Paper Women escrita por MrsHepburn, loliveira


Capítulo 6
A Estrada


Notas iniciais do capítulo

hmmmmmm hello



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Eu escapo da aula de educação física no quarto período para ler. Não para ler, mas para escapar mesmo. Sendo honesta, devo dizer que não me sinto tão relutante a praticar esportes. Não é tortura quando está calor. Mas no frio é outra história —dedos congelados demais para pegar uma bola, rosto congelado de tanto correr —tortura. Como sou um camaleão, praticamente invisível, os professores nunca me veem quando eu dou essas escapadas. Nunca me encrenco por causa disso, é um delito que não me dói cometer. Mas às vezes eu me pego esperando que algum segurança apareça, só para ligarem para meus pais. Para poder saber o que eles diriam. Quais seriam suas reações. No silêncio tudo que me resta é interpretar conversas inexistentes, vivas na minha cabeça. Não sei porque ainda me importo com isso. Volto para meu livro. Consigo ouvir os gritos e o barulho dos tênis na quadra de basquete, porque estou atrás da própria quadra, e isso traz um certo conforto e calma, porque eu sei que o treinador nunca apareceria. Os detalhes da minha viagem de duas horas foram acertados, e eu pedi para Becker ligar para aquele número de telefone —depois de contar toda a história e acalmá-la assim que ficou furiosa por não ter recebido nada de Vivian —descobrindo que Bridgette Kowki é dona de um lugar chamado Orientação das Borboletas para pessoas problemáticas. Tentei não me aprofundar no assunto. Becker perguntou se eu poderia visitar o lugar, e Bridgette Kowki concordou, quando ouviu o nome de Vivian na história. Sábado de manhã, eu estarei indo para Nova York —ou a mata afastada de Nova York. Perguntei se minha amiga queria ir junto, mas ela tinha planos com a família.

—Posso te cobrir se quiser. Mas você vai ter que me contar tudo depois, ou na hora por mensagem de texto.

Agora estou ansiosa. É aquele sentimento tudo outra vez, de esperar tempo demais com medo de perder a oportunidade. Quanto mais eu penso nisso, mais cenários se formam na minha cabeça. Preciso me lembrar que estou indo pelos livros —é só uma parada no caminho —, mas a situação inteira é suspeita. Orientação para pessoas problemáticas? Será que Vivian foi para lá? Por isso é amiga da dona do lugar? Será que ela era depressiva durante todo aquele tempo que foi minha professora (eu já descobri que ela depressiva só pelo fato de ter se matado, então isso não é novidade). Curiosidade percorre meu corpo conforme deixo minha mente viajar —imaginando o lugar e a história de Vivian nele. Ou talvez eu esteja completamente enganada e elas só são parentes ou algo assim. Tem tantas possibilidades, tantas portas a serem abertas que preciso de todo meu autocontrole para não fugir da escola e ir hoje mesmo. Meu livro parece a coisa mais desinteressante no momento, minha imaginação uma completa tentação.

Escuto um barulho. Me encolho um pouco para não ficar no campo de visão de ninguém mas a pessoa continua a se aproximar—

Ian. Estou chocada.

—I-Ian? —não sei é ele, porque não responde, mas suas feições são as mesmas. Ele sai da sombra então tenho certeza, mas não digo mais nada, lembrando da última vez que nos falamos. Ele deve estar furioso.

—Oi. O que você está fazendo?

—Lendo. —não vou mencionar Bridgette Kowki. Ele me encara em pé e eu tenho que inclinar minha cabeça para cima para encará-lo de volta. Aperto o livro contra o peito, como uma proteção contra as coisas malvadas que ele pode dizer. Quando as pessoas estão com raivas, isso pode acontecer. Ao invés disso, ele passa por mim e senta-se ao meu lado, deixando-me tensa, sem saber o que esperar.

Por que ele está aqui?

—Lendo o quê? —tímida, estendo minha cópia de Live or Die.

Da Anne Sexton. Só para me preparar.

—Ah. —seus olhos brilham de reconhecimento. —Você é tipo a minha mãe. —o que responder? O que falar como se nada tivesse acontecido? Abro minha boca —nada sai —e encolho meus ombros, hesitante. Eu sou como a mãe dele. Isso é bom? Pelo meu silêncio, ele detecta algo errado e interpreta rapidamente, chegando a conclusão. —Me desculpe por ter sido um filho da mãe.

—Você não foi um idiota. —Sou educada demais para repetir sua expressão. —Só estava com raiva.

—Eu fui um idiota porque estava com raiva. —explica Ian.

—Tudo bem. —ofereço um sorriso e olho para frente, pensando que as pessoas sempre acham que as coisas são mais profundas do que realmente são. Isso só torna nossa vida mais complicada. Inclusive para mim. —Tudo bem ficar com raiva. —embora não tenha muita certeza disso.

—É que... Jesus Cristo, você era amiga dela... —interpreto "dela" como "de Vivian". Acho que estou certa. —Justo dela. E... isso é muito estranho, te encontrar naquela boate. Tipo... isso é meio extraordinário e esquisito ao mesmo tempo. E eu fico confuso quando eu penso nisso e na proximidade de vocês duas. —Ian respira fundo, formulando suas próximas palavras. —E eu sinto que tem uma grande parte da minha mãe que eu deixei passar, e essa parte está com você. Você sabe de coisas que eu não sei, e provavelmente passou mais tempo com ela do que eu passei.

—Eu também me sinto assim. Como se ela tivesse outra vida fora da escola, uma que eu não sei nada sobre. É um grande mistério.

—A vida dela não era um grande mistério, —Ian balança a cabeça, apoiando as mãos nos joelhos. —ela era. A sua vida não.

—Como assim? —viro-me para ele. Ele morde o lábio, achando as palavras certas.

—Ela dava aulas, voltava para casa, lia. E quando eu passava os fins de semana com ela, íamos tomar sorvete e assistíamos tevê. Conversávamos sobre o trabalho dela. Essa era a sua vida. Mas ela própria? Eu não entendo. Ela mandou eu viver com meu pai aos nove anos. Só me via nos finais de semana e não deixava passar a semana na casa dela, mas quando morreu deixou aquela casa enorme para mim. —ele fecha os olhos, balançando a cabeça novamente. —Eu não entendo. Eu quero entender. Eu quero ir junto com você.

A montanha russa abruptamente para. Todos nela estão chocados. Todas as partes de mim estão chocadas.

—Você quer?

—Sim. Se ela tinha mais alguma coisa para falar, quero saber o que é. —sua voz é convicta, mas ainda há rastros de irritação nela.

—Tá bom. —digo lentamente, a ideia ainda não completamente entrando na minha cabeça. Isso é como um filme que acaba sem você saber alguma coisa muito importante no final, fica esperando por mais, esperando alguma coisa dar errado. Ou... algo mais. Só isso. —Eu ia com meu carro, então eu posso te pegar se você quiser.

—Tá, claro.

—Isso ainda é esquisito, né? Você e eu?—ele sorri um pouco, tentando esconder.

—Um pouco. —após uma pausa, recomeça. —Então, educação física? —ele aponta para a parede da quadra, em que estamos apoiados.

—Não é minha matéria preferida nesse frio.

—Pois é. —Ele não devia estar na escola?

—Posso perguntar uma coisa?

—Claro.

—Quantos anos você tem?

—Dezoito.

—Já terminou a escola? —ele assente.

—Tirei um ano de férias antes da faculdade.

—Quem me dera. —suspiro. —Como me achou aqui, aliás?

—Eric e eu entramos porque queríamos ver a piscina —pelo menos foi isso que a gente contou para os seguranças —depois entramos no complexo e foi sorte Eric ter reconhecido aquela sua amiga.

—Becker. —murmuro, atônita. Não existem muitas ruivas nessa escola.

—Essa mesmo. Ela estava sentada na arquibancada então fui até ela e perguntei onde você estava.

—Não muito longe. —comento, olhando para frente. O sinal toca, e eu escuto grunhidos de irritação vindo dos garotos da minha sala. Todos viciados em esportes. Pego meu livro e me levanto —tenho que ir antes que percebam que eu sai. Ele se levanta também, rapidamente. —Eu tenho que ir. Te vejo sábado?

—Sim, uh, boa aula.

—Obrigada. —sorrio delicadamente outra vez, então saio correndo para encontrar Becker, me escondendo atrás de outros alunos quando o treinador olha na minha direção. Ninguém me vê—nem as pessoas em que me escondo. No caminho, encontro aquele amigo de Ian, Eric, que acena para mim. Aceno de volta. Ele corre na direção que eu estou voltando. Quando chego perto de Robbie e Becker, Robbie está com uma cara horrível. Meu coração aperta. —O que aconteceu?

—Garotos. —Becker responde no seu lugar, parecendo divertir-se. Junto os pontos: Eric.

—Ah. —dou um sorriso secreto, só para ela e ela retribui piscando para mim. Robbie percebe e grunhe, depois vai falar com os amigos dele. Ciúme é uma coisa tão divertida quando não está acontecendo com a gente.

O resto das últimas aulas passa rápido demais, e no final, Gordon pede carona novamente. Chego em casa acolhida por aquele silêncio. Então acontece. A montanha russa. Nessas últimas horas, foi como se ela não existisse mais agora que eu tinha algo para fazer com o meu tempo que não fosse ficar me remoendo. Mas eu consigo ouvir o silêncio, como se fosse pressão contra meus ouvidos. O aperto no meu coração, a falta de oxigênio, a casa vazia. Não é dos meus pais que estou sentindo falta. É de Gwen. Meus pais só chegam a noite, mas Gwen estaria aqui. Provavelmente falando no telefone depois perguntando sobre meu dia mas sem querer saber. Sinto que tem tanta coisa faltando na minha vida, tantas coisas impossíveis —Gwen, Vivian —que acho igualmente impossível eu ser completamente feliz. Na bancada, um bilhete do meu pai dizendo que teve que ir até Chicago descansa, quase em paz, como se perdoasse todas as coisas erradas que ele fez e todas as vezes que ele não pôde estar aqui.

Durante todo o pesadelo de Gwen vs. Meus pais eu passava cada vez mais tempo fora de casa. Na biblioteca, estudando, lendo, qualquer coisa do gênero. Nunca sai com garotos ou me droguei. Nada disso. No começo, meus pais acharam uma boa ideia.

—Pelo menos uma delas está se preocupando com seu futuro. —Minha mãe disse.

Mas depois, nem tanto. Eles achavam que eu estava fugindo —o que era verdade —mas começaram a desconfiar de onde eu estava indo. Perguntavam-me, desconfiados como já tivessem certeza de que eu seria pega fazendo errado. Não tem nada mais frustrante do que convencer alguém de que você está falando a verdade quando você está falando a verdade. Fiquei nervosa. Então achei mais fácil ficar em casa ao invés de sair, aguentar tudo isso do meu quarto, onde eu poderia ficar mais com Gwen enquanto ela ainda estava em casa.

É isso que vocês querem? pensei comigo mesma, então conseguiram.

Eles pararam de desconfiar e eu me acostumei. Não fico tanto tempo fora de casa agora, parece automático. Ainda lembro de quando eu saia e podia ser livre, mas é como se eu não conseguisse mais. Como se eu mesma tivesse criado uma prisão para mim. E agora eu sinto o vazio de tudo isso como resultado. Como agulhas me furando, aproximando-se cada vez mais. Caio no concreto, quebro todas as minhas costelas e morro, na minha mente.

Na realidade, eu subo as escadas e ligo para Gwen, para preencher o vazio.

No sábado, meus pais estão acordados e na cozinha quando eu desço. Isso é inédito. Sei que eles estão lá antes mesmo de entrar porque posso ouvir barulhos —mas não conversam. Coexistem. Será que depois de tantos anos as conversas acabaram? Será que eles ainda se amam? Puxo minha bolsa mais perto e saio para seu campo de vista, tentando parecer casual, embora sinta como se estivesse caindo aos pedaços internamente por estar mentindo para eles. Depois de tanto tempo, ainda me mata fazer isso.

—Diana. —meu pai me cumprimenta.

—Oi.

—Bom dia.

—Estou indo para a Becker, e vou voltar lá por umas... nove horas. Talvez eu durma lá, tudo bem? —desse modo, estou passando o controle para eles, mas faria de qualquer maneira. Meus pais se entreolham, e minha mãe volta a falar.

—Algum garoto vai estar lá? —isso é o mais perto que minha mãe consegue chegar de mencionar Gwen.

—Não. —não exatamente...

Tudo bem.

—Ligue caso algo aconteça. —meu pai avisa. Lhe dou um beijo na bochecha e aceno para minha mãe, entrando no carro.

Sou uma traidora. É sempre assim que me sinto depois de falar normalmente com os meus pais. Só que não é como se eu estivesse traindo Gwen, mas é como se eu estivesse traindo ambos os lados. Meus pais, por mentir sobre falar com Gwen, fingir que está tudo bem e Gwen por ainda falar com meus pais mesmo depois de tudo que eles fizeram. No começo, eu queria ir junto com ela, mas ela disse que eu teria um futuro garantido se ficasse com a mamãe e papai e não me deixou ir junto. Agora, parece que cada movimento que faço é errado. Minha vontade de fugir voltou.

Prendo meu cabelo em um rabo de cavalo, contente demais para deixar minha família me atingir hoje e compro café, indo em direção a Ian Winter. Quando chego na frente da sua casa, buzino. Ele abre a porta, mas faz um sinal para que eu espere. Cinco minutos depois, ele sai com uma mochila e óculos de sol. Seus óculos são iguais aos meus, e ele aponta para eles quando chega perto.

—Óculos legais.

—Igualmente.

Acho que eu coro. Estendo o café para evitar que ele perceba.

—Trouxe café.

—Obrigado. —ele dá um gole. —Então, para onde vamos?

—Temos que pegar a estrada agora se quisermos chegar antes da hora do almoço e voltar ainda hoje. —ele assente.

Nos primeiros minutos, ninguém fala nada. Minha mente vagueia seus cantos mais escuros a procura de algo para dizer, mas é até engraçado: sou tão ruim com conversas profundas quanto sou com esse tipo de conversa casual. Jogar conversa fora simplesmente não é meu forte, então não digo nada.

—Você vai falar alguma coisa? —pergunta Ian, assim que entramos na estrada principal. Aperto o volante com mais força.

—Deveria?

—Você deveria dizer alguma coisa. —concorda ele.

—Falar não é meu forte.

—Beijar, talvez?

Eu engasgo, mas continuo olhando para frente.

—Não. Obrigada.

—Diga alguma coisa.

—Queijo. —ele reprime uma risada. Mais silêncio se estende sobre nós, e eu me sinto na obrigação de pelo menos justificá-lo.

—Não sei conversar sob pressão. Quando as pessoas querem que eu fale.

—Está falando sério? —por um momento, acho que ele está brincando, mas quando viro-me em sua direção, Ian me olha com curiosidade.

—Na verdade, sim. —encolho os ombros.

—Eu nunca teria imaginado.

—Por que não? —Faço uma curva. O carro atrás de nós tenta me cortar, mas eu mantenho a mesma velocidade. No trânsito, todo mundo tem que agir como um babaca para sobreviver.

—Você parece confiante.

Não me sinto confiante. Solto uma risada fraca, sem saber como reagir.

—A maneira como você se veste. Como você anda ou age perto dos seus amigos. —adiciona Ian.

Parte de mim sabe que ele tem razão. Becker me falou uma vez sobre isso —sobre minhas roupas de modelo e meu jeito "Audrey Hepburn" de ser, mas ao mesmo tempo que eu posso transparecer uma coisa, estou sentindo outra. Meus atos não correspondem aos meus sentimentos, e às vezes isso é bom, porque se ninguém desconfia de que algo está errado, ninguém se aproxima para perguntar.

—Eu nem percebo essas coisas.

—Por isso mesmo. Se você nem tenta ser assim, é porque você naturalmente é daquele jeito.

Encolho os ombros novamente, sem olhar para ele. Espero que ele entenda que isso não quer dizer que não quero mais falar com ele, mas que apenas não quero conversar sobre isso. Eu.

Porém, eu não quero falar com ele também.

Ian não fala mais nada. Dessa vez, a culpa me consome e abro a boca para falar.

—Eu só... não consigo. Falar. Eu não sei. —me sinto idiota novamente.

—Você percebeu o que fizemos agora mesmo? Estamos conversando sobre sua falta de conversação.

—Tenho certeza que isso é um ótimo assunto. Tem assunto o suficiente para duas horas.

—Vamos tentar.

Não tentamos. Nós ficamos em silêncio. É estranho e espontâneo —uma combinação bem autêntica. A falta de conversa é desconfortável mas o silêncio não. Acolho-o em meu coração e Ian liga o rádio para espantá-lo do seu. Information Society toca pelo som. Permanecemos desse jeito pelas duas horas, ocasionalmente fazendo algum comentário sobre uma música no rádio, acrescentando se gostamos ou não, mas é só isso. De repente, é como se uma luz viesse em minha mente e eu tivesse uma pequena —e triste —epifania: Ian Winter é um estranho.

Estranho. Não o conheço. Ele não me conhece. Tudo que compartilhamos vem de uma única conexão: Vivian.

E até ela não existe mais. (Nem o beijo conta. Eu só estava chorando por causa de Vivian então tudo gira em torno dela)

Nessa hora, eu me sinto vencida. Lembro-me que as pessoas podem significar coisas pra você que não precisam ser reciprocadas. Não posso obrigar ninguém a sentir o que eu sinto por eles. E garotos. Eles não ligam para beijos. Nem para missões envolvendo livros —não tanto quanto garotas. Impessoal.

Ian Winter é —para mim, a impessoalidade em pessoa.

Sigo com o mapa, até chegar em uma estrada de chão, ladeada por árvores. A estrada é longa e não consigo vê-la por inteiro, então não faço a menor ideia de onde vou parar se entrar. Ainda estou desconfiada e não sei se confio nesse lugar ou em Bridgette Kowki. Nem mesmo em Vivian, que nos trouxe para cá. Todos os meus motivos parecem idiotas agora.

Achar um livro? Honestamente.

—E agora? —indago.

Que tipo de lugar é esse? Hippie?

Essas plantações parecem maconha—

—A gente entra na estrada.

—Meu carro vai ficar um lixo de tanta poeira. —reclamo, mimada. Ian me olha torto.

—Ei, Barbie.

—É Susi. A Barbie é loira. —retruco. Ele me encara por um segundo antes de cair na risada. Sorrio, olhando para frente com tanta intensidade, desejando que o caminho se abra para nós. Sei que estamos no lugar certo. Sei que temos que entrar, mas estou com medo. Não conheço Bridgette Kowki. A situação é surreal demais.

Você chegou até aqui, Vivian aconselha em minha mente, vá até o final.

Mas... tento argumentar.

Diana.

É tudo que a Vivian da minha cabeça diz. Diana. Mas é o suficiente para que eu ceda, choramingando. Não pareço mais a garota animada por encontrar pistas. Não sei onde ela foi, mas eu a quero de volta. Talvez assim possa conseguir. Todas aquelas portas, possiblidades, hipóteses, perguntas, dúvidas, lágrimas. Eu posso resgatá-las e acabar com cada uma delas. Só é preciso um movimento para mudar tudo. Eu sei disso.

Entramos na estrada.


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