Mr. Queen escrita por LelahBallu


Capítulo 9
Capítulo 08 –  Juntos.


Notas iniciais do capítulo

Olá amores, eu sei que demorei, peço desculpas por isso, mas esse capítulo foi complicado para sair, primeiro vem a famosa falta de inspiração,então quando chega meu computador precisa de reparos, não demorou muito ele volta para minhas mãos, mas ai eu estou com o quê? Torcicolo, não podia mover a cabeça para direita ou para baixo, fica meio difícil digitar assim, ai depois de remédios e massagens, me vêm o quê? Inflamação na garganta, a essa altura eu penso em me benzer, mas já estou um pouquinho melhor, eu ia postar ontem cheguei a falar isso para uma leitora (Que iria postar), mas a enxaqueca atacou, então deixei em suspenso, mas hoje graças a Deus estou postando esse capítulo.Tinha postado The Road antes, apenas por que era um capítulo já pronto e deixei vocês esperando demais.
Quero agradecer a Gercisales pelo carinho e desejo de melhoras no Twitter, e dedicar esse capítulo a querida Bah (OlicityVeryCute aqui no Nyah!), por quem falo via whats, obrigada pelo carinho e incentivo de vocês.



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Ele sorriu para mim, eu não resisti e correspondi ao seu sorriso, fitamo-nos longamente até que tudo parecia está impregnado de tensão sexual, seus olhos de alguma maneira estavam mais escuros, e encaravam os meus lábios de uma forma que não havia como ignorar suas intenções, ele se aproximou lentamente, suas mãos descendo até minha cintura, me puxando tão fortemente a si, determinação transparecendo em cada movimento seu, um predador espreitando sua presa, a diferença era que eu sabia o que estava por vir, eu poderia dizer sim ou não, nossas respirações mesclavam-se, ele estava tão perto, tão perto como nunca esteve antes.

–Oliver. – Sussurrei antes de finalmente me render e tocar meus lábios nos seus.

– Vista-se. – Franzi o cenho ao escutar a voz feminina exigir. O que me deixava confusa, eu ainda estava vestida, e uma voz feminina sair da boca dele fez com toda certeza que as coisas esfriassem. – Fel, acorda! – Dei um pulo da cama ao escutar a ordem, franzi o cenho ao notar Thea parada aos pés da minha cama, os braços cruzados, sua posição implicava que nada do que eu dissesse impediria qualquer que fosse os planos que passavam em sua mente. Suspirei, e finalmente absorvi o fato que Thea estava no meu quarto, as 08:00h da manhã em um sábado.

– O que diabos você está fazendo aqui? – Reclamei. – E como você entrou?

– Essa não é maneira de receber uma amiga. – Me recriminou.

– Isso não responde nenhuma das minhas perguntas. – Retruquei jogando minhas cobertas de lado.

– Ok. – Suspirou. – Eu tenho notado que você e meu irmão estão cada vez mais estressados, eu não sabia que ser C.E.O daria tanto trabalho, mas vocês precisam de uma folga.

–Nós? – Perguntei confusa. Minha mente ainda estava atordoada pelo fato que instantes antes eu estava prestes a beijar Oliver, em um sonho, mas eu estava prestes a beija-lo, e Thea ter sido a pessoa que interrompeu me deixava profundamente envergonhada, será que eu falei seu nome enquanto dormia?

– Sim. – Repetiu por um momento pensei que ela tinha escutado minha pergunta. – Vocês precisam de uma folga, por isso que ele está em sua sala. – Tudo que consegui foi encara-la sem palavras. –Não quero que fique chateada, vou levar vocês dois para passar o final de semana em uma “casa de campo” comigo e Roy, vamos voltar segunda à tarde, por isso preciso que você se arrume rápido, leve apenas o básico, qualquer coisa que precise Oliver dará um jeito, e eu consegui entrar por que fiz um uma cópia de suas chaves quando você pediu para que eu olhasse seu apartamento quando viajou.

– Oliver está em minha sala? – Repeti me sentindo ridícula.

– Fico feliz que tenha que tenha se fixado apenas nesta parte, enquanto eu falav... Essa camisa é de ollie? – Perguntou me encarando em um misto de confusão e diversão.

– Não podemos voltar segunda à tarde Thea. – Falei a ignorando de forma proposital.

– Por que não? – Perguntou caminhando até meu guarda roupa e revirando-o. – Segunda é feriado, e meu irmão é a porra do C.E.O, isso deveria ser útil em algum momento. – O problema não era a QC e sim nossas atividades noturnas, o único motivo que eu estava dormindo até as 08:00 mesmo sendo em um sábado era que eu tinha chegado em casa as 04:30 e só havia conseguido dormir após muito tempo me revirando na cama, eu adoraria um descanso, mas não podíamos nos dar o luxo, não com uma nova vigilante por ai, e com Laurel fazendo armadilhas para prender Oliver, digo, o arqueiro, de qualquer forma eu duvido que Oliver tenha concordado com Thea sobre isso, eu queria tanto conversar com Thea abertamente sobre meu dia, mas eu não podia e isso dificultava tanto as coisas.

–Sua língua está meio sujinha hoje. – A provoquei ainda assimilando tudo.

– Fala à garota que acordou dizendo “O que diabos...”

– Não é a mesma coisa. – Retruquei.

– Aqui. – Jogou algumas peças de roupa que me apressei em pegar. – Vista isso, escova os dentes, e beba alguma coisa antes de sairmos, vamos comer no caminho.

–Thea... – Protestei.

– Vocês vão demorar muito? – Girei meu corpo para a porta encarando Oliver.

– Oliver!

– O quê?

– Sai do meu quarto.

– Não seja tímida. – Sorriu e piscou. – Gostei da camisa. – Falou antes de sair, Thea ria abertamente.

– Eu acho que isso responde a minha pergunta sobre a camisa. – Falou antes de me empurrar até o banheiro. – Apresse-se, Roy também está nos esperando, e é capaz dele e Oliver se matarem se demorar. Eu arrumarei sua mala, e eu quero saber como conseguiu essa camisa. – Gritou ao perceber que eu havia fechado a porta do banheiro.

Oliver com certeza devia ter algum plano para se livrar disso, não é como se ele pudesse abandonar as atividades de vigilante agora, na verdade eu achava que sim, ele tirar um dia ou dois ao menos para não ficar insano com tantas coisas ruins que acontece ao nosso redor, era possível, mas Oliver por trás de suas brincadeiras e humor sarcástico era bastante sério, ao menos enquanto vigilante, então ele sempre era contra a ideia dele descansar, ele não se importava se eu ou John precisávamos dar um tempo, mesmo que pequeno do nosso covil, mas ele nunca parava.

– Você concordou com isso? – Perguntei assim que sai do meu quarto.

– Bom dia Felicity. – Roy murmurou irônico, enquanto me entregava uma xicara de café. Eu o ignorei e voltei a encarar Oliver.

– Você sabe que é difícil dizer não a Thea. – Deu de ombros, e se aproximou quando Roy foi até Thea que estava em minha cozinha, revirando minhas “gordices”, sua voz diminui de tom quando ficou ao meu lado. – Ela está nervosa com o julgamento da nossa mãe se aproximando. Ela precisa se distrair com seu namorado, sua melhor amiga, seu irmão...

– Eu sinto um “e” vindo por ai. – Franzi o cenho estranhando.

– E Laurel. – Completou.

– Ela convidou Laurel? – Perguntei incrédula, ele se mexeu inquieto com o olhar quase... Culpado. Então ergui minha voz. – Você convidou Laurel?

– Eu sabia que ela iria pirar. – Thea falou se aproximando. – Você poderia ter esperado a gente descer e que fosse muito tarde para ela desistir.

– É muito tarde para ela desistir. – Ele a corrigiu.

– Não. Não é. – Neguei.

– Qual o problema de Laurel ir conosco? – Perguntou parecendo genuinamente confuso, Roy soltou uma risada irônica e Thea levantou as mãos para o ar como se pedisse paciência. – O quê?

– Você só pode está brincando. – Roy comentou agora sério. – Elas não se suportam.

– Isso é exagero. – Defendi-me, mas chegava perigosamente perto, não é que nos agredíssemos de maneira física ou em palavras quando nos vemos, mas Laurel não esconde que não simpatiza muito com a minha pessoa, e eu não fico muito atrás, mas como eu ia dizer a Oliver que não gostava da garota que ele colocava em um pedestal?– Ouça, eu tenho muito o que colocar em dias aqui em casa, vocês podem ir sem mim. Divirtam-se.

– Sem chance. – Thea exclamou.

– De jeito nenhum. – Roy falou ao mesmo tempo em que Oliver dizia” o inferno que não vai”.

– E você pretende me levar à força? – Perguntei em meio a uma risada sarcástica. – Ok eu vou! – Falei quando ele deu dois passos em minha direção, não havia dúvida que a cena da boate ia acontecer novamente. – Mas não me culpe caso nós duas nos matemos.

– Isso não vai acontecer. – Sorriu.

– Não tenha tão certeza disso. – Murmurei. Bebi rapidamente meu café, entreguei minha mala a ele e fechei meu apartamento, desci ainda irritada com essa viagem forçada. O que Oliver tinha na cabeça? Eu, ele e Laurel? Ele é um idiota? Essa era a ideia dele de fim de semana relaxante? Ele estava tão enganado.

– Pare de fazer bico. – Comentou ao meu lado.

– Eu não faço bico. – Retruquei.

– Thea você tem um espelho com você? – Pediu a Thea sorrindo. – Eu preciso mostrar algo a Felicity. – Acrescentou quando Thea o olhou confusa por cima do ombro.

– Não me faça joga-lo escada a baixo. – Resmunguei.

– Não a provoque ollie. – Thea pediu dando espaço para passamos em sua frente.

– Isso acabaria com toda a diversão. - Comentou.

– Você parece... Feliz. – Deixei a surpresa transparecer, ele andava ainda meio sombrio sobre Tmmy, sua mãe... Tudo. Mas essa viagem parecia realmente está o animando, ele estava sorrindo, e não digo como aqueles sorrisos ensaiados que ele exibia para sua família com o intuito de fingir que tudo está bem, quando na verdade não está. Ele parecia prestes a responder, mas o que ele ia dizer ficou em suspenso, pois chegamos a frente ao seu carro, no qual Laurel estava encostada.

– Felicity. – Cumprimentou-me.

– Laurel. – Devolvi.

– Thea você está levando casaco? – Roy perguntou ganhando um olhar de advertência de Thea. – A previsão é de frio, congelante. – Eu conhecia Roy e sabia muito bem que ele estava brincando a nossas custas.

– Desculpa a demora Laurel. – Thea pediu sorrindo. – Tivemos que acordar Felicity.

– Sem problemas. – Deu de ombros. – Fui eu que preferi não subir de qualquer forma. – É por esses momentos que eu não queria viajar com Laurel, seria nesse clima todo o fim de semana. – Vamos?

– Vamos todos no mesmo carro? – Perguntei com esperança que ficássemos em carros diferentes, percebi que não quando Roy balançou a cabeça em negativa. – Eu posso ir em meu. – Sugeri. Dessa vez foi Oliver que negou enquanto entregava minha mala a Roy e me puxava pelo braço, abriu a porta do carona, entrei a contra gosto lá.

– Só no caso de você pensar em fugir. – Sussurrou em tom baixinho.

– E eu ia fazer o que lá atrás? – Perguntei incrédula. – Jogar-me do carro em movimento? – Ele não respondeu, fechou a porta e contornou o carro, Roy já havia guardado minha mala, e entrando no carro junto com Thea e Laurel. Eu queria ir atrás com Thea e Roy, pessoas com quem eu amava conversar. Mas eu estava ao lado de Oliver que teria que se concentrar na estrada, Laurel estava envolvida em uma conversa com Thea e Roy parecia entediado e mal tinha começado.

– Este lugar é lindo. – Exclamei quando finalmente chegamos, não era tão longe assim, ficava a poucas horas dos limites de Starling City, mas o fato de eu não poder conversar livremente com Oliver, sobre assuntos relacionados ao vigilante tornou mais longa do que deveria. Como tudo que envolvia os Queen, a casa era luxuosa e com bastante conforto, ao redor tudo era muito verde, Oliver falou que se quiséssemos explorar e fazer uma trilha ele ficaria feliz em mostrar o lugar, Roy parecia tão encantado como eu.

–Vocês realmente são muitos ricos. – Roy brincou.

– Algo assim. – Thea concordou o abraçando.

– Eu me lembro de algumas festas aqui. – Laurel sorriu perdida em lembranças. – Você e Tommy correndo atrás de Sara e eu, querendo nos jogar na piscina.

– Eu achando que vocês não gostam de nadar. – Comentei olhando de Oliver para Thea.

– Não gosto. – Thea concordou.

– A graça era joga-las na piscina. – Oliver deu de ombros. – Vem vou mostrar os quartos de vocês. – Chamou já subindo a escada.

– Deixei minha mala no carro. – Falei apontando para a entrada.

– Eu pego Lis. – Roy falou se afastando. – Eu alcanço vocês.

– Ele vai ficar no meu. – Ela sorriu enganchando o braço no meu. – Nem adianta fazer careta ollie.

– Você se quer está me vendo. – Reclamou.

– Como se eu não conhecesse meu irmão mais velho o suficiente para saber que ele não me quer com um garoto em um quarto. – Sussurrou.

– Ok. – Concordou. – Entrou no corredor a direita. – Laurel você está no quarto ao lado do de Thea... E Roy. – Completou a contra gosto. Caminhou até a porta e a abriu, eu não sabia se deveria entrar junto então esperei no corredor observando ele colocar sua mala em cima da cama ambos murmurar algumas palavras e ela abraça-lo.

– Você não precisa se preocupar Fel. – Escutei Thea falar.

– Com o quê?

– Você tem que para de fingir comigo. – Exclamou aborrecida. – Eu acabei de vê seu rosto, você não pode querer fingir que está tudo bem, não comigo.

– Thea você...

– Não. – Pediu. – Não faça isso.

–Fazer o quê? – Oliver perguntou fechando a porta atrás de si. – Felicity?

– Nada. – Neguei prontamente. – Onde fica o meu quarto?

–Por aqui. – Inclinando a cabeça para o caminho de onde viemos.

– Eu vou procurar Roy. – Thea falou com um suspiro. Ela nos acompanhou até a o alto da escada, onde Roy já se encontrava com sua mochila nas costas, a mala de Thea em um braço a minha no outro segurando-a desajeitado, Oliver caminhou até ele e o livrou do peso da minha.

– Thea vai mostrar o seu. – Falou antes de se afastar pelo corredor esquerdo.

–Obrigada Roy. – O agradeci com um sorriso antes de seguir Oliver. Ele parou em frente uma porta e a abriu, eu o segui imaginando se tratar do meu quarto, mas observei a decoração masculina, seguida de algumas fotos de família.

– Este é o meu quarto. – Comentou. Eu assenti aguardando que ele tomasse o caminho de volta para me mostra onde eu ficaria, mas ele permaneceu me encarando aguardando uma resposta, eu o encarei por mais alguns segundos antes de assimilar no que ele queria dizer.

– Eu não vou ficar no seu quarto Oliver. – Disse em tom duro. Ele sorriu assentindo.

– Eu sei, só queria vê sua reação.

– Idiota.

– Você ficará aqui. – Saiu do quarto, parando em uma porta igual ao do seu bem ao lado do seu quarto. – Quero você por perto. – Ergui minhas sobrancelhas com sua última frase. – No caso de temos que falar sobre outros assuntos. – Completou enquanto eu entrava no quarto.

– Por falar nisso. – Sorri antes de puxa-lo pela manga da camisa e fechar a porta do quarto. – No que diabos você estava pensando quando concordou com isso? E porque você convidou Laurel?

– Vamos voltar no assunto Laurel de novo? – Perguntou largando minha mala no chão.

– Só por que ela pensa que somos algo mais que C.E.O e assistente. – O lembrei. – Todo munda acha isso, e você me trazer em uma viagem com sua família e amigos íntimos não ajuda.

– Nós somos mais do que C.E.O e assistente Felicity. – Ele falou se aproximando. – Você é minha amiga, e parceira, e como amigo eu me julgo no direito de te chamar para uma viagem em família.

– Mas...

– E eu chamei Laurel por que pensei que seria bom para ela se afastar um pouco. Ela está tendo problemas em lidar com a morte de Tommy. – Confessou. – Detetive Lance me chamou para falar sobre isso, eu pensei que afastando-a um pouco de Starling City, talvez quando ela voltasse ela desistisse de se vingar do vigilante.

– Então foi por isso que você aceitou vir.

– Não. Eu aceitei por Thea, por que ela precisa de mim. – Suspirou. – Ela precisa de você. Eu não vejo Thea direito há dias, e ela trabalha bem em cima da gente. Diggle disse que ia fazer algumas rondas a noite, e que investigaria mais sobre a loira, falou que nos avisaria caso acontecesse algo. Roy não encontrou nada concreto sobre ela ainda, então não temos um ponto de partida, eu acho que podemos relaxar por alguns dias.

– Eu não acredito que estou ouvindo este discurso de você. – Confessei em meio a um sorriso.

– Eu consigo me divertir de vez em quando. – Brincou. – Leia as revistas.

– Você quer realmente que eu leia sobre você? – Perguntei ainda brincando, ele levou uma mão ao meu rosto acariciando com o polegar, dei-me conta que ele estava perto, muito perto, e que minha cabeça estava inclinada aguardando, seus olhos acompanharam as linhas do meu rosto, chegando aos meus lábios, prendi minha respiração notando o que estava prestes a acontecer.

– Felicity? – A voz de Thea soou do outro lado da porta, nos afastamos, constrangimento me atingiu novamente. – Você viu Oliver? Nós temos um problema.

– Pode entrar Speed. – Oliver chamou junto a janela.

– Qual o problema? – Perguntei quando ela entrou, ela nos encarou com o cenho franzido. – Thea?

– Não temos comida.

– Como? – Oliver se aproximou. – Eu pedi para o caseiro fazer as compras.

– Ele fez. – Thea suspirou. – Mas deixou um bilhete na dispensa, explicando que Mary não poderá vir estes dias.

– Isso não é um problema. – Ele negou.

– Desde que eu não cozinho nada, nem você, acredito que é sim. – Thea retrucou.

– Eu cozinho. – Dei de ombros, e eu sabia que Oliver também, mas eu não entraria nessa conversa agora. – Eu posso cozinhar, caso vocês não achem um problema.

– Bom. – Oliver concordou. – Eu não tenho problema com isso. Eu preciso pegar minhas coisas, Thea te mostra a cozinha. – Sorriu antes de se afastar.

– Por que eu sinto que atrapalhei algo? – Thea perguntou apreensiva. – Meu timing é horrível não é?

– Seu timing é perfeito. – Discordei. – Duplamente perfeito. – Acrescentei em tom baixo. – Vamos descer? Você me mostra a cozinha e eu começo a fazer o almoço.

–Quando você vai me falar sobre a camisa? – Perguntou atrás de mim.

– Nunca.

– Só pra você saber, eu a coloquei em sua mala. – Eu tropecei um degrau ao escutar isso. – Cuidado. – Falou em tom risonho.

– Roy que tal me ajudar com o almoço? – Sugeri quando entrei na cozinha e o vi bebendo água.

– Só ajudar, eu espero. – Concordou balançando a cabeça. – Eu sou péssimo na cozinha, a única pessoa que gosta da minha comida sou eu.

– Eu posso ajudar também. – Thea ofereceu.

– Ok. – Concordei. – Você pode cortar os legumes.

– Nossa. – Encarou-me parecendo ofendida, se eu não conhecesse Thea. – Cortar os legumes, você realmente confia em mim.

– Cala a boca. – Falei rindo.

Não demorou muito e o almoço estava pronto, foi surpreendente divertido e rápido, Roy contava sobre suas tentativas de cozinhar, e Thea nos divertia contando histórias de sua infância nessa casa. Laurel não deu as caras, ela tinha falado algo sobre dor de cabeça quando Thea passou em seu quarto antes de ir ao meu.

– Está cheirando muito bem. –Roy comentou levantando uma tampa.

– Você não deveria soar tão surpreso. – O repreendi. – Eu faço cookies incríveis.

– Poderíamos fazer mais tarde. – Thea sugeriu animada.

– Claro. – Concordei. – Cozinhar é uma das minhas paixões.

– E a outra? – Thea perguntou em tom sugestivo.

– Eu acho que deveríamos chamar os outros. – Mudei de assunto.

– Eu cuido de Laurel. - Thea falou já indo em direção à saída. – Você fica com Oliver.

–Ela não poderia se mais obvia. – Roy sorriu observando-a sair. – Oliver está na piscina. Ele falou algo sobre o caseiro não tê-la limpado direito, acho que ele mesmo foi limpar.

Agradeci a informação com um sorriso e sai da casa indo em direção à piscina que ficava nos fundos, não sei por que ele se preocupava com isso, o clima não estava tão bom para usa-la mesmo, à medida que me aproxima percebi que Oliver estava apenas buscando algo de que se entreter, ele era por natureza inquieto, então um fim de semana quieto não devia ser tão fácil assim para ele. Parei em brusco ao observar que Oliver não estava sozinho, ele parecia no meio de uma conversa tensa com Laurel que se ergueu e puxou seu rosto até o dela o beijando. Engoli em seco, surpresa pela sensação de falta de ar que me dominou, estava prestes a dar meia volta quando Oliver se separou de Laurel e levou seu olhar até o meu.

– Felicity...

– Eu só... – Fechei os olhos brevemente me concentrando nas palavras. – Eu só vim avisar que o almoço está pronto.

Por fim dei meu volta e entrei apressada na cozinha, encontrando Roy com pratos na mão, colocando-os na mesa.

– Thea falou que a noite usaria a sala de jantar, o almoço vai ser aqui mesmo. – Falou sem me encarar. – Você está bem? – Perguntou deixando os pratos de lado quando finalmente me encarou.

– Estou ótima. – Murmurei assumindo seu papel e pegando os pratos. – Melhor impossível. Tudo perfeito. Maravilha.

– Eu acho que entendi na primeira. – Roy comentou franzindo o cenho. – Felicity o que aconteceu?

– Não consigo achar Laurel. – Thea falou entrando.

– Não se preocupe. – Falei colocando agora as comidas. – Eu a achei.

– Onde? – Perguntou me encarando, “Na boca do seu irmão” pensei em dizer, mas me limitei a sentar a mesa. – Fel o que aconteceu?

– Chegaram. – Roy falou também se sentando.

– Já era hora. – Thea sorriu os cumprimentando. – Felicity fez um almoço incrível. - Laurel não parecia muito animada para quem acabou de ser beijada por seu eterno namorado, ela se sentou com um mero aceno.

– Felicity. – Oliver me chamou.

–Hum? – Perguntei indiferente me servindo da salada.

– Podemos conversar? – Pediu segurando o encosto da cadeira com força.

– Não. – Respondi surpreendendo os demais. – Digo, sim. – Concordei. – Mais tarde, agora estou faminta.

– Felicity. – Chamou novamente, o ignorei enfiando uma garfada na boca, ele desistiu e sentou-se a mesa, estava claramente aborrecido.

O almoço seguiu em um silêncio opressor, Thea e Roy tentavam preencher o silêncio, Oliver tentou falar comigo sobre qualquer assunto, minhas respostas era monossilábicas, o que eu podia dizer o estava irritando.

– Eu fico com a louça. – Laurel ofereceu no final da refeição. – Eu não ajudei com o almoço, acho justo.

– Eu ajudo. – Roy se ofereceu.

– Obrigada.

– Thea o que você ia me mostrar mesmo? – Perguntei ao notar que Oliver vinha em minha direção. Ela me lançou um olhar confuso, mas rapidamente entrou na cena.

– Eu preciso te mostrar meu quarto. – Sorriu. – A decoração é fantástica.

– Thea eu preciso... – Oliver começou segurando seu braço.

– Desculpe ollie. – Ela sorriu quase angelicamente para o irmão. – Só as meninas.

A segui subindo as escadas e entrei em seu quarto, ela tinha razão, a decoração era linda. Ela trancou a porta e cruzou os braços, ela aguardava uma explicação, suspirei e deitei em sua cama olhando para o teto.

– O que meu irmão fez dessa vez?

– Ele não fez nada. – Neguei.

– Felicity, eu já vi você brigar com meu irmão, já vi você chama-lo de idiota. – Ela apontou o dedo para mim. - Eu já vi você ser carregada por ele, mas eu nunca vi você o tratando com frieza e o evitando. O que aconteceu?

– Ele beijou Laurel. – Confessei, ela se apressou em sentar na cama ao meu lado. – Para ser justa ela o beijou, a questão é que não gostei da forma como me senti, e não quero falar sobre isso, não com ele, e para ser sincera não sei se quero falar com você.

– Você não quer falar por que torna tudo real. – Thea disse segurando meu braço.

– O quê?

– Seus sentimentos por Oliver. – Ela falou como se falasse com uma criança. – E não comece com a história de “somos apenas amigos” novamente, eu não sei se ainda tenho paciência para isso.

– Você não está sendo muito gentil. – Acusei.

– Por que vocês tiram a paciência de um santo. – Suspirou. – E Deus sabe que eu não sou santa. – Ri com seu último comentário. – Converse com ele Felicity.

– Eu sei que não foi ele que beijou, mas isso não quer dizer que ele não gostou. – Comentei. – E eu não quero mudar o que a gente tem, eu sei que parece ser pouco Thea, mas eu realmente valorizo minha amizade com seu irmão, eu gosto da nossa parceria.

– Qualquer um que chegue perto de você percebe que vocês são parceiros Felicity. – Resmungou. – As vezes parecem até mesmo casados, é tudo tão natural, a forma como vocês reagem um ao outro, e é por isso que eu acho que só tem a melhorar.

– Eu não quero conversar com ele agora. –Suspirei.

– Ok. – Concordou a contra gosto. – Então vamos achar algo para fazermos, que tal se passearmos? Não quero me aprofundar muito, por que só Oliver conhece o local como ninguém, mas podemos caminhar um pouco, depois a gente joga sinuca com Roy, eu aviso logo: Ele vai ganhar, então podemos fazer cookies e o jantar e dessa vez você vai me ensinar de verdade a cozinhar, você e Roy não podem me manda corta batatas, ou bater algo no liquidificador. – Apontou o dedo em riste para mim. Ri mais uma vez, e concordei, realmente após um banho, fizemos tudo o que ela disse, e Roy realmente detona com um na sinuca, até Laurel participou do jogo e foi um momento descontraído, fizemos Cookie, e o jantar, dessa vez com a ajuda de Laurel que tentou se enturmar, comigo por que Roy e Thea já a adorava, eu achei legal da parte dela, e tentei não associa-la como a ex-namorada (Talvez atual) de Oliver. Oliver só apareceu no jantar e não tentou falar comigo novamente, no final eu já estava exausta, eu precisava da minha cama urgente, me despedi e desejei boa noite aos presentes e subi rapidamente a escada temendo que Oliver não tenha realmente desistido.

Tranquei a porta do quarto, tomei meu banho e vesti um pijama, eu sabia que Thea realmente colocou a camisa de Oliver em minha mala, por que quando mexi nela mais cedo a vi. Mas neste momento não estava muito animada em vesti-la. Deitei em minha cama e cai em um sono profundo, sendo acordada apenas algumas horas depois com a sensação de está sendo observada.

– Por favor, me diga que você não deu uma de arqueiro com sua irmã, seu cunhado e Laurel andando pela casa. – Falei se me dá o trabalho de encara-lo.

– Precisamos conversar. – Repetiu. - E eu tenho as chaves extras, eu não dei um de arqueiro.

– O que você quer falar Oliver? – Suspirei me sentando na cama.

– Aquilo que você viu...

– ... Não é o que parece. – Completei. – Essa é uma frase tão clichê.

– Mas você entendeu errado.

– Oliver você não precisa e não me deve explicações. – Caminhei até ele. – Você pode beijar a mulher que quiser. Quando quiser.

– Eu não quis beija-la. – Respirei fundo absorvendo suas palavras.

– E isso não é da minha conta. – Retruquei.

– Então você diz que eu posso beijar quem eu quiser na hora que eu quiser? – Por mais que eu quisesse não conseguia deixar de encara-lo, seus olhos atraiam o meu com um magnetismo enorme, tornando impossível evita-lo.

– Sim. – Repeti. Tentando soar tão certa e convicta quanto eu queria. Eu deveria ter previsto a intenção por trás de suas palavras, mas talvez por está tão concentrada apenas em suas palavras, em imagina-lo novamente com outras mulheres eu não li o desejo em seus olhos, nem senti sua aproximação, apenas quando senti seus lábios roçarem os meus notei o que ele realmente quis dizer, queria encontrar forças para afasta-lo, agarra-me a todas as razões pelas quais eu deveria me afastar invés de retribuir o beijo, mas tudo o que fiz foi enredar meus dedos em seu cabelo curto o aproximando mais, sua boca determinando o ritmo, exigente, ruindo minhas defesas, sua mão desceu lentamente pela minha coluna, calor me dominava enquanto o beijo se prolongava, nossas línguas brincando, roçando, explorando. Quando nos separamos em busca de ar resquícios de bom senso me levaram de volta a realidade, me separei bruscamente dele.

– Não podemos Oliver. – Falei quando ele fez menção de se aproximar novamente. – Eu não quero mudar nossa relação.

– É claro. – Concordou rígido. – Não podemos.

– Tudo ia ficar estranho, talvez errado. – Continuei.

– Sim. – Concordou novamente. – Errado. – Segurei minha respiração aguardando que ele fosse embora, antes que eu acabasse me arrependendo, antes que eu mesma continuasse com tudo, mas eu a conversa com Thea repetia em minha mente, e eu não queria estragar tudo entre nós, a maneira como funcionamos, tudo podia melhorar, mas também poderia piorar.

– Apenas vá Oliver. – Pedi. Ele se virou assentindo, mas parou com a mão na maçaneta.

– Eu posso dormir aqui? – O fitei surpresa, não esperava por isso, não depois do que aconteceu. – Eu percebi que dormimos melhor quando dormimos juntos.

– Eu...

– Eu não vou fazer nada. – Prometeu.

Assenti concordado, eu estava constrangida por deitar ao seu lado após tê-lo beijado e dispensado, mas certo ou errado era em seus braços que eu me sentia segura, dormindo ou não, ele deitou ao meu lado, sua respiração lenta, não tentou me tocar, ou se aproximar mais, eu sabia que ia de contra todo o meu argumento, que não fazia sentido afasta-lo para então aproxima-lo, mas eu não conseguia dormir com ele ao meu lado e simplesmente virar para o lado oposto, encarando a parede, tornei a encara-lo, me aproximei encostando minha cabeça em seu peito, que estava coberto por uma camisa, seu braço enrolou minha cintura me aproximando mais de si, mostrando-me que estava acordado.

– Não use esse pijama novamente. – Pediu.

– Hum... – Respondi sonolenta.

– Use minha camisa. – Pediu. Não deveria, mas não consegui reprimir um sorriso, era tudo tão confuso quando se tratava de nós dois, eu enterrei meu rosto em sua camisa absorvendo seu cheiro.

– Então não volte a usar camisa. – Retruquei.

– Feito. – Concordou sua voz também soando sonolenta, logo ambos cedemos ao sono, por que Oliver tinha razão. Dormimos melhor juntos.


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Notas finais do capítulo

Ufa, demorei, mas postei! Espero que tenha agradado, e desculpa qualquer erro, espero o feedback de vocês, xoxo LelahBallu