Bad Boy

Capítulo Dez – Lysander’s party PT II

Rose não podia acreditar naquilo. Não podia ter beijado Scorpius Malfoy, aquilo era inacreditável.

– Ruiva? – Scorpius arregalou os olhos e tirou o chapéu. Seus cabelos louros apareceram.

– Não. Não. Não. – Ela se afastou. – Eu não dancei com você. Eu não beijei você.

– Beijou. Beijou sim – Scorpius parecia igualmente horrorizado. – Isso… Cara… Isso…

–o loiro parecia sem palavras. – Você… loira… mas… ruiva…

Rose encarou-o horrorizada, então deu-lhe as costas e andou com passos longos e rápidos em direção a Lily, que observava a prima de boca aberta.

– Rosie – falou a Potter, pronunciando o apelido da ruiva. – O que foi aquilo?

– Eu não sei – respondeu Rose, pegando o copo de ponche da mão da prima e bebendo tudo de um só gole.

– Você estava beijando aquele… cara… o Zorro… que parecia o Scorpius e… é isso mesmo? – Lily também estava sem palavras

– Lily, não me faça me sentir pior do que eu já estou, ok? Eu beijei Scorpius Malfoy – Rose gemeu.

– Mas… ele beija bem? – Perguntou Bryanna, que estava ao lado de Lily, porém Rose não havia visto a garota.

– Bryanna – Rose ia ralhar com ela, mas parou e pensou na pergunta. – Apesar de ser horrível o que aconteceu… sim, Malfoy beija bem.

– Hum, hum – olharam para a mesa do DJ e viram Lysander com um microfone na mão. – Por favor, todos prestem atenção.

– Ainda acho que ela está fantasiada de vadia – opinou Bryanna.

– Então, como todos vocês sabem, iremos escolher o rei e a rainha do baile. Haverá uma urna aqui – Lysander apontou para uma caixa grande de madeira, ao seu lado. – E tenho aqui os casais que foram vistos dançando durante a noite, irei falar suas fantasias e quero eles aqui, do meu lado. Ao todo serão cinco casais. Número Um: Princesa e Príncipe Branco – ela apontou para Lysander e Albus, no fim da festa. – Número dois: Tarzan e Jane. Três: Homem Aranha e Mulher-Maravilha. Quatro: O Leão e a Cobra – Rose olhou para trás e viu Molly e Fred andarem até o lado de Lysander. Fred usava uma fantasia ridícula de leão. – E último casal… tantaratam… Princesa de Branco e Zorro!

Princesa de Branco. Rose olhou para baixo. Está vestida de princesa. Princesa de Branco. E ela dançou com Scorpius. Que está vestido de preto. Vestido de Zorro.

Olhou para o lado e viu que ele, já novamente com o chapéu e a máscara, está lhe encarando boquiaberto.

– Vai lá – Lily empurra Rose, que vai andando com passos lentos até Scorpius.

– Lembrando que, de agora em diante, durante trinta minutos, irão tocar músicas lentas e românticas e quero que esses casais dancem. – Cinco holofotes se acenderam. Um sobre Albus e Jenna. Outro sobre Molly e Fred. Outros dois sobre os casais. E um em cima de Scorpius. Para onde a ruiva estava andando.

– Então, somos um casal? – Ele pergunta.

– Calado – rosnou ela e segurou sua mão direita. A outra pousa em sua cintura, junto com a dele. – Só faço isso porque estou sendo obrigada. Senão… já estaria longe daqui.

– Okay, okay – começa a tocar uma música. Rose reconhece como Give me Love. Uma de suas músicas favoritas, de seu cantor preferido. Ed Sheeran.

Começam a dançar ao som da música. A ruiva não tira seus olhos das orbes de Scorpius, mas continua pensando apenas na sensação de ter seus lábios contra os dela. E, do jeito que ele olha a boca da ruiva, parece que só pensa nisso também.

Seus passos são coordenados. Parece que dançam juntos há séculos. Quando Rose percebe, está com as mãos enlaçadas em seu pescoço e as mãos do loiro estão firmemente em sua cintura.

My, my, my, my, my, give me Love

A música ecoou na cabeça de Rose quando beijou Scorpius.

Suas bocas se encaixaram perfeitamente, para Rose, melhor que a de Lorcan. Suas línguas travaram uma dança provocante.

A ruiva se separa e empurra os ombros de Scorpius.

– Não, não, isso é errado. Eu te odeio. Não posso te beijar – Rose diz ofegando. Scorpius sorri. E não é um sorriso sacana.

– Mas me beijou. Você quer. Eu quero.

Dessa vez, ele toma a iniciativa, juntando suas bocas.

Rose se entrega totalmente a ele, agarrando seus cabelos. Ele segura na peruca e a joga no chão, enlaçando seus dedos no coque ruivo e o desfazendo.

Quando se beijam, parece que o mundo para ao seu redor e só existem eles. E olha que nunca haviam se beijado. Contudo, parece que suas bocas foram feitas para ficarem juntas. Para serem conectadas.

De repente, uma voz quebra o momento. Uma voz cheia de raiva e decepção:

– ROSE? – A ruiva se vira a tempo de ver Lorcan atrás de nós, usando uma fantasia de mosqueteiro. – Rose?

– Lorc – fala sem acreditar.

– Não diga nada. Você está beijando… quem você está beijando?

– Não é nada do que você está pensando.

– Bem, estou pensando que você está beijando outro. Estou errado?

Rose não falou nada.

– Eu sabia. Você é como qualquer outra. Só pensou em se tornar popular.

– Como ousa dizer que sou como qualquer outra?

– Bem, está me traindo, sendo que eu sempre fui fiel a você…

– Fiel? Bem, estava ouvindo uma conversa da Molly e, bem, ouvi algo parecido com isso: ela não vai deixar o namoradinho escapar, ele veio atrás de mim – falou a ruiva com uma péssima imitação da voz da prima.

Lorcan abriu e fechou a boca.

– Isso… é mentira. E é diferente.

– Diferente? Você me trai e está tudo certo. Eu beijo outro e você faz um auê? É isso que eu ouvi?

Lorcan franziu o cenho. O chapéu que usava era enorme e ficava caindo em seus olhos.

– Sim, é isso mesmo. Você é uma vadia, Weasley – Rose arregalou os olhos e desferiu um tapa em seu rosto, que ficou vermelho.

– Nunca mais me chame assim, Lorcan. Nunca mais. Eu não sou sua irmã – rosnou a ruiva e foi andando em direção a saída. Nesse momento, todos estavam observando a discussão.

Inclusive Molly e Jenna.

Ambas correram para a saída e tiraram um balde cheio de tinta verde detrás da porta. Como estavam mais próximas, esperaram Rose chegar. E quando ela foi passar pela porta, Molly jogou o balde para frente e a tinta voou. Porém, o balde escorregou de suas mãos. Lorcan, que correra atrás de Rose, puxou o braço dela e apenas a tinta acertou a garota. O balde acertou a cabeça do loiro e ele caiu para trás.

Rose, coberta de tinta verde, gritou e se ajoelhou ao lado do ex-namorado.

– Lorcan! – Gritou. Ele havia desmaiado. – Lorcan! Acorda! Lorcan!

– Sai da frente, sai, sai – Albus correu até eles e se ajoelhou ao lado de Lorcan, checando seu pulso e dando leves apertos em seu crânio. Fez alguns círculos com os dedos e algumas massagens. Durante alguns segundos, Lorcan continuou imóvel. Então abriu os olhos e ofegou.

– Albus – Rose olhou incrédula para ele. – Como?

– Bem, querer ser médico e estudar desde os quinze anos dá alguns bons resultados – ele comenta, suspirando.

– Lorc, você está bem? – Molly se ajoelha ao lado do loiro e o ajuda a se levantar. Depois empurra Rose, coberta por uma substância verde e pegajosa. – Você está nojenta, Weasley.

Todos olharam para Rose e pareceram perceber que ela estava cheia de tinta. Apontaram para ela e começaram a rir.

A ruiva se levantou e andou de costas até a saída, enquanto apontavam para ela e davam risada. Rose mordeu o lábio inferior, tentando não chorar, e saiu correndo da casa.

Andou até seu carro, mas não estava achando a chave em sua bolsa. Sua visão estava turva pelas lágrimas.

– Hey, Weasley – olhou para trás e viu uma silhueta de negro correndo em sua direção.

– Saia daqui, Malfoy – gritou à ruiva e então percebe que está presa em um abraço apertado. Rose encostou a testa em seu peito e chorou. Chorou como uma criança.

– Vamos para minha casa – Scorpius diz, sem nenhuma malícia na voz. Ele tira a bolsa das mãos de Rose e acha a chave do carro, coloca a ruiva no banco do passageiro e se senta no banco do motorista.

Sem nenhuma palavra, ele a leva para a Mansão Malfoy.