Surviving the love. escrita por Vitória F


Capítulo 2
Capítulo 2: Mudanças.


Notas iniciais do capítulo

4 pessoas acompanhando, 2 favoritaram e 4 comentários... nesse começo estou realmente me saindo bem. Obrigada a todas as meninas que comentaram e a todos que estão lendo. Hoje estou na casa da irmã da minha tia e aqui tem internet e vou postar. Será rápido (acho eu). Beijos e boa leitura.



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Eu nunca vi a manhã começar tão triste. O café ser tão calado e minha rotina ser tão chorosa. Pela manhã eu e vovô tomamos o último café que minha vó fez. Meu avô pegou o corpo morto na cama e enrolou em um lençol antigo. Pela tarde aconteceu o enterro. Eu não chorei, muito menos meu avô, mas parecia que o restante todo estava triste. Marrie era muito querida por todos os animais na fazenda e eles estavam sentindo isso.

– Não vai dar o último adeus para sua vó ?.- Meu vô perguntava. Assenti com a cabeça e ele continuou: - Vou deixar você a sós.

Estranhei tanto quando ele falou 'você'. Ele sempre falava 'vocês a sós'. Esperei ele ficar bem longe, quase na entrada da varanda para começar a falar. Peguei um girassol no vaso dela e fiquei segurando ele em minha mão. Respirei fundo e senti a lágrima passear pelas maças do meu rosto.

– Vó... eu sempre vou lembrar da senhora. Eu vou sempre ser forte e sempre tentar lhe dar orgulho. - Respirei fundo para não chorar. - Vou cuidar de vovô, como você cuidava dele e cuidar dessa fazenda. - Sorri: - Vô, eu te amo.

Terminei por isso mesmo e deixei o girassol no túmulo. Meu avô pegou uma pedra e a pintou com as iniciais da minha vó, o dia do nascimento e o dia da morte. Fiquei pensando em como seria a reação da minha mãe. Seria a mesma que foi à da minha vó ?. Minha vó nunca chorou pela morte da minha mãe, ela nunca falou nada. Apenas olhou o horizonte e declarou ''foi a minha menina.''

Era a hora do almoço, estávamos atrasados nessa parte e eu me encarreguei de preparar os enlatados. Foi difícil ver todas as coisas que minha vó usava na cozinha e não ver ela ali. Ela era um anjo e não teve um final triste. Fiz o meu melhor em preparar enlatados e preparei um suco. Suco natural e o melhor suco que já fiz. No primeiro gole meu avô me elogiou.

– E como estão os enlatados ?. - Perguntei.

– Estão deliciosos. - Ele respondeu. - São bem melhores do que sua vó fazia.

– Obrigada. - Suspirei: - E então ? como ficará a fazenda agora ?.

– Nós cuidaremos de tudo aqui.

Assenti com a cabeça e joguei a colher na pia e meu enlatado no lixo. Eu já tinha acabado e decidi andar um pouco pela redondeza. Meu avô pediu para levar uma das armas e eu levei meu rifle. Existiam várias fazendas próximas e lá eu conseguiria alguma coisa. Caminhei pela estrada vazia e de terra. Era um pé atrás do outro. Sentia o mormaço do Sol bater no chão e fazer algumas gotas de suor passear pelo canto do meu rosto. Era outro momento bom.

A primeira fazenda que entrei era de um senhor velho. Eu nunca lembro o nome dele, só lembro que eles tinham duas filhas. Uma loira e a outra morena. O celeiro dele estava destruído e alguns zumbis andavam pela terra. Um zumbi magro se aproximava, eu não gastaria uma bala com ele e então, peguei minha faca e enfiei no olho dele. Ele caiu morto no chão e me deu passagem para entrar na casa.

Estava toda empoeirada e toda bagunçada. Encontrei alguns enlatados ainda com datas de validades e peguei. Subi a escada e procurei coisas no quarto. Nos quartos encontrei algumas roupas do velho e das filhas. Peguei as roupas que serviam em mim e peguei as roupas que serviam no meu avô. Nada me chamava atenção, literalmente nada e então voltei para casa.

Meu avô estava carpindo perto do celeiro quando me viu chegar. Cheguei perto dele animado e mostrei as roupas.

– Aonde você arrumou isso ?. - Ele perguntava animado observando as roupas.

– Na fazenda do velho que tinha filhas. - Joguei a mochilha no chão. - Eu peguei algumas roupas que também servem em mim e enlatados.

– A fazenda do Greenes. - Ele exclamou. Olhou nos meus olhos, apertou minha mão e falou a coisa mais importante que ouvi ate agora: - Está se saindo muito bem, continue assim.

Entrei em casa feliz, tão feliz que nem percebi que precisava contar isso para alguém. Deixei os enlatados encima da mesa e corri ate o túmulo fresco da minha vó. Ficava em baixo do pé de jabuticaba. Sentei ao lado do túmulo e comecei a contar. Eu sei que ali ela não iria me responder, mas estaria me ouvindo. Com certeza!.

–... e então ele falou que estou me saindo muito bem. - Falei. - E ate pediu para que eu continua-se assim. - Nenhuma resposta. - Você também deve estar orgulhosa de mim... será que Daryl Dixon estaria ?.

Será que Daryl Dixon ajudaria em algum lugar ? será que ele ajudaria alguém ?. Quando eu morava com minha mãe, ela sempre me contava que Daryl era um cara grosso que não ajudava ninguém, só quando via que era de extrema emergência. Minha vó falava que eu era bem parecia com minha mãe que como eu; sempre pensava em ajudar os outros.

Já era tarde da noite quando decidi entrar em casa. Meu avô estava sentado na sala fumando uns dos charutos que ainda lhe restava. Fui direto para o banheiro e tomei banho. Vesti o último pijama meu que minha vó lavará e fiz a mesma coisa... entrei no quartos dos velhos. Meu avô estava encarando o lugar em que minha vó dormia quando me viu entrar. Tentou disfarçar e sorriu.

– Veio me dar boa noite ?. - Ele perguntou.

– Sim; sim. - Respondi. - Boa noite.

– Para você também, pequena girassol. - Ele beijou minha testa.

Não sei se aquilo era hora de pergunta, mas eu precisava... realmente precisava.

– Vô... amanhã posso ir na cidade pegar medicamentos ?.

– Pegar medicamentos ? o nossos já acabaram ?.

– Sim. - Respondi. - E você precisa de medicamentos.

Ele parecia pensar na proposta. Ate ontem mesmo ele não deixaria eu ir na cidade, ele nunca deixou. Só acompanhei ele uma vez e quase fui morta. Ele não deixaria e eu estava ciente disso, mas perguntei mesmo assim. Só não me surpreenderia tanto com a resposta.

– Claro que pode. - Ele sorriu.

Beijei sua bochecha e sai correndo porta à fora quando ouvi ele falar.

– Feche a porta. Eu odeio claridade.

Fechei a porta e corri para o meu quarto.


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Notas finais do capítulo

Enfim... espero que tenham gostado.
Não deixe de comentar. Vocês devem estar se perguntando quando o Grimes irão chegar, certo ? Garanto para vocês que será nos próximos capítulos.
Ate a próxima.