Mr. Queen escrita por LelahBallu


Capítulo 4
Capítulo 03 - Sr. Carrasco


Notas iniciais do capítulo

Bem curtinho... Mas pronto, espero que apreciem.



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– Seis! – Gritei assim que as portas do elevador se abriram, andei apressada até a sua mesa, eu estava além da irritação, estava possessa, ele levantou a cabeça um sorriso presunçoso em seus lábios como se já esperasse minha entrada abrupta. – Você demitiu seis assistentes no espaço pequeno de três semanas Oliver!

Desde que eu comecei a fazer parte de suas atividades noturnas eu exigi meu antigo cargo de volta. Ele não ficou muito feliz, mas eu não tinha deixado espaço para escolha, eu mesma entrevistei cada assistente, e procurei uma que fosse discreta que não fosse correr muito atrás do por que dele sumir no horário de trabalho sem uma razão aparentemente válida, procurei os profissionais mais competentes, com as melhores recomendações e currículos. Expliquei seus hábitos, seus gostos, o que eles deveriam fazer e o que eles não deveriam fazer, procurei deixar claro que seu humor era volátil, e por vezes era rude e arrogante, eu até mesmo fiz uma lista e coloquei na gaveta da escrivaninha explicando como ele gostava do café!

– Bom dia Felicity. – Seu sorriso se ampliou. – Saudades?

– Eu sei o que você está fazendo. – Cutuquei seu peito. - Eu não vou voltar a ser sua assistente. – Praticamente soletrei.

– Eu nunca considerei isso. – Fingiu-se de inocente. – Apenas é que as pessoas indicadas pelo RH são incompetentes demais.

– Eu mesma os escolhi. – O lembrei.

– Você também já foi mais competente. – Retrucou sentando em sua cadeira, relaxado era eufemismo a ser usado, ele parecia um leão imponente, brincando com sua presa.

– Oliver o que há de errado com os outros? – Cruzei meus braços.

– Eu já disse: incompetentes.

– Achei que você tinha gostado de Suzanna. – A morena parecia mais uma máquina do que humana de tão eficiente.

– Ela queria apenas entrar na minha cama. – Deu de ombros.

– Pobre de você! – Debochei. – E Agatha?

– Muito lerda.

– Marcus?

– Passava o tempo todo em sites de relacionamentos. – Ergueu as sobrancelhas me desafiando a defendê-lo.

– Augustus? - Esperei sua resposta.

– Trocou documentos muito importantes. – Se ergueu aborrecido. – Tive que fazer uma vídeo conferencia pedindo desculpas por que meu assistente não sabe encaminhar malotes.

– Você intimida a todos. – Reclamei. Sequer pensei em perguntar o motivo das outras duas, seriam tão estúpidos quanto os que ele citou, exceto o de Augustus, mas havia chance de ter sido inventado por ele – Você grita, e cria prazos muito curtos, você os assusta.

– Você não tinha problemas. – Lembrou.

–Eu não vou por esse caminho. – Apontei. – É melhor você parar de assustar seus assistentes, por que eles sempre voltam para mim, por algum motivo eles acham que tem que me informar que não o agradou, resolva isso com o RH, eu não vou entrevistar mais ninguém para você e eu não vou voltar a ser sua assistente.

– Mr. Queen. – Escutei uma voz feminina e tímida chamar hesitante. – Eu sou Elizabeth, fui encaminhada pelo RH para ser sua nova assistente. – O encarei com um sorriso esperando sua reação. Seu semblante estava fechado, a mulher deu um passo involuntário para trás quando notou seu olhar duro. – Eu... Eu trouxe seu café, como estava nas instruções. – Ela aguardou em silêncio ainda sem entrar, esperando qualquer reação sua, suspirei ao observar a logo do copo de café.

– Essas mesmas instruções diziam onde comprar. – Surpreendi a todos, inclusive a mim, quando falei. – E não foi nessa cafeteria. – Levei uma mão à cabeça, tentando aliviar a súbita dor. – Não se preocupe, ele não toma café há essa hora, só mais cedo. – Falei por fim ao notar o semblante feminino apreensivo e tentei sorrir. – Comporte-se. – O alertei, ele bufou e fez gesto para que ela se aproximasse. Ao passar por ela parei um instante sorri tentando acalma-la. – Eu fico com isso, boa sorte. – Peguei o café e sai sem olhar para trás, sabendo que ele ia usar o que pudesse para fazer com que eu desistisse e voltasse a ser sua assistente.

***

O que acha de sairmos hoje à noite? – Thea perguntou ansiosa através da linha. – Eu estava pensando em outro lugar que não fosse o Verdant, passo todos os meus dias lá quero mudar um pouco, e pelo que notei você também passa muito tempo lá.

– Eu não sei... – Comecei enquanto pegava meu celular rapidamente. Digitei rápido e enviei uma mensagem para meu chefe.

*Planos para hoje à noite ou estou liberada?*

Por que não? Precisamos nos divertir Felicity. – Thea continuou. – Roy não vai, mas pensei chamar Laurel...

– Argh. – Soltei sem querer nada feliz com a ideia. Olhei para mensagem que acabara de chegar.

*Por quê?* Respondeu. Idiota, poderia ter respondido logo.

*Quero sair hoje à noite, vai precisar ou não de mim?*

Você não gosta dela? – Voltei a me concentrar na conversa. – Ela é uma amiga querida Felicity. O que aconteceu?

– Nada. Só... Foi um lance de olhares. – Fui vaga.

*Da para responder logo?*

*Se você fosse minha assistente já saberia a resposta, pois estaria bem aqui.*

– Imbecil. – Resmunguei olhando a resposta.

– Nossa a coisa foi séria você sempre é receptiva. – Thea exclamou surpresa.

– Não. Não é sobre isso, só lembrei-me de outra coisa. – Tentei me explicar.

*Quem mais vai?*

*Não é da sua conta. Pela demora posso entender que não vai precisar de mim.*

*Quem mais vai Felicity?*

*De novo: Não é da sua conta. Mande beijos para John por mim.*

Felicity. – Ignorei meu celular por um instante. – Você me escutou?

– Desculpe. Estava olhando uns códigos. – Menti. – Você dizia...

Que se você se não sente a vontade com ela podemos apenas assistir filme no seu apartamento, preciso de uma noite de garotas. – Suspirou. – Briguei com Roy de novo. – Confessou.

– Sério? O que aconteceu? – Perguntei preocupada.

Ele foi preso. De novo. – Comentou desgostosa. – Estou cansada de ter que tira-lo da cadeia, sei que geralmente é por te tentado salvar alguém, mas...

– Você se preocupa com ele. – Completei. Olhei novamente para o meu celular com três mensagens.

“Se você não está dizendo com quem, acho que vamos precisar de você sim.”

“Ainda sem nada a dizer?”

“Você está me ignorando?”

Franzi o cenho notando a irritação mesmo por trás de mensagens. Eu não entendia por que ele era tão obceado por saber com que eu supostamente sairia. Eu estaria salva, não é como se eu saísse com desconhecidos.

“Eu estou descendo agora.”

“Não.” Enviei rapidamente.

“É com sua irmã, seu idiota.”

“Neste caso, divirtam-se.”

– Imbecil. – Murmurei novamente interrompendo outro dialogo de Thea. – Thea o propósito do seu irmão na terra é de me enlouquecer.

– O que ele aprontou? – Thea perguntou em meio a um suspiro.

– Demitiu todos assistentes que indiquei. – Optei por meias verdades.

– Conversaremos mais sobre isso hoje a noite que tal? – Sugeriu. – Prometo não levar Laurel, mas você vai ter que me explicar mais disso também.

– Certo. – Concordei. – Agora eu preciso desligar.

Tchau.

– Então você e minha irmã vão ter uma noite de garotas. – Estremeci ao escutar a voz masculina.

– Você não bate? – Reclamei.

– Felicity este é o departamento de IT. – Deu de ombros. – Não o banheiro feminino.

– Eu já respondi sua pergunta indiscreta de com quem iria sair. – O ignorei. – O que você está fazendo aqui?

–Eu já estava no elevador. – Sentou na cadeira ao meu lado, tentei ao máximo não notar o quanto próximos estava.

– Já disse oi. – Falei por fim. – Já pode dizer tchau.

– Você sabe que sou seu chefe e por isso não pode me tratar assim?

– Você sabe que eu não ligo?

– Bom. – Sorriu parecendo apreciar nossa pequena briguinha. – Acho que devo dizer que a vaga de assistente está disponível novamente.

– Oliver. – O repreendi. – Essa foi em questão de quê? Horas?

– Eu não tenho culpa. – Insistiu. – Fui reclamar de um gráfico e a garota saiu chorando.

– O que eu faço com você? – Perguntei balançando a cabeça em negativa por seu comportamento carrasco com as assistentes.

– Posso sugerir uma ou duas coisas. – Lançou um olhar malicioso.

– Foi uma pergunta retórica.

– Sério Felicity. – O encarei quando escutei seu tom sério. – Volte a ser minha assistente. – Era para ser um pedido, mas tudo neste homem gritava ordem.

– Eu não vou voltar a te servi cafezinhos Oliver. – Protestei.

– Então não o faça. – Segurou meu braço. – Estas semanas não consegui produzi quase nada, todos conseguiam errar em algo.

– Você não pode ser tão dependente assim de mim. – Neguei mais admirada do com raiva.

– Como não? Você sabe até número da minha camisa. – Exclamou. – É sua culpa se os outros estão desempregados.

– Eu sei pra no caso de emergência, de termos que arranjar uma roupa no caminho de algum evento fora da cidade, ou algo do tipo. – Tentei me explica.

– Exato! Os outros não conseguem pensar em emergências, sequer no essencial. – Retrucou.

– Eu não vou voltar a ser sua assistente. – Afirmei veemente.

– O inferno que não vai. – Praticamente rugiu.

– Agora que não vou.

– Fe-li-ci-ty. – Falou por entre os dentes.

– Oliver!

– Ok. – Levantou-se abruptamente. – Você volta e está livre de qualquer atividade que julgue desnecessária.

– Sem corridas atrás de café, sem telefonemas de ex-amantes, sem escolher flores e joias para dispensar as atuais...

– Certo. – Concordou.

– Também não quero que dê a entender ao outros que temos mais do que a relação profissional. – Ergueu uma sobrancelha. – Eu notei que você não desmente as insinuações.

– Tudo bem. – Concordou novamente.

– Não quero que pensem que estou aqui por que durmo com o chefe.

– Ok.

– Também não quero que...

– Não acaba?

– Acha que trabalhar para você é fácil?- Perguntei com um sorriso. – Foram setes dispensadas Oliver, a última fugiu chorando.

– Já disse que não tenho culpa...

–Está bem eu voltou a ser sua assistente. – Concordei por fim. Eu não queria, mas era preciso, venho tendo dificuldades para explicar por que estou sempre por perto já que não sou mais sua assistente, e apesar de ter-me “afastado” isso não mudou os rumores, escutei no banheiro feminino duas funcionárias conversando entre si, rindo me chamando de Mrs. Queen, me dando o titulo pelo simples fato que nenhuma das assistentes de Oliver o conhecia como eu e que eu sofria constantemente com suas escapulidas. Patéticas.

– Sem mais exigências?

–Não.

– Começará amanhã mesmo?

–Sim.

– Ótimo. – Sorriu. – Felicity. – O encarei prendendo a respiração. – Você é notável.

– Obrigada por notar. – Retruquei. E mais uma vez Oliver Queen conseguia o que queria, saiu com um sorriso genuíno, que me fez pensar até que ponto eu iria ceder para Oliver Queen.


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Notas finais do capítulo

Comentem... Xoxo LelahBallu