Quebrando as regras escrita por Carrie Collins


Capítulo 2
Uma garota chamada Cherry, envergonhada e estupidamente zangada!




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– Cherry. – Alguém exclamou atrás de mim, uma voz totalmente reconhecível, eu estava saindo da prova, totalmente perturbada. Lola andava rápida e seus olhos azuis estavam furiosos enquanto seus saltos pisavam furiosamente o chão. – Venha comigo, agora!

– O que houve? – Perguntei enquanto me sentava em um dos bancos da arquibancada, havia alguns garotos do time jogando no campo.

– David disse a Pietro que eu não sou o tipo dele! – Ela exclamou, parecia indignada. – Como ele pôde dizer algo assim? Eu sou o tipo de todos!

– Pare de rir! – Lola me deu uma cotovelada. – Eu mandei Pietro perguntar o que achava de mim, e ele disse que não gosta do tipo de garotas que não tem nada aqui. – Ela apontou com o indicador para sua cabeça.

– Francamente, Lola. – Tentei segurar um pouco o riso. – Você se incomoda tanto assim com o que ele pensa?

– Mas é claro! Ele iria ser meu affair, Cher! – Pôs a cabeça entre suas mãos emburrada.

– Você não percebeu, Lola? – Sorri.

– O que? – Ela franziu o cenho.

– Você não é realmente o tipo dele, ele deve gostar de...

– Já sei! – Levantou-se, e toda contente parecia ter uma ideia magnifica. – Ele é gay! Isso é óbvio. Vou procurar saber, obrigada, branquinha! Amo você. – Me deu as costas e saiu andando.

– Garotas do mesmo estilo que ele... – Disse em vão, já era tarde demais para mudar a ideia dela, mas tudo bem...

Comecei a caminhar sem rumo pelo campus, faltava uma hora para a minha próxima aula e eu não tinha absolutamente nada para fazer. Voltei a sentar na arquibancada e observei os garotos jogando. Os caras do time de futebol eram incrivelmente atraentes, eu apenas estava apreciando a vista.

– Cherry! – Érika acenou no gramado. Érika era uma das escravas de Lola que eu mais adorava, na verdade, era a única que me dava uma atenção e que não pensava só em chamar atenção.

– Olá Érika! – Sorri enquanto ela subia até o meu banco.

– Você vai ter aula de história comigo daqui a pouco não é? – Sentou-se ao meu lado enquanto comia alguns amendoins.

– Sim. – Assenti.

Érika era uma daquelas garotas que aparentavam ser quietas e educadas. Tinha madeixas longas e louras, usava uma tiara fina vermelha, seus olhos tinha cor de chocolate e sua pele era tão aveludada que parecia uma boneca. Ela não era muito exagerada e quando estava em grupo sempre era calada. Não tínhamos tanta intimidade, porém Érika é uma ótima pessoa de se passar o tempo.

– Onde está Lola? – Quebrou o silêncio de alguns minutos.

– Bolando planos malignos, como sempre. – Bufei, ela riu.

– Quer? – Ofereceu seus amendoins. – É por causa do novato?

– Não, obrigada. – Sorri.– Ela te disse?

– Sim, ela disse que ele seria seu novo affair. – Disse.

– Exatamente, agora ela colocou na cabeça que ele é gay.

– Gay? Por quê? – Franziu o cenho.

– Porque ele não olha para as meninas. – Menti, eu não iria abrir um jogo com uma das escravas de Lola, além do mais, eu não sei o que ela pode fazer com isso.

– Gay ele não é. – Ela deu de ombros. – Ele olhou para mim e sorriu... Tão lindo.

– Lindo? – Bufei. – Até você?

– Você não o achou bonito? – Érika me encarou, mas depois parecia olhar para o nada, ao meu lado.

– Claro que não. Ele é estranho, tem uma coisa no nariz... Ridículo. – Eu estava com a sensação de estar falando sozinha, já que ela não parava de mirar o nada.

– Isto se chama piercing no septo. – Uma voz masculina e um pouco rouca falou atrás de mim, gelei completamente.

Merda, merda, merda! Virei devagar e me deparo com o “galã” do colégio. Ele tinha um sorriso sapeca nos lábios e me encarava ao arquear sua grossa sobrancelha.

– Ah, obrigada por me informar. – Fui seca, depois sorri debochada. Qual era a dele? Ouvir conversa alheia? Eu estava envergonhada, mas ele foi o intrometido da história.

– Por nada... – Cruzou os braços e continuava a me encarar. Seu sotaque britânico era percebível, e seu sorriso extremamente alvo. – Obrigado pelo elogio...

– Ora, foi você que estava ouvindo a conversa alheia. – Dei de ombros.

– Eu tenho essa mania. – Ele fez uma careta. – Principalmente quando o assunto é sobre mim.

– Olha só a hora, preciso ir para a aula. – Falei falsamente e comecei a descer os bancos.

– Foi um prazer conhece-la! – David gritou de lá de cima.

– Não posso dizer o mesmo! – Respondi de volta e acenei.

– Qual é o seu problema, Cherry? – Lola andava de um lado para o outro no meu quarto. – Você não poderia ter dito ao menos: Foi mal ter te chamado de ridículo, você é lindo!

– Claro que não! – Gargalhei e joguei uma almofada nela, para que parasse de andar que nem uma louca.

– Meu Deus! Você deveria ter feito amizade com ele, não tirado todas as esperanças possíveis de algum laço de amizade. – Sentou-se ao meu lado na cama.

– Lola, por favor, ele é um idiota. – Bufei. – Podemos parar de falar dele?

– Não, ele precisa ser meu, Cher! – Ela choramingou.

– E o Bruno? Você não estava afim dele?

– Bruno é passado! Além do mais, ele é um idiota, eu quero o Davidzinho. – Miou.

– Eu não mereço isso. – Reclamei ao deitar na cama.

A tarde passou rapidamente, mas Lola já havia bolado outro plano para ter David em sua mão.

– Como eu não pensei nisso antes, Cher? – Ela dizia ao apertar as teclas do computador furiosamente. – É um plano mestre.

– Como você sabe que ele vai para uma festa na sua casa, Lola? – Eu estava sentada na cama, encolhida abraçada as minhas pernas.

– Todos vão as minhas festas, Cherry! E você também irá. – Lola virou-se para mim com um sorriso maligno brotado em seus lábios. – Vou te arranjar uma roupa, ajeitar teu cabelo, tua maquia...

– Para tudo! – A interrompi. – Eu não quero parecer com as suas escra... Amigas!

– Elas não são minhas escravas, e você não vai parecer com elas. – Ela levantou-se com as sobrancelhas arqueadas. – Você será mais bonita que elas. Mas eu serei mais, até porque sou eu que vou tomar o coração de David.

– Eu vou deixar, só porque estou de bom-humor, ok? – Bufei.

– Te amo, sabia? Você vai ficar linda com a roupa que eu estou pensando! – Ela bateu palmas, empolgada. – Agora vou para casa, eu tenho muito o que fazer, Cherzinha.

– Vai logo, antes que eu mude de ideia! – Ri ao me deitar.

– Ok, ok! Tchauzinho!


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