beijou minha testa e depois foi para a porta, virou-se com um sorriso torto. – Agora fica bem bonita, para mostrar que puxou ao seu pai em todos os aspectos.

Fiz uma careta, ainda tentando ignorar o quanto estava assustada.

– Já estou indo. – Sorri amarelo.

David meu irmão de verdade? Isso definitivamente não daria certo. Meu pai estava ficando maluco! Isso não pode acontecer nunca. Meu Deus! Eu não posso dividir a casa com David!

Depois de muitos surtos e indignação silenciosa, tomei um banho e me arrumei para o tal jantar. Coloquei um vestido preto e um salto que eu estava adaptada, fiz uma maquiagem rápida, definitivamente, não tenho paciência para isto, e então, estava pronta. Papai foi dirigindo sua viatura, seu perfume incensou todo o carro e seu cabelo estava bem penteado.

– Para quê tanto perfume? – Murmurei aborrecida, abrindo a janela e me cobrindo mais com o meu casaco.

– Tenho que estar apresentável! – Ele riu.

Depois ficamos um bom tempo em silêncio, e então entramos em uma rua nada familiar para mim, papai estacionou de frente a uma casa bege de cercado branco, não era luxuosa, porém, bem charmosa. Respirei fundo algumas vezes, eu não sei por que estava tão nervosa, se era por David ou por minha nova “mãe”.

Papai comprara um vinho, que ele segurava com uma das mãos e um buquê de flores noutra.

– Como você é romântico, papai. – Sussurrei ironicamente enquanto nos aproximávamos da porta principal.

– Comporte-se, Cher. – Ele sussurrou de volta.

– Sou um anjo. – Ri.

E então toquei na campainha, esperamos alguns segundos e abriram a porta, como se já estivesse premeditado que estávamos lá. Quem abriu a porta fora Pierre, que estava com uma camisa xadrez bem engomada e um grande sorriso no rosto.

– Boa noite! – Disse ele entusiasmado. – Entrem, por favor...

E então adentramos meio tímidos, claro. Eu puxava mesmo a papai.

– Eu trouxe vinho. – Meu pai sorriu entregando o vinho a Pierre que o pegou sorrindo.

– Ora, vou coloca-lo na mesa, venham. – Falou fechando a porta. – Deixe-me guardar os casacos...

– Ah, claro. – Ri tirando meu casaco e lhe entregando, enquanto ele abria o armário e colocava-os lá.

A casa não era tão grande, porém, bem aconchegante. Havia uma escada de madeira logo na entrada, do lado havia a sala de estar grande, que se dividia em sala de estar e jantar. Havia um sofá grande com um criado-mudo de lado, uma TV na parede, que estava ligada. Havia alguns quadros, na verdade, muitos, com imagens variadas. E do outro lado da sala, estava uma mesa de jantar muito bem arrumada, já com algumas comidas. Do outro lado da escada estava a cozinha, onde Jenny estava com um avental amarrado em sua cintura e um pano na mão. Estava bem charmosa, com seus cabelos loiros soltos e arrumados, um vestido colado ao seu corpo vermelho e um salto gritantemente alto, já que Jenny parecia ser da minha altura, talvez um pouco mais alta, sua estatura ficara normal.

Ela logo tirou o avental e deixou as coisas de lado quando nos viu, desfilou até onde estávamos, me deu um abraço, onde eu pude perceber o quanto ela estava cheirosa também e em seguida beijou meu pai. O que me deixou sozinha naquela cena, já que Pierre havia ido levar o vinho para a mesa. Foi então que resolvi segui-lo, quando ele sentiu minha presença voltou a abrir um sorriso.

– Como anda na escola, Cher? – Sentou-se no sofá e fez sinal para que eu sentasse também.

– Estou bem, senhor. – Sentei-me. – Ainda não desistir do que eu quero.

– Ainda? – Ele riu. – Não se pode desistir. E me chame de Pierre, não estamos no colégio.

– Me desculpe. – Ri meio sem jeito.

– E meu sobrinho? Soube que vocês se dão bem. – Coçou a nuca ainda sorrindo.

– Sim, nos damos bem. Por falar nisso, onde ele está? – Perguntei, já que era para sofrer, tem que sofrer logo.

– Lá em cima, estava fazendo um dever de casa, parece. – Explicou. – Se quiser, pode ir lá... A segunda porta à direita.

– Eu vou... – Sorri e levantei-me.

Caminhei insegura até a escada e a subi. Quando cheguei à porta, hesitei. Mal coloquei a mão na maçaneta e ela abriu-se. David estava lindo. Seus olhos pareciam mais azuis e seu cabelo mais bagunçado, o que o deixara mais bonito. Usava uma camisa preta e uma calça jeans surrada. Quando ele me viu, não sorriu, ficamos nos encarando por um longo segundo.

– O que você está fazendo aqui? – Estreitou os olhos, parecia aborrecido a me ver.

– Não vai me convidar para entrar? – Disse sarcasticamente.

David deu espaço para que eu entrasse e eu entrei. Seu quarto não havia nada demais, tinha uma cama de casal, uma TV, alguns pôsteres de banda, um computador em uma mesa de estudo e um armário não muito grande. Me sentei na cama e continuei a encará-lo.

– Pode me dizer o que você está fazendo aqui? – Continuava a me tratar com frieza.

– Primeiro precisa me responder uma coisa. – Disse. – Por que diabos você ficou assim comigo de uma hora para outra? O que eu te fiz?

– Ah, ta explicado. – Me ignorou totalmente, sentando do outro lado da cama. – A comida toda que mamãe fez, para chamar seu pai. Você gostou da notícia?

– Me. Responda. – Falei impaciente.

– Eu só não queria que você trepasse com o Jean, ok? – Murmurou zangado.

– Ele é meu namorado, David, você precisa entender isto. Não podemos continuar com isso. – Sussurrei. – E eu gosto dele.

– Mas eu não gosto da Lola, ok? E muito menos dele. – Bufou. – Eu quero você.

As palavras saíram tão facilmente da boca dele que eu fiquei por um momento tomando nota desta informação.

– V-você o que? – Gaguejei, não o olhava mais.

– É, Cher. – Murmurou. – Quero você, está bem? Percebi que a Lola não é o que eu quero.

– Crianças? – A voz de Jenny ecoou no quarto e então ela apareceu na porta. – Vamos jantar?

– Vamos! – Sorri, ainda dormente das informações, e fomos andando para a mesa, com David logo atrás.

Estremeci com a possibilidade de Jenny ter escutado nossa conversa. Este segredo poderia acabar com muita coisa.


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