Quebrando as regras escrita por Carrie Collins


Capítulo 23
Um jogo. Uma conversa desejada. Cozinha. O melhor dia da minha vida.


Notas iniciais do capítulo

Fiz um capítulo meio longo, para recompensar os dias que passei sem escrever. Espero que gostem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/458961/chapter/23

Quando voltamos para casa, por conta do frio, nos deparamos com David e Jean sentados no sofá tomando cerveja. David tragava um cigarro enquanto ria de alguma piada que peguei pelo meio, de Jean. Dei um meio sorriso quando ele me encarou. Seus olhos azuis queimaram em mim por um breve momento. Lola sentou-se ao seu lado e reclamou baixinho sobre ele estar fumando. De fato, eu nunca via David fumando, só às vezes sentia em sua roupa o cheiro de tabaco, o que não era ruim. Eu adorava o cheiro.

Sentei-me ao lado de Jean e lhe roubei a garrafa de cerveja. Dei um gole e o devolvi.

– Mudemos de assunto, David. – Jean riu e deu-lhe uma piscadela.

Eu dei uma cotovelada em sua barriga e perguntei do que estavam falando, e ele apenas riu e murmurou um “coisa de homem”.

– Do que vamos falar agora? – Lola riu.

– Vamos jogar alguma coisa. – Jean palpitou.

– Jogo da verdade? – L disse.

– Não. – Eu e David falamos em uníssonos, temíamos do mesmo mal, de fato.

– Vamos fazer assim... Cada um fala o melhor e o pior dia de suas vidas, e quem disser os fica imune de beber. – Disse, era um jogo para deixar pessoas embriagadas, e consequentemente, poderia até fazer David ir para cama com Lola. Ou não, eu particularmente, torcia pelo não.

– Ta, vou pegar as bebidas. – David levantou-se e caminhou até a cozinha. – Cher, vem cá, qual é a melhor garrafa?

– To indo. – Me levantei e fui até a cozinha, eu sabia que era uma desculpa para ficarmos as sós, o que parecia ser uma péssima ideia.

– Vamos fazer umas batidas! – Ele falou alto o bastante para eles ouvirem, enquanto me encarava de braços cruzados, encostado no balcão. – Pegue o gelo para mim, por favor, Cher.

– Querem ajuda? – Lola gritou da sala.

– Não vai precisar, amor. – Ele respondeu. – A Cherry estava se gabando hoje mais cedo de que aprendeu a fazer batidas, quero ver se é verdade.

Ele mentiu. Eu nem sabia por onde começar. Quando ele pôs tudo dentro do liquidificador, me puxou pelo braço para perto.

– O que vocês estavam falando lá fora? – Ele sussurrou, se referindo a Lola.

– Sobre você. – Admitir, em um sussurro apressado. – Por que diabos você não quer transar com ela?

Ele parou por um momento, seus olhos me encarando, ficou meio perdido em seus pensamentos.

– Sério isso?

– Claro. – Dei de ombros.

– É que eu... – Pigarreou alto demais.

– Você o que? Ela é sua namorada, transe com ela! – Sussurrei meio que brava, não era exatamente o que eu queria, mas devíamos nos manter discretos... Ou quase isso, já que não iríamos mais ficar. Ou não. Eu não sei...

– Eu não transo com mais de uma garota no mesmo período. – David sussurrou de volta. – É meio que uma coisa minha.

– Uma coisa sua? – Cruzei os braços, o liquidificador estava fazendo barulho já fazia tempo. – Quebre as suas próprias regras.

E então ele o desligou. Colocou aquele líquido roseado nos devidos copos, enquanto eu pegava dois, David me abraçou por trás. Prensando-me no balcão, puxou um pouco meu cabelo e apertou minha coxa.

– Eu não consigo parar de pensar em você nua. – Ele sussurrou no meu ouvido de um modo sedutor, o que fez todo o meu corpo estremecer.

Depois se afastou, colocou a garrafa de vodca embaixo do braço e pegou os outros dois copos. Então seguimos para a sala, onde estavam os dois distraídos, vendo tevê.

Sentei-me de volta ao lado de Jean e lhe entreguei seu copo.

– Vamos começar. – Lola disse e bebericou seu drink. – Isto está bom! Quem fez?

– Cher. – David falou rapidamente, eu ia dizer que foi ele, mas não tive outra escolha, a não ser, ser o barman da noite.

– Então, quem começa? – Jean disse. – Está delicioso, Cher. – E me deu um beijo no rosto, seus lábios gelados e molhados devido a bebida.

– Eu começo! – Lola sorriu. – O melhor dia da minha vida... hm.... Deixe-me pensar.

– Não vale pensar. – Ri, me aninhando mais no sofá.

– Acho que o melhor dia foi quando conheci Cher. – L corou. – Eu estava triste por perder meu cachorrinho, e então, quando finalmente o encontrei, achei uma garota saltitante e parecia instantaneamente feliz. Bem diferente da Cherry de hoje, mas enfim... E Quando ela me disse seu nome, eu ri um pouco e disse que minha mãe havia feito uma torta de cereja, perguntei-lhe se não queria ir à minha casa provar.

– Isso foi fofo, L. – Sorri. – Fiquei com ciúmes dessa tal garota com nome de fruta.

– Bobona. – Ela riu.

– Ta, agora é a minha vez. – Cocei a nuca e refleti. – Quando eu tinha 8 anos, meu pai preparou uma festa para mim, com tudo o que tinha direito. Tudo era tão rosa. E então ele convidou todas as garotas da minha escola, e eu estava vestida de princesa... Soa ridículo, mas naquele dia, eu estava realmente me sentindo uma. Lembro-me de Lola toda sorridente, e sempre dizia o quanto a festa estava linda, e de como queria ser uma princesa também. Porém também, fiquei mais feliz, quando meu pai me levou até a porta de casa, e minha mãe de repente saiu do carro e me entregou um grande embrulho. Disse que me amava, e que voltaria em breve. Foi isso...

– Nossa... – David me encarava sorrindo.

Eu estava demonstrando meus sentimentos, e isto estava um pouco estranho.

Tudo ficou em silêncio por um momento.

– Melhor dia da minha vida foi quando eu perdi a virgindade, mas eu não quero dar detalhes. – David disse com um sorriso malicioso, depois riu. Ele era tão sincero, malicioso e ousado... Sempre. Era uma das coisas que eu admirava nele, eu sempre quis ser assim, ao contrário, sou uma boboca que fala sobre sua festinha de princesa.

– Jean? – Lola o encarou.

– Acho que o melhor dia da minha vida... hm... Foi quando meus pais reataram o casamento, depois de uns meses brigados. Eu tinha 10 anos, e aquilo parecia o fim para mim. Mas quando me deparei com papai de volta em casa, foi como se eu tivesse ganhado o melhor presente de todos, naquela época... Foi um dia legal.

– David perdeu. Quem ganhou? – Eu perguntei.

– Por que eu perdi? – Fez bico. – Quer detalhes da minha primeira transa? Eu posso dar... – Seus olhos me desafiaram.

– Não, por favor... – Fiz uma careta.

– Você ganhou, Cher. – Lola deu um sorriso meigo.

Todos beberam, menos eu. Todos viraram seus copos. Já vi que iriam se embriagar, e aquilo seria apenas o começo...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Quebrando as regras" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.