Mr. Queen escrita por LelahBallu


Capítulo 2
Capítulo 01 – Por que não me candidatei em outra empresa?


Notas iniciais do capítulo

Eu sei que demorei e sinto muito por isso, infelizmente não posso garantir ficar postando com muita frequência, mas para aqueles que se interessaram pela fic garanto que não vou para de escreve-la, desculpem-se mais uma vez pela demora!



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– Desculpe. – Murmurei ao esbarrar novamente no que parecia ser a milésima pessoa que passava por mim, eu não teria me importado muito se a: eu não tivesse carregando dois cafés fumegantes, e b: Eu não tivesse com minha blusa branca favorita. Xinguei baixo ao sentir as gotas quentes ultrapassando a camada de tecido. E mais uma vez eu me perguntei por que me submetia a isto, eu era inteligente, muito, sem modéstia alguma, eu tinha uma das melhores qualificações, em uma das melhores universidades do país, e estava servindo cafezinho a Oliver Queen. Apertei o botão do elevador aflita enquanto fazia malabarismo tentando verificar as horas no meu relógio de pulso, sem derrubar os cafés, era muito cedo, ele não podia ter chegado ainda, principalmente se ele estivesse em mais uma de suas ressacas que o impossibilitava de chegar no horário exigido pela sua própria empresa. Entrei as pressas em seu escritório e coloquei o café em sua mesa com um suspiro de alívio.

– Está atrasada Felicia. – Escutei seu tom frio assim que me virei com o intuito de ir embora. Era de se esperar que após seis meses trabalhando com ele o homem tivesse a decência de lembrar o meu nome, ou no mínimo me chamar pelo sobrenome, como um chefe deveria fazer. Mas Oliver Queen deveria ter deixado seu manual de como ser educado na ilha, onde passou cinco anos.

– Sinto muito Mr. Queen. –Não expliquei que meu carro estava no concerto, e que havia perdido a briga pelo taxi com um garoto de quinze anos, fazendo com que tivesse vir às pressas pegando o metrô, já que após cincos minutos desisti de esperar que outro taxi passasse, que só após chegar ao saguão, me lembrei dos malditos cafés, com o tempo aprendi que ele não se importava com nós meros mortais. Aqui mesmo havia uma máquina de café, mas ele insistia nesta rotina desnecessária, alegando achar o meu café horrível, embora eu nunca tenha feito café pra ele. Era pedir demais que ele tivesse uma ressaca que o fizesse passar horas e mais horas trancado em seu quarto?

– Já terminou os relatórios que pedi? – Perguntou sentando despreocupadamente a sua mesa, me lançando um olhar avaliador, o mesmo olhar que me fez soltar frases incoerentes em nosso primeiro contato. Ele havia entrado em meu antigo escritório no departamento de IT da QC, com um notebook maltratado por balas alegando que seu café favorito ficava em um bairro perigoso, estava claro que ele me julgava o tipo de loira que acreditava nessas historinhas, tudo ia bem até que seu padrasto Walter, um grande chefe, o melhor eu diria, desapareceu. Oliver Queen teve que assumir a presidência, e por mero capricho resolveu me promover a sua assistente pessoal, já era demais ter que aceitar seus olhares indiscretos, e ter que enviar colares a cada nova amante trocada, tinha que também escutar cochichos sobre meu provável relacionamento com Mr. Queen.

– Estão todos em cima da mesa. – O informei com um sorriso cortês.

– Cancele qualquer reunião para essa tarde. – “Pediu”.

– Mas hoje você... O senhor... – Me corrigir ao notar seu olhar recriminador. – O senhor tem uma reunião importante com o...

– Cancele-a. – Ordenou fazendo pouco caso.

– Esta reunião é de extrema importância pra a QC, não seria uma boa ideia cancela-la de última hora. – Tentei convence-lo.

– Eu tenho alguns assuntos a resolver fora da QC. – Me informou. – Não tenho como estar em dois lugares ao mesmo tempo Felicia.

– É Felicity. – O corrigi em um tom levemente mais ríspido. – Eu passei semanas tentando entrar em contato com alguém da Mitchell’s, tive que falar pessoalmente com a secretária de Charles Mitchell para conseguir agendar esta reunião. – Retruquei, achando que não seria uma boa hora pra indicar que sua péssima reputação estava influenciando no julgamento.

–Nem tudo se trata de você... – Um sorriso brincou em seus lábios antes de acrescentar. - ... Felicia.

– Smoak. Felicity Smoak, quando você me entregou aquele notebook, você acertou meu nome, qual a dificuldade agora? – Respirei fundo tentando me controlar - Você ao menos tem ideia do quão difícil foi marca-la? – Deixei escapar com rudeza. Ergueu o rosto surpreso, bem semelhante de quando eu entrei neste mesmo escritório dizendo que me demitia ao descobrir da minha “Promoção”, o infeliz fez questão de lembrar que ele faria a carta de recomendação pessoalmente, e que teria muitas coisas a dizer, quando fiquei calada o odiando em silêncio ele ironicamente acrescentou que havia mudado o sistema nos computadores especialmente pra mim.

– Com licença.

– O quê? – Perguntei sem paciência me deparando com John Diggle, segurança e motorista pessoal de Oliver Queen, muitas foram às vezes em que tive que acompanha-lo para algum evento, ou reunião fora da empresa, então tive oportunidade de observar a interação entre os dois, John Diggle era um sujeito enorme, e calado que parecia ser uma boa pessoa, tirando o fato de trabalhar para Oliver Queen, é claro.

– Desculpe interromper Mr. Queen, mas surgiu um imprevisto com aquele compromisso. – Ele o informou dando um olhar significante ao nosso chefe, seguido de um de desculpas pra mim.

– Entendo. – Respondeu se levantando, então lançou um olhar de advertência pra mim. – Mantenha-se em alerta Srtª Smoak, ao que parece sua preciosa reunião irá afinal acontecer.

Lancei um olhar exasperado a suas costas, o observando enquanto saía, sempre era assim, Diggle chegava, anunciava algum imprevisto, ou emergência, e os dois sumiam por horas, se eu mesma não tivesse que atender as chamadas de mulheres desesperada por sua atenção no dia seguinte, eu duvidaria da masculinidade do meu chefe. Só após sentar em frente a minha mesa, e analisar alguns gráficos notei que ele havia me chamado pelo sobrenome.

[...]

– Felicity Smoak. – Falei atendendo ao telefone. Eu odiava isso, tudo que eu queria era estar em meu antigo escritório, não atendendo telefonemas para Mr. Queen.

– Cuidado garota, se atender todos os telefonemas neste tom irá perder seu emprego. – Uma voz feminina e familiar comentou com bom humor, ri com essa possibilidade.

– Dificilmente. Mr. Queen está empenhando em ser meu inferno pessoal. – Brinquei. – Eu não teria essa sorte.

– Dê um tempo para Ollie se acostumar novamente com a civilização Fel. – Suspirei ao escutar seu pedido.

– Eu sei que é seu irmão Thea, mas me peça algo mais fácil sim? – Retruquei. – Que tal invadir o sistema do governo americano? – Escutei sua risada cristalina soar, Thea Queen, a irmã de meu querido chefe, ela era uma pessoa animada, fácil de se gostar, a primeira vez que nos encontramos foi em um natal da empresa, que Walter insistiu em nos proporcionar, ela e sua mãe, a poderosa Moira Queen também compareceram, eu estava decidindo qual dos salgados iria provar, quando ela parou ao meu lado, suspirando de alivio por finalmente ter encontrado alguém que não cheirasse a antiguidades, um exagero é claro, eu como não sei ficar de boca fechada passei a falar de todas as pessoas jovens contratadas pela QC, ironicamente ela me achou divertida, e passamos a almoçar juntas pelo menos uma vez por semana.

– Ele está ai? – Perguntou. – Eu preciso falar com ele urgentemente.

–Algum problema? – Perguntei preocupada.

– Do tipo Moira Queen quer saber por onde anda seu filho. – Respondeu.

– Infelizmente ele não está. Eu poderia tentar em contato com ele, mas você sabe que quando ele some assim, ele ignora minhas chamadas. – Dei de ombros apesar de saber que ela não estaria vendo.

– Bem, vou tentar o celular dele mais uma vez. – Suspirou. – Obrigada Fel.

– Sem problemas. – Falei enquanto anotava alguns dados importantes. – Até mais.

– Alguém está desesperada por mim. – Levantei a cabeça, me deparando com seus olhos azuis, um sorriso de canto, quase mínimo, enquanto estava encostado no batente da porta.

– Sim. – Respirei fundo me concentrando tardiamente no que ele havia dito. – Não. Definitivamente não, que dizer sim. – Me corrigi enquanto ele me encarava imparcial. – O que eu quis dizer Mr. Queen, é que sua irmã ligou procurando pelo senhor, algo sobre sua mãe. É ela que está desesperada. – Não eu, acrescentei mentalmente.

– Minha mãe. – Algo mudou em seu olhar ao falar em sua mãe, por um minuto pensei em perguntar se estava tudo bem, mas tão rápido como veio voltou a assumir sua postura despreocupada, com seu sorriso típico de Oliver Queen. – Não se preocupe Srtª Smoak, mais tarde falarei com minha mãe.

– Eu não estava preocupada. – Respondi automaticamente.

– Claro que não. – Sorriu antes de ir até seu escritório, ele tinha esse sorrisos raros, eu os recebia geralmente após falar alguma besteira, nestes momentos eu me perguntava realmente se Oliver Queen era tão frio quanto pretendia ser, ele não era frio com sua mãe ou irmã, mas mesmo para elas em alguns momentos, seus sorrisos pareciam falsos, forçados. O observei encostado confortavelmente em sua cadeira, o semblante fechado, estávamos divididos apenas por uma parede de vidro, que em minha opinião não dava nenhuma privacidade, e acabava com minha sanidade mental.

Ele agia como um idiota, e parecia realmente ser um idiota na maioria das vezes, a maneira como insistia em me provocar deixava isso claro. Ainda não acredito que ele teve a petulância de me dar o primeiro exemplar de cinquenta tons de cinza, nem ao menos havia uma desculpa para a brincadeira, não era meu aniversário, nenhuma data comemorativa chegando, nada. Mais claro que ele queria me provocar impossível. Era como se ele precisasse que eu o odiasse, lembro bem do seu sorriso de zombaria quando eu encarei incrédula o livro em cima da minha mesa, com apenas uma fita vermelha e um cartão com apenas sua iniciais. Tive que contar até dez, e quando isso não serviu, me afastei e fui até o banheiro, pensando em como eu poderia matar Oliver Queen e ainda assim sair impune. Eu amava a cidade, eu adorava sua irmã, adorava o meu bairro, minha casa, e o fato do meu restaurante favorito ser a poucas quadras da minha casa, adorava o parque que havia por perto que me permitia caminhar quando estava estressada e observar os donos passeando com seus cães, ou mães levando seus filhos pra passear. Eu sempre fazia essa pequena lista quando me sentia tentada a deixar a QC. Muitas vez eu até tentava entender seu comportamento, ele não era de todo mal, estava óbvio que ele era totalmente devoto a sua família, e passar cinco anos em uma ilha não deve ter sido fácil, e alguma parte de mim, talvez uma parte nem tão pequena assim sentia que Oliver Queen o playboy mulherengo e irresponsável era apenas um personagem, mas sempre falaram que eu procurava enxergar o que havia de melhor nas pessoas, que tentava salvar todos, provavelmente era isso. Eu vergonhosamente acabei lendo o livro e comprando os outros dois, ele nunca iria saber disso é claro.

Pelo resto da tarde ocorreu tudo normalmente, até que mais uma vez ele precisou sair às pressas acompanhada de Diggle, um dia eu saberia o que meu chefe acha tão mais importante que sua empresa, o pior de tudo era ter que explicar a Isabel Rochev as escapulidas do meu chefe, e ainda por cima receber seus olhares mesquinhos. Quando por fim meu estômago roncou mostrando que já passara da hora de jantar, eu me dei por vencida, e resolvi revisar toda a papelada que ele me impôs mais tarde. Caminhei despreocupada até meu pequeno mais confortável carro e o abri. Nunca poderia ter ficado mais surpresa do que encontrar meu chefe sangrando no meu carro.

Inferno, por que eu não me candidatei em outra empresa?


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Notas finais do capítulo

Qualquer erro me desculpem que foi postado as pressas, comentem! Deixe-me saber a reação de vocês! Xoxo