Pela manhã, eu lavei todas as roupas da Casa e Mika, ficou de coloca-las no varal. Tínhamos um pequeno quintal no fundo da casa. Havia uma mesa, onde certamente fazíamos algum almoço em família, um quartinho onde Daryl decidiu guardas a coisas do carro, que ele arranjou.

Eu estava sentada no sofá comendo bolachas e lendo uma revista sobre moda. Carol estava na cozinha preparando o almoço. Estava sol lá fora e eu, esperava Patrick vir nos chamar para outra partida de queimada.

– Emma. – Levantei meu olhar assim que Carol me chamou. – Vá chamar Mika para o almaço.

Assenti com a cabeça e gritei por Mika, ela acabou de colocar as roupas no varal e correu para dentro. Sentamos diante da mesa, quadrada para seis cadeiras, e Carol colocou as panelas sobre a mesa.

– Vou falar sobre meu tempo livre. – Carol começou. – Terei tempo de fazer o almoço, mas sairei logo depois. Emma, você sabe que a louça é sua e Mika, saca-la e guarda-la é sua obrigação. Certo, meninas?

– Certo Carolzinha. – Eu murmurei balançando a cabeça enquanto comia.

– Meu aniversario está chegando. – Mika comentou. – Eu não sei se quero festa.

– E quem falou que vamos fazer uma festa para você? – Provoquei Mika que caiu direitinho.

– Lógico que vamos fazer Mika. – Carol falou doce. – A escolha é sua!

– É que... Nunca mais comorei um aniversário já que o mundo estava acabado e agora que encontramos um lugar seguro eu acho que podíamos, sei lá.

– Se você quiser; vamos fazer uma festa de arromba. – Eu falei tentando alegra-la. Mika estava triste afinal, seria sua primeira festa sem pai, mãe e irmã. É difícil para ela. – E você terá vários presentes, é claro.

– Obrigada. – Ela sorriu para mim.

– Tá, agora chega e vamos comer. Parece delicioso, ate que você é boa cozinheira Carol Dixon.

Todas nos rimos e comemos. Carol realmente era boa em fazer comidas rápidas. Enquanto comíamos, ela comentou alguma coisa sobre Daryl, comentou que precisava pegar uma revista de receitas e que estava feliz com tudo aquilo. Todas nos estamos feliz com aquilo, é um lugar que realmente parece seguro, isso é ótimo.

. . .

– Vocês chegaram! – Lauren falou assim que nos aproximamos deles. Patrick e todo o restante estavam na minha rua, com uma bola na mão. – Precisamos dividir os grupos.

– Poderia rolar um desafio diante desse jogo, ficaria chato demais. – Eu propus e Lauren arqueou a sobrancelha. – Tipo, o grupo que ganhar terá que propor um desafio para o perdedor.

– É perfeito, adorei! – Lauren concordou. – Você ate que tem propostas boas.

– Precisamos de mais um. – Patrick observou bem. – Temos setes pessoas, precisamos de mais um.

– Acho que podemos chamar àquela garotinha da rua de trás. – Isabelle murmurou com a sobrancelha franzida. – Ela tem, sei lá, a idade de Mika.

Josh foi chamar a garota. Ela era ruiva, com sardas e cabelos bagunçados. Fiquei no grupo de Patrick e nos jogaríamos contra o grupo de Carl. Lauren jogou pela primeira vez a bola que, por pouco, não atingiu Isabelle. Ana, a garotinha ruiva, foi a primeira a ser atingida e Mika, a segunda.

Por fim, quase todos foram eliminados apenas sobrando eu, Patrick, Isabelle e Carl. Os dois garotos foram eliminados sobrando apenas eu e Isabelle. Isabelle, desde o inicio do jogo, queria me queimar e agora, as chances estavam melhores, porém, qualquer desafio era uma coisa bastante seria para mim e eu não me deixaria levar pelos olhares de Isabelle.

–Vamos lá, Emma. Eu quero logo queimar você. – Isabelle gritou enquanto eu ia buscar a bola quase no final da rua.

– Não cante vitoria antes da hora! – Gritei em resposta e me posicionei. A bola estava em minhas mãos, Isabelle ia de um lado para o outro tentando me desconcertar.

Respirei fundo, sentir uma gota de suor cair pelo meu lado esquerdo. O sol forte brilhava entre os cílios dos meus olhos. Ataquei e acertei a barriga de Isabelle.

– Ganhei! – Eu gritei e vi todo o meu grupo vir me abraçar. Patrick foi o ultimo e seus lábios selaram os meus por poucos segundos, ele simplesmente me beijou. Eu estava incrédula diante daquilo e vi Carl bufar de canto segurando a mão de Isabelle.

– Você é ótima! Quero você no meu grupo agora. – Lauren comentou. O grupo dela, que era o de Carl, estava completamente destruído.

– Hoje teremos uma festa sobre a apresentação do grupo de Emma. – Patrick, como líder do nosso grupo, anunciou. – Nós podemos sair assim que não notarem mais nossa presença.

– Certo. Eu tenho que ir, meu pai deve estar louco me procurando, ate mais tarde... – Lauren acenou enquanto corria.

– Vamos visitar Maggie? – Mika perguntou baixinho.

– Claro. – respondi a ela. – Patrick; Vamos embora. Ate mais tarde!

– Espere aí... Sabe, você foi ótima no jogo. – Patrick sorriu torto, mas sorriu charmoso.

– Ah... Obrigada. – Senti vergonha assim que toquei na mão dele. Puta, que sorriso bonito. – Você também não é tão ruim. Precisa de algumas aulas!

– E você às daria? – Ele perguntou completamente irresistível.

– Não sei, mas quem sabe...

Acenei novamente para ele e começamos a caminhar. Mika ria baixo ao meu lado. Patrick estava me cantando, isso é bem estranho de acreditar. A casa de Maggie ficava bem próxima da nossa e assim que chegamos lá encontramos Beth e Maggie dançando.

– Loucas! – Eu resmunguei sentando na cadeira. Mika foi brincar com Judith.

– Já sabe sobre a festa? – Maggie perguntou já com a dança encerrada e comendo alguns pedaços de pepinos. – É sobre o conselho! Acho que nos tornaremos oficiais.

– Logo no primeiro dia? – Beth indagou sentando ao meu lado. – Estranho.

– Rick esteve à conversa com George, contando sobre o conselho, alguma coisa assim... E o conselho será instalado aqui. Não entendi bem o que Glenn falava. – Maggie explicou.

– Não teve tempo para ouvir. – Murmurei com ironia.

– Você para com isso! – Maggie jogou um pedaço de pepino em mim. – É muito nova para pensar isso, ainda mais sobre mim.

Beth e Mika começaram a rir. Hoje era um dia especial porque nos estamos rindo com vontade, não havia nenhuma preocupação diante disso.

Mudamos de assuntos diversas vezes. Maggie conversava conosco enquanto preparava o almoço. Ela e Beth acabaram de voltar de um turno nos muros, portanto, almoçariam tarde. Maggie e Beth são completamente loucas e eu posso afirmar isso agora.

– Mika, vamos! Agora é serio. – Eu falei firme. Eu estava a horas falando que iríamos embora, mas acabava voltando a conversar e esquecer. – Nos precisamos voltar, Carol ficará louca com nossa demora.

– Estamos na casa de Maggie, ela não vai ligar. – Mika retrucou.

– Ah, claro, isso é o que você acha. Vamos, sua gorda, levante. – Mika ficou revoltada jogando uma almofada em mim, mas eu não liguei. Era minha melhor qualidade irrita-la.

Despedimos de Maggie e Beth e saímos novamente. O sol parecia estar mais forte do que antes. Eu e Mika estávamos empurrando uma à outra ate Mika me empurrar forte e me fazer parar da rua. Um carro quase me pegou, mas ele conseguiu parar a tempo.

– Emma? – A voz que veio do carro fez um arrepio percorrer minha espinha. O mesmo cabelo, os mesmo olhos e capa escura horrível estavam vivos. Jaimes estava vivo. – Você está viva. Meu Deus, eu não acredito nisso.

– Não encosta em mim! – Eu gritei fazendo-o recoar. Jaimes era o pior passado que podia resurgir.

– Eu não acredito; você viva. Lembre-me de quando sua mãe morreu tentando salvá-la. Você cresceu.

– Eu não quero saber de você ou se estou crescida. Agora, você não pode fazer mais nada comigo, nada. Daryl está cuidando de mim.

– Daryl está vivo? Eu não acredito, que maravilha. – A falsidade de Jaimes era enorme, eu não conseguia acreditar.

– O que está acontecendo aqui? – Ouvi a voz de Daryl e aquilo me fez respirar aliviada. – Quem é esse, Emma?

– Jaimes. Um amigo de mamãe. – Eu respondi me agarrando a Daryl. Daryl mantinha o olhar agressivo em Jaimes.

Jaimes se afastou e entrou novamente no seu carro, desta vez, indo embora. Relaxei ainda mais meu corpo.

– Vamos. – A voz de Daryl me trouxe para o mundo real e nós voltamos para casa.

. . .

A praça rua principal estava bem arrumada. Daryl não nos contou sobre o que aconteceria atiçando mais nossa curiosidade. Esfriou um pouco pela noite e Carol nos obrigou a levar nossos casacos, todos nós ate mesmo Daryl.

A música parecia bem agitada, mas ninguém dançava. Encontramos com o nosso grupo e começamos a conversa. Carl estava muito lindo com uma camiseta preta e Isabelle, insuportável como sempre.

– Oi. – Carl exclamou quando se aproximou. – Você foi boa hoje no jogo.

– Eu sou boa em tudo. – Levei meu alto ego as alturas e depois ri. – Estou brincando! É, obrigada. Você jogou mal pra caralho.

– Olha a boca, Emma! – Carol me repreendeu.

– Desculpe!. - Falei. - Você foi muito bom. – Carl riu. – Teremos outros jogos, quem sabe você ganhe de mim na próxima vez.

– Vocês estão aqui. – Patrick apareceu interrompendo uma troca de olhar entre eu e Carl. – Nós vamos agora, vocês querem ir?

– Sim. – Eu respondi e Mika concordou.

Carl e Isabelle também aceitaram e nós fomos. Daryl não percebeu quando eu me afastei, portanto, não haveria interrogatórios. Mas antes que eu dobrasse a esquina, Maggie conseguiu me ver sair. Era obvio que ela não iria implicar já que voltou a beijar Glenn.

Encontramos Lauren com o restante na ultima rua. Caminhamos ate o muro e lá, Patrick retirou uma tabua que cobria uma passagem para o lado de fora.

– Acho meio inseguro, não sei que quero ir. – Isabelle exclamou.

– Deixe ela aí não precisamos dela mesmo. – Eu falei.

– Vamos lá Isabelle, você vai gostar. – Patrick acalmou para o lado dela. – Vai ser divertido.

Desta vez Carl não bufou e eu fiquei confusa. Assim que Mika passou, eu passei. Lá fora estava escuro e nós havíamos pegado apenas uma lanterna. Carl ia ao lado de Josh comentando alguma coisa sobre vídeo games e Lauren – pobrezinha – tinha que aguentar Isabelle reclamando. De repente, senti alguma coisa quente tomar minha mão, olhei para o lado e vi Patrick sorrir.

– Tenho certa paranoia por garotas loiras. – Ela falou.