Truth Love escrita por Everlak


Capítulo 10
Em Familia


Notas iniciais do capítulo

OIII!!!!! Cá estou eu de novo com o novo capitulo! Corram para ler uashuashuash Beijos fofos!
P.S.: Esse cap é apenas POV Katniss



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Peeta se levantou e correu atrás da mãe/madrasta. Cashmere e eu ficamos sem saber o que fazer. Peeta demorou um bom tempo, por isso resolvemos adiantar o TRABALHO. Não sabíamos o que se passava mas achamos melhor ficar na nossa. Por fim, o loiro desce asescadas com o rosto indecifrável.

– Está tudo bem Peeta? – CASH pergunta.

– Sim, eu acho. – Ele coça a nuca, abstraído – Importam-se de deixar o trabalho para amanha?

– Sem problema – Garanto e ele me acena agradecido. – Eu posso adiantar algumas coisas em CASA

– Se não tiver problema, isso seria ótimo.

Minha raiva e antipatia por ele desapareceu um pouco naquele momento. Ele parecia preocupado com sua mãe. Afinal ele tinha sentimentos.

– Bem, então até amanhã – Eu e Cashmere nos despedimos.

Estávamos já em direção à saída quando a mulher voltou. Ela parecia calma e com um ligeiro sorriso, com o incidente já esquecido. Reparei seu olhar vacilar um pouco mas logo estava recomposto.

– Minhas lindas, porque não ficam para o jantar? – Ela pediu. O olhar de Peeta alternava entre nós e sua mãe.

– Não sei se é boa ideia mãe…

– Claro que é! – Ela sorriu amigavelmente - Assim têm mais tempo para trabalharem no vosso projeto.

– Eu topo! – CASH falou. Todos me olharam esperando pela minha resposta.

– Eu lamento muito mas eu não posso… - Podia jurar que o olhar da mulher se apagou uns instantes.

– Porque não querida?

– Minha companheira de quarto está à minha espera para jantar. – Explico

– É uma pena realmente…. – Murmura ela.

– Quem sabe uma outra vez… - Falo mas um pouco incomodada. Jantar na CASA de Peeta, com ele e sua família? Não estava na minha lista de desejos.

Me despeço então deles e começo a discar para uma central de táxis. Alguém abre a porta e eu me viro. Peeta desce os degraus vestindo uma jaqueta de couro. Olho descofiada.

– Eu te levo a casa. – Ele diz.

– Não precisa, é serio.

– Não preciso mas acho melhor. – Responde.

Eu assinto, sabendo que nunca ganharei uma discussão com ele. Vou atras dele que entra na garagem. Vejo vários carros, um melhor que o outro.

– Esses carros são todos seus?

– São da família – conta – Pegamos o que quisermos.

– E eu achando que você era presunçoso… - Comento.

– O quê? – Ele olha para mim meio confuso, meio divertido.

– Eu achava você presunçoso, convencido. – Começo – Mas a verdade, é que você conduz sempre o seat bocanegra. E vamos ser sinceros, é o carro mais acessível daqui.

– Jura que o seat é mais barato que aquele Ferrari ali ou aquele Lamborguini? – Faz-se de surpreso. – É, minha querida, eu não sou tudo isso que você acha na sua cabecinha.

Ele entra no seat e eu entro no lugar de pendura. Em pouco tempo estamos rolando na estrada, com um silencio incomodativo.

– Peeta – Chamo antes que mude de ideias.

– O que foi? – Enquanto fala comigo, ele não tira os olhos da estrada.

– Eu queria -me desculpar. Eu fui infantil quando deitei o ramo de flores ao lixo… - Meu olhar está no meu colo, onde minhas mãos nervosas brincam uma com a outra.

– Sem problema – Foi a única coisa que respondeu.

– Então… Não está bravo comigo?

– Estou. Mas pedir desculpa já é um começo. – Eu assinto. Não queria forçar a barra. Afinal, nem sei porque me estava desculpando.

O silêncio abateu de novo sobre o carro. Me lembrei como ele ficou irritado quando Cashmere perguntou porque chamava a nova esposa do pai de mãe.

– Eu concordo com você – As palavras saíram sem minha autorização.

– O quê? – perguntou confuso.

– Sobre mães. – Esclareço – Mãe é quem nos cria, não quem nos dá à luz.

– Ahhh

– Se eu soubesse que era adoptada, eu rejeitaria minha mãe biológica, porque afinal, não foi ela que cuidou de mim, que ficou acordada toda a noite quando estava doente. Não foi ela que teve que lidar com todas as minhas brigas, que eram muitas. Que me aconselhava quando eu precisava. É apenas uma estranha que me deu e que quer reivindicar um lugar já ocupado.

Pelo canto do olho vi Peeta morder o lábio inferior.

– Katniss, eu falei aquilo na minha situação. Minha mãe biológica me conhece desde que nasci. Ela não me deu. Apenas se divorciou do meu pai. Acho que no momento que fez pensou que estava também livre de mim. Que eu já não era problema dela. Eramos apenas eu e meu pai. Até que Evelyn apareceu. Ela me assumiu como seu próprio filho. Nunca me abandonou, mesmo quando eu me metia em encrenca. Agora, minha mãe, só manda postais a se gabar do seu novo marido milionário, ou suas férias fenomenais…. Nunca ao menos perguntou se eu estava bem, se eu precisava de algo… Nada. Agora, uma mulher que dá seu bebê para adopção é diferente… Esse ato pode ter custado muito a ela, mas podia ser a melhor chance para seu filho. Para uma vida melhor. Essa é minha opinião.

Eu fiquei a olhar para ele um bom tempo. Eu estava dividida, eu estava triste por Peeta não ter uma boa relação com a mãe, mas feliz que ele teve alguém para fazer o lugar dela. Ele olhava para a frente, para o nada, estacionado em frente à escola.

– Eu devo ir – Proferi – Até amanha Peeta.

Ele finalmente olhou para mim e assentiu.

– Até amanhã.

Ele só arrancou quando entrei no edifício, certificando-se que eu estava segura. Virei no corredor em direção aos dormitórios. Pessoas ainda andavam de lá para cá. Me movi até ao fim do corredor, procurando minhas chaves na bolsa. Peguei nelas e abri a porta. Johanna estava no duche pois ouvia a água a cair e ela arruinar a música Radioactive. Sorri e comecei a separar a roupa que vestiria para jantar. Terminei isso antes que a garota saísse do chuveiro. Acho que precisarei chamar o bote salva-vidas.

“Ella se vuelve loca..ca..ca

Lo mira e se muerde la boca…ca,

Se piensa que el es un idiota…ta”

Procuro o celular na bolsa antes que quem quer que esteja a ligar desista. Quando o pego, olho no visor.

– Mãe! Como está? – Falo com um sorriso mesmo que ela não o consiga ver.

– Oh querida! Eu estava com saudades mas está tudo bem. Me conta como está a correr?

– Muito bem, na verdade. Aqui é fantástico!

Vejo Johanna sair do banheiro enrolada numa toalha e os cabelos molhados a pingar o chão.

– Olá tia! – Ela grita próxima ao meu celular.

– Pelos vistos Johanna também está a gostar daí – Minha mãe gargalha do outro lado da linha.

– Você sabe como ela é…

– Filha, tenho de desligar. Seu pai vai levar-me a jantar e estará em CASA logo. Ele depois te liga também, ok?

– Claro mãe, se divirtam e juízo – Rio – Fala para o papai que tenho saudades!

– Eu digo meu amor.

Nos despedimos e desligo a chamada.

– Então, - Joh começa enquanto veste umas meias de vidro – Como correu o trabalho?

Ela estava me provocando. Ela sabia que eu e Peeta numa sala nunca corre bem. Nunca mesmo.

– Por acaso não foi tão mau assim – Dou de ombros – Ele não me provocou, eu não o provoquei…

– Uau! Desde quando vocês dois são civilizados? – Ela colocou a mão sobre o coração fingindo epanto.

– Bem, sua madrasta é um amor de pessoa – Mudei de assunto – Até nos convidou para ficar para o jantar.

– Sério? – Desta vez ela estava quieta – Pensei que ela fosse tipo uma dessas mal amadas que odeia confusão mais que classe baixa.

– Nada disso – Nego – Ela é bastante humilde. Ela parece uma…. Mãe.

Joh assente e começa a vestir-se. Eu vou tomar um duche e me visto também. Coloco um vestido vermelho meio formal. Não parece adequado à minha idade mas esse é meu objetivo. Se pareço uma criança não me deixarão entrar no clube após o jantar. Optei por uns sapatos salto alto nude. Vi num programa qualquer que sapatos desta cor dão a ilusão de pernas mais altas o que me favoreceria. Minha bolsa era de um tom mais escuro de vermelho, para não parecer muito monocromática. Resolvi esticar meu cabelo e colocar um acessório que dava um aspeto exótico ao cabelo e a todo o visual. Completei com uma pulseira prata e um colar com pedras brancas. Acho que até estava bem.

– Nossa Kat! Vais para matar hem? – Joh me observou.

– Eu? Olhe para você!

Joh estava perfeita num vestido roxo, de tecido leve e decote em coração, enquanto que o meu era mais profundo. Suas sandálias de salto em tiras pretas conjugavam lindamente com o vestido. Ela prendeu o cabelo numa trança lateral bagunçada a que juntou um chapéu estiloso que cortava o aspeto inocente do visual. Completou com uns brincos em forma de lacinhos e um pendente redondo. Estávamos ótimas.

– Pronta? – Joh perguntou retocando a maquilhagem.

– Prontíssima! – Peguei minha bolsa colocando as coisas básicas lá dentro, sem esquecer o celular. Vi ela pegar na sua bolsa amarela e sorri.

– Jura que vai levar a bolsa que ofereci a você?

– E você a que eu ofereci? – Gargalhamos as duas.

Nós tínhamos passado por uma loja e vimos duas bolsas iguais lindas mas de cor diferente. Eu havia amado a vermelha e ela a amarela. Aconteceu que ambas tivemos a ideia de oferecer a bolsa uma à outra sem a outra saber de nada.

Saímos do campus da escola, esperando por um táxi.

– Gale virá? – Joh interroga.

– Ao clube sim. O jantar é apenas para nós duas. Falando nisso, você tem vindo a perguntar muito pelo Gale – Acusei com um sorriso cúmplice.

– Ah não! Não comece a fazer filmes! Foi uma pergunta inocente! – Ela esbraceja!

O Táxi chega e passo a viagem toda a atormentar ela. Teimosa como ela é, não confessou nadinha.

– A sério Joh, pode falar comigo! – Afirmo ao entrar no restaurante.

– KATNISS – Ela ameaça – Mais uma palavra sobre Gale e eu começo a falar sobre Peeta!

E me calo sob a ameaça.

– O que tem o Peeta?

Olho para trás e minha respiração prende. Peeta está ao nosso lado com um sorriso torto. Ahh Johanna… Só ela para me meter em enrascadas dessas.

– Você? – Tento não parecer nervosa.

– Sim, eu. Eu ouvi meu nome. – Ele abre mais o sorriso. Convencido demais.

– Só estava falando do trabalho de inglês – Dou de ombros.

– Ahh tá – Ele não está nem um pouco convencido.

– Você não devia estar em casa jantando com sua mãe e Cash? – questiono, mudando de assunto.

– Ahh sim, Cash teve que cancelar em cima da hora e quando meu pai chegou resolveu nos trazer aqui para jantar.

– Hum – Foi o que murmurei.

Vejo a senhora e o senhor Mellark entrarem no espaço procurando o filho. Quando o encontram, seus olhos para em mim. Vejo o pai de Peeta sussurrar algo para esposa e ela negar subtilmente com a cabeça. Ele sorri delicadamente para ela e se aproxima de nós.

– Boa noite meninas!

– Boa noite senhor Mellark – As duas dizemos.

– Henry, por favor me chamem Henry. – Ele sorri mais ainda. – Vocês estão na escola de artes não é verdade? As meninas estrangeiras.

Joh assente maravilhada com o Henry. Vejo a atendente se aproximar.

– Necessitam uma mesa para cinco? – Ela questiona e nos entreolhamos.

– Se as belas meninas nos concederem a presença delas… - Evelyn fala pela primeira vez desde que chegou aqui. Sua voz era harmoniosa.

Olhei para Johanna e como ela não demonstrou nenhum desagrado, resolvi aceitar.

– Gostaríamos muito, obrigada. – O casal redobra o sorriso. Percebo como eles são bastante calorosos. Talvez Peeta tenha herdado os genes maus da mãe, não sei.

Somos então encaminhados para uma mesa maior, com vista privilegiada para o parque todo iluminado. Henry puxa a cadeira para Evelyn como um verdadeiro cavalheiro e em seguida puxa as nossas. Enquanto isso Peeta não estava nem por perto. Uns minutos depois ele finalmente aparece.

– Lamento muito, esta a receber uma chamada. – Ele se desculpa.

– Que menina dessa vez? – O pai pergunta enquanto Evelyn solta um risinho discreto. Então eles sabiam a fama de Don Juan dele. Também, ele não escondia esse facto.

– Nenhuma – Peeta parecia não ter gostado da gracinha do pai. Porque? – Uns amigos combinando uma partida de basquete amanhã.

– Sem raparigas?

– Sem raparigas pai! – Ele eleva um pouco a voz mas logo se arrepende, baixando a cabeça.

– Eu estou brincando Peeta. – Seu pai também se desculpa pelas insinuações.

– Eu sei pai, desculpa.

– Meninas – Evelyn muda de assunto. – Se vocês nunca cá vieram, recomendo o ravioli de camarão com calda de tomate. É simplesmente delicioso.

Resolvemos seguir o conselho e pedimos então o ravioli de camarão. Já Peeta pede spaghetti à marinara. Quando vêm os pratos, fico logo de água na boca. Meu ravioli tem realmente bom aspeto. Quando levo a primeira garfada à boca, uma explosão de sabores acontece. É realmente divino. Olho de soslaio para o prato de Peeta e também ele tem ótimo aspeto. Quando ele me apanha a olhar desvio rapidamente com o rosto quente. Sinto ele ao meu lado rir baixinho sem que os outros percebam.

– Aqui – Ele sussurra e eu olho – Prova.

Ele está com seu garfo na minha direção, me oferendo um pouco de seu prato. Eu arqueio as sobrancelhas mas ele incentiva a ir em frente. Então eu me aproximei e levei a comida à boca. Meu Deus, eu teria que vir cá mais vezes.

– É bom?

– É ótimo! – Sorrio.

Olho para a frente e vejo todos na mesa olhando para nós dois. Envergonhada eu me concentro apenas na comida. Continuamos a comer enquanto os pais de Peeta nos fazem algumas perguntas, nos conhecer melhor. Após a sobremesa, tiramisu para todos, a atendente traz a conta. Eu e Joh tiramos nossas carteiras da bolsa.

– Nah nah! – Henry abana a cabeça. – Esse jantar fica por minha conta.

– Não posso aceitar. – Joh fala – Nós duas pagamos.

– Por favor, me deixem pagar o jantar. Tenho o maior gosto nisso.

– Tudo bem, mas da próxima vez, seremos nós a pagar – Ela adverte.

– Combinado – Ele lhe dá a mão. Da próxima vez?

Tento me convencer que foi apenas uma expressão e não que esses jantares se tornariam um hábito. Não que não gostasse da companhia deles. Mas o que diriam os alunos da escola? Claro, já estou a ver o fime: “ jovens tentam apoderar-se da fortuna dos Mellark tentando entrar na família”. Ok ok, eu acho que estou a ficar um bocado paranoica.

Saímos para fora, ficando no passeio conversando um pouco mais.

“Ella se vuelve loca..ca..ca

Lo mira e se muerde la boca…ca,

Se piensa que el es un idiota…ta”

Peço licença e me afasto um pouco deles para atender a chamada. Olho o visor e vejo o nome de Cato. Aff só me faltava mais essa.

– O que você quer? – Minha voz soa impaciente.

– Auch! Tanto tempo que não sei de você e é assim que me recebe?

– Não vou perguntar de novo! O que você quer?

– Tudo bem. Quero que você me envie alguns passos de dança que você está aprendendo nessa escolazinha de elite.

– Você está brincando né? – Dou uma gargalhada seca mas ele não diz nada. – Não te darei porra nenhuma! Peça à sua ilustre e recente aquisição Clove que faça novos passos.

– Você não vai me ajudar? – Sua voz com um tom irritado.

– Não.

– Depois de tudo que fiz para você?

– O que você alguma vez fez por mim? Ah é! Me expulsou do grupo para deixar caminho livre para Clove!

Desligo o celular borbulhando de raiva. Me encosto na parede do restaurante tentando me acalmar.

– Katniss, você está bem? – Viro meu pescoço e vejo – Peeta ao meu lado.

– Tudo… - Suspiro. Meu celular retorna a tocar. O nome de Cato pisca novamente. Num impulso levanto meu braço para atirar o aparelho para longe. Peeta é mais rápido e tira-o da minha mão atendendo.

– Quem fala? – Ele pergunta.

Eu que pergunto! – Peeta pusera em modo de voz alta. – Onde está Katniss.

– Saiu. – Disse simplesmente.

– Ah sim? E seu celular está com você porquê?

– Porque o esqueceu comigo. Algum problema?

– Nenhum, apenas lhe diga que ela vai fazer o que eu quero, seja de que maneira for.

– Olhe aqui seu desgraçado! Katniss não vai fazer merda nenhuma para você! Tente ligar de novo e irá se arrepender ouviu bem? – Olhei incrédula para o loiro.

– Ahahahah ameaças… Acha que estou com medo? Tudo bem, eu irei pedir de novo brevemente… Quem sabe, cara a cara.

E desligou. Eu fiquei suando frio. Peeta segurava o celular com força, olhando para o chão.

– Obrigada. – Sussurrei.

– Nós cuidamos dos nossos. – Ele falou apenas.


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Notas finais do capítulo

Quero saber o que acharam ok? Vocês também fantasminhas! kkkk Eu não mordo, juro, nem vou xingar ninguém por não ter comentado antes ok? KISSES