Surviving the love. escrita por Vitória F


Capítulo 32
Capítulo 32: Emma's worst nightmare.


Notas iniciais do capítulo

Título em inglês: Capítulo bônus!!!
Eu tenho uma péssima notícia para dar, mas por um lado, é boa também. A minha pasta, onde guardo meus capítulos aqui no computador, foi misteriosamente excluída. Ninguém aqui tem culpa, mas eu já tenho meus suspeitos. É claro, esse capítulo estava escrito lá, mas me deu tempo para reescreve-lo e posta-lo hoje (Segunda Feira).
Eu quero agradecer vocês novamente, pelos comentários, pelos novos favoritos e pelos novos leitores. Vocês são tipo, deeeemais!!!
Vamos lá, capítulo. Bom. Esse capítulo é bem legal, é o maior que já escrevi na história e teremos 3 gifs de bônus também. Era para termos três capítulos bônus, mas não tive tempo de recuperar o primeiro que escrevi, portanto, teremos apenas dois!
Agora, chega de blá blá blá e vamos ao capítulo. Boa leitura!!



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Não faz nem duas semanas em que mamãe me contou que estava namorando. Eu fiquei extremamente enciumada com aquilo, acreditava que mamãe ainda gostava de Daryl ou que talvez, voltasse com ela, mas ela garantiu que o carinha era legal e eu realmente esperava.

– Mãe? – Entrei na cozinha onde ela estava sentada, com alguns papeis sobre a mesa observando bem as contas. – Nós temos um novo vizinho, sabia?

– Novo vizinho? Que legal. – Ela murmurou. Eu sabia muito bem que ela não ouviu nada, mas decidi irritada, sentando-me ao seu lado e mexendo nas suas coisas. – Emma, pare com isso!

– Preste atenção em mim; horas. – Eu reclamei e ela largou seu café e sorriu.

– Certo! Diga o que você quer.

– Nada, só quero falar do novo vizinho. Ele é bem bonito e... Charmoso. – Ela se permitiu rir. – É sério!

– E você sabe o que é uma pessoa charmosa?

– Eu não sei, mas já ouvi você falando isso então, eu posso falar.

Mamãe começou a rir e esqueceu as tais conta. Eu odeio quando ela perde tempo vendo essas contas. Não estamos atrasadas e nem tão pouco com falta de dinheiro, mas ela prefere perder a vida e revisando isso todos os dias.

– Emma? – Ergui minha cabeça. – O que você acha de conhecer meu novo namorado?

– Parece legal. – Mas não era, era insuportável essa ideia.

– Ótimo! Amanhã nós iremos jantar com ele numa lanchonete.

– Ele é falido assim?

– Emma! – Ela me repreendeu. – Eu só não quero ir a algum restaurante. É patético!

Assenti com a cabeça e decidi ir brincar lá fora. A rua em si é cheia de crianças e sempre rola brincadeira ate a noite. Como sou uma da mais velha, sempre escolho a brincadeira, e a brincadeira da vez foi queimada.

Mamãe – para grande espanto – também saiu lá fora e ficou sentada na varanda. O jogo começou e em poucos segundos, todos já estavam suados. Reparei que mamãe estava conversando com o tal vizinho novo. Olhando assim de longe; eles, ate que formariam um bom casal.

O jogo acabou com o outro time ganhando, mas teria revanche para amanhã. Eu estava disposta a ganhar desses anões de jardins.

– Olá. – Me aproximei dos dois que ainda estavam conversando. – Sou Emma.

– Ah, prazer; sou Andrew. – Ele estendeu a mão.

– Convidei-o para jantar em casa. – Mamãe contou.

Andrew tem olhos claros, o que é pouco perto de seus músculos e barriga. Notei que minha mãe não parava de encarar àqueles quadradinhos maravilhosos. Andrew podia ser modelo e morar ao meu lado, claro! Não vejo nenhum problema nisto.

Entrei em casa e fui direito ao banheiro. Minha mãe obrigou-me a tomar um belo banho. Esperei a água ficar quente - mais ou menos quente, no ponto ideia – para que eu tomasse meu banho. Não demorei muito tempo, mas demorei o bastante para ouvir minha mãe gritar.

Eu tenho que colocar uma ótima roupa que não deixe minha mãe brava e que eu goste. Eu tenho várias roupas, mas, varias delas, eu não gosto. Ou é rosa demais ou feia demais.

– O jantar está pronto! – Mamãe gritou e eu desci a escada correndo – Por favor, não corra. Já pedi isso milhares de vezes.

– Mas eu gosto de ouvir sua voz. – Falei manhosa.

– E talvez goste de ficar de castigo. – Ela retrucou fazendo todos na cozinha rir.

O jantar enfim começou. Minha mãe cozinha perfeitamente bem, às vezes era, mas é coisa de mãe. Andrew e mamãe se animaram numa conversa que eu não entendia nada, apenas assentia e voltava a colocar o garfo na boca.

– E eu era surfista. – Andrew estava comentando as coisas que fazia ou faz.

– Surfista? – Mamãe pareceu não acreditar naquela história.

– Sim, surfista. Qualquer coisa ensino vocês duas.

– Eu iria adorar. – Falei e Andrew sorriu ‘’charmoso’’ ou alguma coisa assim que fez mamãe suspirar alto.

Passou-se algumas horas, mamãe trocou sucos por vinhos e eu decidi ir dormir. Dei adeus a Andrew e fui direto para meu quarto. Coloquei meu pijama, fiz a oração que mamãe tanto insistia e deitei na cama. Eu estava cansada demais e amanhã eu teria o tal encontro com o novo - e idiota – namorado de mamãe.

. . .

Falta poucas horas para o encontro. Na realidade, 2h30. Eu estava feliz pela minha vitoria na queimada. Decidi descansar na grama do meu quintal e ficar observando uma discussão entre dois garotos nojentos que tinham espinhas.

– Vai surfar Andrew? – Eu zombei ao vê-lo com duas pranchas na mão.

– Não, eu estou vendo algumas coisas que eu não preciso mais. – Ele respondeu.

– Vai vendê-las?

– Não, mas é uma boa ideia. Você sabe onde tem pessoas loucas para comprar isso.

– Existe louco em qualquer lugar. – Levantei e bati uma mão na outra, tirando a grama e a sujeira da mão. – Tem um cara, na rua de trás, que é dono de um ferro velho. Eu acho que ele vai gostar dessas paradas aí que você tem.

Eu estava parada ao lado de Andrew, obsevando sua garagem cheia de coisas. Andrew, antes, morava em Miami e não teve onde deixar suas pranchas e o restante.

– Obrigado pela ajuda. – Ele sorriu. – Mas será que você pode me ajudar a retirar o resto das pranchas.

–Será um prazer! – Eu ironizei.

Andrew contou mais sobre sua vida. Ele contou que adorou o jantar de ontem e que também adorou mamãe. Eu ate achei meio divertido ver Andrew querer saber tanto da minha mãe.

– Ela tem namorado, sabia? – Eu interrompi outra de suas perguntas sobre ela.

– E você gosta desse namorado dela?

– Eu não sei, aliás, vou conheço hoje. – lembrei-me do tal encontro e lembrei que passei tempo demais conversando com Andrew e esqueci que horas eram. – Meu Deus! – Eu puxei seu braço e olhei o relógio. – Eu estou atrasada! Tenho que ir, ate logo Andrew.

Entrei em casa feito uma bala e corri ao banheiro. Não quis escolher uma roupa bonita, queria passar uma imagem de pessoa chata para Jaimes – o namorado de mamãe – e fazê-lo terminar com mamãe. É um plano perfeito, o melhor, com certeza!

Faltava trinta minutos para o jantar. A lanchonete não ficava tão longe, eu conhecia os donos e todos que moravam lá. Estava meio frio e eu escolhi uma blusa cinza. Desliguei tudo o que minha mãe odiava manter ligado e corri - feito uma bala, mas eu era muito boa em correr – e cheguei na lanchonete.

Antes de chegar na mesa onde minha mãe estava, o dono de lá, Louis, me deu algumas barras de chocolate. Aquilo com certeza ganho meu dia, quem não fica feliz com chocolates?

– O que é isso Emma? – Ela perguntou assim que me viu chegar.

– Chocolates. – Eu respondi levando minhas barras.

– Ótimo, sente-se. Jaimes já está chegando. – Ela parecia nervosa. – E tente ser legal com ele já que você não é legal com ninguém.

– Eu sou legal sim, com todos.

– É? Então com quem?

– Com você, vovó, vovô e vovó Dixon, vovô Dixon.

– Mas estou falando dos meus namorados.

– Ah... Eu gosto do Andrew...

– Quieta. – Ela tentou parecer durona, mas acabou rindo.

Um cara, bem escroto, entrou. Ele era moreno, tinha cabelos um tanto que cumpridos, usava uma capa preta e era velho. Eu nunca, nunca imaginei que ele seria o tau namorado de mamãe, mas me espantei ao vê-lo sentar ao lado de mamãe.

– Esse é Jaimes. – Ela o apresentou. Jaimes me olhou com jeito estranho, mas como não entendi, sorri para ele. – Está é Emma.

– Que garotinha bonita. – Ele me elogiou. Eu gosto de elogios.

– Bonita? É porque você não sabe o que ela faz. – Como toda mãe, minha mãe mostrava minha real face.

– E o que ela fez? – Ele perguntou à mamãe, mas seu olhar estava completamente em mim.

– Não faz nem três semanas que essa bonitinha quebrou o nariz do seu colega.

– E você fez mesmo isso?

– Não – Minha mãe me encarou – Tá, eu fiz, mas ele mereceu. Ele não sabe ficar quieto.

– Ela tem o gênio do pai, é isso. – Ela resmungou.

É muito raro ver minha mãe falar de Daryl. Ela nunca o menciona e muito menos o chama de ‘’pai’’ é sempre ‘’Daryl para lá, e Daryl para cá’’.

Jaimes parecia ser legal, mas eu sentia-me incomodada com seu olhar. Não parecia um olhar normal, era nojento e eu não gostava de encara-lo. Minha mãe não parecia sorrir de verdade ao dele, mas eles ate que pareciam felizes.

. . .

Idiota foi eu de acreditar que Jaimes era alguém legal. Ele só era um ótimo ator. Ele não fazia minha mãe feliz, ela brigava todo santo dia com ele, ele não parou de me olhar com jeito estranho e por várias vezes tentou me beijar.

Nunca contei isso para minha mãe porque ela acharia que isso é história minha. Eu sempre me afasto de Jaimes, todo santo dia, mas ele decidiu vir em casa todo santo dia. Uma coisa legal nesses dois meses foi que Andrew virou um grande amigo nosso. Ele vivia jogando indiretinhas à mamãe que sempre acabava sem fala.

– E o que nós teremos hoje? – Perguntei, assustando minha mãe. Ela entrou no quarto com tanta convicção que eu estava dormindo e caiu feito um patinho.

– Eu vou ter que sair, mas é rápido! Eu prometo. – Era dia de ação de graças e como sempre, minha mãe tinha alguma coisa para fazer.

– E quem vai ficar comigo? – Eu fiz voz de manha.

– Jaimes. Eu pedi para que ele ficasse com você, por favor, não faça bagunça.

Eu já não suportava ficar com Jaimes em casa, imagine sozinha. Arrumei minha cama e coloquei um short. Desci com minha mãe e me joguei no sofá. Ela falou mais algumas coisas ate foi embora.

Havia minhas revistas novas, revistas de gatos e cachorros superfofos. Custava 1,99 na banca perto do mirante e mamãe sempre comprava. As novas edições estavam maravilhosas, cada cachorro perfeitamente perfeito. Eu ate queria ter cachorros, mas minha mãe não queria ter mais uma responsabilidade em casa – uma responsabilidade bagunceira, ela quis dizer.

Jaimes apareceu depois de um longo tempo – um longo tempo mesmo porque eu consegui lê três revistas de cachorros e gatos – e sentou ao meu lado. Eu me afastei, sem tirar os olhos da revista.

– Estamos sozinhos, pela primeira vez. – Ele falou.

– Isso não é interessante e seria bem mais interessante se você ficasse caladinho, na sua. – Eu retruquei enrolando uma mexa de cabelo.

Notei que Jaimes sorriu satisfeito. Pela primeira vez que tirei os olhos da revista, foi para encarar suas mãos que se moviam devagar ate as minhas.

– O que você pensa que está fazendo? – Gritei e levantei encarando Jaimes.

– Nada! Só queria ler um pouco da sua revista. – Ele respondeu com desprezo na voz.

Não me importei com sua desculpa, mas precisava ficar longe dele. Decidi ir brincar lá fora, algumas crianças deveriam estar lá e eu ate podia andar de bicicleta. Quando dei apenas dois passos, senti Jaimes segurar minha mão.

– Aonde você pensa que vai? – Ele perguntou.

– Brincar lá fora. – Eu respondi assustada.

– Fique! Você vai gostar. – Ele falou.

Jaimes me segurou pelo pescoço e tapou minha boca e começou a passar a mão no meu corpo. De repente, ele simplesmente me jogou no sofá e quando mais eu tentava sair dali, mais eu podia ver a satisfação em seus olhos. Ele dizia gostar de gente que tem medo.

E eu estava com medo, muito. Ele começou a tocar seus lábios em toda minha face, mas nunca conseguia beijar meus lábios. Eu estava me movendo com agilidade. Jaimes continuava encima de mim, passando sua mão nojenta em mim ate que começou a desabotoar meu short, mas desta vez, eu estava disposta a fugir.

Consegui empurrar Jaimes e antes que ele terminasse, eu simplesmente corri. Eu não sabia para onde queria correr, mas corri. Corri e acabei trombando com Andrew. Senti um grande alivio ao encontrar com ele e o abracei. Ele não entendia porque eu estava chorando, ofegante e desarrumada.

– Me leva pra sua casa? Deixa-me ficar lá ate minha mãe voltar? -Eu pedi entre soluços.

– É claro. – Ele falou sem entender.

Entrei na casa de Andrew, era o lugar mais calmo naquele momento. Ele me serviu um copo d’água e perguntou o que havia acontecido. Preferi não contar e inventar uma história. Andrew falou que chamaria minha mãe assim que ela chegasse.

Depois de longas horas minha mãe chegou, eu notei porque ouvi a voz dela. Decidi ficar no quarto de Andrew ate mamãe chegar e poder conversar comigo. Eu estava decidida a não falar nada sobre o que aconteceu, ela poderia apanhar dele – coisa que poderia acontecer há qualquer momento.

– Emma? – Ela entrou desesperada no quarto. – O que aconteceu?

Ao ouvir sua voz, meus olhos se encheram d’água. Eu sabia que não deveria mentir à minha mãe, mas eu estava confusa, confusa demais. Só consegui erguer minha cabeça e encara-la.

– O que aconteceu princesa? – Ela tardou a pergunta.

– Não foi nada. – Eu respondi. – Eu só tive um sonho ruim. Sonhei que você estava morrendo e aí comecei a chorar e decidi vim ficar com Andrew. Não gosto de Jaimes.

– Ah... – Ela sentou ao meu lado me abraçou. – Eu prometo cuidar de você, sempre!

– Eu vou usar o banheiro. – Falei depois de um tempo.

– Vou te aguardar lá embaixo. – Ela falou antes de sair.

Entrei no banheiro e tentei não fazer muita hora, eu simplesmente vomitei. Joguei água no meu rosto, mexi nas coisas de Andrew e depois desci, mas tive que ficar escondida na escada.

Andrew e minha mãe estavam se beijando. Era nojento, não gosto de ver adultos se beijando, mas eu preferia isso muito mais a ver Jaimes em casa. Aquele beijo me fez sorrir um pouco. Me fez esquecer, por alguns segundos, tudo que eu estava passando naquele momento.


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Notas finais do capítulo

Sobre o quase estupro: Tive uma ótima inspiração num site onde acompanhando (QueridoOgro) É um psicólogo sexual e tem ótimas matérias.
Nem preciso dizer quem é o Andrew, certo?!
O próximo capítulo, vocês vão entender certamente o porquê de Andrew, o porquê da morte de Lola e ate teremos um pov dela, mas chega de contar!! Comentários, por favor, até logo.



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