Truth Love escrita por Everlak


Capítulo 15
Family Reunion


Notas iniciais do capítulo

HEYYYY!!!!
Como prometido, aqui está um capítulo bem recheado hehehehe
Nada a dizer senão BOA LEITURA!



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Eu via vezes sem conta o carro chocar. Eu queria despertar do pesadelo continuo e não conseguir acordar, me deixava mais desesperada ainda. De novo o carro a aproximar-se. minha mãe virada para trás ouvindo minhas novidades da escola, meu pai, uma máscara serena tornar-se numa máscara de horror ao sermos encadeados pelas luzes do carro que vinha em nossa direção. Minha primeira reação era me segurar o mais que podia. Não deu muito certo. Mal se deu o embate, nem o cinto foi capaz de me manter no sitio. Eu sentia meu corpo ser maltratado, atirado… Estava tudo escuro, eu não conseguia abrir os olhos, como se estivesse inanimada, mas por alguma razão eu sabia o que acontecia à minha volta. Senti o carro se movimentar para fora da estrada e bater numa loja, estilhaços de vidro por todo o lado. Eu tinha certeza de que minha zona abdominal tinha alojada alguns vidros que foram projetados. Vozes gritando por todos os lados. E era nesse momento que o pesadelo reiniciava. Parecia tortura.

Quando eu tive a perceção que o pesadelo não voltara mais, me enchi de alivio. Bem, nem tanto. Pois, no mesmo modo que os pesadelos se foram, a dor tomou lugar. Eu gemi e no mesmo momento senti uma mão segurar a minha. Eu ainda não tinha poder sobre meu corpo. Nem os olhos conseguia abrir. Mas ainda conseguia ouvir algumas coisas do que acontecia à minha volta. Uma máquina irritante ao meu lado estava a fazer-me ficar louca. Vez outra, o médico ou enfermeiro entrava para olhar minha situação.

A mão sobre a minha se moveu, acariciando-me, percebi.

– Ei, você tem que acordar ouviu? – Uma voz suave e rouca sussurrou ao meu ouvido – Afinal, você tem um pedido de desculpas a me fazer. Mas dada a situação toda eu desculpo você. Afinal, você não tinha nem ideia do que eu vinha sentindo. Foi uma brincadeira inofensiva e eu exagerei. E-eu não sei porquê. Talvez eu não goste que você me veja como apenas um garoto sem sentimentos. Então eu perdoo você desde que me perdoe a mim por ser um otário com você. Apenas acorde, por favor.

“ Eu sei que dadas as circunstâncias recentes, nós nunca poderemos passar de amigos. Isso não significa que eu não quero você na minha vida. Porque eu quero, só não da maneira que eu quis, desde o momento que vi você naquela boate. Mas eu ainda quero proteger você, ser como um irmão para você. Então, não desista da sua vida. Eu sei que não nos conhecemos a assim tanto tempo mas eu sei que você é uma lutadora. Então, continue lutando. Porque essa é a maior luta de você. Você não pode desistir agora, Katniss!”

Eu queria tanto poder abrir os olhos e observar Peeta nesse momento. Sua voz era embargada, cheia de emoção. Eu entendi tudo o que ele quis falar para mim. Mas eu não percebi ao que quis dizer com “ dadas as circunstâncias recentes, nós nunca poderemos passar de amigos.” Será que após tudo isso, ele não me quer? Ele não quer que eu desista de mim quando ele mesmo está desistindo? Eu sei que fui eu que o puxei para longe mas esse não é um momento para lógica. Ou isso não foi algo que de sua decisão? Meus pais podem ter decidido me mandar de volta junto com eles. Sim, isso teria lógica. Mas nenhuma das alternativas me parecia boa. Não! Eu queria ficar aqui! Junto a Johanna, a Gale, Glimmer e … a Peeta. Sinto uma lágrima escorrer pelo meu rosto.

– Oh Meu Deus! Katniss? – Ele limpou delicadamente minha lágrima e senti ele se afastar. – Rápido! Chamem o doutor!

Ele voltou para o meu lado e senti seu toque entre meus cabelos. Eu queria sair daquele torpor, poder dizer que eu não iria a lado nenhum…

– Vai ficar tudo bem, eu prometo. – Ele sussurra antes de ouvir a porta se abrir. Provavelmente o médico havia chegado.

– O que aconteceu? – O médico foi direto ao assunto.

– Ela estava chorando! – A voz de Peeta tinha um misto de esperança e medo. – O que isso significa?

– O que você estava fazendo? – Pergunta enquanto sinto ele tocar meu corpo.

– Eu só estava falando com ela…

– Isso pode significar que ela consegue ouvir – O doutor parecia falar mais consigo mesmo do que com Peeta.

– Quer dizer que ela está meio consciente?

– É provável. Vamos experimentar diminuir a quantidade de analgésicos para ver se ela recupera totalmente a consciência.

– Mas se ela ainda não estiver pronta para isso? Quer dizer, e se ela não reagir bem ao acordar?

– A manteremos de novo inconsciente e vamos alternando o processo até que ela esteja pronta.

Oh Deus, eu estou pronta para finalmente recobrar os sentidos completamente. Claro, eu ainda sinto dores, mas lidarei com ela o melhor possível. Ouço de novo a porta e me pergunto quem saiu ou entrou.

– Johanna – Peeta cumprimenta. – Temos boas notícias. Eles irão tentar despertar ela.

– Não brinca! Isso são ótimas notícias! – Ela soa tão animada que até eu sinto um pouco de esperança.

– Como está minha mãe? – Ele questiona.

– Irritada por não a deixarem vir até aqui.

Espera! Mãe de Peeta? Porque não deixam senhora Mellark vir até aqui?

– Ela não tem que se preocupar – Ele suspira – A cirurgia deu certo, as duas eram compatíveis.

Um silêncio pesado se abate pelo espaço.

– E-eu ainda estou em choque – Johanna diz – Eu nem sabia que Katniss era adotada! Imagine saber que sua madrasta é a mãe verdadeira dela.

– Johanna! – Peeta fala alto aturdido – Ela consegue nos ouvir!

Eu nem ouvi o que ela disse após disso. Adotada? Minha mãe era aquela a quem Peeta tratava por mãe? NÃO! NÃO! NÃO! Por isso que Peeta me falou que não poderemos nunca ser mais que amigos? Me sinto a hiperventilar. O oxigénio foge dos meus pulmões. A máquina acompanha meu estado e começa a apitar incessantemente.

– Droga! – Peeta grita.

– Eu não sabia – Johanna se defende, amedrontada.

– Ninguém está culpando você – Peeta assegura – Eu vou chamar o médico de novo.

A partir disso, não lembro o que aconteceu pois caí num sono profundo.

* * *

Não sei quanto tempo havia passado desde que Peeta falou comigo até eu sair do sono profundo. Para minha surpresa, eu conseguia me mover. A medo, abri um olho o que fiz com sucesso. Via tudo um pouco enublado mas ainda assim era uma vitória. Mais tranquila abri ambos os olhos. Pelo aspeto sombrio do local eu podia apostar que era noite. Não estava ninguém no quarto comigo. Tentei recostar -me na cama e senti uma dor desconfortável na minha barriga. Levantei a vestimenta do hospital e vi meu estomago todo enfaixado. Toquei ao de leve no local e estava dorido.

Arrumei a vestimenta no local e fiquei olhando o quarto. Na mesinha ao meu lado havia vários ramos de flores, um ursinho de pelúcia e alguns balões de melhoras. Comecei a ler os cartões que vinham junto. O ursinho cor-de-rosa era de Gale. Tinha flores de Hazelle, da família Mellark, de Glimmer e outros alunos da escola. Até de Madge! Por baixo dos cartões, encontrei uma caixa de meus chocolates preferidos, com um cartão junto:

“ Porque você é uma gulosa, eu tenho a certeza que vai acordar com uma fome monstruosa. Aproveite bem.

Johanna”

Eu ri comigo mesma ao olhar o papel. Como ela me conhece tão bem… E aposto que ela colocou propositadamente os chocolates mais escondidos para o médico ou enfermeiros não o confiscarem. Tão esperta minha amiga! Mas como ela previu, eu estava com uma fome esganada. Abri a caixa e logo engoli um. No segundo que comi, tentei ser mais paciente e saborear o bombom de chocolate. Eu estava prestes a comer o último quando ouvi a porta abrir.

Peeta me olhou de olhos arregalados, quase deixando seu café expresso cair no chão.

– Oh que bom! – Eu exclamo – Companhia, finalmente.

– Katniss? – Ele ainda me olhava espantado.

– Yeah! Eu mesma! – Afirmo e abano a caixa de chocolates – Eu até oferecia a você um mas acabo de comer o último.

Não sei como mas acho que Peeta conseguiu ficar mais boquiaberto.

– Você comeu todos os chocolates? Você acabou de acordar de um coma!

– Exatamente. Isso justifica minha fome não? – Eu pergunto e ele abana a cabeça.

– Só você mesmo para acordar de um coma com toda essa energia.

– Hey, que horas são?

– Três da manhã – Ele verifica olhando seu relógio de pulso.

– Três? – A boquiaberta agora sou eu - você veio ficar comigo a essa hora?

– Na verdade, eu já aqui estava, apenas fui buscar um café. Impressionante… Saio dois minutos e você acorda e devora uma caixa inteira de chocolates.

– UOU! Você ficou aqui toda a noite? Não me diga que fica todas as noites!

– Bem, não. Nós fazemos turnos. De maneira nenhuma deixaríamos você acordar sozinha. Se bem que foi o que aconteceu. – Ele se ressente.

– Você foi buscar um café! Não é como que se me tivesse abandonado. – Eu rio.

– Posso perguntar uma coisa? – Seu rosto se torna sério.

– Claro. – Dou de ombros.

– O médico falou que talvez você conseguisse nos ouvir… Bem, você…. Conseguia?

Eu suspiro. Ele está a perguntar sobre aquele dia em que Johanna revelou não propositadamente que eu era filha de Evelyn.

– Eu ouvia sim – Confirmei – E sim, eu estou devendo um pedido de desculpas a você.

Um pequeno sorriso aparece em se rosto.

– Está tudo bem, você está perdoada.

– Peeta… Meus pais… Eles não sobreviveram pois não?

– Não… eu lamento muito Katniss – Ele sobe para o meu lado e me braça, deixando minha cabeça repousar em seu peito.

– Eu não vou conseguir suportar isso – Choramingo. – E-eu preciso de você.

– Eu estou aqui Katniss – Ele assegura.

– Não! – Eu tremo – Eu preciso de você.

Ele percebe a intensidade das minhas palavras.

– Katniss – Ele tenta procurar algo para dizer – Eu não posso.

– Mas você disse que não descansaria até eu ser sua, que me reclamaria como sua! – Eu começo a desesperar.

– Eu disse isso – Ele confirma – Mas isso era antes. Lamento, mas é tarde de mais.

Eu o olho e de repente eu estou chorando, não umas lágrimas que caem. Eu estou realmente chorando, alto e bom som, o que assusta um pouco Peeta. Eu estou despedaçada.

– Katniss…. – Acho que essa é a primeira vez que o vejo sem palavras. Eu me deito, de costas para ele. Eu não quero que ele me veja tão frágil. Ele suspira e retira-se da cama.

Ele sai, provavelmente para chamar o médico. Vários minutos depois, o mesmo chega e começa a fazer exames de rotina.

– Por quanto tempo fiquei em coma?

– Não muito, para falar a verdade. Uma semana e meia. Você teve sorte que sua mãe é compatível com você, ou estaria em sério risco.

– Ela não é minha mãe. Ela é a mulher que me deu à luz. – Contrariei e ele não disse nada.

Eu e Peeta afinal não somos assim tão diferentes. Ambos fomos abandonados por nossas mães, ainda que ele mantenha algum contato com a dele.

Pela manhã, meus amigos aparecem todos alegres. Johanna me trás mais duas caixas de chocolates que eu escondo debaixo das almofadas.

– Onde está Peeta? – Pergunto antes que me possa impedir.

– Ele foi descansar antes de ir para as aulas. – Glimmer explica. – Ele saiu daqui bem exausto.

Eu pensei para mim mesma que talvez não seja apenas exaustão. Talvez a ideia de desistir de mim o tenha arrasado mais do que eu supus. Eu pensei que era apenas um capricho dele, uma forma de me afastar e não que isso estivesse realmente magoando ele.

– Quando posso voltar para residência? – Eu questiono e eles se entreolham.

– Você não vai voltar para residência – Joh bufa exasperada.

– Katniss, Henry já mandou levar suas coisas para a casa deles. – Gale contou.

– Como é? – Eu grito – Ele não pode fazer isso, pode?

– Na verdade ele pode, já que ele é seu pai adotivo agora. – Glimmer tenta ser delicada ao dar a noticia mas não adianta.

– Espere, o quê?

– Você não tem mais família nenhuma da parte dos seus pais. Como Evelyn provou ser sua mãe biológica, quando fizeram analises a ambas, o tribunal deu a sua guarda ao casal Mellark.

– Eu não quero! – Grito de novo.

– Lamento mas você não tem 18 anos, não pode decidir. – Meus amigos tentam ser razoáveis mas o que eu menos quero ser no momento é ser razoável.

– Não posso aceitar que de repente Evelyn se lembra que tem uma filha e queira brincar às casinhas comigo!

Os meus amigos se calam e eu não entendo o porquê.

– Eu não dei você Katniss. – Evelyn aparece à porta com os olhos cheios de água. – Você foi tirada de mim.

– Como assim fui tirada de você? Você tinha problemas com substâncias ilícitas?

Ela olha em volta e meus amigos decidem que é hora de ir.

– Katniss, eu nunca quis entregar você para adoção. Minha mãe, sua avó tirou você de mim mal você nasceu e tratou da adoção contra minha vontade.

Eu fiquei com um sentimento de culpa por ter gritado anteriormente.

– Porque você não fez nada? – Eu não daria o braço a torcer tão facilmente. – Porque meu pai, seja ele quem for, não fez nada?

– Seu pai nos abandonou em troca de dinheiro, mesmo antes de você nascer. – Ela suspirou – Eu tentei de tudo para encontra-la. Henry me ajudou. Contratámos vários detetives privados. Um deles quase encontrou você, mas seus … pais, fugiram do país com você e nunca mais encontramos um rasto.

– Uou… -Era a única coisa que conseguia dizer.

– Eu reconheci você mal eu vi você na minha casa. Eu nem queria acreditar que podia ser verdade. Seus olhos me fazem lembrar seu pai.

– Você alguma vez o reencontrou?

– Não. Nem nunca tentei encontrar ele. Ele fez uma escolha. Ele decidiu aceitar o dinheiro de sua avó para me deixar e bem, para mim ele morreu.

– Cada vez gosto menos dessa minha avó.

Evelyn dá um pequeno sorriso.

– Katniss, por favor, não pense que estou forçando você a aceitar-me. Mas me deixe ajudar você. Eu quero que você fique na nossa casa, não para controlar você, mas para você estar mais confortável do quem num pequeno quarto. E estamos também arrumando o quarto de hóspedes para Johanna. Ela é mais que bem-vinda.

Eu fico pensando um pouco. Eu gostei de Evelyn quando conheci ela. Claro que descobrir ser sua filha tornava tudo mais estranho, mas eu posso fazer um esforço para viver em harmonia, não posso.

– Só tenho uma pequena coisa… - Eu suspiro – Por favor, não me obrigue a chamar de você de mãe.

Ela tenta disfarçar mas seu sorriso é tristonho. Eu percebo a situação dela. Juro que percebo. Ser forçada a separar-se da filha e anos mais tarde reencontrar ela deve ser alg de outro mundo. Óbvio que ela se sente um pouco ressentida por eu considerar outras pessoas meus pais e ela não significar nada para mim. Mas como ela apontou, ela não pode forçar a situação.

– Claro. – Ela finalmente responde. – Evelyn está ótimo.


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Notas finais do capítulo

Bem, espero que vocês tenham gostado! Quero muitos comentáriozinhos!!!!
Recomendações, quem será o/a Leitor/a bonitinho/a?
BEIJOS FOFOS!



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