Surviving the love. escrita por Vitória F


Capítulo 54
Capítulo 54: Surviving the love.


Notas iniciais do capítulo

É com um aperto no coração que eu anuncio o ÚLTIMO CAPÍTULO DE SURVIVING THE LOVE.
Sério, eu estou muito grata por todos. Por acreditarem nessa história, por comentarem me dando cada vez mais animação para continuar. Vocês vão deixar saudades, Emma deixará saudades assim como toda sua tupre. Estou encerrando Surviving the love, pois ela já estava saindo do meu contexto original e, para não transformar essa história numa tragédia, decidi parar por aqui. Também vou desativar essa conta, porém, se vocês querem me encontrar só procurarem pela ''Aurélia''. Minha nova conta. Enfim.

OBRIGADA A TODOS POR TUDO QUE VOCÊS FIZERAM. OBRIGADA POR MAIS DE 13.000 VISUALIZAÇÕES, AOS 127 ACOMPANHANTES, AOS 38 FAVORITOS E AS 10 RECOMENDAÇÕES. SÉRIO, MUITO OBRIGADA!

MAS NÃO SE PREOCUPE. EU FAREI UMA ONE-SHOT SOBRE A HISTÓRIA E, NA MINHA NOVA CONTA - AURÉLIA - ESTAREI POSTANDO UMA NOVA FANFIC COM O CARL. ESPERO QUE VOCÊS VEJAM.

BOA LEITURA!



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O ser humano é uma coisa incrivelmente a ser estudada. Diante da certeza mais aceitável eles ainda têm o direito de deixar ser enganado. E como foram enganados! Ou melhor, e como gostaram de ser enganados! Em todos esses milênios e milênios que vivi sempre me espantei com os humanos. A forma pelo qual cada um cismava em acreditar no impossível. Mas não se engane eles sempre me surpreendiam. E eu, um mero observador, um mero invejoso os observava com ternura. Dê quê adianta tanta fé se no final você morrerá?

Agora eles dizem ser o fim do mundo. Já vi o fim do mundo algumas vezes e na manhã seguinte tava tudo bem. Agora todos estão sofrendo. E me ocorreu que todo mundo sofria continuamente, incluindo aqueles que fingiam não sofrer. Eles estão sofrendo, mas é apenas o amor. Afinal, todo mundo ama e perder um ente querido é como se tivesse seu coração em mãos.

Todos sabem amar, pois já nasceram com este dom. Algumas pessoas já o praticam naturalmente bem, mas a maioria tem que reaprender, relembrar como se ama, e todos – sem exceção – precisam queimar na fogueira de suas emoções passadas, reviver algumas alegrias e dores, quedas e subidas, até conseguir enxergar o fio condutor que existe por detrás de cada novo encontro.

Era possível ouvir os choros do lado de fora da casa, cada um com de um modo diferente. Alguns choravam baixinhos; outros, choravam para o mundo inteiro ouvir. Eu, simplesmente, passei sem ser visto. Invisível, intocado, sem me sentirem, sem me verem. Subi os degraus de madeira, e elas, nem sequer ousaram gritar fino, como faz com os pés calorentos. Pois os meus não eram calorentos. Caminhei pelo corredor pouco iluminado, vendo a porta do último quarto aberto e de lá, saindo o arqueiro enfurecido.

Eu não podia condena-lo, nem a todos que estavam reunidos. A perda fora grande. Enquanto ainda me dirigia ao quarto pude ver o olhar cabisbaixo do projeto de xerife. Eu não podia negar, ele era sim um desgraçado inaceitável, um tremendo idiota, mas acima de tudo, um parceiro indispensável. Dei meus cumprimentos – mesmo que estes passassem despercebidos – aos presentes na sala e parei ao lado da garota.

Com um rosto sereno, cabelos loiros desgrenhados e pele tão pálida que poderia se misturar com o lençol que a cobria, estava ela. Emma Stonem Dixon. Ou Emma Dixon, como ela mesma preferia ser chamada. A morte fora dada depois da conversa definitiva com seu pai, depois de escrever uma carta, depois de contar a Max como é estar sem metade de um olho. Depois de não perder – nem ao menos dispensar – o bom humor e falar a sua mãe que estava cansada e precisava dormir um pouco. Dormir um pouco como a eternidade. Passei meus braços duros e calejados de tanto trabalho, mas não fora preciso erguê-la e alinha-lha ao meu corpo. Ela estremeceu e me encarou, de cenho franzido e de olhar um tanto interrogador.

– Quem é você? - perguntou-me um tanto que ofendida.

– Um amigo – respondi sem declarar nada a mais.

– Estou morta, não estou? – ela percorreu seu olhar para todo o corpo, depois, a sua mãe que lhe apertava a mão e não parava de chorar. – Diga!

– Está. Infelizmente.

Ao contrário do que imaginei, ela não pareceu se ofender, muito menos cogitar em ficar triste. Ergueu o peito e respirou fundo, levantando-se logo em seguida. Passara a mão pelo rosto, apalpando-o.

– Pelo menos eu estou inteira – brincou.

Não fora preciso se preocupar com a roupa, muito menos com o cabelo ou com os olhos. Ela estava morta; não precisava se preocupar com as regalias do mundo.

– Posso ao menos saber o meu diagnostico? Atestado? Seja lá como for.

– Febre e ataque cardíaco. A cirurgia fora feita as pressas, esqueceram de seu coração. Você inexplicavelmente conseguiu viver, mas seu pobre corpo... han... não aguentou tanta pressão – esclareci.

– Você anda com alguma prancheta para saber de tudo isso?

– Anos aprendendo. – respondi.

Eu não gostaria de enrolar mais aquela cena infame. Ver vivos chorando sempre me provocou arrependimento - engana-se o tolo que desacreditada dos meus sentimentos -, porém, não posso fazer nada. Sou apenas um mensageiro. Um peão. Um escravo da eternidade cruel.

Eu parei diante da porta e, ao olhar para trás, vi Emma de braços cruzados ao pé de sua cama, encarando o seu antigo corpo. Para minha surpresa, ela não demonstrava sentimentos – o que costuma ser bem normal entre as adolescentes escandalosas de sua idade -. Eu a acompanhei desde que nascera, Emma mudou, tornou-se alguém forte e capaz de aguentar suas próprias dores. Quedas. E ela soube se recuperar muitíssimo bem de cada uma delas.

– Ande logo... eu tenho trabalhos a cumprir – sussurrei para ela, mas ela, de nada fez. Continuou imóvel encarando seu pobre corpo. – O que foi? Vai surtar?

– Não. – ela respondeu, encarando-me firme. – Eu só queria me ver pela última vez.

Eu a permiti passar alguns segundos encarando a si própria antes de partimos a uma jornada bem mais fácil. Quando passamos pela sala, Emma encarou o rosto de cada presente em sua antiga sala e não deixou de sorrir. Ela estava feliz por um dia tê-los ao seu lado, feliz por ter sido alguém na vida de cada um. E nós deixamos aquela casa, aquela noite quente para caminhar para o infinito.

A noite estava quente pelas lamparinas acessas ao alto de cada poste. Porém, a rua estava fria, escura e vazia. Comum em todas as noites dentro de um fim como esse, sem a poluição para esquentar o ar.

– Me permite? – perguntei depois de um tempo.

– Claro. – ela respondeu.

– O que escreverá naquela carta?

– O que eu escrevi? – ela perguntou mais para si mesma e suspirou pesado. Continuou a caminhar ao meu lado e ficou, durantes minutos pensando na resposta.

~ ~

Se vocês estiverem lendo esta carta, com certeza eu devo estar a sete palmos do chão – como dizia minha mãe – mas, ao contrário do que imaginam, não é uma carta suicida e sim, uma de agradecimento.

Eu os agradeço por conviverem em um tempo tão difícil ao meu lado, suportando-me e aguentando meus clichês e atitudes mais estúpidas. Com certeza, isso é o que fazem de vocês não só sobreviventes e sim humanos. E por favor; não sejam tolos, vocês tem capacidade de continuarem com a humanidade dentro de vocês. Eu acredito em cada – estou falando em todos – vocês.

Daryl e Carol; vocês foram os melhores pais que essa merda me proporcionou. Eu sei que todos nós temos nossos erros, nossas consequências que nos acompanharam pelo resto da imunda e deprimente sobrevivência nessa merda de lugar, mas vocês com certeza deram alegria a isso. Eu os amo tanto. Eu adorava sua comida, Carol. E eu o amava para caramba, Daryl. Amava pois venceu essa merda do passado e me ensinou a vencê-lo também. No final, eu acabei aprendendo alguma coisa com alguém tem marrento e mal-educado.

E agradeço a Mika por ser a mais insuportável – e inseparável – irmã que um apocalipse pode me dar. Ela, sem duvidas alguma, me enchia o saco o suficiente para eu saber que não sobreviveria um dia sem ela. Ou melhor, eu não aguentaria sobreviver. Ela me deu sentimentos incríveis, me proporcionou momentos engraçados e inoportunos. E eu, realmente desejo que sua sobrevivência seja imensamente feliz, que você encontre e fique bem com o você-sabe-quem. Para você, eu deixo meus livros e tudo o que estiver em meu quarto.

Deixo as minhas consideráveis irmãs – Beth e Maggie – um grande abraço e os segredos que contei somente a elas. Acima de tudo, pela cabeça dura e insensível de Maggie Greene. O tempo que convivemos juntos foi o essencial para saber que as duas eram divertidas o suficiente para me prender dentro de uma casa – quando o que eu mais queria era sair por aí, aprontando um pouco e deixando meus pais de cabeça virada -. Maggie, Beth não é uma garota fraca como você pensa e Beth, Maggie não é irresponsável como todos acreditamos, se Max está aí, é porque devemos rever nossos conceitos.

Deixo aos meus amigos – Lauren e Josh, Rick, Glenn e todos os outros – o meu eterno e longo obrigado. Vocês conseguiram fazer dessa sobrevivência uma coisa divertida, ou melhor, uma coisa agradável. Os mortos estavam em nossas portas e vocês, conseguiram tirar o cheiro de mortes sobre nossas cabeças. Vocês devem – tem a obrigação – de continuar assim, pois não caíram em transe e ficaram sãs para sobreviver.

E por ultimo, talvez o menos agradável de relatar, deixo a Carl Grimes o meu amor. O projeto de xerife mais estúpido, arrogante e inescrupuloso que pude ter o prazer de conhecer. Ele me mostrou o que era amar um garoto a ponto de odia-lo. Eu sei que agora todos devem estar rindo com isso e você provavelmente deve estar corado, mas sim, eu o amei de verdade. Você foi o meu primeiro e ultimo amor, estou grata.

Não me arrependo de nada que aprontei, de nada que fiz, só me arrependo de não ter aprontado o que eu gostaria de aprontar. Afinal, na vida nós só temos uma única certeza: a morte vem breve. E numa vida como essa, a certeza torna-se inabalável. Se eu soubesse que era a ultima vez, teríamos abraçado-os mais. E com certeza, bem apertado.

Um dia em um momento qualquer, Carl Grimes perguntou-me o que me fazia sobreviver. Eu, sempre tão cheia de orgulho, não sabia o que responder e mudei rapidamente o assunto para não sair como a ignorante da história. Agora, eu tenho a resposta. Eu sobrevivi pelo amor, e vocês?

Com amor, Emma Stonem Dixon.

Uma sobrevivente deste apocalipse.

~♥ ~

– Eu estava apenas agradecendo – ela respondeu.

E eu a admirava. Não por ser apenas uma sobrevivente. Ela, uma garota adolescente dissimulada, espantou alguém sem emoções. Deixou surpresa a morte. E, eu retiro o que disse, os seres humanos não me assustam, em algumas vezes, eles me espantam.

– Eu já ia me esquecendo – bati com a mão em minha cabeça. – Não me apresentei! Prazer, sou eu a...

– Morte. – ela me cortou. – Prazer em conhecê-la.


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Notas finais do capítulo

Enfim, é isso. Grata hein meninos. Vocês fizeram dessa fanfic uma maravilha. Espero que tenham gostado do final. Pretendo nos vermos mais vezes.
Comentem o que acharam, deixe uma autora feliz em seu último capítulo rsrs. Beijos.
Adeus!

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