Mr. Queen escrita por LelahBallu


Capítulo 10
Capítulo 09 - E se?


Notas iniciais do capítulo

Olá!!
Sei que fiz vocês esperarem muito, mas pelo lado bom pude vê o quanto vocês sentiram falta de Mr. Queen e isso me diz que estou fazendo certo (Não deixando você esperando, não foi de propósito). Quero agradecer a Luisa pela incrível recomendação, e a gabiecs pelo comentário que quase foi uma recomendação (sério que você leu todas minhas fic's em um dia?).
Logo postarei The Road, e essa semana eu postei um capítulo em "Give me Love" baseado na promo do próximo episódio (3x09), quem não leu e estiver curioso fique a vontade, agora vou deixar você a vontade!



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Raios de sol iluminavam o quarto, pisquei sonolenta tentando me lembrar do por que eu não ter fechado as cortinas do meu quarto como eu sempre fazia, só após alguns segundos dei-me conta do peso de uma mão masculina sobre minha cintura, um corpo forte encostado ao meu, o calor do seu corpo passando para o meu, memórias da noite anterior veio em alta velocidade fazendo com que eu desse um pulo me afastando do corpo masculino e caísse com um baque no chão ao lado da cama. Observei Oliver acordar assustado, seus olhos me procurando.

– Felicity. – Me chamou quando finalmente me achou, me encarava atento parecendo genuinamente confuso.

–Hum? – Perguntei alheia, tentando entender o por que ele ainda estar aqui.

– Por que você está no chão? – Perguntou com o cenho franzido.

– Essa é uma boa pergunta. – Falei enquanto me erguia. - Sabe qual é outra boa pergunta? – Perguntei, ele deu de ombros não entendendo meu comportamento. – Por que você está na minha cama Oliver Queen.

– Nós já dormimos juntos antes Felicity. – Retrucou com ar aborrecido com meu comportamento.

– Sim. Mas nós nunca acordamos juntos Oliver. – Apontei. – E não vamos fazer isso justo quando sua irmã pode aparecer a qualquer momento.

– É muito cedo para lidar com seu medo de que Thea nos importune. – Se virou de bruços abraçando o travesseiro, era tão errado eu ter inveja de um travesseiro, que fiquei por um momento encarando atônita, reparei surpresa que estava encarando sua bunda fixamente. – Volte para cama. – Ordenou me despertando.

– Se você acha, que só porque você colocou o tom de macho alfa, eu vou te obedecer... – Fuzilei suas costas, tentando não desviar meu olhar. -... Você não poderia estar mais enganado.

– Não me faça ir te pegar Felicity. – Falou sem sequer me olhar. – Você não gostaria de como isso terminaria. – Eu poderia imaginar como terminaria, e o problema era que muito provavelmente eu não só gostasse como também quisesse repetir.

– Oliver, por favor. – Pedi. – Combinei com Thea que iriamos até o lago hoje. – Falei me aproximando e puxando seu braço com cautela, não queria ficar muito próxima da tentação que representava Oliver em minha cama, embora essa não fosse minha cama de verdade, e droga! Oliver era uma tentação mesmo lendo um jornal. – Todos nós. Então vá para o seu quarto se arrumar por que a qualquer momento ela vai...

– Felicity, espero que esteja acordada. – A voz feminina soou antes de abrir a porta. – Whoa. Ollie. – Parou em brusco observando seu irmão, fechei meus olhos brevemente implorando para que isso fosse apenas um sonho, pois explicar isso a Thea ia ser difícil. – Você está no quarto de Felicity, na cama de Felicity. – Um sorriso se estendeu pelo seu rosto enquanto cruzava os braços. – Eu adoraria escutar o que você tem a dizer Felicity Smoak.

– Você ao menos poderia ter trancado a porta ontem. – Resmunguei enquanto observava Oliver se levantar, ele deu de ombros e caminhou até sua irmã.

– Bom dia Speed. – Sussurrou antes de beijar sua testa. – Não pegue muito pesado com ela. - Pediu.

– Onde você vai? – Perguntei olhando-o se afastar até a porta do quarto.

– Só cumprindo seus desejos. – Falou com uma piscadela.

– Volte para essa cama agora Oliver! – Exigi. Corei ao analisar minhas palavras ao passo que Oliver sorria e Thea erguia as sobrancelhas. – Digo, para o quarto, vocês entenderam.

– Eu sabia que você imploraria. – Oliver retrucou. – Vejo vocês no café.

– Oliver! – Exclamei para a porta fechada.

– Ok. – Thea falou. – O que aconteceu? É meu irmão então não preciso de todos os detalhes sórdidos, apenas tudo. – Concluiu sorrindo.

– Não aconteceu nada. – Falei me sentando na cama. – Nós temos esse costume.

– Qual?- Perguntou com um sorriso malicioso. – O de fazer sexo até caírem desmaiados na cama, eu e Roy também temos.

– Nós não transamos. – Neguei. – E eu definitivamente não preciso saber sobre sua vida sexual com Roy.

– Então não aconteceu nada? – Perguntou decepcionada.

– Nós dormimos juntos. – Confessei. – Só dormir, fazemos isso de vez em quando, não é algo que planejamos, apenas acontece.

– E por que vocês não fazem sexo não planejado também? – Perguntou soando desanimada. – Sabe para sair da rotina. Puxa Felicity você tem ideia como é difícil torcer por vocês dois? Nem um beijo rola. – Reclamou.

– Na verdade, sobre o beijo...

– Oh meu Deus! – Segurou meus braços, parecendo uma histérica. – Vocês se beijaram?

– Sim. Mas não vai acontecer novamente. – A adverti.

– Você beija e depois dorme junto. – Saiu da cama. – Só dorme. Você deve está deixando meu irmão louco. - Sorriu.

– Nós ainda vamos ao lago? – Perguntei mudando de assunto.

– Sim. - Concordou. – Por isso vim aqui, e ganhei meu dia.

– Não exagere. –Pedi. – E definitivamente não nos empurre. – Acrescentei. – Eu sei por que você criou essa viajem.

– Eu não contava com Laurel aparecendo. – Deu de ombros. – Ollie realmente me surpreendeu com isso.

– Você sequer tenta fingir vergonha. – Meneei a cabeça enquanto ela ignorava o que eu dizia com um dar de ombros. - Eu vou me arrumar. – Falei.

– Ok. Eu vou vê se Laurel acordou. – Concordou. – Roy está improvisando um café da manhã. – Me informou antes de ir. – Não demore.

– Não vou. – Prometi. Tomei um banho rápido e vesti uma roupa leve, não estava frio, então me permiti usar short. Estava em busca do meu celular quando escutei pancadas na porta, Oliver entrou antes que eu pudesse responder.

– A beleza de bater a porta é esperar a resposta e não só então entrar. – O alertei.

– John ligou. – Falou me ignorando.

– Aconteceu algo? – Perguntei me aproximando, ele se afastou para que eu saísse. - Algo sobre nossa mais nova amiga?

– Nenhuma pista sobre sua identidade. – Negou. – Mas ela agiu novamente.

– Não se preocupe Oliver. – Falei enquanto descíamos as escadas. – Vamos descobrir.

– Descobrir o quê? – Laurel perguntou junto à escada.

– Apenas algo que eu estou querendo comprar. – Oliver deu de ombros assumindo seu ar de playboy milionário. – O dono não quer me vender, mas eu estava falando a Felicity que dinheiro não é problema.

– Exato. – Concordei. – Vou descobrir a que preço ele está disposto vender seu... Cavalo. – Conclui. Fechei meus olhos notando o que eu havia dito.

– Um cavalo? – Ela repetiu.

–De corrida. – Acrescentei. – Árabe. – Eu precisava frear minha língua. – Já ganhou inúmeras corridas e Oliver está interessado.

– Vamos? – Oliver perguntou me cortando. Laurel assentiu ainda com o cenho franzido.

– Um cavalo? – Oliver perguntou junto ao meu ouvido quando Laurel passou.

– Próxima vez você lida com ela. – Dei de ombros. – Tenho certeza que você irá gostar.

– Lis. – Roy sorriu quando entramos na cozinha. – Fiz panquecas.

– Eu amo panquecas. – Sorri.

– Todos estão prontos? – Thea perguntou aparecendo de repente. – Eu estou louca para dar um mergulho.

– Pensei que não fossem nadar. – Reclamei. – Eu não estou vestida para isso.

– Discordo. – Oliver falou observando meu short.

– Eu não trouxe biquíni. – Expliquei. – E eu sei que não está frio, mas também não está quente, então a água com certeza vai está gelada.

– Felicity, você nunca foi fresca. – Thea reclamou. – Eu sou a que traz isso para nossa amizade, e eu coloquei um biquíni na sua mala, às vezes você esquece quem foi que a arrumou. – A verdade é que eu não estava ansiosa por ficar de biquíni na frente Oliver, não que eu seja insegura com meu corpo, mas quem pode me culpar quando sua ex-namorada/enrolo estava por perto? mas não fazia muito sentindo ir a um lago e não dá um mergulho.

– Eu preparei alguns sanduíches e frutas para passamos um tempo lá. – Roy acrescentou.

– OK. – Concordei. – Vou ter que subir de novo. – Avisei.

–Só tome seu café antes. – Oliver falou me entregando uma xícara. – Você fica ranzinza enquanto não toma. – Ignorei que ele estava me chamando de ranzinza e aceitei o café o agradecendo, assim que tomei subi para vestir o biquíni, menos mal que ela não tinha colocado nada escandaloso. Vesti a roupa por cima novamente e desci para a cozinha novamente, encontrei apenas Laurel guardando a louça. – Onde estão os outros?

– Lá fora. Estávamos apenas te esperando. - Esperei que ela falasse mais alguma coisa, mas como ela não fez nenhum sinal assenti e comecei a sair. – Vocês dois são um casal? – Parei bruscamente e a encarei. – Por que obviamente parecem um, e estou perguntando por que você viu o nosso beijo, e Ollie ficou muito chateado depois. Fui eu que o beijei. – Confessou. - Por que nós temos uma história... – A maneira como ela falou soou como se eu tivesse entrado no meio dessa história. -... E ele me chamou para vir, então pensei... Não importa. – Meneou a cabeça. – Eu estava errada. – Então me encarou firme. – Eu só queria que você soubesse, caso vocês sejam um casal que ele não teve culpa do beijo.

– Eu sei. – Falei. Ela pareceu esperar que eu dissesse algo mais, então percebi que ela esperava uma confirmação, e por mais que eu estivesse tentada a dizer que sim, que éramos um casal, apenas para vê se ela se mantinha afastada, eu não poderia mentir. - Nós não somos um casal. – Falei por fim. – Nós somos amigos, e eu acho que eles devem estar impacientes. – Conclui. – Então é melhor irmos.

– Ok. – Concordou sem demonstrar nenhuma emoção. Oliver nos olhou com apreensão quando sairmos juntas, mas não comentou nada, revirei os olhos imaginando o que passava em sua cabeça, eu não mataria Laurel na casa de sua família, quero dizer, em lugar nenhum, eu não mato pessoas, nem animais, ou qualquer outro tipo de vida, para ser clara eu não mato. Thea veio até nós nos envolvendo em uma conversa, nos guiou falando sobre as vezes que veio aqui antes, ela deixou escapar que não vinha aqui desde que Oliver e o pai haviam desaparecido. Caminhamos pouco até chegarmos ao lago, o lugar era lindo, e eu senti a mesma vontade que Thea tinha de entrar na água estando gelada ou não.

– Então vamos entrar? – Thea perguntou quando parei no alto de uma pedra.

– Você sempre consegue o quer? – Perguntei exalando um suspiro entre aborrecida e divertida. – Até mesmo o tempo faz suas vontades.

– Sempre. – Roy sorriu.

– Sempre. – Oliver concordou. – Tira a roupa Felicity. – Eu lancei um olhar surpreso para ele. Thea riu e se aproximou mais para falar em tom baixo.

– Tenho certeza que ele estava ansioso para dizer isso.

– Cala boca. – Sibilei.

– Eu mesmo vou te jogar na água. – Roy advertiu.

– Entra logo. – Thea sorriu. – Ou Olie também ajudará você.

– Isso é ridículo. – Falei embora tivesse me agachado no segundo que Roy ameaçou, para tirar minhas botinhas. – Não somos mais crianças. – Resmunguei. – Vocês poderiam ao menos não jogarem a tática: “Vou te jogar a força”. – Continuei tirando minha blusa e óculos entregando a Oliver que havia se aproximado. – Eu deveria ser capaz de decidir se eu quero ou não entrar na água. Eu não tenho mais dez anos. Vocês não podem fazer isso. – Resmunguei tirando o short. – O quê? – Perguntei ao notar todos me encarando boquiabertos, Thea, Laurel e Roy pela minha pequena explosão, Oliver eu não tinha certeza. – Você sabe que não gosto que me deem ordens. – Falei encarando Oliver erguendo uma sobrancelha, ele exibia um sorriso mínimo assentindo. – Você sabe que vocês estão vestidos não sabe? – Falei tentando tirar as atenções em mim.

– Você estragou a graça de te jogar na água. – Roy reclamou tirando a camisa, então me encarou com um sorriso nos olhos. – Ou não. – Falou antes de me pegar pela cintura e carregar com ele.

– Roy! – Gritei antes de cairmos na água, definitivamente a água estava gelada, e eu ia matar ele. – Eu acho que estou rodeada de crianças. – Minha careta quebrou em um sorriso ao encarar Thea rindo, até mesmo Laurel parecia se divertir, elas tiraram suas roupas e se juntaram a nós. Oliver não sorria, na verdade Oliver estava como sua cara de raiva, aquela em que ele está prestes a por uma flecha em alguém. Comecei a temer por Roy.

– Olie. – Thea o chamou. – Não seja chato, vem aqui. – Pediu. – Ele pareceu considerar seu pedido, embora ainda estivesse carrancudo, eu não me importava, ele que inventou de aceitar esse fim de semana, eu não ia ficar correndo atrás de Oliver toda vez que ele se aborrecesse com algo. Ele guardou minhas coisas juntas ao dos outros e só então eu reparei que ele ainda as segurava, então começou a tirar sua camisa, e eu não entendia por que apesar de vê-lo todos os dias sem camisa eu ainda prendia o fôlego com a visão de seus músculos, todos os dias eu ficava em frente a um computador enquanto Oliver se exercitava, e por mais concentrada que eu estivesse, uma parte minha, a que é movida por hormônios, estava ciente do seu torso desnudo.

– Felicity? – Thea chamou impaciente.

– Sim?

– Você poderia ser mais óbvia? – Perguntou com um sorriso divertido. – Digo, se quiser eu posso pegar um babador...

– Cala boca Queen. – Resmunguei ganhando uma gargalhada com reposta.

[...]

– Eu vou confessar... – Roy começou sentando na cadeira ao lado da minha, estávamos na cozinha, Oliver tinha subido para tomar banho, assim como Thea e Laurel. Quando voltamos do lago eu e Roy fomos os primeiros a nos retirar, tinha sido difícil sair de lá, tanto que não percebemos o tempo passar, nos divertimos tanto que seria difícil voltar para casa e vê o lado feio de Starling City, eu estava feliz por Thea ter nos forçado a isso, Oliver precisava disso, eu precisava, era uma grande pena Diggle não ter vindo conosco. Ergui uma sobrancelha esperando Roy terminar a frase, embora ele tivesse parado e me encarasse com o cenho franzido. - Você está bem?

– Não era isso que você ia falar. – Sorri levemente.

– Não. – Concordou. – Mas eu me preocupo com você Felicity, o que aconteceu? Você parecia está feliz hoje.

– Eu estava. – Confirmei. – Eu estou. – Corrigi. – Eu só estava pensando em quando voltássemos.

– Não já está sentindo saudades né? – Perguntou confuso. – Você vê todos nós, em todos os dias, na verdade não sei como você ainda nos tolera. – Brincou.

– É difícil nos encontrarmos em momentos tão tranquilos assim. – O cutuquei. – Eu até estou simpatizando um pouco mais com Laurel.

– Esse é um grande feito. – Riu.

– O que você ia confessar? – Decidi retornar ao tópico.

– Apenas que eu não esperava me diverti aqui. – Deu de ombros. – Eu amo Thea, mas eu e seu irmão não nos damos tão bem, para ser sincero eu meio que acho ele um idiota. – Lancei um olhar recriminador. – Eu sei que não terei seu apoio nisso, vocês parecem ter um... Rolo.

– Nós não...

–Felicity. – Cortou-me.

– Ok, não vou mais falar isso. – Concordei. Ele sorriu aprovando, sorri de volta, instantes depois Oliver entrou na cozinha, seu cabelo ainda molhado. Ele nos encarou por alguns segundos nos analisando.

– Eu pensei em ajudar com o jantar. – Explicou.

– A torna-lo não comestível? – Roy perguntou o provocando, dei uma cotovelada que o fez gemer de dor.

– Lis!

– Vá procurar Thea. – Falei. – Oliver e eu cuidamos da comida. – Ele assentiu e se retirou.

– Eu não gosto dele. – Oliver comentou se aproximando.

– Isso por que ele namora sua irmã. – Dei de ombros e passei a abrir as portas dos armários. – É meio que uma lei.

– John ligou. – Oliver falou se aproximando novamente. – Temos que partir amanhã cedo.

– Ok. – Concordei voltando a me afastar e abrir a geladeira. – Alguma novidade?

– Você vai ficar fazendo isso? – Perguntou segurando meu braço quando eu caminhava para o outro lado da cozinha, onde ficava a pia.

– Isso o quê? – Perguntei franzindo o cenho.

– Está me evitando. – Afirmou.

– Não, eu não estou. – Neguei prontamente.

– Felicity, você abriu as portas de todos os armários e da geladeira, e não tirou nada de lá. – Respirou fundo. – Você não as fechou. – Acrescentou. – Você está me evitando.

– Desculpe. – Fechei meus olhos brevemente sentindo meu rosto ficar vermelhou quando virei meu rosto para os armários e via que realmente eles estavam abertos. – Eu só estou...

– ... Evitando-me. – Completou. – Mais cedo não tínhamos nenhum problema.

– E não temos. – Falei rapidamente. – Apenas é um pouco difícil ignorar...

– O beijo. – Seu rosto estava sério, mas eu podia vê em seus olhos o quanto isso estava o deixando feliz.

– Não se atreva a sorrir Oliver Queen. – Tentei por um tom duro, mas falhei.

– Eu não estou sorrindo. – Negou, encarei seus lábios percebendo que ele realmente não sorria, mas seus olhos se iluminavam. – Embora eu posso compreender.

– Ah, você pode? – Deixei um sorriso escapar embora me censurasse.

– Sim. – Respondei. – Foi um beijo... Marcante.

– Não foi para tanto. – Menti.

– Profundo. – Se opôs ele.

– Comum. – Retruquei, seus olhos me fitaram em desafio.

– Intenso e sensual. – Respirei fundo com sua descrição, e notei que estávamos próximos, tão próximos que seu cheiro invadia meus sentidos, meus olhos desceram novamente para os seus lábios e senti uma onda de eletricidade percorrer meu corpo, eu o queria tanto, isso era tão ruim.

– Roy falou que Olie vai fazer o jantar... – Pisquei ao escutar a voz de Thea que entrava na cozinha. - ... Eu não acreditei, e tinha que vê por... – Parou nos analisando, Oliver se afastava colocando as mãos no bolso traseiro, a cabeça abaixada. – Eu fiz de novo. – Thea suspirou soando terrivelmente angustiada. - Deus eu tenho o pior timing.

– Eu vou fazer o jantar. – Oliver ergueu a mão, um sorriso em seu rosto, em nenhum momento eu acreditei. Ele apontou para Thea a provocando – Você vai implorar por mais.

– Eu vou... Eh... – Suspirei. – Ao meu quarto arrumar minhas coisas. – Conclui e me afastei.

– Como assim? Nós já vamos? – Escutei Thea perguntar ao irmão. Segui indo para o meu quarto, deixando para Oliver as explicações que com certeza Thea não gostaria.

– Ei. – Laurel falou quando passou por mim. – Olie falou que teríamos que adiantar nossa saída. - Informou.

– Ele acabou de me avisar. – Assenti. – Surgiram alguns imprevistos na QC. – Dei de ombros ante seu olhar de interrogação. – Ele está explicando para Thea. – Acrescentei.

– Ela não ficará feliz. – Comentou. – Eu vou vê se precisam de alguma ajuda lá embaixo. – Falou após alguns segundos de silêncios entre a gente.

– Certo. – Concordei, e segui para meu quarto me perguntando se sempre seria assim entre a gente, eu não queria ser a melhor amiga de Laurel, mas esses encontros repletos de tensão também não era o ideal.

[...]

– Eu não estou feliz com isso. – Thea reclamou. Estávamos em seu quarto e ela estava arrumando suas coisas, enquanto eu fingia ler uma revista.

– Eu sei, essa seria o que a décima vez que você diz? – Brinquei, deixando a revista de lado.

– Felicity, vocês me prometeram que só iriamos amanhã pela tarde. – Cruzou os braços.

– Primeiro: Nós não prometemos nada. – Esclareci. – Segundo: Não podemos ficar. Não estamos indo por que queremos.

– Isso não me deixa mais calma. – Retrucou.

– Bem, pois é melhor você aceitar isso. – Falei me levantando. – Eu vou para o meu quarto, vamos levantar cedo - A lembrei.

– Eu não entendo por que essa pressa. – Suspirou. – Estamos bem perto, não precisamos sair correndo. – Oliver ainda não havia me explicado direito por que estávamos indo, mas com certeza estava relacionado com a loira mascarada, então eu entendia a emergência, já que ela não se importava em matar. Mais uma vez me pequei com a consciência pesada por estar escondendo essa parte de minha via a Thea, principalmente pelo fato de trabalhar com seu irmão, e sermos dois a mentir para ela.

– Boa noite Thea. – Respondi apesar de saber que ela queria mais explicações, caminhei para meu quarto ciente que a estava decepcionando, vesti minha camisa favorita (Que na verdade não era minha) e me deitei pensando o quão minha vida estava mudada. Estes dois dias haviam sido de certa forma surreal não só para Oliver, mas para mim. Quem imaginaria o arqueiro tirando o final de semana de folga com sua assistente? Mas nós precisávamos voltar para realidade, eu adorava o fato do que fazíamos ajudava a cidade, eu admirava Oliver por isso, ele podia apenas seguir sua vida, como o playboy que achavam que ele era, sua família prestigiada e protegida, enquanto o menos favorecidos ficavam a mercê da violência de Starling City, no momento que Oliver havia entrado e minha vida, ele a mudou completamente, e por mais que tivéssemos nossos momentos ruins, eu sentia orgulho por ajuda-lo e a John com seu trabalho como vigilante, eu gostava de fazer parte da equipe. Suspirei imaginando se Oliver me faria companhia hoje, eu me peguei esperando que sim, por mais contraditório que fosse. Após perceber que uma visita ao meu quarto não estava nos planos de Oliver hoje, e não conseguir achar uma posição que me levasse ao sono, acabei erguendo minhas cobertas e abrindo hesitante a porta do meu quarto observando o corredor, parei em frente a sua porta a analisando, e de súbito meu coração deu uma acelerada, e se estivesse com Laurel? Por mais que ele negasse querer ficar como ela, eu vi esse último ano eles dois envolvidos em uma dança em que se afastavam e se aproximavam, nunca sabia em que momento Oliver estaria com Laurel ao seu lado, e tinha certeza que o apenas retardou a aproximação dele foi por ela está namorando Tommy, a final tão logo Tommy terminou com ela, ela e Oliver pularam para cama. Deixei meus pensamentos de lado, eu não queria seduzir Oliver, eu não queria mudar nosso status, eu só queria...Tomei uma profunda respiração e resolvi girar o trinco da porta sem bater, quase emiti um suspiro de alivio ao perceber que ele estava sozinho, estava deitado, e apesar de está escuro eu tinha certeza de que ele estava acordado.

A despeito de toda minha mente está uma bagunça, caminhei até a cama e subi sem hesitar, deitando ao seu lado, seu braço não demorou em me puxar contra si, o abracei fortemente aceitando sua aproximação.

– Você está sem camisa. – Comentei.

– Fizemos um acordo. – Respondeu simplesmente. – Por que você veio Felicity? – Pensei um momento refletindo o que havia me trazido até seu quarto, era eu que o estava evitando, eu que deixei claro que não poderíamos nos envolver, eu que o estava afastando, então por quer tinha sido eu que fui até seu quarto? Eu sabia que quando voltássemos amanhã essa intimidade seria abruptamente cortada, não poderíamos mais prosseguir assim.

– Eu percebi que dormimos melhor quando dormimos juntos. – Optei por devolver sua frase da noite anterior. Uma relação minha com Oliver tinha tudo para dar errado, não era apenas uma questão de chefe e secretária, ele era meu parceiro, e amigo, caso algo desse errado afetaria não só minha relação com ele, mas com a equipe, mas parte de mim, a que eu queria esconder perguntava-se mesmo que em silêncio: E se desse certo?


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Notas finais do capítulo

Espero que tenha agradado as expectativas, caso tenha ou não espero que me digam nos comentários... Xoxo LelahBallu