Surviving the love. escrita por Vitória F


Capítulo 33
Capítulo 33: Last seconds.


Notas iniciais do capítulo

O capítulo de hoje é dedicado à WeirdGirl pela 6 recomendação. Obrigada pela recomendação, linda.
Como prometido, o último capítulo bônus! A narração é de Lola e isso explicará boa parte de tanta coisa que Jaimes fará a Emma. O capítulo também foi grande por isso, teremos dois gifs. Quero agradecer os comentários de todos! Boa leitura amores.



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POV – LOLA.

Tentei acreditar que Jaimes era o cara da minha vida, porém, foram tentativas jogadas no lixo. O cara era um imprestável. Já terminei com ele diversas vezes, mas ele sempre volta e pede para ficar comigo, aí sempre acaba em briga com policia e tudo.

Estamos a um mês separado, eu já não o aguentava mais, ele me deixava impaciente demais. A única coisa boa no meio disso tudo foi conhecer Andrew, ele é extremamente especial para mim, ele sim, é o homem da minha vida. Acabei me envolvendo de um jeito e não consegui mais larga-lo.

Emma, agora com 11 anos, está mais esperta de tudo que está acontecendo. Eu posso ate afirmar que ela já sabe sobre esse rolo, aliás, bem antes mesmo das minhas indiretinhas. Eu já estou com Andrew há seis meses, e ela, sempre desconfiou.

Meu telefone tocou, mas eu podia atender. Meu chefe ainda não chegou no trabalho e as coisas pareciam tranquilas.

– Um beijo pelo seu pensamento. – A voz era nítida de Andrew. Ele parecia animado, mas eu não sabia se ele iria se animar com a minha pequena novidade.

– E como você vai dar esse beijo? Através do telefone? – Eu zombei de sua cara.

– Podemos almoçar juntos hoje! Chamamos ate Emma. – Ele propôs.

– Ótimo! – Não era uma má ideia, eu podia dar a noticia lá, mas eu acho que alguém aqui não aguentaria todo esse tempo. – Preciso te contar uma coisa.

– O que é?

– Você vai me matar. – Eu murmurei entre um suspiro pesado. – Eu to grávida.

Um silêncio absurdo surgiu. Eu ouvia o chiado do telefone, a respiração de Andrew. Não faz muito tempo que descobri, foi um momento de descuido entre nós dois. Eu e Andrew nunca falamos sobre filhos, mas ate pensávamos, não agora, nesse instante.

– O que você acha? – Perguntei para não deixar o clima tenso como estava.

– É... Maravilhoso. – Relaxei meu corpo, nunca me vi tão tensa além da minha primeira gravidez. Pensei que Daryl me mataria, mas não, ele ate curtiu a ideia, mas não por muito tempo. - De quantos meses?

– Meu ginecologista disse que estou de dois meses. – Eu remexia nos papeis encima da mesa para encontrar minha agenda de períodos. – É, estou certa, de dois meses.

– Uau...

– Nós teremos um bebê.

– Será que Emma vai gostar?

– Eu acho que sim. Ela adoraria ter um irmãozinho. – Eu respondi.

– Você já sabe o sexo?

– Não. Mês que vem, tenho outra consulta; talvez lá eu saiba.

– Então nos encontramos no almoço.

– Almoço. – E desliguei.

Parecia que tirei um peso enorme das minhas costas, agora, eu tinha Emma. Ela gosta de Andrew, os dois parecem pai e filha, mas nunca comentamos sobre bebê. Emma é mimada, gosta de ser o centro da atenção de todos, eu não sei como ela ficaria após descobrir o bebê.

. . .

O tempo foi passando ate que telefonei para a casa da Sra. Margaret, que cuidava de Emma enquanto eu trabalhava. Já que Andrew também trabalhava, Emma não tinha ninguém que realmente a aguentasse.

– Ela não está? – Eu perguntei. Margaret falou que Emma não estava no momento.

– Ela está brincando na rua. – Ela respondeu.

– Tem como chamá-la?

– Só um momentinho.

Enquanto eu aguardava Emma, eu senti desconfortável diante de tudo aquilo. Eu não queria contar sobre a gravidez, nem ter aquele almoço com ela. Preferia contar esse tipo de coisa a ela quando estivéssemos nós duas.

– Pode falar; meu amor... – Ela falou debochada.

– Não. É que eu só queria saber como você estava. – Decidi não contar nada.

– O que é isso? Você está bem? Nunca se preocupou comigo! – Ela desconfiou.

– Mas sempre tem uma primeira vez. – Eu retorci. – E como você está?

– Eu estou ótima, acabei de ganhar na queimada, agora jogaremos futebol e depois pularemos no... E só. Ate logo mamãe, eu amo você!

Eu sabia que Emma iria pular no lago, voltar molhada, começar a correr só para não levar bronca de Margaret. Eu não sei se conheço Emma direito, aliás, nenhuma mãe conhece tão bem seu filho.

Mesmo feliz com a ótima reação de Andrew, eu sentia que alguma coisa iria nos atrapalhar, ninguém consegue ser feliz 100%, nem mesmo eu. Volte para o foco inicial: as papeladas. Eu tinha milhares para assinar e avisar para entregar ao meu chefe, alguém que me lembra muito Daryl.

Emma é muito parecida com ele; na arrogância e teimosia. A última cena deles juntos foi bastante engraçada. Dois orgulhosos brigados um com o outro, mas Daryl não resiste à sua filha, apenas uma vez... A última vez... A vez em que ele foi embora.

. . .

Encontrei com Andrew num restaurante bem próximo do nosso trabalho. Andrew é assistente social numa empresa e eu, trabalho num escritório. O nosso tempo é bem curto, mas dá para ficarmos juntos.

– E por que Emma não veio? – Andrew perguntou entre um gole de Martini.

– Ah, eu decidi não chama-la... Acho melhor eu mesma ir conversa com Emma. – Senti vontade de vomitar assim que senti o cheio do Martini de Andrew.

– O que foi? Você acha que ela não vai gostar? – Ele insistiu.

– Não é isso, é só que ninguém conhece Emma Stonem Dixon. Preciso ter calma para falar com ela.

– Ela é adorável. – Ele comentou.

O almoço começou, mas eu não conseguia comer muito. Minha gravidez é a pior fase, eu sinto enjoo de tudo, vomito há cada 15h00 e tenho o parto mais doloroso do mundo. Eu não sei se o bebê de Andrew era diferente, mas eu estava torcendo por isso.

– E qual nome nós daremos a ele? – Ele perguntou depois de um tempo.

– Ainda nem sabemos o sexo, o que você quer? – Eu retruquei.

– Eu gosto de Noah. É bonito, curto e soa bem. – Ele encostou seu corpo na cadeira.

– E se for menina?

– Faith.

– Faith.

– É bonito, pequeno e também soa bem. Eu gosto de nomes curtos, nomes grandes enjoam.

– Meu Deus! Eu tenho dó do nosso filho.

– Valentine? - Eu levantei meu olhar. – Eu te amo.

– Eu amo você!

Conversamos mais um pouco sobre escolha de nomes ate que decidimos ir embora, mas antes, Andrew me levaria ate um lugar que ele jura ser completamente legal.

Enquanto nós dirigíamos ao carro, dois ou três helicópteros sobrevoaram correndo o local onde estávamos. Não dei muita importância já que há algumas semanas surgiu um boato de mortos estarem voltando à vida e agora, todo o estado de Atlanta está aqui para uma pequena discussão sobre o assunto.

Andrew me levou ate o antigo mirante daqui. Estava um pouco frio, assim deixava o mirante um pouco mais apaixonante, mas não sei se era aos olhos de Andrew. Acho que ele não consegue entender o que é ser apaixonante.

Ficamos um tempo juntinho – o que estava se tornando difícil com as visitas constantes de Jaimes em casa – sentados no único banco do local, observando algumas gaivotas voando próximo à água.

De repente, uma gritaria começou. Várias pessoas começaram a correr e depois, pessoas lentas, ensanguentadas e mortas ‘’caminhavam’’ atrás dela.

– Os tais mortos vivos existem mesmo! – Foi à única coisa, e não a coisa certa, que Andrew falou. – Vamos, precisamos sair.

Começamos a correr ate o carro, muitos deles apareceram, muito menos. Alguns helicópteros voltaram a aparecer e começaram a atirar sobre os tais ‘’zumbis’’. Conseguimos entrar no carro e assim, sair de lá, mas a cidade estava toda ‘’dominada’’ por eles. Nos locais onde passamos, há poucos minutos atrás, estava lotado deles.

– Emma! Precisamos ir para minha casa! – Eu estava tão nervosa quando pronunciei isso.

Andrew correu o mais rápido possível ate chegarmos a minha rua. Várias pessoas corriam de um lado para o outro, um entrar de carro cada vez me deixava nervosa e com medo. Eu nunca, nunca em toda minha vida, soei tanto de preocupação.

– Valentine, fica calma, assim vai piorar a situação do bebê. – Andrew avisou.

– Andrew; a situação não é o bebê, eu tenho que salvar Emma.

Deixamos o carro no começo da rua e corremos ate nossa casa, quando cheguei lá, me espantei ao ver Jaimes com Emma. Minha pequena não parecia confortável ao lado dela.

– Emma, venha aqui! – Eu pedi um pouco insegura com o olhar de Jaimes.

A pequena veio correndo ate mim e me abraçou.

– O que você fazia aqui, Jaimes? – Perguntei.

– Sendo a mãe desnaturada como você é; eu pensei que Emma podia estar correndo perigo, mas não, ela é tão fraca quanto imagino.

– Meu amor... Consegui trazer o carro. –Andrew entrou na sala. Jaimes ainda não sabia sobre nosso caso, e ficou um clima terrível na sala.

– Vocês são namorados, por acaso? – Ele perguntou.

– Emma, por favor... Entre no carro que Andrew deixou lá fora. Eu tenho que conversar com Jaimes.

Emma assentiu com a cabeça e correu ate o quarto. O clima estava completamente pesado, Andrew ficou ao meu lado, encarando Jaimes com raiva e seriedade.

– Então, a vadia começou a namorar o vizinho? Eu bem que devia ter desconfiado disso, você nunca foi confiável. – Jaimes falou.

– Olha como você fala com ela. – Andrew gritou e partiu para cima de Jaimes.

Os dois começaram a brigar enquanto eu; fui ate o carro falar com minha pequena medrosa.

– O que está acontecendo? – Ela perguntou chorosa.

– Nada! Eu só tenho que voltar ate lá e buscar Andrew, certo? – Ela assentiu comm a cabeça. – Tome; ligue para a vovó, nós vamos para a casa dela.

Decidi entrar pelas portas do fundo e quando entrei, Andrew estava ensanguentado no chão, Jaimes havia colocado fogo em toda casa. Jaimes observou aquela cena toda ate que simplesmente abriu a porta e foi embora.

–Andrew, por favor, responde... – Eu tentei permanecer ao lado dele, mas o fogo só conseguia me deixar sem ar.

Andrew estava morto, seu coração não palpitava mais. Mesmo querendo ficar, mesmo sofrendo com aquilo, eu ainda tinha que salvar Emma. Peguei algumas coisas na cozinha e sai, mas acabei encontrando com Jaimes.

– Agora o assunto é com você, vadia! – Ele segurou meu braço.

– Jaimes, me solte... Deixe-me ir. – Eu implorei. – Você já acabou com minha vida, você quer mais o que?

– Você é uma vadia. Uma vadia desprezível. – Ele me empurrou para trás.

Um zumbi acabou mordendo meu ombro. Era uma dor insuportável, Jaimes fugiu, ele simplesmente desapareceu e Emma, parecia assustada dentro do carro. Entrei sem dar nenhuma explicação e acelerei. Eu sabia; aquilo não tinha mais cura, mas Emma tinha que ficar viva, ela ainda tinha chances.

– Mamãe; você vai ficar bem? – Ela perguntou.

– Emma... Eu preciso te falar uma coisa... Você é a garota mais especial desse mundo, você tem potencial para tudo. Nunca se esqueça disso. Você é forte e corajosa. Se tiver medo, tenha medo. Isso demonstra que você ainda tem sentimentos. Você é a pessoa mais especial da minha vida. Eu amo você.

– Eu também te amo, mamãe.

Consegui chegar ate a fazenda de meus pais. Eu não quis descer, não quis deixa-los bravos eles, enfim, um dia entenderiam. Emma desceu, perguntou por que eu não descia com ela e eu inventei uma história.

– Emma... Lembre-se: Você é a garota mais especial do mundo. O mundo sempre vai te dar uma rasteira, mas você precisa ser forte e se levantar.

– Mamãe? Por que você está falando assim? – E aquelas palavras só me fizeram chorar mais, eu não iria aguentar.

Dei meu ultimo adeus a Emma e novamente acelerei. Nada era feliz, ninguém é feliz, sempre vem alguém e acaba com sua felicidade. Minha vida poderia ter sido melhor, talvez, eu podia ter seguido com aquela criança. Acelerei contra algumas arvores ate que senti o impacto.


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Notas finais do capítulo

A conversa de Emma e Lola é bem parecida com a conversa entre eu e minha mãe. Ela não é muito de ligar aqui em casa quando está no trabalho e eu sempre desconfio quando ela liga para cá. Toda vez que ela liga, é para mandar eu fazer alguma tarefa! Sim, Jaimes é um nojento e desprezível, mas o que é dele está guardando, prometo garotas(o)! Comentários! Até a próxima!!



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