Quebrando as regras escrita por Carrie Collins


Capítulo 1
Garoto estranho.




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O frio estava pior do que todas as outras manhãs de inverno. Esfreguei minhas mãos várias vezes, na tentativa de esquentá-las. Suspirei. Meu pai mal tinha acabado de acordar e lá estava eu, indo com sorrisos forçados para aquele lugar cheio de gente fútil. Mas havia uma razão para que eu me forçasse a ir todas as manhãs... Jean. Oh, Jean, que consegue arrancar meu coração e esmaga-lo com uma de suas belas e masculinas mãos. Até hoje me pergunto por que não nos encontramos naquela noite, mas nunca iria pergunta-lo, apenas irei fingir que nunca nos conhecemos.

Além do mais, o que Jean iria ver em mim? Não sou nada além de: Uma garota de longos cabelos negros e lisos, com 1,58 de altura, 18 anos, pele branca como a neve... Sim, adoram me chamar de branca de neve. Olhos azuis e um corpo legal, modéstia parte. Minha amiga Lola adora me chamar de branca de neve, na verdade, mal vejo semelhança entre mim e ela. Branca de neve é uma moça tão bonita, além do mais foi a mulher mais bonita do palácio, por isso rolou confusão.

– Bon Jour! – Seu grande e alvo sorriso me deu boas vindas como fazia todas as manhãs. Lola estava incrivelmente bela, pergunto-me como. Seus cabelos ruivos faziam leves ondulados, suas sardinhas tipicamente avermelhadas, usava seu manjado gorro roxo.

– Bon Jour, Lola. – A respondi enquanto caminhava ao seu lado para dentro do campus.

– Como foi seu fim de semana? – Me perguntou ao acenar para uma de suas “escravas”. Sim, Lola era uma espécie de abelha rainha, a mais bem vestida etc e tal. Eu? Eu não era nada, apenas sua melhor amiga de infância que se nega a mudar da aparência, como as outras garotas. Eu me vestia normal, calça jeans e tênis, enquanto ela adorava usar seus saltos agulhas e roupas da tendência.

– O de sempre. – Dei de ombros.

– Que monotonia, branca! – Miou. – Você precisa urgentemente de agitação.

– Suas agitações? Não, obrigada. – Ri.

– Sem graça. – Lola me mostrou a língua, como uma criança de 8 anos. – Cara, Cher, você não sabe o que rolou na festa da Tiff!

– Tiff? Lola, você me disse que odiava essa garota. – Ergui a sobrancelha.

– Shhh... Isso é segredo. – Disse ela colocando o indicado em meus lábios, depois ela tirou seu dedo e o fitou. – Hmmm, Cher, você passando brilho labial? – Lola sorriu maliciosamente. – Acho que o Jean iria adorar prova-lo! – Ela sussurrou em meu ouvido e depois gargalhou.

– Cala essa boca, Lola! – Ri, e então percebi que caminhava só. Andei pateticamente de ré alguns passos e a encarei. – O que foi?

– O que é aquilo, Jesus? – Murmurou ela. – É uma miragem, Cher?

– O que? Aonde? – Indiscretamente comecei a procurar algo diferente no corredor, mas não achei nada além de pessoas.

– Credo, seja discreta. – Lola pegou o seu pequeno espelho e retocou seu batom vermelho. – Jaqueta preta.

Finalmente achei o que ela comentava. Era um garoto alto, ok, tudo era alto comparado a mim, mas ele deveria ser do tamanho de Lola. Que era bem alta, por acaso. Cabelos castanhos claros e bagunçados, olhos azuis parecidos mais com dois pedacinhos do céu. Tinha uma tatuagem no pescoço e piercing no nariz... Como deve se chamar aquela coisa? Piercing de touro? Que patético.

– Que merda é aquela no nariz dele? – Fiz uma careta.

– Ora, um piercing no septo. – Lola deu de ombros, como se fosse a coisa mais normal do mundo.

– Eca. – Ri. – Lola, ele é repugnantemente estranho.

– Cher, você está precisando urgentemente de uns óculos! – Ela sorriu. – Vou lá, beijinhos!

– Para onde você vai? Lola? – Perguntei, mas ela já estava entretida demais, desfilando glamourosamente até o novato.

Apertei os livros contra mim e caminhei normalmente para a sala de aula. Tudo bem que fui pisada algumas vezes, esbarrada... Mas essas são as desvantagens de ser invisível. Quando estou com Lola, continuo invisível, até porque ela é sempre o foco. Lola sempre foi assim, desde que tinha seus 11 anos, quando sua mãe casou-se com o solteiro mais cobiçado da cidade. Então a senhorita Grand tornou-se uma senhora de negócios, e sua filha, Lourdes Grand foi mimada de todas as formas possíveis. E agora é a garota mais desejada e invejada do colégio.

– Cher, sente-se aqui! – Alisson levantou o braço e o balançou para que eu pudesse vê-la.

Alisson era uma daquelas típicas nerds. Era legal – um pouco estranha, às vezes – e tinha uma coleção de óculos de grau diferente, usava um em cada dia.

– Olá, Ali. – Sorri e sentei-me ao seu lado.

– Estudou para a prova de espanhol? – Me perguntou sorridente.

– Mas é claro. – Dei de ombros, era óbvio, o que eu tinha feito o final de semana inteiro.

– Cher! – Exclamou Lola da porta. – Venha cá!

Mas que droga, o que ela queria agora? Lola parecia entusiasmada. Levantei-me e fui até ela.

– O que foi? Diga rápido antes que o professor chegue! – Falei rapidamente dando alguns passos para fora da sala.

– O nome dele é David! – Ela começou a falar. – Ele tem 19 anos, mudou-se faz pouco tempo de Londres, e é solteiro.

– E o que é que tem? – Cruzei os braços encarando-a séria.

– Ele será meu novo affair, não percebeu? Somos feitos um para o outro. – Lola alargou um sorriso e bateu os cílios freneticamente.

– Você fala como se tudo já estivesse certo, que quando você estralar os dedos ele estará aos seus pés. – Ri.

– Por que está rindo? É claro que vou fazer um esforcinho, mas ele será meu até o final dessa semana.

– Que garota má. – Insinuei.

– Beijinhos no seu coração – Ela soltou alguns beijos estralados e virou as costas, depois olhou novamente e sorriu. – Boa prova, Cher.

– Obrigada, Lola. – Pisquei para ela e voltei para a sala.


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